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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 4851103

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4851103

REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR PARA LEIGOS: RELATO DA EXPERIÊNCIA DE ENFERMAGEM NA EDUCAÇÃO EM SAÚDE DA POPULAÇÃO.

Autores:
Vanessa Fortes Silva ; Geovana Pfleger ; Suelen Dutra ; Keyla Cristiane do Nascimento ; Bárbara Duarte Dutra

Resumo:
Introdução: De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, estima-se que ocorra anualmente 200.000 paradas cardiorrespiratória no Brasil1. Sabe-se que a execução de compressões cardíacas em uma vítima de Parada Cardiorrespiratória (PCR), contribui consideravelmente para o aumento das taxas de sobrevivência2. Portanto, as ações realizadas durante os minutos iniciais de atendimento a uma emergência são críticas em relação à sobrevivência da vítima. Porém, com a falta de capacitação da população e ausência de desfibrilador externo automático (DEA) em locais públicos, aumenta a mortalidade das mesmas1. Com relação a PCR, 50% dos casos ocorrem no ambiente extra-hospitalar e um número considerável dessas vítimas não recebem manobras de Reanimação Cardiopulmonar (RCP)3. O tempo que a pessoa permanece em PCR sem um suporte de reanimação é um fator essencial para determinar sua sobrevida, esse suporte pode ser realizado por qualquer pessoa, desde que seja devidamente treinada4. A reanimação cardiopulmonar para leigos enfatiza o reconhecimento e a realização precoce das manobras de RCP com foco na realização de compressões torácicas de boa qualidade, assim como na rápida desfibrilação. Esses aspectos são de fundamental importância e podem fazer diferença no desfecho dos casos como sobrevida hospitalar sem sequelas neurológicas. A atividade de educação em saúde teve a finalidade de difundir a técnica correta de compressão cardíaca ao maior número possível de pessoas. Objetivo: Descrever a experiência dos acadêmicos de enfermagem no treinamento teórico-prático à população, das manobras de reanimação cardiopulmonar para leigos. Descrição metodológica: Trata-se de um relato de experiência de caráter descritivo, feito por acadêmicas de enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina que atuam na Liga Acadêmica de Enfermagem Pré-Hospitalar e Emergência (LAEPE). O relato se refere ao desenvolvimento do evento Dia Nacional da Reanimação Cardiopulmonar, em sua primeira edição na cidade de Florianópolis/SC. Realizado em um shopping de grande circulação da região, a atividade de educação em saúde gratuita e sem fins lucrativos, ocorreu no dia 26 de agosto de 2017, no período das 10h às 22h. No local foram expostos cartazes do tipo banners e vídeos didáticos de campanhas da _American Heart Association_ (AHA) disponíveis no Youtube. O público-alvo foram pessoas leigas que estivessem interessadas em aprender como executar manobras de reanimação cardiopulmonar, sem limite de idade. Participaram da atividade como monitores do evento docentes, enfermeiros e acadêmicos de enfermagem pertencentes a LAEPE, devidamente treinados nas habilidades exigidas: RCP adulto para leigos, uso do DEA e RCP pediátrico para leigos.  A abordagem foi individual em três estações distintas: 1ª estação: RCP adulto; 2ª estação: uso do DEA na reanimação cardiopulmonar; 3ª estação: RCP pediátrico.  Cada participante foi treinado por um dos monitores, totalizando um tempo estimado entre 15-30 minutos, por pessoa. Após o treinamento, cada participante recebeu um folder informativo padronizado e uniformizado, contendo informações dos protocolos recém-aprendidos: (1) Reconhecer a parada cardiorrespiratória, (2) Chamar ajuda e (3) Iniciar a RCP, a fim de facilitar a compreensão e consulta posterior.  Resultados: Foram treinadas para aprender as manobras de RCP 215 pessoas, na faixa etária entre 06 a 78 anos. Quando questionados se já haviam recebido treinamento de RCP, a maioria (81,4%) informou não haver recebido qualquer tipo de instrução sobre o tema. Para os discentes, a atividade proporcionou fixar e aprender com mais veemência o conteúdo de RCP ministrado em sala de aula, visto que tiveram a oportunidade de colocar em prática por meio de uma simulação com o uso de um manequim, as manobras de RCP. Além disso, a experiência proporcionou a imersão e ampliação dos conhecimentos em educação em saúde, visto que a atividade demandou organização, planejamento e a execução da atividade junto à comunidade. A interação com a comunidade, por sua vez, oportunizou melhora na comunicação e troca de informações, sendo instrumentos valiosos para a prática do Enfermeiro. A atividade contribuiu para maior percepção da importância da educação em saúde para população, compartilhando conhecimentos na área de urgência e emergência e multiplicando pessoas capazes de realizar manobras iniciais de RCP, visto que diariamente todos nós, em sociedade, estamos expostos a situações desta gravidade. A experiência de educação em saúde em questão permitiu crescimento acadêmico, expandindo as atividades teórico-práticas preconizadas pelo currículo da instituição em que estão inseridas. Conclusão: A informação sobre manobras de RCP e utilização do DEA não se restringem aos profissionais de saúde, pois geralmente as primeiras pessoas que presenciam a ocorrência de PCR são leigas. Desse modo, o treinamento para a comunidade é essencial como suporte básico para a vida das vítimas de PCR; pois contribui para a sobrevida e redução do número de óbitos.  O evento realizado, além de possibilitar o acesso à informação, facultou a troca de experiências e a suprir a falta de conhecimento sobre a temática, considerando-se a baixa divulgação desse conhecimento nas comunidades em geral. A enfermagem atua na linha de frente do cuidado aos pacientes, geralmente sendo a primeira equipe a chegar ao local da vítima, seja no ambiente pré-hospitalar ou intra-hospitalar. Dessa forma, a participação em um evento de capacitação da população, também contribui para o aprofundamento dos acadêmicos sobre o tema, moldando futuros profissionais cada vez mais aptos para atuar em paradas cardiorrespiratórias, resultando em uma melhor assistência e por consequência uma redução do número de óbitos. Além disso, dentro das diversas faces da enfermagem, destaca-se a atuação na educação em saúde, que poderá ser realizada tanto para a população ou para os profissionais de saúde na forma de educação permanente. Portanto a construção e atuação em um evento como foi o Dia da Ressuscitação Cardiopulmonar, contribui para a disseminação do conhecimento e atendimento mais seguro as vítimas. Contribuições/implicações para a área enfermagem: A educação em saúde das manobras de reanimação cardiopulmonar poderá contribuir na diminuição da mortalidade atual das vítimas de parada cardiorrespiratória, bem como na sobrevida hospitalar sem sequelas neurológicas além de divulgar a importância desse conhecimento para salvar uma vida.


Referências:
1. Conselho Federal de Enfermagem. Parecer Técnico COREN/SC Nº010/CT/2015. Disponível em: . Acesso em: 25 set. 2017. 2. Pasquali, L. Psicometria: teoria e aplicações. Brasília. Universidade de Brasília, 1997. 3. Pasquali, L. Princípios de elaboração de escalas psicológicas. Rev.Psiq.Clin., v. 25, n. 5, p. 206-13, Edição Especial, 1998. Disponível em: http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/r255/conc255a.htm. Acesso em: 07 ago. 2017.