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4985357 | DESENVOLVIMENTO DE ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO DO PROGRAMA SAÚDE NA ESCOLA: UM PROJETO DE INTERVENÇÃO PARA UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE LOCALIZADA EM ÁREA SOCIOECONOMICAMENTE VULNERÁVEL NA REGIÃO METROPOLITANA DE BRASÍLIA - DF | Autores: Elisângela César dos Santos Anjos ; Laurent Philippe Prates Reymond ; Lívia Motta Miranda ; Mariana Terra Alves de Oliveira ; Rafaelly Stavale |
Resumo: Resumo
O Programa Saúde na Escola (PSE) oferece prevenção e promoção à saúde aos
alunos do ensino básico público. Sua estratégia operacional pressupõe a
vinculação e a interação entre serviços da atenção básica do Sistema Único de
Saúde (SUS) e a comunidade escolar, considerando as necessidades desta, suas
condições de saúde e vulnerabilidades (Brasil, 2011; Brasil, 2017). Os autores
realizaram ações de reconhecimento do funcionamento do PSE durante o exercício
do estágio supervisionado curricular em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) com
atividades junto a uma escola pública de ensino fundamental, ambas as
instituições localizadas em área socioeconomicamente vulnerável na região
metropolitana de Brasília - DF. Objetivando fortalecer a rede de atenção à
saúde local e integrada à rede educacional por meio das políticas públicas em
curso (SUS e PSE), a situação problema selecionada foi o déficit de
comunicação entre os serviços de saúde e educação, que fundamenta um projeto
de intervenção com ações conjuntas para ambos os serviços. Após o
reconhecimento do território e diálogo com as instituições, resultou-se na
proposta de atualização do formulário de encaminhamento de alunos e na
implantação de outros instrumentos de comunicação, que culminaram no
fortalecimento do vínculo saúde-escola.
Descritores: Programa Saúde na Escola (PSE), Comunicação, Atenção Básica de
Saúde.
Introdução
O estágio supervisionado em enfermagem da Universidade de Brasília pressupõe a
imersão dos alunos no Sistema Único de Saúde e a realização de intervenções
que visam integração ensino-serviço-comunidade. Neste contexto, os graduandos
de enfermagem e a equipe de saúde da família, de uma área socioeconomicamente
vulnerável do Distrito Federal, identificaram a necessidade de aprimorar o
processo de comunicação entre o serviço de saúde e uma escola pública de
ensino fundamental para realização eficaz do Programa Saúde na Escola (PSE).
Constatou-se que a falta de informação de uma instituição em relação a outra
contribuia para a não inserção dos alunos da Escola na Unidade Básica de Saúde
(UBS) local. Esta era a principal queixa de ambas instituições , Ensino e
Saúde.
Para responder à demanda identificada elaborou-se um projeto de intervenção
para aumentar a efetividade da comunicação entre a UBS e a escola do
território. Considerando o PSE, apresentou-se aos servidores da Instituição de
Ensino o processo de trabalho da Unidade de Saúde, o fluxo de atenção e de
acesso a rede SUS. Promoveu-se o fortalecimento dos vínculos entre as
instituições, para que se estabelecesse novas metas e métodos facilitadores de
acesso à rede de saúde pelos alunos. O projeto possibilitou vínculo entre as
principais instituições envolvidas no PSE. Além de contribuir para a entrada
dos alunos na rede SUS.
Objetivos
Objetivou-se identificar, descrever, propor e executar soluções para superar
as lacunas comunicacionais entre os dois serviços em estudo, visando
contribuir para o melhor funcionamento do PSE, da Rede de Atenção à Saúde
(RAS) e das equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) vinculadas à UBS,
na região. Especificamente, objetivou-se atualizar o formulário de
encaminhamento do aluno, uma vez que a versão anterior não contemplava as
informações necessárias para garantir o atendimento do escolar; elaborar
protocolo de preenchimento e aplicação do formulário de encaminhamento do
aluno, para orientar e padronizar o preenchimento do formulário; capacitar os
atores da escola ao encaminhamento adequado da escola às equipes da ESF;
elaborar mapa ilustrativo da cobertura das equipes de saúde da família no
território local, de forma que exemplifique à comunidade escolar a organização
de áreas de cobertura pela ESF.
