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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 4679253

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4679253

EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO INSTRUMENTO DE INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO–COMUNIDADE: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores:
Izabella Silva da Silva ; Silvia Sibele Dutra Soeiro ; Bruna Oliveira da Silva ; Felipe Botelho Alves ; Leandro Oberdan Oliveira da Costa

Resumo:
**Título: EDUCAÇÃO EM SAÚDE COMO INSTRUMENTO DE INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO–COMUNIDADE: RELATO DE EXPERIÊNCIA** **_Leandro Oberdan Oliveira da Costa_** **Bruna Oliveira da Silva** **Izabella Silva da Silva** **Jeniffer Aires Amorim** **Silvia Sibele Dutra Soeiro** **Introdução:** No decorrer da história, a maneira como profissionais reagem frente ao grupo LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis) com sua falta de conhecimento acerca do assunto, preconceitos e atitudes incorretas, influenciam no atendimento, ocasionando o afastamento desses pacientes da atenção básica. No que tange a educação em saúde, percebe-se por meio de ações como esta pode-se organizar o discurso e a prática neste campo, com o intuito de evidenciar a sua importância na formação e construção do conhecimento para um atendimento humanizado a todos, sem distinção. Segundo Alves1, a quebra da confiança e da empatia profissional-paciente, não podem ser fatores motivantes para um atendimento não qualificado por parte da equipe de enfermagem, uma vez que, o compromisso ético do profissional fazendo-se valer do código de ética dos profissionais de enfermagem que preceitua um atendimento sem discriminação de qualquer natureza. Sendo assim, o profissional não pode negar assistência de qualidade e imparcial ao cliente LGBT. O manual do Ministério da Saúde2 institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), a Política Nacional de Saúde Integral LGBT, com o objetivo geral de promover a saúde integral da população LGBT, eliminando a discriminação e o preconceito institucional e contribuindo para a redução das desigualdades e para consolidação do SUS como sistema universal, integral e equitativo (BRASIL, 2011). Trata-se da aceitação dos princípios fundamentais sobre os quais todos os direitos humanos estão assentados: a igualdade de valores e de dignidade de todos os seres humanos. **Objetivo:** A ação teve como objetivo descrever a atividade realizada sobre a forma do atendimento quanto a sexualidade e identidade de gênero no SUS, realizada em uma faculdade privada na cidade de Belém/Pa. Diante da importância de abordar sobre um atendimento humanizado, pautado na equidade, sem preconceito ou discriminação. **Metodologia:** Trata-se de um relato de experiência de caráter descritivo, com abordagem qualitativa, tendo como público alvo os acadêmicos de enfermagem do 4º semestre de uma IES. A ação educativa foi realizada com 13 participantes, sendo 11 do sexo feminino e 2 do sexo masculino. A atividade desenvolveu-se por meio de dois momentos, sendo respectivamente: no primeiro momento realizou-se a apresentação dos acadêmicos participantes, e através de uma atividade de descontração proposta a turma com vista à “quebra gelo”, que é de autoria do Prof. Marcelo Valente (pedagogo), onde o mesmo autorizou as adaptações necessárias, onde foi avaliado o conhecimento dos discentes sobre o tema e acerca do que entendem a respeito do atendimento de saúde relacionado a sexualidade e identidade de gênero. No segundo momento houve a dinâmica intitulada como “As aparências enganam”, na qual foi realizada a exposição de imagens de diferentes pessoas, numeradas de 1 a 14, onde foi sugerido aos discentes que imaginassem sendo os enfermeiros de uma Unidade Básica de Saúde (UBS), e escolhessem das 14 (quatorze) imagens 3 (três) que gostariam de prestar assistência e 3 (três) que não gostariam, e em seguida aconteceu o questionamento a cada participante sobre as suas escolhas. Deu-se continuidade à dinâmica com a revelação das características das personagens. Após todas as escolhas feitas por todos, foi realizada a discussão a cerca dos “porquês” de cada escolha, expondo assim os “olhares” preconceituosos e seletivos dos futuros profissionais de Enfermagem, caracterizando desta maneira a fragilidade do saber ético no entendimento do fazer holístico bioético profissional; utilizou-se a dinâmica para abordar sobre a exclusão, fazendo com que os participantes descrevessem os sentimentos vivenciados e a importância de atender a população sem discriminação. **Resultados:** Todos os participantes escolheram os pacientes que atenderiam conforme a identificação visual. Entre as identificações mais citadas para o atendimento foram as figuras 2, 9 e a 6, e para o não atendimento 1, 8 e a 13. Observou-se que a maioria das escolhas para o atendimento foi acerca da afinidade quanto à faixa etária, sexo e aparência física, da mesma maneira que a forma de comunicação efetiva influenciou diretamente para a não escolha em atender. 100% dos participantes relataram que o tema proposto é indispensável para a formação acadêmica e posterior rotina no serviço de saúde. Esta ação mostrou que houve estímulo, integração e participação dos acadêmicos por meio da dinâmica de abordagem explicativa com utilização de ferramentas para melhor compreendimento do tema proposto, sendo sanadas as dúvidas dos mesmos. Nesta oportunidade foram estabelecidos conceitos básicos do código de ética em Enfermagem que fez observações para os deveres dos profissionais de enfermagem como: Beneficência, Respeito, Responsabilidade, Confidencialidade e Dignidade da pessoa humana; bem como esclarecimento dos direitos Bioéticos dos pacientes, no qual o biodireito faz referência aos preceitos jurídicos envolvidos na assistência de enfermagem dada aos mesmos e que, se eventualmente forem desconsiderados no momento do atendimento, podem gerar processos administrativos e éticos para o enfermeiro. Diante deste quesito há de se observar as mudanças no paradigma da saúde, pois atualmente o mundo está altamente conectado e globalizado na troca de informação simultânea e a exigência dos direitos tornou-se cada dia mais incisiva em nosso cotidiano, nos obrigando a ter maior atenção para agirmos com discrição, respeito e dedicação ao usuário. Fatores estes, que, com a abordagem da ação educativa tentamos sanar esta lacuna que por ventura tenha ficado na formação acadêmica dos futuros Enfermeiros. **Conclusão:** Observou-se que houve êxito na proposta da ação, pois ficou evidente a clareza sobre a importância na forma correta da assistência ao público alvo no atendimento de saúde, visto que as participações efetivas do enfermeiro e dos acadêmicos de enfermagem contribuem para a promoção de estratégias de atendimento em saúde sobre o cuidado equitativo acerca da sexualidade e identidade de gênero dos pacientes, o que possibilitará a melhoria no acolhimento desta população, assim auxiliando este público a não evadir-se dos serviços de saúde, pois perceberão a sua importância sem discriminação por parte da equipe de Enfermagem. **Contribuições para a enfermagem:** Com o avanço na busca pela dignidade humana no atendimento dos serviços de saúde, este trabalho visa contribuir para a formação dos acadêmicos de Enfermagem com um entendimento amplo acerca da diversidade de gêneros, desta forma tornar-se-ão profissionais capazes de realizar um atendimento pautado na equidade e universalidade proposto pela lei do SUS. **Descritores: **Educação saúde; Sexualidade; Ética enfermagem. **Referências:** 1Alves CMR. O papel da enfermagem no rompimento dos preconceitos LGBT nos serviços de saúde. In: Sindicato das Entidades de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo, 2016. Proceedings 16º Congresso Nacional de Iniciação Científica, 04 de Abril., 2016. São Paulo, 2016. Não paginado. 2BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema de Legislação da saúde. **Portaria Nº 2836 de 1 de Dezembro de 2011.**


Referências:
1Ceccim BR; Feuerwerker CML. O Quadrilátero da Formação para a Área da Saúde: Ensino, Gestão, Atenção e Controle Social. Physis. 2004; 14: 41- 65. 2 Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN. Projeto Pedagógico de Curso. Mossoró. 2014. 286 p. 3Neise D. O Modelo das Competências Profissionais no Mundo do Trabalho e na Educação: implicações para o Currículo. Boletim Técnico para SENAC. 2001, set/dez; 27(3): 13 - 25.