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4851103 | REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR PARA LEIGOS: RELATO DA EXPERIÊNCIA DE ENFERMAGEM NA EDUCAÇÃO EM SAÚDE DA POPULAÇÃO. | Autores: Vanessa Fortes Silva ; Geovana Pfleger ; Suelen Dutra ; Keyla Cristiane do Nascimento ; Bárbara Duarte Dutra |
Resumo: Introdução: De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, estima-se que
ocorra anualmente 200.000 paradas cardiorrespiratória no Brasil1. Sabe-se que
a execução de compressões cardíacas em uma vítima de Parada
Cardiorrespiratória (PCR), contribui consideravelmente para o aumento das
taxas de sobrevivência2. Portanto, as ações realizadas durante os minutos
iniciais de atendimento a uma emergência são críticas em relação à
sobrevivência da vítima. Porém, com a falta de capacitação da população e
ausência de desfibrilador externo automático (DEA) em locais públicos, aumenta
a mortalidade das mesmas1. Com relação a PCR, 50% dos casos ocorrem no
ambiente extra-hospitalar e um número considerável dessas vítimas não recebem
manobras de Reanimação Cardiopulmonar (RCP)3. O tempo que a pessoa permanece
em PCR sem um suporte de reanimação é um fator essencial para determinar sua
sobrevida, esse suporte pode ser realizado por qualquer pessoa, desde que seja
devidamente treinada4. A reanimação cardiopulmonar para leigos enfatiza o
reconhecimento e a realização precoce das manobras de RCP com foco na
realização de compressões torácicas de boa qualidade, assim como na rápida
desfibrilação. Esses aspectos são de fundamental importância e podem fazer
diferença no desfecho dos casos como sobrevida hospitalar sem sequelas
neurológicas. A atividade de educação em saúde teve a finalidade de difundir a
técnica correta de compressão cardíaca ao maior número possível de pessoas.
Objetivo: Descrever a experiência dos acadêmicos de enfermagem no treinamento
teórico-prático à população, das manobras de reanimação cardiopulmonar para
leigos. Descrição metodológica: Trata-se de um relato de experiência de
caráter descritivo, feito por acadêmicas de enfermagem da Universidade Federal
de Santa Catarina que atuam na Liga Acadêmica de Enfermagem Pré-Hospitalar e
Emergência (LAEPE). O relato se refere ao desenvolvimento do evento Dia
Nacional da Reanimação Cardiopulmonar, em sua primeira edição na cidade de
Florianópolis/SC. Realizado em um shopping de grande circulação da região, a
atividade de educação em saúde gratuita e sem fins lucrativos, ocorreu no dia
26 de agosto de 2017, no período das 10h às 22h. No local foram expostos
cartazes do tipo banners e vídeos didáticos de campanhas da _American Heart
Association_ (AHA) disponíveis no Youtube. O público-alvo foram pessoas leigas
que estivessem interessadas em aprender como executar manobras de reanimação
cardiopulmonar, sem limite de idade. Participaram da atividade como monitores
do evento docentes, enfermeiros e acadêmicos de enfermagem pertencentes a
LAEPE, devidamente treinados nas habilidades exigidas: RCP adulto para leigos,
uso do DEA e RCP pediátrico para leigos. A abordagem foi individual em três
estações distintas: 1ª estação: RCP adulto; 2ª estação: uso do DEA na
reanimação cardiopulmonar; 3ª estação: RCP pediátrico. Cada participante foi
treinado por um dos monitores, totalizando um tempo estimado entre 15-30
minutos, por pessoa. Após o treinamento, cada participante recebeu um folder
informativo padronizado e uniformizado, contendo informações dos protocolos
recém-aprendidos: (1) Reconhecer a parada cardiorrespiratória, (2) Chamar
ajuda e (3) Iniciar a RCP, a fim de facilitar a compreensão e consulta
posterior. Resultados: Foram treinadas para aprender as manobras de RCP 215
pessoas, na faixa etária entre 06 a 78 anos. Quando questionados se já haviam
recebido treinamento de RCP, a maioria (81,4%) informou não haver recebido
qualquer tipo de instrução sobre o tema. Para os discentes, a atividade
proporcionou fixar e aprender com mais veemência o conteúdo de RCP ministrado
em sala de aula, visto que tiveram a oportunidade de colocar em prática por
meio de uma simulação com o uso de um manequim, as manobras de RCP. Além
disso, a experiência proporcionou a imersão e ampliação dos conhecimentos em
educação em saúde, visto que a atividade demandou organização, planejamento e
a execução da atividade junto à comunidade. A interação com a comunidade, por
sua vez, oportunizou melhora na comunicação e troca de informações, sendo
instrumentos valiosos para a prática do Enfermeiro. A atividade contribuiu
para maior percepção da importância da educação em saúde para população,
compartilhando conhecimentos na área de urgência e emergência e multiplicando
pessoas capazes de realizar manobras iniciais de RCP, visto que diariamente
todos nós, em sociedade, estamos expostos a situações desta gravidade. A
experiência de educação em saúde em questão permitiu crescimento acadêmico,
expandindo as atividades teórico-práticas preconizadas pelo currículo da
instituição em que estão inseridas. Conclusão: A informação sobre manobras de
RCP e utilização do DEA não se restringem aos profissionais de saúde, pois
geralmente as primeiras pessoas que presenciam a ocorrência de PCR são leigas.
Desse modo, o treinamento para a comunidade é essencial como suporte básico
para a vida das vítimas de PCR; pois contribui para a sobrevida e redução do
número de óbitos. O evento realizado, além de possibilitar o acesso à
informação, facultou a troca de experiências e a suprir a falta de
conhecimento sobre a temática, considerando-se a baixa divulgação desse
conhecimento nas comunidades em geral. A enfermagem atua na linha de frente do
cuidado aos pacientes, geralmente sendo a primeira equipe a chegar ao local da
vítima, seja no ambiente pré-hospitalar ou intra-hospitalar. Dessa forma, a
participação em um evento de capacitação da população, também contribui para o
aprofundamento dos acadêmicos sobre o tema, moldando futuros profissionais
cada vez mais aptos para atuar em paradas cardiorrespiratórias, resultando em
uma melhor assistência e por consequência uma redução do número de óbitos.
Além disso, dentro das diversas faces da enfermagem, destaca-se a atuação na
educação em saúde, que poderá ser realizada tanto para a população ou para os
profissionais de saúde na forma de educação permanente. Portanto a construção
e atuação em um evento como foi o Dia da Ressuscitação Cardiopulmonar,
contribui para a disseminação do conhecimento e atendimento mais seguro as
vítimas. Contribuições/implicações para a área enfermagem: A educação em saúde
das manobras de reanimação cardiopulmonar poderá contribuir na diminuição da
mortalidade atual das vítimas de parada cardiorrespiratória, bem como na
sobrevida hospitalar sem sequelas neurológicas além de divulgar a importância
desse conhecimento para salvar uma vida.
Referências: 1. Conselho Federal de Enfermagem. Parecer Técnico COREN/SC Nº010/CT/2015. Disponível em: . Acesso em: 25 set. 2017.
2. Pasquali, L. Psicometria: teoria e aplicações. Brasília. Universidade de Brasília, 1997.
3. Pasquali, L. Princípios de elaboração de escalas psicológicas. Rev.Psiq.Clin., v. 25, n. 5, p. 206-13, Edição Especial, 1998. Disponível em: http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/r255/conc255a.htm. Acesso em: 07 ago. 2017. |