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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 5103747

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5103747

DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM RISCO DE INFECÇÃO – LIGAÇÕES NANDA-I, NOC E NIC.

Autores:
Susane Karine Kerckoff Machado ; Suéli Regina Sulzbach ; Alcione Pozzebom ; Gabriela Vicari ; Edlamar Kátia Adamy

Resumo:
**Introdução: **a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) atende ao paciente crítico, o qual necessita de cuidado constante, abrangente e qualificado. Devido à complexidade destes pacientes, lhe são aplicados os métodos mais avançados de suporte e terapêutica, por vezes demasiadamente invasivos, o que contribui com desenvolvimento de Infecções relacionada à Assistência à Saúde (IRAS) (1). O profissional enfermeiro que atua nesse campo, deve ser instruído de conhecimento clínico e crítico, possuir destreza prática e tecnológica, tomar boas e ágeis condutas além de coordenar toda a equipe de enfermagem (2). Para isso, o Processo de Enfermagem (PE) torna-se uma ferramenta útil e eficaz para o enfermeiro e sua equipe. A realização do PE é amparada pela Resolução do COFEN 358/2009, que orienta a sua realização em todos os ambientes onde existe cuidado de enfermagem. Ele é divido em cinco etapas: coleta de dados ou histórico de enfermagem; diagnóstico de enfermagem; planejamento; implementação e avaliação (3). Para a operacionalização das etapas do PE, os Sistemas de Linguagem Padronizados (SLP) emergem, contribuindo com a prática baseada em evidência. Neste caso, foram utilizadas a Nanda International (NANDA-I) que congrega o SLP relacionado ao Diagnóstico de Enfermagem (DE); a Nursing Interventions Classification (NIC), para definição das intervenções e atividades desenvolvidas pela enfermagem; e a Nursing Outcomes Classification (NOC) empregada para a etapa, tanto de planejamento da assistência, quanto avaliação dos resultados de enfermagem. Para descrever o presente estudo foi selecionado o diagnóstico Risco de Infecção, em função de sua prevalência considerando os inúmeros procedimentos invasivos realizados nos pacientes que se encontram nesse setor. **Objetivo:** apresentar as ligações NANDA–I, NIC e NOC utilizadas para o diagnóstico de enfermagem Risco de Infecção em uma UTI adulto. **Metodologia: **estudo resultante de um programa de extensão intitulado Processo de Enfermagem como tecnologia de cuidado nas redes de atenção à saúde: instrumentalizando profissionais de enfermagem, realizado em um hospital do oeste catarinense. As atividades foram desenvolvidas de agosto de 2016 a setembro de 2017. Participam do programa de extensão profissionais de enfermagem do hospital, docentes e discentes do curso de graduação em enfermagem da UDESC em parceria com mais duas instituições de ensino superior da região. O programa de extensão foi aprovado pelo comitê de extensão da UDESC. **Resultados: **o DE Risco de Infecção, encontra-se no Domínio 11 (Segurança/Proteção), Classe 1 (Infecção), possuindo como definição “Vulnerabilidade à invasão e multiplicação de organismos patogênicos, que pode comprometer a saúde”. Sendo um diagnóstico de risco, foram elencados os seguintes fatores relacionados (FR): Aumento da exposição ambiental a patógenos: surtos, defesas primárias inadequadas, pele rompida (p.ex., colocação de cateter endovenoso, procedimentos invasivos), tecido traumatizado (p.ex., trauma, destruição de tecido) imunossupressão (p.ex., imunidade adquirida inadequada; agentes farmacêuticos, inclusive imunossupressores, esteroides, anticorpos monoclonais, imunomoduladores), leucopenia, resposta inflamatória suprimida, desnutrição, doença crônica, procedimentos invasivos. Esse é o padrão de FR selecionados pelos profissionais de enfermagem, docentes e discentes para ser utilizado em pacientes na UTI, sendo que o enfermeiro deve determinar, para cada paciente, os fatores relacionados conforme seu quadro clínico e características. Após elencados os diagnósticos, faz-se uso do SLP NOC para avaliar os resultados de enfermagem, devendo ser considerado inicialmente o basal e esperado e, posteriormente, após concluída as etapas, o obtido. O NOC estabelecido para tal diagnóstico foi gravidade da infecção, citado no Domínio