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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 4966046

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4966046

PERSPECTIVAS DE ENFERMEIROS EGRESSOS ACERCA DA FORMAÇÃO ACADÊMICA E INSERÇÃO NO MERCADO DE TRABALHO

Autores:
Rafaela Lira Mendes Costa

Resumo:
INTRODUÇÃO: Formar profissionais aptos a responderem as demandas do mercado de trabalho tem sido o desafio dos educadores. Neste sentido, a graduação em Enfermagem, com base nas Diretrizes Curriculares e as exigências do mercado de trabalho, vêm sofrendo mudanças ao longo dos anos, a fim de facilitar e capacitar o desenvolvimento do trabalho do enfermeiro frente às dificuldades encontradas no primeiro emprego.1 Os egressos enfrentam, em seu cotidiano de trabalho, situações complexas que os levam a confrontar as competências desenvolvidas durante o curso com as requeridas no exercício profissional. A partir desta experiência, podem avaliar a adequação da estrutura pedagógica do curso que foi vivenciado, bem como sugerir mudanças que poderão intervir nesse processo.2 Mediante o exposto, surgiu a seguinte pergunta que impulsionou a realização deste estudo: quais são as perspectivas de enfermeiros egressos acerca da formação acadêmica em Enfermagem e inserção no mercado de trabalho no Brasil? OBJETIVO: Identificar as produções científicas que abordam sobre as perspectivas de egressos acerca da formação acadêmica em Enfermagem e inserção no mercado de trabalho. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: Revisão integrativa da literatura realizada nas bases de dados eletrônicos da Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) e Base de Dados em Enfermagem (BDENF). O estudo foi realizado no mês de janeiro à fevereiro de 2018. A primeira etapa se deu a partir da definição da questão de pesquisa norteadora e dos descritores para a procura dos artigos. Em seguida, foi realizada a busca das publicações componentes da amostra, nas bases de dados escolhidas, utilizando os descritores segundo o DeCS, fazendo uso do operador booleano “and”, sendo estes: Educação em Enfermagem and Competência Profissional and Educação Superior. Os critérios de inclusão para a busca dos periódicos foram: artigos científicos publicados na íntegra, disponíveis online e gratuitos, em português, no período de 2007 a 2018, que abordassem sobre a temática e respondessem à pergunta de pesquisa. E como critérios de exclusão: periódicos incompletos e que não atendessem aos critérios de inclusão. RESULTADOS: A apreciação das bases de dados selecionadas teve como resultado 127 publicações nacionais. O quantitativo de periódicos foi: LILACS 68 periódicos, BDENF 51 periódicos, MEDLINE 3 periódicos e SCIELO 5 periódicos. Do material obtido, 28 artigos foram selecionados para realização de leitura minuciosa pela pesquisadora. De acordo com os critérios de inclusão, foi verificado que 19 artigos responderam à pergunta norteadora e constituíram o corpus da pesquisa. Evidenciou-se que a participação em atividades de pesquisa e extensão, estágios extracurriculares, o preparo dos docentes e a estrutura física da universidade foram citados pelos egressos como fatores promotores para a formação profissional, e a insuficiência de aulas práticas e estágios como agravantes. Entre os fatores relacionados às características individuais, destacaram-se a imaturidade dos egressos durante a graduação, o medo e a insegurança em desenvolver as atividades.3 Em relação ao ensino de gerenciamento em Enfermagem, um estudo revelou que recém-formados relataram a necessidade de melhorar a carga horária, a distribuição e o aprofundamento de conteúdos dessa disciplina. Além disso, os discursos destacaram a importância que o egresso atribui ao nome conquistado pela faculdade junto ao mercado de trabalho e à sociedade de uma forma geral, e atribui a esse nome uma importância que vai além da influência pedagógica, como se o simples fato de ter estudado nessa instituição já representasse, por si só, um grande diferencial.2 Quanto às atividades teórico-práticas, muitos egressos apontaram esses momentos como sendo os mais significativos do currículo, bem como destacaram sua contribuição no preparo para inserção no mercado de trabalho. Dentre as dificuldades do processo de formação para a inserção no mercado de trabalho, o principal aspecto citado foi a discrepância existente entre a realidade de um hospital universitário, o principal campo de prática durante a graduação e a realidade de outras instituições, tanto públicas quanto particulares.5 Uma pesquisa revelou que a situação dos campos de estágios ainda apresenta um quadro perturbador, no que diz respeito à estrutura física precária, à escassez de materiais e à observação de condutas inadequadas realizadas por profissionais desqualificados. Logo, esses elementos irão revelar ao aluno a situação de trabalho que encontrarão depois de formados, mas acabam prejudicando a sua formação.4 Ainda com foco na recepção no campo de trabalho, egressos relataram que muitos membros da equipe demonstraram certa resistência à figura do recém- formado, desconfiando do seu preparo para a atuação como profissional, e foi necessário um período de paciência e trabalho para que a equipe se habituasse ao novo membro. Vale salientar que a continuidade no processo ensino- aprendizagem foi algo relevante, demonstrando a conscientização de egressos quanto à necessidade da busca e do aprimoramento constante de conhecimento. Outro aspecto evidenciado foi a utilização de metodologias aplicadas pelos docentes, as quais podem influenciar de maneira positiva o novo profissional, que, ao se deparar com o mercado de trabalho, busca se espelhar em alguns professores, reforçando a ideia de que tal metodologia utilizada durante sua graduação foi eficaz.1 Muitos egressos acreditaram que a metodologia ativa influenciou de maneira positiva seu aprendizado durante a graduação. Em contrapartida, houve relatos em que egressos afirmaram ter sentido dificuldades em aprender com o uso desse tipo de metodologia, bem como relataram que poderiam ter sido implementadas mais aulas expositivas. Em relação aos docentes, egressos destacaram a importância da relação afetiva, a qual auxilia no aprendizado do acadêmico, fazendo com que este se apaixone pelo curso e encontre menos dificuldades em sua trajetória educacional. Ademais, o despreparo de alguns professores foi bastante evidente, sendo um fator determinante no processo de formação acadêmica. Em contrapartida, também, foi destacada de maneira positiva a atuação dos professores substitutos, alegando que esses possuíam mais prática assistencial, visto que os docentes efetivos apresentavam maior conhecimento de conteúdo teórico.5 CONCLUSÃO: Em suma, as evidências científicas demonstraram uma importante contribuição da avaliação de enfermeiros recém-formados quanto ao processo de formação acadêmica vivenciado por eles, dando ênfase a grande influência que esse processo exerce no início da carreira profissional. CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: O presente estudo fornece subsídios para a reflexão de docentes, profissionais da área e estudantes acerca do processo de formação acadêmica em Enfermagem e para a elaboração de estratégias que possam aprimorar as práticas pedagógicas e a atuação do enfermeiro no mundo do trabalho.


