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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 4677218

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4677218

DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS E O USO DE METODOLOGIA ATIVA NA FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO

Autores:
Ana Lucia Alves de Carvalho E Silva ; Maria Lelita Xavier ; Luzia da Conceição de Araujo Marques ; Thais Priscila Machado Baptista de Souza ; Ana Luiza Alves Moreira

Resumo:
Introdução: este relato de experiência tem como objeto o uso de oficinas pedagógicas no processo ensino aprendizagem de Ética Social, durante a formação do Enfermeiro. As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) dos Cursos de Graduação em Enfermagem1 têm sido alvo de constantes avaliações a fim de que se aproximem das necessidades sociais2,3,4. As mudanças previstas reforçam o uso de metodologias que privilegiem o protagonismo e a participação dos estudantes no processo ensino aprendizagem2. A oficina pedagógica é uma das estratégias de ensino aprendizagem da metodologia ativa que propicia a apreensão das informações, a motivação, o trabalho em equipe, o envolvimento do aluno e os engajam ativamente em todos os processos de sua aprendizagem; além de contribuir para o desenvolvimento de habilidades comunicacionais e de raciocínio5. Esta prática pedagógica tem estimulado o aluno a refletir sobre a realidade social, considerando os valores, princípios éticos e os direitos humanos, o que contribui para formação do Enfermeiro crítico, reflexivo e criativo. Objetivo: relatar a experiência das autoras resultantes da construção de oficinas pedagógicas no processo ensino aprendizagem acerca de Valores Éticos e Direitos Humanos na formação do Enfermeiro. Descrição metodológica: trata-se de relato de experiência do ensino de Ética Social realizado na Universidade do Estado Rio de Janeiro, com turmas do primeiro período, do Curso de Graduação da Faculdade de Enfermagem da UERJ (FENF/ UERJ), entre 2015-2017. A estratégia de ensino foi a realização de Oficinas pedagógicas sobre Valores Éticos e Direitos Humanos. A dinâmica de estudo envolveu o debate e reflexão de temáticas propostas por grupos de aproximadamente 6 alunos para e com os demais educandos e educadores, orientados pela equipe pedagógica, composta de 06 monitores e 02 docentes. O caminho para construção das oficinas foi organizado em dois temas. Resultados: o primeiro tema intitulado “o currículo da Faculdade de Enfermagem da UERJ e o ensino de Ética Social” aborda o encontro entre a concepção do curso, a ementa de Ética Social e as orientações pertinentes à construção das oficinas. A FENF /UERJ tem como missão o compromisso com a formação de enfermeiros cidadãos, conhecedores dos problemas do seu estado para atender as necessidades de saúde da sociedade, exigindo a adoção de posições em relação ao mundo e à vida. Relaciona o respeito ao ser humano no seu direito à liberdade e dignidade. Privilegia o uso de metodologia pedagógica que estabelece o processo de reflexão ação, a partir de questões concretas, desde o 1º período da graduação. O conteúdo de subárea Ética Social é oferecido na Área Fundamental que sustenta a construção de conhecimento próprio do fazer da Enfermagem. Contribui com o processo de formação de profissionais construtores ativos da sociedade, capazes de viver como cidadão consciente e crítico, partindo da reflexão e discussão de princípios, valores éticos e dos direitos humanos que orientam a vida social. O uso de oficinas pedagógicas propicia espaço de reflexão e aprendizagem que contribui com o desenvolvimento de análise crítica dos alunos acerca de valores e princípios éticos que norteiam a vida em sociedade. Os grupos utilizam do princípio da autonomia para selecionar um dos temas que versam acerca dos Direitos Humanos: à Moradia, ao Meio Ambiente, à Alimentação, à Educação, ao Trabalho, à Participação Social; Direitos Humanos gênero e sexualidade e as diversificadas etnias: a inclusão da população negra e indígena. Elaboram a sistematização do conteúdo, a partir de roteiro orientador. Ao final o aluno deve apontar ou realizar ações concretas para promoção dos direitos humanos. A estrutura