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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 4596423

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4596423

AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DA EQUIPE CIRÚRGICA QUANTO AO USO DO CHECKLIST DO PROGRAMA CIRURGIA SEGURA SALVAM VIDAS EM UM HOSPITAL PRIVADO DO DISTRITO FEDERAL

Autores:
Luanne Gabrielle Viana de Miranda ; Lauane Rocha Itacarambi

Resumo:
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DA EQUIPE CIRÚRGICA QUANTO AO USO DO _CHECKLIST_ DO PROGRAMA CIRURGIA SEGURA SALVAM VIDAS EM UM HOSPITAL PRIVADO DO DISTRITO FEDERAL Lauane Rocha Itacarambi1, _Luanne Gabrielle Viana de Miranda_2, Cláudia Rodrigues Mafra3 **INTRODUÇÃO:** O procedimento cirúrgico tem a intenção de salvar vidas. As cirurgias estão cada vez mais complexas e, por conseguinte, expõe a potenciais riscos. A estimativa mundial evidenciou que metade das complicações pós-operatórias eram evitáveis, destacando o potencial previsível de dano1. Considerando as altas taxas de erros e complicações de procedimentos operatórios, a Organização Mundial de Saúde (OMS) criou o Programa Cirurgia Segura Salva Vidas (2007-2008), com objetivo de garantir a segurança dos pacientes cirúrgicos em todo o mundo, visando à redução da taxa das principais complicações cirúrgicas2. O tema segurança do paciente tem estimulado organizações de saúde a implementar medidas de segurança a fim de minimizar falhas no processo do cuidado que possam vir a causar incidentes indesejáveis3. Portanto, a aplicação de medidas preventivas é necessária, como a utilização da lista de verificação de cirurgia segura da OMS2. Nos serviços de saúde, os métodos educacionais devem ser contínuos. Para isso, faz-se necessário que o profissional potencialize a atenção nos processos que envolva o paciente4,5. É fundamental que a equipe de saúde desempenhe a atividade educativa, a fim de orientar o paciente quanto ao procedimento que será realizado e ao seu estado de saúde5. Vários estudos afirmam que a orientação ao paciente cirúrgico contribui para sua recuperação, diminuindo o medo e a ansiedade e demonstra que o contato próximo do enfermeiro à atividade educativa favorece a orientação acerca da promoção à saúde e práticas organizacionais ajudando prevenir potenciais complicações3,5. **OBJETIVO:** Avaliar o grau de conhecimento dos profissionais do centro cirúrgico quanto a aplicação da Lista de Verificação de Segurança Cirúr­gica (_checklist_) do Programa Cirurgias Seguras Salvam Vidas. **MÉTODO: **Trata-se de uma pesquisa não experimental, descritiva e quantitativa, associada à observação direta/participante, tendo como foco a efetividade da aplicação do protocolo de cirurgia segura da OMS, desenvolvida em um centro cirúrgico de um hospital privado, que possui núcleo de segurança do paciente/gestão de risco em Brasília, Distrito Federal. A amostra foi composta pela equipe de trabalho multidisciplinar que participaram das cirurgias. **RESULTADOS:** O estudo foi realizado com a equipe cirúrgica (n=59), sendo constituída por médicos cirurgiões e anestesiologistas (n=22), enfermeiros (n=8) e técnicos de enfermagem (n=29), majoritariamente do sexo feminino (57,60%) com idade média de 37,24 (DP 6,82). No que concerne ao vínculo empregatício com outra instituição, 29 profissionais (49,15%) responderam possuir outro vínculo e 30 (50,85%) responderam não possuir. Quanto a carga horária semanal, houve uma a média 52,16 horas por semana. Em relação ao tempo de atuação em procedimento cirúrgico, três (5,10%) profissionais responderam trabalhar há pelo menos 3 meses na área, cinco (8,50%) há 2 anos, 12 (20,30%) de 3 a 4 anos e 39 (66,10%) há mais de 5 anos. Quando analisado o conhecimento dos profissionais sobre a implantação do Programa de Cirurgia Segura no hospital, 88,13% já tinham conhecimento sobre o _checklist_. Desses profissionais 18,18% obtiveram informação consultando a internet, 38,96% em palestras, 23,37% por meio de artigos e 19,46% mediante outros meios. Quanto a importância do programa, 53 profissionais (89,8%) atribuíram