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4863648 | ATIVIDADE ORIENTADORA DE ENSINO NA ORGANIZAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS DE ENSINO DO PENSAMENTO CRÍTICO | Autores: Rosely Kalil de Freitas Castro Carrari de Amorim ; Elizabeth Correia Ferreira Galvão ; Vilanice Alves de Araújo Püschel ; Claudia Maria Messias ; Anselmo Amaro dos Santos |
Resumo: **Introdução:** O pensamento Crítico é uma habilidade desejável nos enfermeiros e indispensável em estudantes de Enfermagem que deparam cada vez mais com o avanço tecnológico, com complexas questões éticas e legais e assistência a pacientes com demandas cada vez mais complexas, que exigirão o uso da interpretação, análise e avaliação. Sendo assim, os docentes de Enfermagem necessitam organizar as estratégias de ensino de modo que as atividades de aprendizagem sejam desempenhadas pelos estudantes efetiva. Ao determinar a estratégia a ser desenvolvida, o docente deve propor ações que desafiem ou possibilitem o desenvolvimento da aprendizagem. Ser um estrategista. No sentido de estudar, selecionar, organizar e propor as melhores ferramentas facilitadoras para que os estudantes se apropriem do conhecimento. Por meio das estratégias aplicam-se ou exploram-se meios, modos, jeitos e formas de evidenciar o pensamento, respeitando as condições favoráveis para executar ou fazer algo. Esses meios ou formas comportam determinadas dinâmicas, devendo considerar o movimento, as forças e o organismo em atividade. Atividade Orientadora de Ensino (AOE) apresenta-se como uma proposta de organização no qual é utilizada _“mostrar como o ensino está organizado e intervém no desenvolvimento intelectual do sujeito”._ Também visa ao desenvolvimento das funções psíquicas do sujeito. Neste caso, a ação do professor é intencional justamente para gerar a atividade do estudante. Assim, é importante que o objeto de ensino se constitua numa necessidade do estudante. Na orientação dos docentes sobre o ensino de PC a AOE é composta por conteúdos, objetivos e métodos dimensionados pelas interações histórico-culturais dos três elementos fundamentais do ensino: o objeto do conhecimento, o professor e o estudante. Nesta perspectiva compreende-se que PC pode ser aprendido por meio da interação social.
**Objetivos:** Identificar o conceito e como os docentes organizam e ensinam PC; Criar, implementar e investigar a aceitabilidade e a viabilidade de uma intervenção educativa piloto para a organização ensino das habilidades do Pensamento Critico por docentes do curso de Enfermagem de IES.
**Metodologia:** Pesquisa submetida ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Paulista/UNIP com aprovação sob o parecer de nº 1.864.320 / CAAE - 62651416.8.0000.5512. Os docentes receberam o convite via e-mail. Após o aceite e participar da pesquisa, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) conforme Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS) 466/12. Trata-se um de estudo piloto de intervenção educativa com delineamento quase-experimental, desenvolvido em duas etapas. Na primeira etapa foi realizada uma entrevista para identificar como os docentes em suas práticas pedagógicas organizam e ensinam as habilidades de PC aos estudantes. Na segunda etapa, foi apresentado aos docentes um programa educativo com diversas fases, sendo que uma das fases continha uma situação modelo com foco numa habilidade específica e objetivo de aplicar o conceito explicado à situação apresentada por meio de um esquema representacional que descreve as atividades de aprendizagem e as estratégias de ensino de PC.
**Resultados:** no período pré-intervenção, os docentes mencionam que compreendem PC mediante o uso contínuo de observação e reflexão, seguido de uma análise sobre uma situação onde se requer uma tomada de decisão. Ensinam PC com uso contínuo de reflexão e por métodos de questionamentos sob as situações vivenciadas no Estágio Curricular (EC). Após a intervenção foi possível identificar que as atividades de aprendizagem e as estratégias de ensino são sistematizadas; como atividade de grupo, os docentes apresentam um conceito de PC; identificam situações vivenciadas no EC que permitem ensinar as habilidades de PC; expressam que a intervenção permite a mobilização para os desenvolvimentos das estratégias de ensino e atividades de aprendizagem de PC, estimula a reflexão das atividades vividas no EC e oferece a oportunidade de determinar as estratégias mais adequadas para o ensino das habilidades de PC.
**Conclusão:** A AOE toma a dimensão de mediação ao se constituir como um modo de realização de ensino e de aprendizagem dos sujeitos que, ao agirem num espaço de aprendizagem, se modificam e, assim, também se constituirão em sujeitos de qualidade nova. Também cria condições para que os sujeitos interajam pela busca da solução, de modo que haja um movimento contínuo na construção coletiva da solução que opere em todas as direções entre indivíduos, grupos e o coletivo de sala de aula. A intervenção permitiu compreender que o ensino das habilidades de PC são mais efetivas, quando as atividades são organizadas a partir de situações já vivenciadas. Neste caso, práticas clínicas desenvolvidas no campo do EC. Torna-se evidente que a AOE contribui significativamente para o avanço e o desenvolvimento de estratégias de ensino de PC permitindo aos docentes a reflexão sobre as estratégias de ensino utilizadas nas práticas pedagógicas principalmente nas atividades do Estágio Curricular.
Referências: 1 Mendes EV. Entrevista: A abordagem das condições crônicas pelo Sistema Único de Saúde. Ciência & Saúde Coletiva. 2018; 23(2):431-35.
2 Pivetta HMF, Backes DS, Carpes A, Battistel ALHT, Marchiori M. Ensino, pesquisa e extensão universitária: em busca de uma integração efetiva. Linhas Críticas. 2010; 16(31):377-90.
3 Ferreira MA. Produção do conhecimento e responsabilidade do Pesquisador. Esc Anna Nery (impr.) 2013; 17 (3):405 – 08.
4 Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN 358/2009. Brasília, 2009, 3p. |