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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 4985357

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4985357

DESENVOLVIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO DO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA: UM PROJETO DE INTERVENÇÃO PARA UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE LOCALIZADA EM ÁREA SOCIOECONOMICAMENTE VULNERÁVEL NA REGIÃO METROPOLITANA DE BRASÍLIA - DF

Autores:
Elisângela César dos Santos Anjos ; Laurent Philippe Prates Reymond ; Lívia Motta Miranda ; Mariana Terra Alves de Oliveira ; Rafaelly Stavale

Resumo:
Resumo O Programa Saúde na Escola (PSE) oferece prevenção e promoção à saúde aos alunos do ensino básico público. Sua estratégia operacional pressupõe a vinculação e a interação entre serviços da atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS) e a comunidade escolar, considerando as necessidades desta, suas condições de saúde e vulnerabilidades (Brasil, 2011; Brasil, 2017). Os autores realizaram ações de reconhecimento do funcionamento do PSE durante o exercício do estágio supervisionado curricular em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) com atividades junto a uma escola pública de ensino fundamental, ambas as instituições localizadas em área socioeconomicamente vulnerável na região metropolitana de Brasília - DF. Objetivando fortalecer a rede de atenção à saúde local e integrada à rede educacional por meio das políticas públicas em curso (SUS e PSE), a situação problema selecionada foi o déficit de comunicação entre os serviços de saúde e educação, que fundamenta um projeto de intervenção com ações conjuntas para ambos os serviços. Após o reconhecimento do território e diálogo com as instituições, resultou-se na proposta de atualização do formulário de encaminhamento de alunos e na implantação de outros instrumentos de comunicação, que culminaram no fortalecimento do vínculo saúde-escola. Descritores: Programa Saúde na Escola (PSE), Comunicação, Atenção Básica de Saúde. Introdução O estágio supervisionado em enfermagem da Universidade de Brasília pressupõe a imersão dos alunos no Sistema Único de Saúde e a realização de intervenções que visam integração ensino-serviço-comunidade. Neste contexto, os graduandos de enfermagem e a equipe de saúde da família, de uma área socioeconomicamente vulnerável do Distrito Federal, identificaram a necessidade de aprimorar o processo de comunicação entre o serviço de saúde e uma escola pública de ensino fundamental para realização eficaz do Programa Saúde na Escola (PSE). Constatou-se que a falta de informação de uma instituição em relação a outra contribuia para a não inserção dos alunos da Escola na Unidade Básica de Saúde (UBS) local. Esta era a principal queixa de ambas instituições , Ensino e Saúde. Para responder à demanda identificada elaborou-se um projeto de intervenção para aumentar a efetividade da comunicação entre a UBS e a escola do território. Considerando o PSE, apresentou-se aos servidores da Instituição de Ensino o processo de trabalho da Unidade de Saúde, o fluxo de atenção e de acesso a rede SUS. Promoveu-se o fortalecimento dos vínculos entre as instituições, para que se estabelecesse novas metas e métodos facilitadores de acesso à rede de saúde pelos alunos. O projeto possibilitou vínculo entre as principais instituições envolvidas no PSE. Além de contribuir para a entrada dos alunos na rede SUS. Objetivos Objetivou-se identificar, descrever, propor e executar soluções para superar as lacunas comunicacionais entre os dois serviços em estudo, visando contribuir para o melhor funcionamento do PSE, da Rede de Atenção à Saúde (RAS) e das equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) vinculadas à UBS, na região. Especificamente, objetivou-se atualizar o formulário de encaminhamento do aluno, uma vez que a versão anterior não contemplava as informações necessárias para garantir o atendimento do escolar; elaborar protocolo de preenchimento e aplicação do formulário de encaminhamento do aluno, para orientar e padronizar o preenchimento do formulário; capacitar os atores da escola ao encaminhamento adequado da escola às equipes da ESF; elaborar mapa ilustrativo da cobertura das equipes de saúde da família no território local, de forma que exemplifique à comunidade escolar a organização de áreas de cobertura pela ESF. Descrição Metodológica Adotou-se como técnica de pesquisa a observação participante e o Planejamento Estratégico Situacional (PES) na construção da intervenção. As etapas do PES foram seguidas, sendo selecionado o problema de comunicação entre os serviços e identificados os “nós-críticos”: dificuldade de encaminhamento dos alunos, déficit de conhecimento quanto ao funcionamento do sistema de saúde local por parte da escola e dificuldades de se estabelecer as atividades pactuadas pelo PSE. Foram levantadas hipóteses para a explicação das causas dos problemas e identificados os atores partícipes dos problemas: supervisores de escola, profissionais da equipe de saúde responsáveis pelo PES e gestores locais da educação. Por fim, as ações de intervenção foram planejadas e elaboradas: Atualização do formulário de encaminhamento, elaboração de um guia de preenchimento do formulário e instrumentos de comunicação que buscassem esclarecer e fortalecer o vínculo saúde-escola. Resultados Aplicaram-se estratégias para ganhos de assertividade no processo comunicacional interinstitucional. Após as intervenções, os responsáveis pelo PSE vinculados à escola demonstraram maior compreensão acerca do fluxo de encaminhamento do aluno para a rede de saúde, da cobertura de atendimentos da ESF no território, e do processo de trabalho da equipe de saúde da família. A relevância da situação problema identificada e da intervenção proposta foi demonstrada no interesse e no compromisso da Gestão Distrital de Saúde Escolar em adotar o formulário atualizado para toda a rede de saúde e escolas públicas do DF. Conclusão Compreende-se que a eficácia de iniciativas públicas, como o PSE, requer atenção no que tange os aspectos de comunicação entre as instituições de ensino e saúde a fim de assegurar acolhimento humanizado no SUS, promoção e prevenção de saúde contextualizados. Os instrumentos elaborados no curso do projeto firmam um compromisso com a comunidade, reforçando os pilares universitários de ensino, pesquisa e extensão. Implicações para a Enfermagem No contexto da atenção básica, a iniciativa de articulação entre serviços tem sido frequentemente assumida pela enfermagem, em razão de sua habilidade gerencial, integradora e negocial. A harmonização do diálogo institucional entre a comunidade escolar e as instituições de saúde fortalece o processo de trabalho da enfermagem, destacando questões como inserção de novos usuários no serviço, aplicação de estratégias e sistematização do atendimento, cumprimento de atividades pactuadas e reorganização de agenda dos profissionais da enfermagem que trabalham na atenção básica. Nesse sentido, a educação em saúde deve ser capaz de considerar as vivências e conceitos dessa comunidade para que trabalhe os condicionantes e determinantes, e também as vulnerabilidades a fim de promover a politização e autonomia dos usuários, nesse caso, os escolares, que além de público-alvo, tem capacidade de multiplicação dos conhecimentos, não só das atividades propostas pelo PSE, mas das experiências da inserção no serviço de saúde, para ampliação da rede de acesso à comunidade.


Referências:
1. Resolução COFEN 358/2009 de 15/10/2009. 2. Disponível em https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/processo-de-enfermagem-de-wanda-de-aguiar-horta/25062? acessado em 10/11/2017? 3. BARBOSA, A. Câncer, Direito e Cidadania. Ed. Atlas.S.A, São Paulo, 2003;13-21. 4. MEDRADO, R. Relato de Experiência. Ano de 2014 5. MORAES, L.M.P. Sociopoética e a enfermagem: uma aproximação na pesquisa com adolescentes.Revista Baiana de Enfermagem, Salvador. V.18, nº ½, p. 89-96, Jan/Ago 2003