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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 4601853

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4601853

RISCOS BIOLÓGICOS PARA TÉCNICOS DE ENFERMAGEM EM UMA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM – PA

Autores:
Lourdes Oliveira Gomes ; Rodrigo Maia da Silva ; Rafaela Vitoria Rendeiro Ferreira da Silva

Resumo:
**Introdução: **Biossegurança refere-se à aplicação do conhecimento, técnicas e equipamentos com a finalidade de prevenir a exposição do trabalhador. Os riscos ocupacionais, que atingem os trabalhadores dos serviços de saúde são originados a partir de fatores físicos, químicos, psicossocias, ergonômicos e biológicos. Esses últimos, por sua vez, são provocados por agentes infecciosos, tais como bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários e vírus¹. Os riscos biológicos merecem destaque como um dos mais frequentes no desenvolvimento das atividades dos profissionais de Enfermagem, sobretudo por estar envolvido à manipulação e contato direto de material contaminado com sangue e secreções² . Nesse contexto, insere-se a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) que é um estabelecimento de saúde de complexidade intermediária, onde os trabalhadores estão expostos a potencialmente aos riscos biológicos.  **Objetivos: **Compreender a concepção dos técnicos de enfermagem em relação à importância da biossegurança em seu cotidiano laboral, Identificar fatores determinantes para o uso dos equipamentos de proteção individual e Conhecer as ações educativas realizadas na unidade de pronto atendimento sobre a temática. **Descrição Metodológica: **Considerando a natureza do problema e o objeto de estudo proposto, optamos por realizar uma pesquisa exploratória descritiva com abordagem qualitativa. Nesse contexto, a pesquisa descritiva é aquela que descreve as características de determinadas populações ou fenômenos. Uma de suas particularidades é a utilização de técnicas padronizadas de coletas de dados, tais como o questionário e a observação sistemática³. O mesmo terá uma abordagem qualitativa por considerar que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números4 .O estudo foi realizado em uma Unidade de Pronto Atendimento 24 horas (UPA), localizada na região metropolitana de Belém/PA. As Unidades - UPAs 24h são estruturas de complexidade intermediária entre as Unidades Básicas de Saúde e as portas de urgência hospitalares, onde em conjunto com estas compõe uma rede organizada de Atenção às Urgências.  Os participantes da pesquisa foram técnicos de enfermagem que atuam na UPA há no mínimo um ano e que exerçam suas atividades laborais no turno matutino e vespertino. O instrumento de coleta de dado foi a entrevista semi estruturada, que foi gravada e posteriormente transcrita em sua integralidade. Para preservar o anonimato dos participantes, foram usados códigos alfanumérico com as seguintes denominações: TE 01, TE 02, para os técnicos de enfermagem, até que se alcance a saturação da amostra. A análise e tratamento dos dados coletados foram realizados através da análise de conteúdo temático. A análise de conteúdo é definida como um conjunto de técnica de análise de comunicação, visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo da mensagem, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção destas mensagens. **Resultados: **Foram realizadas doze entrevistas das quais emergiram três categorias temáticas: _1. A importância da biossegurança no cotidiano laboral, 2. Fatores que influenciam no uso dos equipamentos de proteção individual, 3. Ações educativas sobre biossegurança. _Na categoria 01, foi possível perceber que os técnicos de enfermagem atribuem uma significativa importância às práticas de biossegurança, mas que a realidade da prática profissional dificulta a sua aplicação, conforme demonstra o relato do TE/04 “a biossegurança é muito importante pra gente e pro paciente, mas na realidade do plantão não dá pra fazer”. Ainda na categoria _A importância da biossegurança no cotidiano laboral_, o TE/02 afirma que “A biossegurança, no caso a precaução padrão, é tudo pra proteger a gente contra tuberculose, HIV e outras doenças, mas eu não consigo lavar as mãos a cada paciente que eu atendo, nem trocar a luva”. Nesse sentido, foi possível perceber que os profissionais possuem o entendimento sobre o mecanismo de prevenção de doenças transmissíveis, que a biossegurança proporciona, no entanto, não conseguem realizar todas as medidas necessárias à prevenção.  No que tange a categoria 02 - _Fatores que influenciam no uso dos equipamentos de proteção individual_, notou-se que “quantidade de pacientes é muito grande não da pra lembrar de todas as medidas de segurança, além do mais nem sempre temos todos os equipamentos” TE/08 e o TE/05 afirma que “Muita das vezes queremos usar os equipamentos mas nem sempre tem”. De acordo com os relatos entende-se que um fator determinante para o uso dos equipamentos de proteção individual é a presença destes na unidade. Por fim, na categoria 3 - _Ações educativas sobre biossegurança _o TE/07 informa que “nos participamos de palestras realizadas aqui na unidade e às vezes até fora, mas é sempre mais difícil colocar na prática porque tem muito paciente e pouca gente pra trabalhar”. **Conclusão: **Considerando os relatos dos profissionais entrevistados percebe-se que estes compreendem a importância e a necessidade das ações de biossegurança na prevenção contra as doenças transmissíveis, para eles e para a segurança do paciente5. No entanto, é notória a dificuldade relacionada ao quantitativo de pacientes, bem como ao dimensionamento de pessoal. Quanto ao uso dos equipamentos de proteção individual, fica claro que a ausência dos mesmos na unidade é um fator determinante ao seu uso. Por fim, as ações educativas realizadas possuem pouco impacto na prática de trabalho dos entrevistados5. **Contribuições/ implicações para a Enfermagem**: Para a equipe de enfermagem percebe-se a necessidade de um redimensionamento da equipe assistência com o intuito de qualificar o cuidado prestado e fortalecer as ações de proteção dos trabalhados e usuários. Existe ainda a necessidade de ampliação das atividades de educação e saúde que visem sensibilizar os profissionais quanto à importância de sua proteção.


Referências:
REFERÊNCIAS 1.Brasil. Presidência da República, Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem, e dá outras providências [Internet]. Brasília, DF; 1986. [acesso em 2018 mar. 2]. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7498.htm 2. Carta de Ottawa. Primeira Conferência Internacional sobre promoção da saúde [carta]. Novembro de 1986; Ottawa, CA; 1986. [acesso em 2018 mar. 2]. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/carta_ottawa.pdf