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4966046 | PERSPECTIVAS DE ENFERMEIROS EGRESSOS ACERCA DA FORMAÇÃO ACADÊMICA E INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO | Autores: Rafaela Lira Mendes Costa |
Resumo: INTRODUÇÃO: Formar profissionais aptos a responderem as demandas do mercado de
trabalho tem sido o desafio dos educadores. Neste sentido, a graduação em
Enfermagem, com base nas Diretrizes Curriculares e as exigências do mercado de
trabalho, vêm sofrendo mudanças ao longo dos anos, a fim de facilitar e
capacitar o desenvolvimento do trabalho do enfermeiro frente às dificuldades
encontradas no primeiro emprego.1 Os egressos enfrentam, em seu cotidiano de
trabalho, situações complexas que os levam a confrontar as competências
desenvolvidas durante o curso com as requeridas no exercício profissional. A
partir desta experiência, podem avaliar a adequação da estrutura pedagógica do
curso que foi vivenciado, bem como sugerir mudanças que poderão intervir nesse
processo.2 Mediante o exposto, surgiu a seguinte pergunta que impulsionou a
realização deste estudo: quais são as perspectivas de enfermeiros egressos
acerca da formação acadêmica em Enfermagem e inserção no mercado de trabalho
no Brasil? OBJETIVO: Identificar as produções científicas que abordam sobre as
perspectivas de egressos acerca da formação acadêmica em Enfermagem e inserção
no mercado de trabalho. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: Revisão integrativa da
literatura realizada nas bases de dados eletrônicos da Scientific Eletronic
Library Online (SCIELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências
da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
(MEDLINE) e Base de Dados em Enfermagem (BDENF). O estudo foi realizado no mês
de janeiro à fevereiro de 2018. A primeira etapa se deu a partir da definição
da questão de pesquisa norteadora e dos descritores para a procura dos
artigos. Em seguida, foi realizada a busca das publicações componentes da
amostra, nas bases de dados escolhidas, utilizando os descritores segundo o
DeCS, fazendo uso do operador booleano “and”, sendo estes: Educação em
Enfermagem and Competência Profissional and Educação Superior. Os critérios de
inclusão para a busca dos periódicos foram: artigos científicos publicados na
íntegra, disponíveis online e gratuitos, em português, no período de 2007 a
2018, que abordassem sobre a temática e respondessem à pergunta de pesquisa. E
como critérios de exclusão: periódicos incompletos e que não atendessem aos
critérios de inclusão. RESULTADOS: A apreciação das bases de dados
selecionadas teve como resultado 127 publicações nacionais. O quantitativo de
periódicos foi: LILACS 68 periódicos, BDENF 51 periódicos, MEDLINE 3
periódicos e SCIELO 5 periódicos. Do material obtido, 28 artigos foram
selecionados para realização de leitura minuciosa pela pesquisadora. De acordo
com os critérios de inclusão, foi verificado que 19 artigos responderam à
pergunta norteadora e constituíram o corpus da pesquisa. Evidenciou-se que a
participação em atividades de pesquisa e extensão, estágios extracurriculares,
o preparo dos docentes e a estrutura física da universidade foram citados
pelos egressos como fatores promotores para a formação profissional, e a
insuficiência de aulas práticas e estágios como agravantes. Entre os fatores
relacionados às características individuais, destacaram-se a imaturidade dos
egressos durante a graduação, o medo e a insegurança em desenvolver as
atividades.3 Em relação ao ensino de gerenciamento em Enfermagem, um estudo
revelou que recém-formados relataram a necessidade de melhorar a carga
horária, a distribuição e o aprofundamento de conteúdos dessa disciplina. Além
disso, os discursos destacaram a importância que o egresso atribui ao nome
conquistado pela faculdade junto ao mercado de trabalho e à sociedade de uma
forma geral, e atribui a esse nome uma importância que vai além da influência
pedagógica, como se o simples fato de ter estudado nessa instituição já
representasse, por si só, um grande diferencial.2 Quanto às atividades
teórico-práticas, muitos egressos apontaram esses momentos como sendo os mais
significativos do currículo, bem como destacaram sua contribuição no preparo
para inserção no mercado de trabalho. Dentre as dificuldades do processo de
formação para a inserção no mercado de trabalho, o principal aspecto citado
foi a discrepância existente entre a realidade de um hospital universitário, o
principal campo de prática durante a graduação e a realidade de outras
instituições, tanto públicas quanto particulares.5 Uma pesquisa revelou que a
situação dos campos de estágios ainda apresenta um quadro perturbador, no que
diz respeito à estrutura física precária, à escassez de materiais e à
observação de condutas inadequadas realizadas por profissionais
desqualificados. Logo, esses elementos irão revelar ao aluno a situação de
trabalho que encontrarão depois de formados, mas acabam prejudicando a sua
formação.4 Ainda com foco na recepção no campo de trabalho, egressos relataram
que muitos membros da equipe demonstraram certa resistência à figura do recém-
formado, desconfiando do seu preparo para a atuação como profissional, e foi
necessário um período de paciência e trabalho para que a equipe se habituasse
ao novo membro. Vale salientar que a continuidade no processo ensino-
aprendizagem foi algo relevante, demonstrando a conscientização de egressos
quanto à necessidade da busca e do aprimoramento constante de conhecimento.
