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4546695 | O USO DA SIMULAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO DA CONSULTA DE ENFERMAGEM PARA ALUNOS DA GRADUAÇÃO | Autores: Rita de Cássia Teixeira Rangel ; Rosangela Aparecida de Borba ; Maria Denise Mesadri Giorgi ; Pollyana Bortholazzi Gouvea |
Resumo: **Introdução: **De uma forma geral, entende-se que no processo de educação aprendemos a organizar os processos de acesso e assimilação da informação e, a partir do momento que são incluídas mais informações, as transformamos em conhecimento, ou seja, a informação, particularmente a informação científica e técnica, é o primeiro elo da cadeia educativa(1). É de conhecimento de todos que não existem métodos absolutos acerca da melhor estratégia de ensino, porém, algumas aproximações têm se mostrado mais coerentes com os princípios exigidos para a formação do enfermeiro, principalmente no que tange a construção de um profissional crítico e reflexivo. Nesse contexto, a aprendizagem sob a prática simulada se insere como um método capaz de prover a inclusão de tecnologias, favorecendo seu uso de modo inteligente e criativo, além de permitir ao aluno treinar suas habilidades e demonstrar suas competências em um ambiente protegido e criativo, gerando benefícios que vão desde a transição do saber para o saber fazer, até a construção do sentimento de confiança por parte do acadêmico, com consequente melhora da sua autonomia no processo de tomada de decisão. Nesta direção, a simulação clínica é um exemplo de estratégia didática de ensino na área da saúde que une o realismo da problematização e o ensino direcionado da aprendizagem baseada em problemas que busca elencar problemas de ensino por especialistas visando debater os temas essenciais para a formação, proporcionando ao acadêmico uma experiência significativa formada por um conjunto de instrumentos fundamentais, sendo estes: organização; planejamento estratégico; técnica; processo e ferramentas(2), ou seja, a experiência concreta, ocorre quando o aluno se coloca como protagonista de sua aprendizagem, ao qual se deparar com uma problemática simulada, experimentando sentimentos de medo e dúvida, que passam a ser superados para resgatar os conhecimentos teóricos e aplicarem na prática. A observação refletida, é vista durante a discussão da avaliação da simulação, que o acadêmico observa e reflete sobre os questionamentos relacionados a teoria. A conceituação abstrata, acontece a partir da teorização da vivência, em que o acadêmico identifica as lacunas de conhecimento e busca se aprofundar no tema. Por fim, a experimentação ativa corresponde a uma nova simulação, em que o acadêmico deve desenvolver novas ações conforme a reflexão **Objetivo: **Relatar a experiência das práticas simuladas de consulta de enfermagem com acadêmicos do 9º período do curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Vale do Itajaí (SC). **Método: **Trata-se do relato de um projeto piloto. Para desenvolvimento das atividades simuladas, os acadêmicos foram divididos em grupos pequenos para que, durante dois dias, pudessem fazer o resgate de alguns conteúdos teóricos abordados no decorrer da graduação e que seriam importantes para o período em questão. Posteriormente, outros seis acadêmicos, previamente selecionados, receberam orientações quanto a sinais de sintomas de diversas condições de saúde/doença, sendo elas: Infecção Sexualmente Transmissíveis (ISTs), Crise Hipertensiva, Consulta puerperal, Consulta Pré-Natal, Doenças oncológicas, dentre outras. O objetivo principal era que os alunos que fossem conduzir a consulta conseguissem aplicar o máximo de conhecimento acerca das práticas do enfermeiro, conseguindo, ao final, dar um desfecho para cada caso. Vale destacar que os alunos que se passavam por “enfermeiros” não tinham nenhum conhecimento dos casos que seriam abordados. Conforme os acadêmicos que conduziam a consultam solicitavam, o professor orientador fornecia resultados de exames, sinais vitais, etc. Não foi estipulado tempo de duração de cada consulta, pois um dos objetivos da simulação era que os acadêmicos gerenciassem