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4585776 | AVALIAÇÃO DE PACIENTES COM DOR CRÔNICA POR MEIO DA NURSING OUTCOMES CLASSIFICATION/NOC EM CONSULTA DE ENFERMAGEM AMBULATORIAL | Autores: Claudenilson da Costa Régis ; Cássia Teixeira dos Santos ; Raquel Silveira Einhardt |
Resumo: **AVALIAÇÃO DE PACIENTES COM DOR CRÔNICA POR MEIO DA_ NURSING OUTCOMES CLASSIFICATION/NOC_ EM CONSULTA DE ENFERMAGEM AMBULATORIAL**
_RAQUEL SILVEIRA EINHARDT_1, CLAUDENILSON DA COSTA RÉGIS2, CÁSSIA TEIXEIRA DOS
SANTOS3, AMÁLIA DE FÁTIMA LUCENA4
**INTRODUÇÃO:** A dor é definida como uma experiência complexa e individual que pode ser desencadeada por uma lesão no tecido, real ou em potencial, e sua manifestação envolve reações emocionais, respostas autônomas, psicológicas e comportamentais1. Entre os tipos de dor está a crônica que é caracterizada pela persistência do sintoma por mais de seis meses, quando os pacientes apresentam fadiga, feições faciais relaxadas, isolamento social, depressão e estado emocional reduzido2. No Brasil a dor crônica acomete de 30% a 40% da população e é considerada a principal causa de absenteísmo no trabalho, atestados médicos, licenças e aposentadorias por invalidez, além de ser causa de baixa produtividade e indenizações trabalhistas3. Este cenário remete à importância do diagnóstico e do cuidado de enfermagem a esses pacientes, que necessitam ser avaliados de forma acurada. Nesse sentido, a Nursing Outcomes Classification (NOC)4, isto é, a Classificação dos Resultados de Enfermagem, apresenta-se como uma alternativa para avaliar os resultados obtidos por um paciente, família ou comunidade, assistidos pela enfermagem. Os resultados de enfermagem desta classificação descrevem o estado, os comportamentos, as reações e os sentimentos do paciente em resposta ao cuidado a ele prestado. Embora, a dor tenha sido objeto de muitas investigações, ainda pouco se estudou sobre a avaliação da dor crônica de pacientes em acompanhamento ambulatorial. **OBJETIVO: **analisar os resultados e indicadores de enfermagem NOC na avaliação de pacientes com dor crônica atendidos em consulta de enfermagem ambulatorial. **DESCRIÇÃO METODOLÓGICA:** recorte de um estudo longitudinal prospectivo, realizado em hospital universitário do sul do Brasil, conduzido em duas etapas: a primeira foi configurada pela seleção dos resultados e indicadores NOC aplicáveis a pacientes com o diagnóstico de enfermagem (DE) Dor Crônica, com base em estudo prévio1 e em consenso de especialistas. De acordo com essa seleção foi construído um instrumento para acompanhar a evolução clínica de cada paciente. A segunda etapa constou da aplicação do instrumento aos pacientes com DE Dor Crônica atendidos em consulta de enfermagem ambulatorial, de forma sistemática e com intervalos de 21 dias entre as avaliações. O estudo foi realizado no serviço de enfermagem ambulatorial, nas consultas de enfermagem, que têm duração média de 30 minutos. A amostra se constituiu de nove pacientes adultos de ambos os sexos com DE Dor Crônica que concordaram em participar da pesquisa por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e que apresentaram disponibilidade em comparecer às consultas nos intervalos de 21 dias no período da pesquisa. O único critério de exclusão estabelecido foi o paciente não ter disponibilidade para comparecer às consultas no intervalo proposto para sua reavaliação. A coleta de dados ocorreu de agosto a novembro de 2017, momento em que foi aplicado o instrumento aos pacientes com DE Dor Crônica; Cada paciente foi submetido a duas avaliações com os indicadores NOC, durante as consultas de enfermagem. A coleta de dados foi executada pelo pesquisador que acompanhou as consultas de enfermagem dos pacientes em ambiente real de cuidado ambulatorial. A análise dos dados foi estatística, por meio do SPSS e realização de teste t-student para amostras pareadas, para comparar as médias dos indicadores dos resultados da NOC. Foi adotado um nível de significância de 5% (p< ou = 0,05), com intervalo de confiança de 95%. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário. **RESULTADOS: **A maioria da amostra era do sexo feminino (88,9%), com idade média de 56,0 ± 18,2 anos, brancos (66,7 %), casados (33,3%), católicos (77%) e afastados do trabalho, com benefício do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) (66%). O motivo da consulta para todos os pacientes foi o manejo multiprofissional da dor. Foram selecionados, em consenso de especialistas, cinco resultados da NOC, sendo eles: Nível de dor, Sono, Controle da dor, Estado de conforto e Satisfação do cliente, além de onze indicadores clínicos, os quais foram aplicados a nove pacientes. O resultado Controle da Dor, com seus dois indicadores, Controle de fatores causadores da dor e Uso de medidas de alívio não analgésico, apresentaram significância estatística, apontando para uma melhora dos pacientes, o que confere a estes indicadores potencial forma de avaliar e acompanhar a evolução clínica destes indivíduos. O resultado Nível de Dor; apresentou melhora em dois indicadores, sendo eles Dor relatada e Duração dos episódios de dor. Também foram avaliados outros aspectos intrínsecos ao paciente relacionados ao Estado de conforto, tais como, Bem estar psicológico e Apoio social da família, em que ambos apresentaram discretas melhoras em suas médias. O resultado Satisfação do Cliente foi avaliado pelos indicadores; Nível da dor monitorado com regularidade e Ações implementadas para aliviar e prevenir a dor/desconforto. Estes dois indicadores mantiveram médias próximas a cinco, o que indica completa satisfação pelas ações de enfermagem implementadas à sua condição de saúde. O resultado Sono apresentou melhora entre as avaliações com seu indicador qualidade de sono. Quanto aos cuidados de enfermagem, houve maior frequência daqueles relacionados à monitorização dos níveis de dor, como a avaliação da intensidade, características e localização da dor. Também se enfatiza os cuidados de enfermagem relacionados às ações pessoais e de medidas não farmacológicas para o alívio da dor.** CONCLUSÃO: **Conclui-se que os resultados e indicadores NOC são viáveis e possíveis de aplicação para avaliação dos pacientes com Dor Crônica, contribuindo para uma assistência guiada por evidências científicas, que qualificam o processo de enfermagem na prática clínica. **CONTRIBUIÇÃO: **Este estudo visa, de maneira paralela aos objetivos expostos, fomentar a discussão sobre a necessidade de instrumentos que possam avaliar e investigar de forma sistemática a evolução clínica de pacientes com Dor Crônica.
**DESCRITORES**: Avaliação de resultados (cuidados em saúde); Dor crônica; Processo de enfermagem.
**TEMA 3: **Processo de Enfermagem: referenciais teórico-metodológicos, raciocínio clínico e sistemas de linguagem padronizada
**REFERÊNCIAS**
1. MELLO, Bruna Shroeder. MASSUTTI, Tânia M. LONGARAY, Vanessa K. TREVISAN,
Daniela. LUCENA, Amália de Fátima. Applicability of the Nursing Outcomes
Classification (NOC) to the evaluation of cancer patients with acute or
chronic pain in palliative care, Applied Nursing Research; February 2016,
Volume 29, Pages 12-18.
2. LUCENA, Amália de Fátima et al. Brazilian Validation of the Nursing
Outcomes for Acute Pain. International Journal Of Nursing Knowledge, [s.l.],
v. 24, n. 1, p.54-58, 16 out. 2012.
3. BOTTEGA. Fernanda Hanke. FONTANA. Rosane Teresinha. A dor como quinto sinal vital: utilização da escala de avaliação da dor por enfermeiros de um hospital geral. Ver. Texto Contexto da Enfermagem. Florianópolis, 2010.
4.MOORHEAD, S.; JOHNSON, M.; MAAS, M.; SWANSON, E. Nursing outcomes
classification (NOC): measurement of health outcomes. Sixth Edition.
Philadelphia: Elsevier, 2018.
Referências: 1. Sadala MLA, Bruzos GAS, Pereira ER, Bucuvic EM. A experiência vivida pelos pacientes em diálise peritoneal domiciliar?: uma abordagem fenomenológica. Rev. Lat. Am. Enfermagem [Internet]. 2012;20(1):1–8. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v20n1/pt_10.pdf
2. Sesso RC, Lopes AA, Thomé FS, Lugon JR, Martins CT. Brazilian Chronic Dialysis Census 2014. J. Bras. Nefrol. [Internet]. 2016;38(1):54–61. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27049365
3. Tavares JMA, Lisboa MTL. Tratamento com diálise peritoneal?: a prática do autocuidado no contexto familiar Peritoneal dialysis treatment?: self-care practice in the family context. 2015;23(3):344–9. Available from: http://www.facenf.uerj.br/v23n3/v23n3a09.pdf
4. Conselho Federal de Enfermagem (BR). Resolução Nº 358 do Conselho Federal de Enfermagem, de 15 de outubro de 2009 (BR). 2009 [citado 21 jan 2016]. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html
5. Berzerra MLR, Ribeiro PRS, Sousa AA, Costa AIS, Batista TS. Diagnósticos de enfermagem conforme a teoria do autocuidado de Orem para pacientes em tratamento hemodialítico. Rev. Ciência em Extensão [Internet]. 2012;8(1):60–81. Available from: http://ojs.unesp.br/index.php/revista_proex/article/view/533/631 |