das oficinas é composta de quatro momentos: planejamento, acolhimento, realização e a avaliação. Sugerimos como meio o uso de músicas, cena de filme, textos (histórias, contos, relatos de vida e poesias), folder, ilustração (cartazes, gravuras, fotografias, desenhos e charges), dinâmicas participativas e dramatizações. No segundo tema identificamos as “contribuições do uso de oficinas pedagógicas para a formação do Enfermeiro”. Esta estratégia permitiu, desde o momento em que o aluno faz a opção pela temática a análise da sua realidade, a confrontação e a troca de experiências com o grupo e com o conhecimento produzido sobre a temática para, posteriormente, deflagrar a construção coletiva de um saber. Tal como nos diz Paulo Freire ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. As oficinas mantiveram os alunos como protagonistas de sua aprendizagem, sempre apoiados nas professoras que atuavam como facilitadoras e mediadoras do processo ensino-aprendizagem. A aprendizagem do conteúdo foi interpretada como um caminho que possibilitou ao aluno, como sujeito social transformar-se e transformar seu contexto. Foi orientada pelo princípio da observação da própria realidade e da ação-reflexão-ação o que contribuiu para que o aluno aprendesse a aprender, a fazer, a ser e a conviver com outro durante as atividades de grupo e com a turma5, atributos indispensáveis à formação do Enfermeiro. Citamos como exemplo a realização de Campanhas de doação de alimentos e roupas oriundas da Oficina que tratava o Direito à Participação Social, a investigação de hábitos alimentares dos alunos e o projeto de extensão “o negro no mundo contemporâneo: empoderamento e direitos”. Essas ações desenvolvem no aluno, futuro enfermeiro, atitudes e valores orientados para a cidadania e para a solidariedade. Conclusão: A proposta de formação do Enfermeiro crítico e reflexivo do currículo da FENF/UERJ estimula o uso de metodologias criativas que considerem o aluno como principal sujeito do processo. A oficina é uma estratégia pedagógica que propicia a aproximação do aluno com as necessidades sociais, o trabalho coletivo, a preocupação com o outro e a promoção de estratégias que possam transformar a realidade. Está em conformidade com as necessidades de revisão das DCN para formação do enfermeiro e possibilitou o debate de ideias acerca de alguns princípios e valores éticos e de direitos humanos, com base no Código de Ética Profissional que entende o respeito aos direitos humanos como inerente ao exercício da profissão, o que inclui os direitos da pessoa à vida, à saúde, à liberdade, à igualdade, à segurança pessoal, à livre escolha, à dignidade e a ser tratada sem distinção de classe social, geração, etnia, cor, crença religiosa, cultura, incapacidade, deficiência, doença, identidade de gênero, orientação sexual, nacionalidade, convicção política, raça ou condição social. Contribuições/implicações para a Enfermagem: o estudo corrobora com outros autores que apontam o uso de metodologias criativas que propiciem o aprender a aprender, o trabalho em grupo, o debate coletivo na formação do enfermeiro com vista a garantia da participação do aluno e a formação de um profissional que reconhece e se envolve com os problemas sociais. Tem possibilitado ao aluno o desenvolvimento da sua criatividade e análise crítica.


Referências:
1. SOBRAL, F. R.; CAMPOS, C. J. G. Utilização de metodologia ativa no ensino e assistência de enfermagem na produção nacional: revisão integrativa. Rev Esc Enferm USP v.46, n.1, 2012.Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v46n1/v46n1a28.pdf. Acesso em: 19/11/2017 2. BRASIL, Melhor em casa. Caderno de atenção domiciliar. Volume 1. Brasília-DF, 2012. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/cad_vol1.pdf. Acesso em: 19/11/2017 3. BERBEL, NAN. Problematização e a aprendizagem baseada em problemas: diferentes termos ou diferentes caminhos? Interface: Comunicação, Saúde, Educação, 1998. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/icse/v2n2/08.pdf. Acesso em: 19/11/2017 4. Diagnóstico de enfermagem da Nanda: definições e classificação 2015-2017, T. Heather Herdman, Shigemi Kamitsuru; tradução; Regina Machado Garcez – Porto Alegre: Artmed, 2015-2017.