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4563019 | DIFICULDADES DA ASSISTÊNCIA DO ENFERMEIRO NO CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA | Autores: Murilo Dias da Silva ; Fábio Santos Santana ; Tácio Macedo Silva ; Simone Teixeira da Luz Costa |
Resumo: **INTRODUÇÃO**: A assistência de enfermagem ao cliente com transtorno mental no Brasil vem se ampliando e buscando atender e desenvolver as propostas oriundas da reforma psiquiátrica, que propõe aos profissionais de saúde uma prática divergente àquela iniciada com a psiquiatria tradicional, caracterizada pelo isolamento, tratamento desumano e punitivo, voltado para a contenção física e química desses clientes. Com o novo modelo foram criados Centros de atenção psicossocial (CAPS) onde atua uma equipe multidisciplinar que busca a reinserção social e autonomia do usuário. Diante essas novas modalidades de reinvenção da saúde mental e tendo o enfermeiro como gerente ou integrante da equipe do CAPS, urge a importância da pratica assistencial de enfermagem para o funcionamento efetivo dessas unidades ². Então, de acordo com o que foi abordado, nesta pesquisa faz-se importante no sentido de revelar as dificuldades das práticas assistenciais dos enfermeiros nos CAPS, com reflexão e discussão crítica sobre a assistência prestada desses profissionais na nova realidade de atenção a saúde mental. Com a proposta de aprofundar a compreensão da assistência de enfermagem em saúde mental, tem-se como questão norteadora: de que modo o enfermeiro realiza sua assistência no CAPS, frente as suas atribuições, qualificação e dificuldades, nas produções científicas no Brasil após a reforma psiquiátrica. **OBJETIVO:** Revisar as publicações cientificas que descrevem as dificuldades encontradas pelo enfermeiro na sua assistência no Centro de Atenção Psicossocial, relacionada às suas atribuições e qualificação profissional no Brasil, no período de 2007 a 2017. **DESCRIÇÃO METODOLÓGICA**: Trata-se de uma revisão integrativa (RI) de literatura onde descreve as dificuldades da assistência do enfermeiro no centro de atenção psicossocial, a partir do acesso às produções científicas sobre o tema. A pesquisa e analise de temáticas relevantes, com o esclarecimento dos estudos discutidos para agregar conhecimentos para melhoria da pratica clinica.³ Assim, preenchendo novas lacunas e dando origem a novos estudos. Utilizou-se os Descritores em Ciências da saúde: Saúde mental, Assistência de enfermagem e Enfermeiro psiquiátrico. Os estudos científicos foram buscados nas bases Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e Literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde. Os critérios de inclusão foram: artigos completos científicos indexados em periódicos nacionais publicados na língua portuguesa, no período de 2007 a 2017, que contemplassem a assistência do enfermeiro nos centros de atenção psicossocial. Justifica-se esse recorte de tempo por contemplar estudos dos últimos 10 anos e as publicações serem mais profícuas a partir do ano da sanção da lei 10.216 . Pesquisas que contribuíssem com a tomada de decisão para o aprofundamento do objeto de estudo. Sendo pesquisas qualitativas, quantitativas e de revisão bibliográfica. Os critérios de exclusão associaram estudos que não contemplassem o escopo deste estudo. O método que guiou a revisão integrativa incorporou e seguiu 6 etapas: seleção da questão da pesquisa, a busca na literatura, categorização dos estudos, a avaliação dos estudos da revisão , interpretação dos resultados e a síntese do conhecimento ³. A coleta de dados foi realizada com auxílio de uma tabela preliminarmente elaborada, alusiva aos seguintes tópicos: título do artigo, nome dos autores, titulação dos autores, ano de publicação, periódico, objetivo da pesquisa, metodologia, principais resultados, discussões relevantes, principais achados nas conclusões e recomendações. A coleta de dados se deu de novembro de 2017 a janeiro de 2018. Os artigos que compuseram este estudo estão identificados pela abreviatura (A) de 1 a 10. **RESULTADOS:** No primeiro levantamento encontrou-se 489 artigos, destes, 311 eram do LILACS e 178 do SciELO do site da BVS. Na busca de títulos alguns estudos foram excluídos e com a aplicação dos critérios de