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Resumo: 4723761

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4723761

DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM DA TAXONOMIA DA NANDA NO PERIOPERATORIO DOS RNs COM DIAGNÓSTICO DE GASTROSQUISE

Autores:
Fernanda Eulesia Pierri Hubert ; Patricia Eulésia Pierri Müller

Resumo:
DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM DA TAXONOMIA DA NANDA NO PERIOPERATORIO DOS RNs COM DIAGNÓSTICO DE GASTROSQUISE O termo recém-nascido (RN) foi primeiramente empregado na década de 50, para designar um grupo de bebês, na maioria das vezes prematuros, que apresentam maior possibilidade de manifestar problemas neonatais imediatos e/ou sequelas futuras (PORTO, 2001). O RN de alto risco tem instabilidade fisiológica como decorrência distúrbios congênitos, alteração metabólica, prematuridade, asfixia Perinatal e problemas durante a gravidez, precisando de cuidados intensos após o nascimento (TAMEZ; SILVA, 2013). Recentemente, uma das grandes causas de internações em uma UTIN são ainda RNs nascidos com Malformação Congênita. A mais comum destas é a Gastrosquise que constitui uma Malformação Congênita caracterizada pelo fechamento incompleto da parede abdominal, que pode ser diagnosticada durante o período gestacional através do procedimento ultrassonografia obstétrico a partir da décima segunda semana de gestação. Esta Malformação não constitui indicação para interrupção da gestação e sim a escolha em relação ao tipo de parto. Preferencialmente, o parto deverá ser realizado em um local que haja boas condições obstétricas, neonatais e com uma equipe de Cirurgia Pediátrica (CIPE) (PATRONI, et.al, 2000). Logo após o nascimento este RN deverá ser submetido à cirurgia para o fechamento da parede abdominal em até 24 horas pós-parto. No entanto, é sabido que a preocupação em sistematizar a assistência tem sido percebida pela Enfermagem há décadas, e uma das ferramentas utilizadas pelos enfermeiros para o planejamento destas atividades é o processo de enfermagem, que Horta (1979) descreveu como a dinâmica das áreas sistematizadas e inter-relacionadas, que visam à assistência ao ser humano. O planejamento e o desenvolvimento de intervenções de enfermagem adequadas estão associados à prevenção e solução de problemas relacionados ao RN internado em uma UTIN (DUARTE; ELLENSOHN 2007). Os diagnósticos de enfermagem se tornaram muito frequentes em meados da década de 1990, quando se observa uma preocupação em aperfeiçoar e legitimar os diagnósticos descritos pela Taxonomia da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA) e em aumentar sua capacidade de generalização e predição. Assim, este estudo tem como objetivo descrever os principais diagnósticos de enfermagem no pré e pós-operatório dos RN com diagnóstico de Gastrosquise. Dentro deste contexto, a observação e a vivência dessa realidade no decorrer da prática, trazem questionamentos sobre: como se pode melhorar a qualidade dos cuidados realizados no pré e pós-operatório dos RN com diagnóstico de Gastrosquise? Trata-se de um estudo descritivo de abordagem qualitativa, na qual o resultado foi apresentado em forma de quadro. Considerando a relevância da implantação de uma assistência integral e individualizada, voltada às necessidades do paciente durante todas as fases do seu tratamento, é fundamental a realização de estudos voltados à identificação dos diagnósticos de enfermagem em todo o período perioperatório. A assistência de enfermagem perioperatória deve ser individualizada, contínua e planejada, compreendendo o paciente em todas as fases, mediante a avaliação do enfermeiro nos períodos pré e pós-operatórios. Esta assistência é de fundamental importância dentro do contexto do atendimento hospitalar. Além dos cuidados de enfermagem que visam promover o conforto e o bem-estar do paciente, o profissional deve ter amplo conhecimento das alterações fisiológicas induzidas pelo ato cirúrgico, estando preparado a detectar precocemente alterações que possam comprometer a evolução do paciente. Assim, foi possível identificar alguns possíveis diagnósticos de enfermagem indicando as características definidoras e fatores relacionados ou fatores de risco da taxonomia de NANDA, apresentados a seguir: Amamentação Interrompida, caracterizado por contraindicações a amamentação, relacionados