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4698106 | AS POTENCIALIDADES E DIFICULDADES NA ABORGAGEM DO TEMA TRANSVERSAL BIOSSEGURANÇA DE UM CURRÍCULO INTEGRADO | Autores: Ariane Sabina Stieven ; Beatriz Helen Facião ; Marli Terezinha Oliveira Vannuchi ; Valéria Piveta |
Resumo: **Introdução: **O curso de Enfermagem da Universidade Estadual de Londrina (UEL), foi criado em março de 1971, e implementado a partir de 1972. Desde sua implantação, o curso de graduação em Enfermagem da UEL, passou por sete reformas curriculares. O Projeto Pedagógico do Curso (PPC) atual foi implantado no ano 2000, sendo denominado de Currículo Integrado (CI). O CI caracteriza-se pelo desenvolvimento da aprendizagem crítica, reflexiva, da autonomia e da responsabilidade de seus estudantes, utilizando metodologias ativas no processo ensino-aprendizagem, integrando áreas do conhecimento do ciclo básico e clínico, o desenvolvimento da interdisciplinaridade, entre outros1. Sua metodologia, no entanto, é fundamentada na problematização, estimulando o exercício da autonomia, criatividade, responsabilidade social e do compromisso do estudante, tornando-o sujeito ativo em relação aos métodos de aprendizagem. O CI também tem como característica a utilização de temas transversais, que de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), a utilização de temas transversais no ensino, possibilita a promoção de discussões e reflexões sobre temas não contemplados nas disciplinas do currículo convencional e que são essenciais para a formação do estudante, devendo permear toda a prática educativa2. No curso de Enfermagem da UEL os temas transversais foram denominados pelos docentes como “Seivas”, no intuito de fazer uma analogia à seiva de uma planta que percorre desde a raiz até a estrutura de sua copa3. As Seivas do CI são: Ser Humano Sócio-Histórico-Cultural; Determinação Social do Processo Saúde-Doença; Sistema Único de Saúde; Gestão do Cuidado; Metodologia da Assistência; Integração Ensino-Serviço-Comunidade; Educação em Saúde, Comunicação, Investigação Científica; Trabalho em Equipe; Bioética e Biossegurança. **Objetivos: **O presente estudo objetiva apresentar quais as potencialidades e dificuldades encontradas pelos docentes na abordagem do Tema Transversal Biossegurança do Currículo Integrado do curso de Enfermagem da UEL. **Descrição metodológica: **Trata-se de uma pesquisa qualitativa e compreensiva do tipo estudo de caso a qual faz parte de um projeto denominado “Análise do Currículo Integrado do Curso de Enfermagem da UEL após quase duas décadas de Implantação” que teve sua aprovação no ano de 2017 pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UEL com CAAE nº 65045317.1.0000.5231. O presente estudo foi desenvolvido no ano de 2017 no curso de graduação em Enfermagem da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Foram realizadas entrevistas com docentes de todos os módulos do curso de Enfermagem da UEL que cumpriam os critérios de inclusão: ser docente do quadro permanente da instituição; já ter coordenado e/ou ter participado ativamente do módulo e aceitar livremente participar da pesquisa. Foi excluído apenas o módulo de Trabalho de Conclusão de Curso, uma vez que não haviam pesquisas sobre o tema Biossegurança, totalizando assim, 17 docentes entrevistados. **Resultados: **Como potencialidades, podemos encontrar a abrangência dos conceitos de biossegurança relatados pelos docentes; a visão de que a temática deve ser trabalhada desde o primeiro dia de aula até o último, podendo ser utilizada para além da esfera profissional e a relação que alguns docentes fazem entre o tema transversal Educação em Saúde e a Biossegurança. Já no que diz respeito as dificuldades, pôde-se perceber que os docentes por mais que tenham uma visão ampliada do conceito de biossegurança, durante as atividades teóricas e práticas eles não relacionam a temática com as atividades realizadas; os docentes da área hospitalar tem uma visão mais abrangente das questões que envolvem a biossegurança dos que realizam atividades na atenção primária, porém o foco principal é a prevenção de infecções; a grande maioria dos docentes relatam não utilizar o termo “biossegurança”; docentes do segundo, terceiro e quarto anos, principalmente, acreditam que os discentes já tenham conhecimento do conceito de biossegurança, não sendo necessário a retomada do mesmo, uma vez que que esta temática não é o foco do módulo, apesar de realizarem o tempo todo atividades que envolvam o tema, porém percebem que durante as atividades alguns estudantes apenas utilizam Equipamentos de Proteção Individual para sua própria proteção. **Conclusão: **A reformulação curricular tem sido um grande desafio para os docentes e discentes mesmo após quase duas décadas da implantação do Currículo Integrado aliado aos seus temas transversais. Pode-se perceber que alguns docentes conseguem relacionar os temas transversais, não abordando eles apenas como assuntos isolados dentro de um mesmo currículo, o que auxilia na efetivação da proposta do currículo integrado do curso em questão. Porém, quanto a biossegurança, esta é muitas vezes restringida a ambientes hospitalares bem como a utilização da mesma apenas como ação para prevenção de infecções. A utilização de EPIs, por exemplo, para os discentes acaba sendo “rotina”, sem relacionar a Seiva do currículo e seu conceito com as atividades que desenvolvem e ação apenas para auto proteção. O que chamou atenção foi o fato de que durante as entrevistas os docentes puderam ampliar seus conceitos de Biossegurança ao relatarem como os módulos estão programados e as atividades que são realizadas. Houveram vários relatos de que a pesquisa em questão e a conversa durante a entrevista os auxiliou a ver o quanto a Biossegurança está presente nos módulos, o que antes não os era perceptível. **Contribuições/Implicações para a Enfermagem: **Acredita-se que a presente pesquisa pode auxiliar na melhoria e maior efetivação do Currículo Integrado do curso de Enfermagem da UEL, bem como chamar atenção dos demais currículos de Enfermagem para importância da abordagem da temática biossegurança, uma vez que este é um assunto presente na vida do profissional Enfermeiro e que deve ser constantemente trabalhado durante a graduação. É de extrema importância que o termo “Biossegurança” seja utilizado pelos docentes para que os discentes tenham clareza do seu conceito, da relação entre as atividades que realiza, do porque e para quê tal ação é importante, bem como utilização de EPIs, uma vez que a biossegurança abrange tanto a segurança do profissional, de quem recebe o cuidado, além de todos os sujeitos a sua volta.
Referências: 1. Carvalho LM. Educação corporativa e desempenho estratégico. Rev Adm FACES J [Internet]. 2014 [cited 2016 Jun 28]; 13(3):67-85. Available from: http://www.fumec.br/revistas/facesp/article/view/1941/15832.
2. Gambetta M. Estrategias de capacitación desarrolladas en un entorno corporativo estatal en Uruguay. Cuad. Investig. Educ [Internet]. 2015 [cited 2016 Jul 13]; 6(2):71-88. Available from: http://dx.doi.org/10.18861/cied.2015.6.2.37
3. Lino MM, Martini JG, Reibnitz KS, Lino MM, Backes VMS. Educação problematizadora em um espaço corporativo: possibilidades desenvolvidas por uma equipe de saúde e segurança do trabalho.Texto contexto - enferm. [Internet]. 2017 [cited 2018 Mar 23] ; 26( 3 ): e0820016. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-07072017000300305&lng=en. Epub Aug 17, 2017. http://dx.doi.org/10.1590/0104-07072017000820016. |