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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 4788078

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4788078

MAPEAMENTO CRUZADO DE DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA

Autores:
Ana Carolina Ribeiro Tamboril ; Naanda Kaanna Matos de Souza ; Adriana de Moraes Bezerra ; Maria Corina Amaral Viana ; Joao Emanuel Pereira Domingos

Resumo:
Introdução: No contexto da assistência a pacientes em situação crítica de saúde, a atenção prestada pela equipe de enfermagem precisa estar devidamente organizada, adequando-se às especificidades do ambiente de cuidados críticos e especializados, e aos saberes e estratégias de cuidado fundamentadas no conhecimento científico da profissão.1 O Processo de Enfermagem torna-se, então, ferramenta potente para a organização da assistência de enfermagem em ambientes de cuidados críticos e para planejamento das ações de enfermagem. Com relação à prática em cuidados críticos, pesquisas evidenciam que a aplicação das taxonomias na prática do enfermeiro intensivista implica na construção de um corpo de conhecimentos próprios do enfermeiro para essa especialidade, baseado em evidências científicas para o cuidado de pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva.2 Objetivo: Analisar os diagnósticos de enfermagem elencados em uma Unidade de Terapia Intensiva conforme os diagnósticos e respectivos domínios da NANDA I (2015-2017). Descrição Metodológica: Cabe salientar que o projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da instituição do estudo, via plataforma Brasil, conforme preconiza a Resolução 466/12 do CNS, obtendo parecer favorável conforme parecer nº 2.184.015.3 Os dados apresentados aqui constituem um recorte de um projeto de dissertação em fase de finalização. Tratou-se de um estudo documental, com abordagem quantitativa e caráter retrospectivo. A população do estudo foi composta 75 prontuários de pacientes admitidos no em Unidade Terapia Intensiva de um hospital de grande porte do estado do Ceará.  Os critérios de inclusão foram: a) ter idade acima de 18 anos; b) receber a sistematização da assistência de enfermagem por meio do sistema informacional da instituição, registrado em prontuário. O sistema de registro informatizado do cenário de estudo, nomeado _ArsVitae_ possui 10 diagnósticos de risco. Utilizou-se da técnica de mapeamento cruzado para análise dos diagnósticos contidos no sistema, obedecendo às seguintes etapas: seleção dos prontuários elegíveis; descrição livre e transcrição dos diagnósticos de enfermagem identificados nos registros de enfermagem; comparação dos termos com presentes nos diagnósticos e domínios da classificação NANDA I com concordância plena ou parcial; determinação dos diagnósticos e domínios da NANDA I correspondentes, com concordância plena ou parcial. 4 Resultados: Referente ao perfil sociodemográfico da amostra, observou-se a preponderância do sexo feminino com 50,66% (n=38). Quanto à escolaridade, destacou-se o ensino fundamental completo, com 17,33% (n=13) e a classificação sem escolaridade, também com 17,33% (n=13). A análise da situação ocupacional revelou prevalência da atividade aposentado como ocupação (33,33%). A média de idade da amostra foi de 53,09 anos e a renda familiar média foi de R$ 1.399,00. Referente à associação dos 16 diagnósticos ArsVitae com os domínios NANDA-I, verificou-se a seguinte distribuição: Domínio 1-Segurança/Proteção (quatro diagnósticos _ArsVitae_), Domínio 4-Atividade/Repouso (quatro diagnósticos _ArsVitae_), Domínio 11-Promoção da Saúde (quatro diagnósticos _ArsVitae_) e Domínio 12-Conforto (um diagnóstico _ArsVitae_). Não foi observado diagnóstico de enfermagem para os domínios Eliminação e Troca, Percepção/Cognição, Autopercepção, Papéis e Relacionamentos, Sexualidade, Enfrentamento/Tolerância ao Estresse, Princípios da Vida e Crescimento/Desenvolvimento.4 Com relação à correspondência dos diagnósticos _ArsVitae_ com os diagnósticos contidos na NANDA I, observou-se a seguinte equivalência: DE_ ArsVitae_ “Risco de infecção relacionado à assistência à saúde” – DE NANDA I equivalente “Risco de Infecção”; DE_ ArsVitae_ “Risco de broncoaspiração relacionado a: náuseas, problemas de deglutição, problemas de respiração, uso de sondas” – DE