o instrumento como extremamente importante e seis (10,2%) atribuíram como muito importante. Em relação ao uso do _checklist_, 45 profissionais (76,3%) responderam que receberam treinamento para o seu uso e 14 (23,7%) não receberam. Referente às dúvidas quanto ao uso do instrumento, a maioria dos profissionais (91,50%) relatou não ter dúvidas quanto à aplicação e preenchimento, três profissionais (5,10%) relacionaram dificuldade de preenchimento, um (1,70%) referiu falta de conhecimento sobre a finalidade e outro (1,70%) descreveu que a Lista de Aplicação de Cirurgia Segura não consta no prontuário do paciente cirúrgico. Os fatores que mais dificultam a aplicação do _checklist_ são: instrumento muito longo para ser aplicado no campo cirúrgico, sendo considerado por 6,50% dos profissionais; o tempo para preenchimento constituiu 22,60%; a falta de participação da equipe integrou 30,64%; já 4,80% refereriram que itens não são aplicáveis como a causa do problema; 4,80% informaram a falta de explicação sobre o instrumento, a falta de contato com o instrumento na instituição, falta de objetividade do _checklist_, tempo inapropriado de aplicação e ausência de rotina e contato com o instrumento; porém, 27,40% disseram não ter dificuldade quanto ao entendimento e a aplicação. **CONCLUSÃO:** O estudo revelou que a maioria dos profissionais receberam capacitação para o uso do _checklist_, no entanto, cerca de 70% possui dificuldades para a sua aplicação. Mediante aos resultados encontrados, constata-se que a cultura de segurança do paciente ainda exige maiores investimentos à aplicação do instrumento, visando o cumprimento das metas propostas pela OMS. Portanto, faz-se necessário a implantação de diferentes estratégias para melhorar a segurança no ambiente cirúrgico e realizar treinamentos da equipe de forma sistemática e periódica, a fim de uma maior compreensão da sua finalidade e de seus benefícios para alcançar os resultados almejados. **CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: **A oportunidade de uma reflexão por parte da equipe multiprofissional. O enfermeiro é um educador por excelência e tem papel relevante nos resultados de qualidade da assistência a segurança do paciente. **REFERÊNCIAS:** 1. Wachter RMA. Compreendendo a segurança do paciente. Porto Alegre: Artmed; 2010. 2. World Health Organization. Orientac¸o~es da OMS para a Cirurgia Segura 2009: Cirurgia Segura Salva Vidas (Safe Surgery Saves Lives). 2009. 3. Vincent C. Segurança do paciente: orientações para evitar eventos adversos. São Caetano do Sul (SP): Yendis Editora; 2009. 4. Silva CSO, Pinheiro GO, Beatriz CF, Figuereido BM, Macedo WTP, Silva ECL. _Checklist_ de cirurgia segura: os desafios da implantação e adesão nas instituições hospitalares brasileiras. Rev Esp Cien & Sau 2017, v. 5, n. 2, p. 72-86 5. Dos Santos J, Henckmeier L, Benedet SA. O impacto da orientação pré-operatória na recuperação do paciente cirúrgico. Enferm Foco. 2011; 2(3): 184-7. **Descritores:** Capacitação; Lista de Checagem; Segurança do Paciente. **TEMA 2: Integração ensino-serviço-comunidade como estratégia para a formação profissional e consolidação da Sistematização da Assistência de Enfermagem.** * * * 1Acadêmica do Curso de Enfermagem do Centro Universitário de Brasília. 2Acadêmica do Curso de Enfermagem do Centro Universitário de Brasília. Endereço eletrônico: luanne.gabrielle@gmail.com. 3Enfermeira, Mestre em Enfermagem pela Universidade de Brasília. Docente do Departamento de Enfermagem do Centro Universitário de Brasília.


Referências:
1 Centers for Disease Control and Prevention (CDC). National Center for Chronic Disease Prevention and Health Promotion. Number (in Thousands) of Hospital Discharges with Diabetes as Any-Listed Diagnosis, United States, 1988–2009. Disponível em: . Acesso em: 10 jan. 2016. 2 Bernstein AB, Hing E, Moss AJ, Allen KF, Siller AB, Tiggle RB. Health care in America: Trends in utilization. Hyattsville, Maryland: National Center for Health Statistics. 2003. 135p. Disponível em: https://www.cdc.gov/nchs/data/misc/healthcare.pdf. Acesso em: 08 mar. 2018.