II (Saúde Fisiológica), da Classe H (Resposta Imune), sendo definido como Gravidade dos sinais e sintomas da infecção, apresentando indicador intitulado igualmente à definição. Os resultados indicados são mensurados em escala Likert, variando de 1 (pior) a 5 (melhor). Na sequência foram identificadas as ligações NOC e NIC utilizadas pela equipe para atender as necessidades dos usuários. As Intervenções de Enfermagem (IE) selecionadas são baseadas no SLP NIC Controle de Infecção, presente no Domínio 4 (Segurança), na Classe V (Controle de Riscos: Intervenções para iniciar atividades de redução de risco e mantes o monitoramento de risco ao longo do tempo), definida como minimização da aquisição e transmissão de agentes infecciosos. Dentro dessa intervenção, foram elencadas as seguintes atividades: trocar o equipamento de atendimento do paciente de acordo com instituição, isolar pessoas expostas a doenças notificáveis, posicionar em isolamento de prevenção designado conforme apropriado, manter as técnicas de isolamento conforme apropriado, limitar o número de visitantes, conforme apropriado, orientar os visitantes a higienizarem as mãos na entrada e saída do quarto do paciente, usar sabão antimicrobiano para lavagem das mãos, conforme apropriado, lavar as mãos antes e depois da atividade de atendimento de cada paciente, instituir precauções universais, usar luvas conforme recomendado pelas políticas universais de prevenção, usar aventais descartáveis ou jalecos quando manusear material infeccioso, usar luvas estéreis , conforme apropriado, esfregar a pele do paciente com um agente antimicrobiano, conforme apropriado, raspar e preparar a região, conforme indicado na precaução para procedimento invasivos e/ou cirurgia, manter um ambiente asséptico ideal durante a inserção  central de cateter a beira de leito, manter um ambiente asséptico enquanto trocar as bolsas e equipo de nutrição parenteral (NPT), manter um sistema fechado durante monitoração hemodinâmica invasiva, trocar os locais de linhas centrais e EV periféricas e curativos de acordo com o guia atual do SCIRAS, garantir manuseio asséptico de todas as linhas EV, garantir técnicas de cuidado de feridas apropriadas, incentivar a respiração profunda e a tosse, conforme apropriado, promover a ingestão nutricional adequada, incentivar a ingestão de líquidos, conforme apropriado, administrar terapia com antibióticos, conforme apropriado, administrar um agente imunizante, conforme apropriado. O DE Risco de Infecção se destaca em ambiente de UTI devido aos dispositivos e equipamentos que estão associados aos doentes, tais como, ventilação mecânica, tubo orotraqueal, traqueostomia, aspiração de vias aéreas, nutrição enteral e parenteral, cateter venoso central, sondas vesicais entre outros, além de considerar o período de hospitalização expõem o paciente a procedimentos e a exames diagnósticos invasivos (1). **Conclusão: **o processo de cuidar, no âmbito da saúde, compreende condutas direcionadas à assistência do cliente. O indivíduo hospitalizado depende totalmente da equipe de serviço envolvida com sua condição clínica e social. No entanto, é a enfermagem que mais permanece junto ao paciente, reconhecendo suas necessidades e implementando a assistência. Na UTI, as circunstâncias contribuem para o elevado Risco de Infecção, pois os pacientes, em sua grande maioria, não apresentam as defesas imunológicas em padrões normais. **Contribuições/implicações: **o PE na prática assistencial apresenta-se como um valoroso método de organização do trabalho e da assistência de enfermagem. A aplicabilidade de suas etapas através de SLP de enfermagem é uma estratégia audaciosa, pois rompe com o empirismo e alavanca o avanço da profissão. Os SLP garantem a fidedignidade do PE além de atribuir um padrão na prestação da assistência, respeitando a individualidade de cada paciente. Após todo o processo de construção das ligações entre NNN, percebe-se a relevância do tema para profissionais de enfermagem. O enfermeiro sendo agente do cuidado e ao mesmo tempo organizando e sistematizando sua rotina através de evidências científicas inicia o itinerário para a cientificidade da profissão que é tão almejada.


Referências:
1. BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal; Edições 70, LDA, 2011.