NANDA I equivalente “Risco de aspiração”; DE_ ArsVitae_ “Risco de queda relacionado à percepção sensorial alterada ou confusão aguda e crônica ou deambulação prejudicada” – DE NANDA I equivalente “Risco de quedas”; DE_ ArsVitae_ “Risco de hipo ou hiperglicemia relacionado à desequilíbrio dos níveis de glicose” – DE NANDA I equivalente “Risco de glicemia instável”; DE_ ArsVitae_ “Risco de desnutrição relacionado à nutrição desequilibrada para menos que as necessidades corporais” – DE NANDA I equivalente “Nutrição desequilibrada: menor que as necessidades corporais”; DE_ ArsVitae_ “Risco de lesão de pele relacionado à imobilidade no leito, intervenção cirúrgica, monitoramento contínuo ou integridade da pele prejudicada” – DE NANDA I equivalente “Risco de integridade da pele prejudicada”.4 Não foram encontrados DE NANDA I equivalentes para os seguintes diagnósticos: Risco de extubação relacionado à ventilação mecânica; Risco de piora do quadro clínico relacionado à perfusão tissular inadequada e sistema cardiopulmonar alterado; Risco de reação transfusional e Risco de reação medicamentosa relacionada à terapêutica polifarmacológica.4 Discussão: Dos 10 diagnósticos de risco contidos no sistema _ArsVitae_, apenas seis possuíam DE NANDA I equivalente, visto que não foi evidenciado o seguimento de alguma classificação para a determinação destes diagnósticos. Outro dado relevante consiste na correspondência de apenas três dos 13 domínios elencados pela NANDA I (2015-2017). Os Sistemas de Linguagens Padronizadas (SLP) de enfermagem podem ser definidos como estruturas que organizam uma terminologia, utilizada entre os profissionais enfermeiros, para descrever as diversas ações pertinentes ao cuidado de enfermagem.5 A incorporação desses sistemas na prática clínica da enfermagem constitui movimento recente e desafiador, principalmente no que tange ao raciocínio clínico e posicionamento profissional frente à consolidação do saber próprio da enfermagem. Sem o uso dos mesmos, os profissionais dispõem apenas da linguagem livre para a expressão e registro de seus julgamentos e decisões clínicas. São ferramentas com potencial de conferir confiabilidade, validade e usabilidade à documentação de enfermagem.5 Conclusões: a padronização viabilizada pelo uso das terminologias representa um esforço para a uniformização da linguagem em enfermagem.  A inclusão destas nos sistemas de informação proporciona um meio abrangente de resgate da contribuição singular da enfermagem, em um formato consistente e passível de quantificações. Na pratica clínica, a correlação identificada pode subsidiar o melhoramento deste software utilizado pela enfermagem para pacientes hospitalizados em terapia intensiva. O perfil identificado pode contribuir para o fortalecimento da identidade profissional e esclarecimento do corpo de conhecimento próprio da enfermagem em UTI. Contribuições para a enfermagem: Com a finalidade de gestão da informação, o uso das classificações favorece o gerenciamento do cuidado uma vez que descreve e clarifica as decisões clínicas envolvidas na qualidade, segurança e resultados das ações de enfermagem no paciente. A avaliação da assistência nos serviços de saúde depende da disponibilidade das informações em saúde. Tais dados devem ser passíveis de comparação, recuperação, integração e síntese. Dessa forma, os SLP tem importante papel na elaboração de dados relevantes para a avaliação da assistência, possibilitando também análises de custos e de efetividade clínica.


Referências:
1. Menezes SRT, Priel MR, Pereira LL. Autonomia e vulnerabilidade do enfermeiro na prática da Sistematização da Assistência de Enfermagem. Rev Esc Enferm USP. 2011. Acesso em 12 Fev. 2018. 45 (4): 953-8. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v45n4/v45n4a23.pdf 2. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução n° 358/2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências [internet]. Brasília, 2009 [Acesso em 12 Fev. 2018]. Disponível em: http://site.portalcofen.gov.br/node/4384 3. Malagutti W, Bonfim IM. Enfermagem no centro cirúrgico: atualidades e perspectivas no ambiente cirúrgico. 3. ed. São Paulo: Martinari, 2013. p. 211-219. 4. Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização – SOBECC. Práticas recomendadas. 7. ed. São Paulo: SOBECC; 2017.