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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 4691980

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4691980

CAPACITAÇÃO DE INTERLOCUTORES DE UM NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO PERMANENTE E HUMANIZAÇÃO (NEPH)

Autores:
Letícia Lopes Dorneles ; Venisse Paschoalin Maurin ; Fernanda dos Santos Nogueira de Góes ; Caroline Silva Morelato Coloni ; Rosangela Andrade Aukar de Camargo

Resumo:
INTRODUÇÃO: a composição de um NEPH regional se dá pelos interlocutores municipais de Educação Permanente em Saúde (EPS) de uma região de saúde. Estes são indicados pelas Secretarias Municipais de Saúde de cada município, que na sua maioria é oriunda da área da saúde e com um conhecimento escasso sobre os aspectos que compõem um processo educativo dialógico e democrático. Ademais, para que estes interlocutores desempenhem o seu papel, é fundamental que compreendam a complementaridade entre os setores educação, saúde e o processo de trabalho em saúde1. Para tanto, faz-se necessário uma compreensão ampliada das relações sociais e políticas que envolvem os problemas da saúde de seu município, da região e do país, e consequentemente a integração dos princípios da Política de Educação Permanente em Saúde no cotidiano das instituições de saúde2. Este desafio implica para o interlocutor do NEPH a busca pelo conhecimento pedagógico e na aproximação com estratégias de aprendizagem possíveis de serem utilizadas nos espaços de reflexão da Educação Permanente em Saúde. Necessidades de aprendizagem dos interlocutores foram levantadas nas reuniões mensais da regional de saúde, a partir das quais foi realizado o planejamento pedagógico da capacitação desenvolvida no 1º semestre de 2016. OBJETIVO: descrever a experiência da capacitação dos interlocutores da educação permanente em saúde cuja proposta final foi a elaboração de um plano de ação para o município de origem. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: trata-se de um relato de experiência sobre as atividades educativas desenvolvidas para a capacitação dos interlocutores do NEPH regional. Inscreveram-se para a capacitação 33 interlocutores de EPS, que foram divididos em 3 grupos, sendo cada um deles conduzidos por duas facilitadoras de aprendizagem, todas com formação pedagógica. Foram realizados 9 encontros presenciais, com intervalos quinzenais entre eles. As atividades educacionais utilizadas tinham como fundamento a Método Ativo de Aprendizagem3 e foram utilizadas as seguintes estratégias de aprendizagens: estudo de caso, estudo dirigido, painel, portfólio reflexivo, GO e GV, dramatização, fórum, tempestade cerebral, resolução de problemas e ensino com pesquisa4. Por fim, todos tiveram que construir um Plano de Ação para seu município, que foram apresentados e analisados por todos os participantes e facilitadores. RESULTADOS: o trabalho em pequenos grupos favoreceu o diálogo, as reflexões e as críticas, ao valorizar a construção coletiva do conhecimento, princípios frerianos4 que democratizam o processo educativo e potencializa a autonomia do interlocutor/participante. A diversidade de estratégias incentivou a participação e explorou as potencialidades do grupo5. Os intervalos entre os encontros possibilitou um maior tempo para aprofundar as reflexões com leitura complementares sobre as atividades, assim como o seu compartilhamento no próprio ambiente de trabalho ao longo do processo. O método ativo3 gerou curiosidade e  expectativas sobre como poderia ser integrado aos espaços da EP nos serviços de saúde ao vivenciarem os conceitos a serem aprendidos. Observou-se que houve receptividade dos grupos ao desenvolvimento das estratégias de aprendizagem propostas em equipe. As reflexões ocorreram de forma progressiva e consideradas relevantes à construção do conhecimento. Ao final de cada encontro realizou-se uma devolutiva dos participantes por meio de avaliação oral. De forma geral o grupo manifestou-se surpreendido com as estratégias de aprendizagem utilizadas e motivados para continuar a capacitação. De um encontro para o outro, foi possível perceber que algumas reflexões haviam sido levadas aos locais de trabalho, o que foi considerado um avanço na tentativa de mudanças da realidade de cada local, no intuito de modificar algo do processo de trabalho que estava insatisfatório ou potencializar o que já apresentava algum resultado positivo. Alguns participantes relataram que foi possível refletir sobre o próprio trabalho. Muitos se consideraram diferentes e modificados. Os discursos em sua maioria otimista, trouxe percepções de pequenas mudanças como, por exemplo, dialogar mais com os colegas de trabalho para pensar sobre como solucionar problemas que os levavam a entrar em conflito com sua equipe. Além dos relatos nas avaliações ao final de cada encontro, também foi possível avaliar os grupos por meio dos planos de ação apresentado ao final da capacitação. Todos tiveram sucesso em selecionar problemas passíveis de sofrerem intervenções no ambiente de trabalho e as propostas de intervenção apresentadas estavam de acordo com as possibilidades dos participantes em relação a sua função de interlocutor de Educação Permanente em Saúde.  CONCLUSÃO: ao final da capacitação observou-se que houve o fortalecimento dos participantes dos três grupos,  para refletir sobre as práticas do contexto onde trabalham a partir do embasamento com instrumentais metodológicos apresentados e experimentados nos encontros. Considera-se que  foi atingido o objetivo de sensibilizá-los sobre a importância da interlocução no cenário da Educação Permanente em Saúde por meio do método ativo de aprendizagem e percebemos que eles são capazes de dar continuidade às reflexões iniciadas nos encontros. Observou-se também que foi possível despertar nos participantes seu empoderamento, ou seja, eles verbalizaram, e mostraram no Plano de Ação, segurança para colocar em prática as estratégias de aprendizagem vivenciadas na capacitação ao reservar para isso,  espaços para reflexão dos processos de trabalho, no próprio ambiente de trabalho. Limitações: houve significativas ausências de alguns participantes nos diferentes grupos, por dificuldades de deslocamento, férias, e impossibilidade de serem substituído em seu local de trabalho. Paralelo a isso percebemos que a rotina de trabalho intensa dos participantes dificultou a possibilidade de aprofundar as reflexões com leituras complementares, fora dos momentos dos encontros pré-agendados. CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: possivelmente, as atividades educativas desenvolvidas na capacitação para o desenvolvimento da EP, contribuirão com a tomada de decisão do interlocutor/participante no que se refere a organização da mesma na prática do trabalho em saúde, bem como favorecer sua atuação profissional com relação a superação dos conflitos e dificuldades num aperfeiçoamento constante dos processos de trabalho.


Referências:
1. Garcia TR. Sistematização da assistência de enfermagem: aspecto substantivo da prática profissional. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro, 2016 [acesso em 2018 mar 06]; 20 (1): 5-10. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ean/v20n1/1414-8145-ean-20-01-0005.pdf 2. Cunha ACR da, Dantas, AMN, Nóbrega, MML. Validação de diagnósticos de enfermagem na prática clínica: revisão integrativa. Rev. Paraninfo Digital, Espanha, 2015 [acesso em 2018 mar 06]; 22. Disponível em: http://www.index-f.com/para/n22/194.php. 3. Nóbrega MML (Org.). Diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem para clientes hospitalizados nas unidades clínicas do HULW/UFPB utilizando a CIPE®. João Pessoa: Ideia; 2011. 4. Leal MT. A CIPE® e a visibilidade da enfermagem – mitos e realidades. Loures-PT: Lusociência; 2006. 5. Ministério da Saúde (Brasil), Conselho Nacional de Saúde, Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - CONEP. Resolução n.º 466/12 - Dispõe sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Brasília, 2012 [acesso em 2018 mar 10]. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf.