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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 4717936

Prêmios


4717936

Instrumento para comunicação efetiva no Processo de Enfermagem na Prática Clínica

Autores:
Valdir Soares da Costa Neto ; Gisele Torrente ; Natalia Guedes de Melo Silva ; Carlos Cley Jeronimo Alves ; Elielza Guerreiro Menezes

Resumo:
**Introdução:** Na prática profissional o enfermeiro utiliza-se de informações obtidas de diferentes fontes para estabelecer o plano de cuidados do coletivo, individuo e família e ao transformar esses dados em conhecimento efetivo para a ação de cuidados de Enfermagem instrumentaliza a implantação de uma metodologia da assistência. A padronização apresenta importância especial na representação e comunicação das informações de Enfermagem. A comunicação é umas das competências almejadas nas Diretrizes Curriculares Nacionais, associada a itens como liderança, tomada de decisão entre outros. Competência profissional é a capacidade “de mobilizar, articular, colocar em ação, valores, conhecimentos e habilidades necessários para o desempenho eficiente e eficaz de atividades requeridas pela natureza do trabalho”. A gestão dessa informação pode ser feita por instrumentos/ferramentas construídas e validadas para determinado objetivo. Atualmente, a enfermagem tem se firmado cada vez mais como ciência, principalmente na busca para aprimorar a prática do cuidado nos atendimentos prestados2, essa necessidade de representação e classificação da base do conhecimento, continua sendo uma questão associada a profissão, pensando em facilitar o serviço, surgiram as Classificações de Enfermagem em três importantes ligações, que são os diagnósticos de enfermagem desenvolvidos pela _North American Nursing Diagnosis Association _(NANDA)3, as intervenções de enfermagem encontradas por meio da _Nursing Interventions Classification _(NIC) e os resultados de enfermagem através da _Nursing Outcomes Classification _(NOC). **Objetivo:** Desenvolver um instrumento efetivo de comunicação para a prática assistencial do enfermeiro.  **Descrição Metodológica**: Estudo exploratório-metodológico, de abordagem qualitativa. O cenário do estudo foi uma instituição de referência ambulatorial e emergencial de um Hospital público localizado no município de Manaus, dispõe de 81 leitos, é referência regional para o atendimento em urgência e emergência. A coleta e organização dos dados foram realizadas por formulário semiestruturado e roteiro de perguntas abertas e fechadas, durante o período de abril a julho de 2017, executado em três fases: exploração da realidade, revisão de literatura e construção da tecnologia. _A primeira fase_ exploratória com 14 enfermeiros, que trabalhavam nas clínicas médicas e cirúrgicas e pronto atendimento, selecionados pelos seguintes critérios de inclusão: enfermeiros efetivos e excluídos aqueles que estivessem em regime de voluntariado e licença médica. _A segunda fase_ destinada a busca em literatura, livros, revistas e artigos, em idiomas português e inglês, e anais eletrônicos de congressos e fóruns de enfermagem, que discorressem sobre as evidências clínicas que poderiam emergir no contexto de internação hospitalar e a partir desses elementos, constituir o escopo do instrumento proposto. Os Diagnósticos de Enfermagem e as intervenções de enfermagem foram interpretados a partir de características definidoras e situações iminentes de vulnerabilidade pautados na Taxonomia _NANDA e NIC_. _Na terceira fase_ os materiais pesquisados foram organizados a partir das Necessidades Humanas Básicas afetadas sob a luz da Teoria de Wanda Horta4. Posteriormente, iniciou-se a análise de conteúdo proposta por Bardin5 e agrupado por similaridade temática em três categorias. I. “Conhecimento e percepção sobre Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e Processo de Enfermagem (PE)”; II. “Fatores relacionados que implicam na implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem”; III. Proposta da tecnologia leve para o Processo de Enfermagem. A pesquisa obedeceu às exigências éticas e obtido o CAEE no. 65319717.5.0000.5016.  **Resultados: **Participaram 14 enfermeiros, 85,7% eram do sexo feminino, 14,3% do sexo masculino, 46% eram especialistas, 36% possuem somente a graduação, 64% são formados há menos de seis anos. Desses, apenas 14,2% desenvolvem o processo de enfermagem de forma aleatória. Na percepção dos enfermeiros sobre o conhecimento em (PE) e (SAE), a maioria dos participantes, responderam que conhecem ambos os temas e entendem sobre a implementação do PE e suas etapas na instituição e a contribuição da implantação da SAE para assistir os pacientes. O PE não é executado na assistência aos pacientes internados, entretanto, outros disseram que realizam ao assistir o paciente, mas não em consonância com a teoria, e não trabalham todas as cinco etapas. A etapa mais realizada do Processo de Enfermagem no hospital é a avaliação de enfermagem, referida pela maioria dos participantes e fragilidades na execução do histórico, diagnóstico, intervenções e planejamento dos resultados esperados. Os enfermeiros falaram sobre os fatores que dificultam sua implementação, como a inexistência de formulários para os registros de enfermagem no setor, escassez da mão de obra e falta de apoio da gestão. Foram unanimes em relatar a criação e a importância de um instrumento para a SAE e a implementação de suas etapas, tonando imprescindível na prática assistencial. Para o modelo da tecnologia a ser desenvolvida foram listadas as seguintes opções: instrumento para escrever, digitar, _check-list, check-list _com espaço para escrever. O interesse por um _Check-list _com espaço para escrever foi o mais aceito pelos enfermeiros. Após o copilado das informações construímos um instrumento com 40 diagnósticos de Enfermagem e selecionadas cinco intervenções para cada, somando 200 intervenções e como critério de prioridade dentro das NHBs. **Conclusão: **O estudo possibilitou identificar fragilidades no conhecimento sobre as etapas do processo de enfermagem, na comunicação e armazenamento das informações obtidas que dificultam a tomada de decisão e continuidade do cuidado de enfermagem o que, pode comprometer a qualidade da assistência prestada. Reconhecemos a necessidade de validação do instrumento por metodologias específicas. **Contribuições para a Enfermagem. **A construção de um instrumento para o PE viabiliza a execução conjugada de suas etapas não obstante, ações de educação permanente para capacitação da equipe e medir os resultados alcançados. Embora a tecnologia de diferentes origens, auxilie na prática profissional, no entanto a efetividade do Processo de Enfermagem dependerá diretamente do conhecimento científico e tácito do profissional.


Referências:
1. Oliveira MFV, Carraro TE. Cuidado em Heidegger: uma possibilidade ontológica para a enfermagem. Rev. Bras. Enferm, Brasília, 2011 mar-abr; 64(2):376-80. 2.Hammerschmidt KSA. Cuidado de enfermagem: interfaces teórica e práticas no ciclo vital do ser humano. 1ª ed. – Curitiba, PR: CRV, 2015. 3.McEwen M, Wills EM. Bases teóricas de enfermagem. 4ª ed. – Porto Alegre: Artmed, 2016. 4. Herdman TH, Kamitsuru S. Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: definições e classificação 2015-2017. 10ª ed. – Porto Alegre: Artmed, 2015. 5. Favero L, Wall ML, Lacerda MR. Diferenças conceituais em termos utilizados na produção científica da enfermagem Brasileira. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2013 Abr-jun;22(2):534-42.