E-Pôster
5112502 | A GESTÃO DO ENFERMEIRO GARANTINDO A QUALIDADE DA ASSISTÊNCIA | Autores: Thabata Larissa Agostini dos Santos ; Monique Meneses de Aguiar |
Resumo: **INTRODUÇÃO: **O enfermeiro destaca-se na área da saúde pela multiplicidade de atividades que desenvolve, as quais incluem atividades administrativas e assistenciais, ambas consideradas essenciais para um atendimento de qualidade ao paciente/cliente (AMESTOY, 2010). A enfermagem desperta para as várias formas do cuidar assistencial e gerencial, sendo que ambas são entendidas e valorizadas como ferramentas para um fim comum, promoção do cuidado do cliente. A gestão dos serviços de enfermagem, assim como ocorreu nos serviços de saúde, teve forte influência das teorias tradicionais de administração na organização de seus processos de trabalho. Pode-se dizer que, ainda hoje, são adotados modelos gerenciais da área de produção. Esta forma de utilização estagnou o desenvolvimento do conhecimento sobre novas formas de gestão na área da Saúde e de Enfermagem. A atualização deste processo requer dos profissionais de enfermagem a ampliação de seus conhecimentos, bem como a busca contínua de recursos e habilidades que possibilitem uma prática efetiva e inovadora de suas atividades sintonizadas ao contexto de transformações da sociedade contemporânea. **OBJETIVO: **Este estudo tem objetivo refletir sobre a habilidade de gestão do enfermeiro realizando uma interface entre o papel do enfermeiro _versus_ a qualidade da assistência prestada. **METODOLOGIA: **Trata-se de uma revisão da literatura pelo método exploratório, sendo a busca do material através de consulta eletrônica nas bases de dados da SCIELO (ScientificElectronic Library Online), BIREME (Biblioteca virtual de saúde), MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online) e LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), no período de janeiro de 2018 a março de 2018. Para o presente estudo formulou-se a seguinte questão norteadora: “O que existe publicado na literatura científica de enfermagem, no período de 2010 a 2018, relacionando gestão em enfermagem?” **RESULTADOS: **O Office of Technology Assessment (OTA) definiu qualidade em assistência à saúde como a situação na qual o processo de assistência aumenta a probabilidade de resultados esperados pelo paciente e reduz a probabilidade de resultados indesejados. Conceituar a qualidade em saúde é algo complexo, implicando na necessidade de entendimento dos profissionais sobre este processo. Na América do Sul, a qualidade emergiu como tema de discussão por meio da Organização Panamericana de Saúde, no ano 1990. Nesse momento, passou-se a discutir sobre quais são as melhores ações adotadas nas práticas de saúde das organizações, para garantir qualidade nos serviços prestados, remetendo ao termo melhores práticas (Organização Nacional de Acreditação, 2012). Sendo o enfermeiro, responsável pela gestão do cuidado ao paciente e desempenhando um importante papel no alcance da qualidade em saúde, se faz necessário o aprimoramento de suas habilidades de gestão. A prática gerencial realizada pelo enfermeiro é regulamentada pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e no Decreto no 94.406/87 estabelece no artigo 8º que este profissional tem como atribuições a direção e chefia, o planejamento, a organização, a coordenação e a avaliação dos serviços de enfermagem. Com base num estudo realizado por Rezende (2013), os resultados apontaram a necessidade de rever a formação dos profissionais enfermeiros, apontando um importante papel da Universidade através de um acompanhamento da necessidade do mercado de trabalho, a dissociação teoria-prática é evidenciada quando o egresso da formação tradicional se depara com o mundo do trabalho, sendo assim o ensino por competência pode ajudar a transformar o ensino da administração em enfermagem, disponibilizando ao mercado de trabalho enfermeiros líderes críticos, reflexivos, criativos, éticos, os quais sejam capazes de aprender a aprender, de colaborar com seus colaboradores na tomada de decisões, no planejamento, na implementação das práticas assistenciais, com intuito de atender as demandas sociais. Cabe ressaltar que conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Enfermagem - Parecer No CNE/CES 1.133/2001 estão inseridas algumas competências específicas da profissão, as quais se relacionam com as responsabilidades gerenciais na grade curricular das Universidades. **CONCLUSÃO: **À medida que a saúde se torna um importante fator para o desenvolvimento humano, a enfermagem necessita acompanhar as transformações da sociedade contemporânea, cabendo aos enfermeiros, que são os responsáveis pela gestão do cuidado, buscarem inovações na gestão dos serviços, visando minimizar as consequências do modelo tradicional de administração, adotado até hoje, na maioria das instituições de Saúde. É crucial que sejam desenvolvidas organizações de aprendizagem que visem à gestão do conhecimento, buscando ressaltar a importância de estas descobrirem que, para aumentar seu desempenho, devem investir na capacidade de aprender da equipe na própria organização, em todos os seus níveis. Embora as habilidades pessoais tenham importância no processo de liderança, outras características também devem estar presentes, como a busca constante pelo conhecimento e aperfeiçoamento, servindo de porta-voz à equipe, comunicação eficiente, comprometimento, segurança, resolutividade e por fim um bom relacionamento interpessoal. A dinâmica organizacional visualiza a liderança como um processo coletivo compartilhado entre os membros de um grupo. A visão de legitimidade da liderança é fundamentada pela aceitação do líder por um grupo, significando que grande parte do ‘poder’ do líder situa-se no poder do próprio grupo. O líder então é a pessoa capaz de canalizar a atenção dos envolvidos e dirigi-la para ideais comuns. Entende-se que um líder pode ser formado e que estando a liderança atrelada à atividade gerencial do enfermeiro, as possibilidades de êxito na qualidade dos serviços prestados se fazem diferenciada. A liderança é essencial neste papel, pois estar apto para se comunicar claramente com o grupo, ser capaz de apontar soluções para os conflitos e ter iniciativa na tomada de decisões são atributos que garantem um desempenho satisfatório na arte de cuidar. **CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: **Acredita-se que o preparo em gestão do enfermeiro é essencial para a sua prática profissional, sendo necessário desde a graduação, através de disciplinas que não ofereçam só o embasamento teórico mas, principalmente, o aprendizado a partir de experiências vívidas no cotidiano da Enfermagem. Por fim, é de suma importância programas que busquem estratégias (leitura, cursos de especialização e de pós graduação) as quais possibilitem o desenvolvimento da habilidade de liderar, desenvolvendo assim a melhoria da qualidade da assistência de enfermagem prestada ao paciente, resultando na satisfação da equipe de enfermagem. A enfermagem desperta as várias formas do cuidar assistencial e gerencial, sendo que ambas são entendidas e valorizadas como ferramentas para um fim comum, promoção do cuidado.
Referências: Moura MO; Sforni MSF; Araújo ES. Objetivação e apropriação de conhecimentos na atividade orientadora de ensino. Rev. Teoria e Prática da Educação, v. 14, n. 1, p. 39-50, jan./abr. 2011.
Moura et al. A Atividade Orientadora de Ensino: unidade entre ensino e aprendizagem. In: Moura, MO (org). A Atividade pedagógica na teoria histórico-cultural. Brasília: Liverlivro, 2010.
Brunt BA. Models, measurements, and strategies in developing. The Journal of Continuing Educations in Nursing, v.6, n.36, p.255-262, 2005.
Mundy K; Denham AS. Nurse educatores – still challenged by critical thinking. Teaching and Learning in Nursing v.3, p.94-99, 2008. |