Outro aspecto evidenciado foi a utilização de metodologias aplicadas pelos
docentes, as quais podem influenciar de maneira positiva o novo profissional,
que, ao se deparar com o mercado de trabalho, busca se espelhar em alguns
professores, reforçando a ideia de que tal metodologia utilizada durante sua
graduação foi eficaz.1 Muitos egressos acreditaram que a metodologia ativa
influenciou de maneira positiva seu aprendizado durante a graduação. Em
contrapartida, houve relatos em que egressos afirmaram ter sentido
dificuldades em aprender com o uso desse tipo de metodologia, bem como
relataram que poderiam ter sido implementadas mais aulas expositivas. Em
relação aos docentes, egressos destacaram a importância da relação afetiva, a
qual auxilia no aprendizado do acadêmico, fazendo com que este se apaixone
pelo curso e encontre menos dificuldades em sua trajetória educacional.
Ademais, o despreparo de alguns professores foi bastante evidente, sendo um
fator determinante no processo de formação acadêmica. Em contrapartida,
também, foi destacada de maneira positiva a atuação dos professores
substitutos, alegando que esses possuíam mais prática assistencial, visto que
os docentes efetivos apresentavam maior conhecimento de conteúdo teórico.5
CONCLUSÃO: Em suma, as evidências científicas demonstraram uma importante
contribuição da avaliação de enfermeiros recém-formados quanto ao processo de
formação acadêmica vivenciado por eles, dando ênfase a grande influência que
esse processo exerce no início da carreira profissional.
CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: O presente estudo fornece
subsídios para a reflexão de docentes, profissionais da área e estudantes
acerca do processo de formação acadêmica em Enfermagem e para a elaboração de
estratégias que possam aprimorar as práticas pedagógicas e a atuação do
enfermeiro no mundo do trabalho.
Referências: 1. MENDES, Eugênio Vilaça. A construção social da atenção primária à saúde, Conselho Nacional de Secretários de Saúde – CONASS. Brasília, Vol 1, Página 1999: C, 2015. Disponível em: Acesso em 01 Mai. 2017.
2. BRITO, Claudia Gonçalves Andrade; BARCELOS, Vagner Marins. Os Desafios do Enfermeiro para a Realização da Sistematização da Assistência de Enfermagem na Atenção Básica. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, Rio de Janeiro, Vol. 13. Páginas 129-143. 2017 Disponível em Acesso em: 16 Abr. 2017.
3. PEREIRA, Juliana Pereira. et al. A relevância da participação dos profissionais de enfermagem da estratégia de saúde da família na prevenção do câncer de colo de útero: uma revisão de literatura integrativa. REAS, Revista Eletrônica Acervo Saúde, Vol. 9, Páginas 1089-1095. 2017. Disponível em: Acesso em 29 Abr. 2017.
4. PEREZ, Carla Francine de Andrade; TOURINHO, Francis Solange Vieira; JUNIOR, Paulo Marcondes, Carvalho. Competências no processo de formação do enfermeiro para o cuidado ao envelhecimento: revisão integrativa. Texto Contexto Enferm, Florianópolis,Vol 3 página 25, 2016. Disponível em Acesso em: 01 Abr. 2017. |