à Amamentação não exclusiva, Doenças do lactente e Separação mãe lactente; Eliminação Urinaria Prejudicada, relacionado à Dano sensório-motor, Múltiplas causas, caracterizado por Incontinência urinaria; Risco de constipação caracterizado por Fraqueza dos músculos abdominais; Risco de motilidade gastrintestinal disfuncional caracterizado por Circulação gastrintestinal diminuída, Infecção e Prematuridade; Toca de gases prejudicada relacionado à Desequilíbrio na relação ventilaçao-perfusao, caracteriza por Padrão respiratório anormal e Gases sanguíneos arteriais anormais; Padrão do sono prejudicado relacionado à Imobilização, caracterizado por Alteração no padrão do sono; Risco de perfusão gastrintestinal ineficaz, caracterizado por Doença gastrointestinal; Risco de paternidade ou maternidade prejudicada, caracterizado por Atraso no desenvolvimento, Doença, Separação prolongada dos pais; Deglutição prejudicada relacionado à Condição respiratória e Histórico de alimentação por sonda, caracterizado Pega ineficaz e Sucção ineficaz; Risco de choque, caracterizado por Hipóxia, Infecção, Sepse, Hipotensão; Integridade da pele prejudicada relacionado à Agente farmacológicos, Hipertermia, Hipotermia, Alteração no metabolismo, Pressão sobre saliência óssea, caracterizado por Alterações na integralidade da pele; Risco de infecção, caracterizado por Enfermidades crônicas, Procedimentos invasivos; Padrão Ineficaz de Alimentação do Lactente relacionado à Hipersensibilidade oral, Prematuridade, Estado de jejum oral prolongado, caracterizado por Incapacidade de coordenar a sucção, a deglutição e a respiração (NANDA, 2015). Desta forma, foram identificados 13 possíveis diagnósticos de enfermagem, focando-se na contribuição destes Diagnósticos de Enfermagem para uma melhor assistência à saúde das crianças que serão submetidas a procedimentos cirúrgicos, diminuindo as complicações e auxiliando na implementação das ações no pré e pós- operatório. Concluiu-se que a fase operatória, diante de sua complexidade, é uma das mais importantes e complicadas experiência para o cliente submetido ao procedimento. Isso ocorre devido aos fatores psicoemocionais e sociais envolvidos, além dos riscos cirúrgicos propriamente ditos. Nas fases operatórias, os diagnósticos de Enfermagem são fatores fundamentais na qualidade da prestação da assistência de Enfermagem. Tão logo, o Enfermeiro tem o papel fundamental na superação das perspectivas terapêuticas através da priorização e individualização da assistência prestada. É, neste contexto, que a enfermagem é desafiada a oferecer uma assistência com qualidade neste período, envolvendo o preparo do paciente para a cirurgia, os cuidados individualizados, fazendo com que a assistência de enfermagem a ser realizada consiga minimizar qualquer possível desconforto que resulte em consequência destes cuidados prestados. Visto que a adoção do processo de enfermagem como instrumento tecnológico ou modelo metodológico que orienta a prática profissional assume características de prática reflexiva do enfermeiro sobre os significados subjacentes em suas ações com o paciente. Desse modo, oportuna lhe mudar seu raciocínio, julgamento e ações, transformando o modo de pensar para uma mudança na prática. A classificação de diagnósticos e intervenções de enfermagem seguindo uma taxonomia serve para padronizar e nortear as condutas de enfermagem. É válido ressaltar que a taxonomia de classificação de NANDA oferece uma série de escolhas, mantendo a autonomia do enfermeiro na escolha da melhor conduta para o paciente.


Referências:
1. Munari DB et al. Mestrado profissional em enfermagem: produção do conhecimento e desafios. Rev. Latino-Am. Enfermagem mar.-abr. 2014;22(2):204-10. 2. Conselho Federal de Enfermagem (Brasil). Resolução COFEN 358/2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. Diário Oficial da União 15 out 2009. 3. Benedet SA et al. Processo de Enfermagem: instrumento da sistematização da assistência de enfermagem na percepção dos enfermeiros. J. res.: fundam. care. online 2016. jul./set. 8(3): 4780-4788. 4. Boaventura, AP, Santos PA, Duran ECM. Conhecimento teórico-prático do Enfermeiro sobre Processo de Enfermagem e Sistematização de Enfermagem. Enfermeria Global. 2017;16(2):194-205. 5. Ribeiro RJ. O mestrado profissional na política atual da CAPES. RBPG. 2005;2(4):8-15.