o próprio tempo. Todas as ações foram filmadas, com autorização dos acadêmicos, para posterior análise e discussão em sala de aula acerca das condutas tomadas em cada uma das situações. **Resultados e discussão: **Conforme o Projeto Pedagógico do Curso de Enfermagem da Universidade do Vale do Itajaí (SC), duas das competências esperadas para o 9º período do curso são “Ser capaz de diagnosticar e solucionar problemas de saúde, prestar assistência/cuidado a indivíduos no seu ciclo vital, família e comunidade, utilizando a Sistematização da Assistência de Enfermagem fundamentada na ciência/arte de cuidar em enfermagem” e “Comunicar-se, tomar decisões e enfrentar situações em constante mudança; usar adequadamente novas tecnologias de informação, comunicação e gerenciamento como instrumento para o cuidar/assistir em enfermagem”. Diante disto, a utilização de metodologia ativas como a simulação clínica na enfermagem permite um condicionamento expandido sobre distintas áreas do saber integrando o cuidado clinico com o paciente em múltiplas esferas situacionais, fazendo-o correlacionar a teoria à prática o tornando um aluno crítico-reflexivo, pois durante a graduação o conteúdo teórico é fragmentado devido à complexidade e demanda, dificultando a compreensão do acadêmico (BARRETO _et al_, 2014). Sob esta lógica, percebeu-se que as atividades simuladas foram de extrema importância para os alunos, pois principalmente no momento de _Debriefing_ (atividade que ocorre posteriormente a experiência da simulação), os alunos tiveram a oportunidade de se ver, refletir e discutir sobre sua performance, considerando, naquele momento, todos os aspectos importantes que envolviam a realização da consulta de enfermagem. Muitos alunos, relataram-se “chocados” com suas performances, afirmando que, ao se verem nos vídeos, puderam realmente identificar suas potencialidades e principalmente suas fragilidades para condução da atividade, o que os levou a refletir sobre os pontos que seriam necessários maior aprofundamento para desenvolvimento das atividades no decorrer do semestre. De uma forma geral, todos os _feedbacks _foram positivos por parte dos alunos no desenvolvimento da atividade, inclusive, muitos sugeriram que a prática fosse adotada em períodos mais iniciais para que ao longo do curso pudessem aprimorar ainda mais suas competências, habilidades e atitudes. **Conclusões: **No cenário contemporâneo, a formação de profissionais enfermeiros qualificados, aptos para o desenvolvimento de suas funções é exigência mínima para os educadores e uma das formas de tornar o modo de ensinar ainda mais efetivo é inserir o aluno como protagonista no seu processo de ensino-aprendizagem. Sob esta lógica, o uso de atividades simuladas se tornam objeto de especial atenção para os educadores, visto que essa pode ser um importante componente no desenvolvimento dos futuros enfermeiros. **I****mplicações para a Enfermagem:** Formar enfermeiros qualificados a realizar o cuidado a indivíduos e comunidades é um desafio constante. Percebe-se que a prática da simulação pode permitir o estímulo ao desenvolvimento de competências e habilidades que, futuramente, contribuirão para a melhora na execução das atividades inerentes a profissão, com consequente valorização profissional.
Referências: 1. Silva MT, Silva MEK. Integração ensino-serviço-comunidade na perspectiva da reorientação da formação em saúde. Revista SUSTINERE. 2017; 5 (2): 245-259.
2. Brehmer LCF, Ramos FRS. Experiências de integração ensino-serviço no processo de formação profissional em saúde: revisão integrativa. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2014 jan/mar;16(1):228-37.
3. Vieira MNCM, Panúcio-Pinto MP. A Metodologia da Problematização (MP) como estratégia de integração ensino-serviço em cursos de graduação na área da saúde. Medicina (Ribeirão Preto) 2015;48(3):241-8.
4. Barros ALB & cols. Anamnese e exame físico: avaliação diagnóstica de enfermagem no adulto. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
5. Herdman TH, Kamitsuru S(orgs). Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificações. Porto Alegre: Artmed, 2015. |