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4666063 | GESTÃO PARTICIPATIVA: COMPREENDENDO O CURRÍCULO REAL NO ENSINO DE ENFERMAGEM. | Autores: Nayane de Sousa Silva Santos |
Resumo: ** GESTÃO PARTICIPATIVA: COMPREENDENDO O CURRÍCULO REAL NO ENSINO DE ENFERMAGEM.**
_Nayane de Sousa Silva Santos_
**Introdução**
Discutir sobre DCNS1, é necessário ultrapassar a visão legalista sobre a mesma
e procurar atender as realidades educacionais atuais2. Diante deste contexto
de diversidades e limitações têm-se grandes desafios entre eles ter um
currículo real, o compreender que as mediações entre o ensinar e aprender são
condicionadas e atravessadas por múltiplas determinações como os sistemas
escolares, as políticas, as dinâmicas dos processos curriculares, as práticas
pedagógicas de gestão escolar e os impactos das políticas públicas nas
práticas docentes3.
Debruçar sobre a DCN1 e efetivação do currículo são fundamentais, mas anterior
a este movimento é preciso o desenvolvimento de uma gestão com olhar a todos
os acontecimentos atuais, bem como a aproximação com docentes, discentes e com
o próprio serviço de saúde, escutando opiniões, acolhendo pontos comuns e
divergentes, isso permite ver de que forma o currículo está acontecendo no
universo da enfermagem.
Com as aproximações vieram as discussões no PET /GraduaSUS em que aponta para
uma formação do profissional de saúde com perfil que contemple as necessidades
do Sistema Único de Saúde (SUS), possibilidade de revisão dos Projetos
Pedagógicos dos Cursos. Esse caminho permite que o corpo docente e discente de
enfermagem volte o olhar para o ensino e o reflexo do mesmo no cenário de
prática, ou seja, a efetivação do currículo real4.
O**bjetivo:** relatar o caminho da gestão do Curso de Enfermagem da UFT entre
maio de 2017 a fevereiro de 2018 no acompanhamento do currículo real pelos
docentes e discentes.
**Metodologia:** optou-se por relato de experiência descritivo das atividades desenvolvidas ao longo dos meses.
**Resultados: **Nos 10 meses de gestão foram realizadas seis capacitações com os temas Organização do trabalho Pedagógico: problematizando a prática docente universitária; Sistematização da Assistência de Enfermagem; Projeto Político Pedagógico do Curso de Enfermagem (PPC); Aplicação das técnicas de ensino no trabalho docente; atividades integrativas com os docentes e planejamento coletivo.
A partir dos encontros para discussão do PPC, das capacitações e do
planejamento participativo será apontado os principais resultados.
As disciplinas que estavam ocorrendo no período noturno foram remanejadas para
o turno manhã e tarde, evitando adoecimentos psíquicos e sobrecarga aos
discentes.
Os discentes afirmaram que é preciso manter a disciplina Seminários
Interdisciplinares no novo PPC, e que a mesma venha priorizar os problemas
locais de saúde e que as discussões sobre essas temáticas ocorram
transversalmente.
Aproximação e diálogo com os gestores da Direção de Campus e Pró Reitoria de
Graduação (Prograd) para melhorias no ensino do curso e lançamento nas ofertas
de disciplinas o mais próximo possível da realidade vivenciada pelos docentes.
Padronização dos planos de ensino e entrega dos mesmos junto à coordenação e
aos discentes no primeiro dia de aula.
Capacitações pedagógicas no intuito de melhorar a prática docente ministrada
por colaboradores doutores e com vasta experiência em suas áreas de atuações.
Participação coletiva para a construção do novo PPC mediada por um doutor em
Educação, verificando no atual PPC o que pode permanecer, o que precisa ser
mudado e o que pode ser repensado para o próximo PPC.
Continuidade ao acolhimento dos novos estudantes/calouros de enfermagem,
movimento que contribui para a permanência desses estudantes no curso,
trabalho desenvolvido pelo Centro Acadêmico de Enfermagem (CAEN) em parceria
com a coordenação de curso e colegiado de Enfermagem.