Descrição Metodológica
Adotou-se como técnica de pesquisa a observação participante e o Planejamento
Estratégico Situacional (PES) na construção da intervenção. As etapas do PES
foram seguidas, sendo selecionado o problema de comunicação entre os serviços
e identificados os “nós-críticos”: dificuldade de encaminhamento dos alunos,
déficit de conhecimento quanto ao funcionamento do sistema de saúde local por
parte da escola e dificuldades de se estabelecer as atividades pactuadas pelo
PSE. Foram levantadas hipóteses para a explicação das causas dos problemas e
identificados os atores partícipes dos problemas: supervisores de escola,
profissionais da equipe de saúde responsáveis pelo PES e gestores locais da
educação. Por fim, as ações de intervenção foram planejadas e elaboradas:
Atualização do formulário de encaminhamento, elaboração de um guia de
preenchimento do formulário e instrumentos de comunicação que buscassem
esclarecer e fortalecer o vínculo saúde-escola.
Resultados
Aplicaram-se estratégias para ganhos de assertividade no processo
comunicacional interinstitucional. Após as intervenções, os responsáveis pelo
PSE vinculados à escola demonstraram maior compreensão acerca do fluxo de
encaminhamento do aluno para a rede de saúde, da cobertura de atendimentos da
ESF no território, e do processo de trabalho da equipe de saúde da família. A
relevância da situação problema identificada e da intervenção proposta foi
demonstrada no interesse e no compromisso da Gestão Distrital de Saúde Escolar
em adotar o formulário atualizado para toda a rede de saúde e escolas públicas
do DF.
Conclusão
Compreende-se que a eficácia de iniciativas públicas, como o PSE, requer
atenção no que tange os aspectos de comunicação entre as instituições de
ensino e saúde a fim de assegurar acolhimento humanizado no SUS, promoção e
prevenção de saúde contextualizados. Os instrumentos elaborados no curso do
projeto firmam um compromisso com a comunidade, reforçando os pilares
universitários de ensino, pesquisa e extensão.
Implicações para a Enfermagem
No contexto da atenção básica, a iniciativa de articulação entre serviços tem
sido frequentemente assumida pela enfermagem, em razão de sua habilidade
gerencial, integradora e negocial. A harmonização do diálogo institucional
entre a comunidade escolar e as instituições de saúde fortalece o processo de
trabalho da enfermagem, destacando questões como inserção de novos usuários no
serviço, aplicação de estratégias e sistematização do atendimento, cumprimento
de atividades pactuadas e reorganização de agenda dos profissionais da
enfermagem que trabalham na atenção básica. Nesse sentido, a educação em saúde
deve ser capaz de considerar as vivências e conceitos dessa comunidade para
que trabalhe os condicionantes e determinantes, e também as vulnerabilidades a
fim de promover a politização e autonomia dos usuários, nesse caso, os
escolares, que além de público-alvo, tem capacidade de multiplicação dos
conhecimentos, não só das atividades propostas pelo PSE, mas das experiências
da inserção no serviço de saúde, para ampliação da rede de acesso à
comunidade.
Referências: 1. Resolução COFEN 358/2009 de 15/10/2009.
2. Disponível em https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/processo-de-enfermagem-de-wanda-de-aguiar-horta/25062? acessado em 10/11/2017?
3. BARBOSA, A. Câncer, Direito e Cidadania. Ed. Atlas.S.A, São Paulo, 2003;13-21.
4. MEDRADO, R. Relato de Experiência. Ano de 2014
5. MORAES, L.M.P. Sociopoética e a enfermagem: uma aproximação na pesquisa com adolescentes.Revista Baiana de Enfermagem, Salvador. V.18, nº ½, p. 89-96, Jan/Ago 2003 |