E-Pôster
4826495 | QUALIDADE DE VIDA DE TRABALHADORAS DO SETOR DE TELEMARKETING | Autores: Ana Paula Vanz ; Josiane Graziela da Silva |
Resumo: **INTRODUÇÃO**: A saúde do trabalhador é uma condição essencial e fundamental para o convívio social, no Brasil encontra-se integrada ao Sistema Único de Saúde (SUS) como um direito garantido constitucionalmente, e reiterado pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A definição de qualidade de vida (QV) na grande maioria é semelhante, mas nem sempre concordantes, no trabalho ocorre no momento que se percebe a empresa e o indivíduo como um todo, com isso promovendo a segurança, bem-estar, assegurando qualidade no trabalho, produtividade e satisfação na vida familiar e pessoal. A Organização Mundial da Saúde (OMS), define a QV como “[...] percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. A motivação e satisfação dos trabalhadores dentro de uma empresa é fundamental, e isso se repercute até na produtividade, mas para que isso possa acontecer, a empresa e gestores precisam se preocupar com o bem-estar físico do trabalhador. O telemarketing é caracterizado por um conjunto de atividades relacionada a telecomunicação, sistemas de informática ou mídia, os quais indivíduos que atuam no setor de telemarketing passam a maior parte da jornada laboral sentados, falando ao telefone, com movimentos repetitivos e trabalhando sob pressão. Algumas doenças são advindas das atividades laborais, dentre elas estão: LER (Lesões por esforço repetitivo), distúrbios psíquicos, hábitos alimentares inadequados, estresse psicológico, dores corporais e as lesões das cordas vocais (disfonias). As LER e DORT (Distúrbios Osteomuscular Relacionado ao Trabalho) são fatores relacionados a atividades repetitivas, posturas inadequadas, trabalho muscular estático, sobrecarga mental, ritmo intenso de trabalho, pressão por produção, frio e calor; a qual tem representado importante fração do conjunto dos adoecimentos relacionado ao trabalho, atingindo homens e mulheres, provocando afastamento da atividade laboral, que muitas vezes evolui para incapacidade parcial e, em algumas situações incapacidade permanente, gerando aposentadoria por invalidez, o que gera auto custo para previdência social. Esses problemas de saúde influenciam diretamente na QV dos colaboradores, emergindo sentimentos de desconforto, desprazer, sofrimento, culminando com que o colaborador falte ao trabalho. De forma geral, o trabalho em Telemarketing é temporário, pois quando o indivíduo encontra melhores oportunidades ou concluem alguma formação acadêmica, este trabalho é substituído. **OBJETIVO**: O presente estudo teve como objetivo avaliar a QV do profissional do setor de telemarketing. **DESCRIÇÃO METODOLOGICA**: Este é um estudo transversal com abordagem quantitativa, que foi realizado em uma empresa metalúrgica, localizada na serra gaúcha no período de Agosto a Outubro 2017. Para a avaliação da QV, foi aplicado o instrumento da Organização Mundial da Saúde o WHOQOL–bref, validado na população brasileira, composto de 26 questões distribuídas em quatro domínios, que são: o físico, o psicológico, as relações sociais e o meio ambiente. Esses resultam em escores que variam de 0 a 100. Além disso, o instrumento possui duas questões que analisam a QV no geral; quanto mais próximo de 100 a média, melhor a QV. Estudo seguiu a Resolução 466/2012- Conselho Nacional de Saúde e foi aprovado pelo Comitê de Ética da FACCAT (CAAE: 71393217.9.0000.8135). A aplicação do instrumento do estudo foi realizada após o processo de obtenção do Termo de Consentimento Livre Esclarecido. **RESULTADOS**: Participaram do estudo 49 profissionais do setor de Telemarketing, todas do sexo feminino, com média de idade de 26,84 (±5,11) anos, em relação ao tempo de escolaridade, a média foi de 11,87 (±2,69) anos e o tempo de empresa em média 1 ano, tendo a carga horária de trabalho de 6 horas diárias em 95,9% da amostra. Quando perguntadas sobre a satisfação do seu trabalho, 42 (85,7%) responderam que se sentem satisfeitas com a atividade laboral, entretanto, 53,1% considerou-o cansativo e exaustivo. Em relação aos domínios do estudo, a maior média foi do domínio social de 80,10 (±12,93). O que teve a menor média foi o domínio ambiental, com 65,51 (±11,52). A QV geral teve um escore de 72,42 (±9,46). O sono foi uma variável que se correlacionou positivamente com vários domínios de QV avaliados, isso pode ser justificado pelo fato de que esse é fundamental para o sentir-se bem e com a disposição para efetuar tarefas cotidianas. **CONCLUSÃO**: Com os resultados obtidos nesta pesquisa, foi possível identificar variáveis que parecem influenciar de forma importante na QV nessa amostra, que foram a atividade laboral e o sono. Em relação ao trabalho cansativo e exaustivo houve significância entre os domínios. Conclui-se que a importância de conhecer o impacto que essa rotina pode causar na saúde do trabalhador e na QV é fundamental, pois somente assim podem ser desenvolvidos planejamentos e ações de assistência e intervenções no ambiente de trabalho, sejam as ergonômicas ou até mesmo as de bem-estar no ambiente laboral, fazendo com que diminuam os afastamentos do trabalho, melhore a satisfação com o trabalho e, por consequência, interfira positivamente na QV. Este trabalho chamou a atenção para aquilo que, às vezes, é assumido como natural: a presença exclusiva de mulheres em determinados cargos de trabalho isso merece maior atenção dos profissionais da saúde, pois, além das questões de diferenças de gênero, tem-se que assumir que as mulheres acumulam funções, as familiares e as de trabalho externo, o que pode ocasionar maior prejuízo em sua saúde.
Referências: 1. Falco SM, Abdellah, FG. Teoria de enfermagem: dos fundamentos à prática profissional. 4ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul; 2000. p. 121-32.
2. George JB. Teorias de enfermagem: os fundamentos à prática profissional. 4ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul; 2000.
3.Gurgel PKF, Tourinho FSV, Monteiro AI. Consulta coletiva de crescimento e desenvolvimento da criança à luz da teoria de Peplau. Esc Anna Nery. 2014 set; 18(3): 539-543.
4. Santos DFV, Silva LDG, Reis LM, Tacla MTGM, Ferrari RAP. Aplicação da teoria de Abdellah no histórico de enfermagem em pediatria: relato de experiência. Ciênc Cuid Saúde. 2011; 10(2):353-358.
5. Schaurich D, Paula CC, Padoin SMM, Motta MGC. Utilização da teoria humanística de Paterson e Zderad como possibilidade de prática em enfermagem pediátrica. Esc Anna Nery Rev Enferm 2005 jan; 9(2): 265-70. |