Integração entre as demandas do PET/GRADUASUS para o despertamento das
necessidades de saúde da população local, bem como ampliação da comunicação
entre Universidade - serviços de saúde -comunidade- gestores.
Visibilidade na participação dos docentes em reuniões de colegiado e
capacitações, ou seja, todos os docentes receberam um relatório de frequência
em porcentagem contemplando a assiduidade nos trabalhos do curso, isso permite
o docente refletir o quanto está comprometido com o seu colegiado e discentes,
ajudando os faltosos a rever sua prática docente.
Planejamento prévio das atividades de ensino, acolhimento das demandas com
escuta ativa e de respeito; seguimento do calendário acadêmico e prazos
institucionais para deliberar documentos e processos dos discentes.
O planejamento das atividades do curso nesse ano de 2018 foi elaborado em
conformidade com os encontros citados anteriormente, seguido de um roteiro
para cada encontro e realizado divisão de grupo de trabalho em cores, cor
verde professores que atuam na atenção básica, cor vermelho os que atuam nas
especialidades e cor amarelo os que estão inseridos nas disciplinas básicas do
curso, o planejamento durou cinco dias.
O primeiro dia foi realizado acolhimento e dinâmica com os docentes, momento
de partilhar sobre as férias, expectativas pessoais e profissionais e de
reafirmar compromisso de trabalho.
No segundo dia de planejamento foi disponibilizado o (Roteiro 1) com o
objetivo de que os docentes pudessem analisar as práticas pedagógicas a partir
dos planos de disciplina de cada docente e o reflexo no aprendizado discente.
No terceiro dia foi trabalhado o (Roteiro 2) com o objetivo de levantar os
problemas atuais de saúde em Palmas e contextualizar nas disciplinas dos
docentes do curso de Enfermagem.
No quarto dia foi trabalhado o (Roteiro 3) com o objetivo de elaborar o
planejamento da Semana de Enfermagem para o mês de maio de 2018 identificando
os temas propostos para palestra magna, os temas das oficinas, forma de
arrecadar recursos e meios de divulgação.
No quinto dia pela manhã foi realizado a reunião com Núcleo Docente
Estruturante, à tarde reunião de colegiado e a noite o fechamento da semana de
planejamento com a Cerimônia do Jaleco.
**Conclusão**: O caminho percorrido na gestão em Enfermagem foi de levar os docentes e discentes a olharem para o próprio curso, percebendo seu desenvolvimento. Caminho que envolve sensibilização, perseverança, recomeçar, acolher as diferentes demandas, revisitação das práticas docentes, do se dispor para estar com o outro, de olhar para a realidade social e ver possibilidades de resolver ou propor caminho. Integrar com os discentes e abrir-se para aproximar dos profissionais que estão nos serviços de saúde e que conhecem bem essa realidade.
**Contribuições:** O crescimento de um curso envolve diferentes atores, parcerias com pessoas em expertise em outras áreas do conhecimento que não seja apenas da Enfermagem e primordialmente que esteja conectado com o contexto local de saúde considerando o aspecto social, político e cultural para que se tenha um currículo real e uma formação emancipatória, questionadora, resolutiva e transformadora, com profissionais éticos e cidadãos comprometidos.
Referências: Alves CN et al. Cuidado pré-natal e cultura: uma interface na atuação da enfermagem. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, v. 19, n. 2, p. 265-271, 2015.
Camacho KG et al. Vivenciando repercussões e transformações de uma gestação: perspectivas de gestantes. Ciencia Y Enfermería, v. 16, n. 2, p. 115-25, 2010.
Gennep AV. Os ritos de passagem. [trad. Roberto da Matta]. 1. Ed. Petrópolis: Vozes, 2011.
Sanfelice C et al. Crenças e práticas do período gestacional. Saúde (Santa Maria), v. 39, n. 2, p. 3548, 2013.
Santos ACB et al. Antropologia da saúde e da doença: contribuições para a construção de novas práticas em saúde. Revista do NUFEN, v. 4, n. 2, p. 11-21, 2012. |