inclusão/exclusão e leitura dos resumos, foram selecionados 35 artigos, 19 do LILACS e 16 do SciELO. Depois de criteriosa leitura obteve-se 10 artigos. Dos dez, oito artigos que realizaram a pesquisa em cenários de estudo, obteve-se um em Instituto Politécnico de Ensino, um para grupo de estudantes que concluiu o curso de especialização em enfermagem psiquiátrica e saúde mental tradicional e os outros seis foram em CAPS. Mostra- se, dessa maneira, que a proporção de estudos em CAPS envolvendo a assistência de enfermagem vem tendo uma atenção maior nas ultimas décadas, porem pode-se constatar também, que ainda é incipiente o número de produções científicas que mostra quais são as dificuldades que o enfermeiro encontra em sua assistência nos CAPS em relação ao tangente de produções. A análise dos 10 artigos possibilitou caracterizar situação do enfermeiro em sua assistência no centro de atenção psicossocial no país, sintetizando-as em 3 categorias temáticas: As atribuições do enfermeiro no CAPS, a qualificação de enfermagem em saúde mental e as dificuldades a assistência do enfermeiro em saúde mental. **CONCLUSÃO: **Por fim, é visto que a assistência efetiva de enfermagem é necessária no CAPS para manter a qualidade e integralidade do cuidado ao usuário. O papel do enfermeiro vai da organização da unidade ate a assistência direta ao paciente usuário, isso exige do mesmo um conhecimento vasto sobre saúde mental, visando sua atuação no CAPS em suas modalidades e especificidades. Apesar dos grandes avanços, ainda se evidência dificuldades encontradas pelos enfermeiros na assistência ao portador de algum distúrbio mental. Como mostram os periódicos revisados, enfermeiros que atuam no CAPS ainda têm dificuldades em realizar a assistência devida por falta de conhecimento e capacitação, seja durante a graduação ou pela falta de promoção de capacitação nas unidades da rede de saúde, entre elas, não saber como lidar com pacientes em surto ou orientar sobre o uso de substâncias psicoativas, não fazer a sistematização da assistência de enfermagem no CAPS, seja por falta incentivo, atualização ou recursos. Para a elaboração do plano terapêutico é preciso ser realizado por toda equipe multidisciplinar e o enfermeiro é quem faz o papel de interligar a equipe para realizar o plano de cuidado de acordo com a necessidade de cada usuário. É preciso que o profissional busque especialização na área junto as universidades com programas de pós-graduação e estágios voluntários. Somado a isso, os gestores dessas unidades podem capacitar e atualizar a equipe atuante, a fim de estimular o aprendizado e sanar as dificuldades na assistência prestada, equiparando o nível de proficiência, garantindo assim, a qualidade do cuidado ao usuário e família. **IMPLICAÇÕES PARA ENFERMAGEM:** O estudo proporciona conscientização para os profissionais enfermeiros, sendo que esse mostra, partir de outros achados, a realidade vivida pelo enfermeiro no CAPS, evidenciando as necessidade de qualificação especifica para atuar em saúde mental, para então promover uma assistência de qualidade e sem grandes dificuldades. Contribui na identificação da necessidade do ensino mais aprofundado em saúde mental durante a graduação e nas especializações de enfermagem, envolvendo a realidade do novo modelo assistencial e enfatizando a autonomia do enfermeiro.
Referências: 1. Brasil. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CES Nº 3, de 7 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. Diário Oficial da União, Brasília. Seção 1:37. 2001.
2. Brasil. Decreto n. 94.406, de 8 de junho de 1987. Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da enfermagem, e dá outras providências. Lex: Coletânea de Legislação e Jurisprudência. 1987.
3. Prado C, Freitas GF, Pereira IM, Mirai VM, Leite MMJ. Avaliação no estágio curricular de administração em enfermagem: perspectiva dialética. Rev Bras Enferm, 63(3): 487-90, 2010
4. Andrade SR, Piccoli T, Ruoff AB, Ribeiro JC, Sousa FM. Fundamentos normativos para a prática do cuidado realizado pela enfermagem brasileira. Rev. Bras. Enferm; 69(6):1082-1090, 2016.
5. Lorenzetti J, Oro J, Matos E, Gelbcke FL. Organização do trabalho da enfermagem hospitalar: abordagens na literatura. Texto Contexto Enferm; 23(4):1104-1112, 2014. |