Referências:
1. MENDES, Eugênio Vilaça. A construção social da atenção primária à saúde, Conselho Nacional de Secretários de Saúde – CONASS. Brasília, Vol 1, Página 1999: C, 2015. Disponível em: Acesso em 01 Mai. 2017. 2. BRITO, Claudia Gonçalves Andrade; BARCELOS, Vagner Marins. Os Desafios do Enfermeiro para a Realização da Sistematização da Assistência de Enfermagem na Atenção Básica. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, Rio de Janeiro, Vol. 13. Páginas 129-143. 2017 Disponível em Acesso em: 16 Abr. 2017. 3. PEREIRA, Juliana Pereira. et al. A relevância da participação dos profissionais de enfermagem da estratégia de saúde da família na prevenção do câncer de colo de útero: uma revisão de literatura integrativa. REAS, Revista Eletrônica Acervo Saúde, Vol. 9, Páginas 1089-1095. 2017. Disponível em: Acesso em 29 Abr. 2017. 4. PEREZ, Carla Francine de Andrade; TOURINHO, Francis Solange Vieira; JUNIOR, Paulo Marcondes, Carvalho. Competências no processo de formação do enfermeiro para o cuidado ao envelhecimento: revisão integrativa. Texto Contexto Enferm, Florianópolis,Vol 3 página 25, 2016. Disponível em Acesso em: 01 Abr. 2017.