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4462020 | FATORES DE RISCO PARA QUEDAS EM IDOSOS HOSPITALIZADOS EM REDENÇÃO-CEARÁ | Autores: Rafaella Pessoa Moreira ; Thaissa Frota Cavalcante ; Emília Soares Chaves Rouberte ; Paula Cristina Araújo Morais ; Glauciano de Oliveira Ferreira |
Resumo: **FATORES DE RISCO PARA QUEDAS EM IDOSOS HOSPITALIZADOS EM REDENÇÃO-CEARÁ**
_Rafaella Pessoa Moreira_1, Paula Cristina Araújo Morais2, Tahissa Frota
Cavalcante3, Emília Soares Chaves Rouberte3, Glauciano de Oliveira Ferreira4
**Introdução: **As expressivas mudanças ocorridas no perfil demográfico mundial revelam um aumento significativo do número de idosos. Com isso, emergem novas demandas em saúde, acarretadas pela mudança no cenário epidemiológico, em que as doenças crônicas substituem as de caráter infectocontagiosas1. Associado as patologias crônicas, os longevos estão suscetíveis a condições incapacitantes decorrentes de quedas, uma vez que o envelhecimento fisiológico produz alterações ósseas, musculares e articulares que afetam sua mobilidade física2. Conceituado como um deslocamento involuntário do corpo para um nível inferior à posição inicial, o evento queda é considerado um fator relacionado à redução da qualidade de vida, deficiências e mortes. A literatura aponta que o mesmo ocorre devido à perda total do equilíbrio postural, relacionando-se à insuficiência súbita dos mecanismos neurais e osteoarticulares envolvidos na manutenção da postura1. Pessoas pertencentes a qualquer faixa etária apresentam risco de cair. Entretanto, na população idosa, episódios de quedas possuem efeitos desastrosos, podendo ocasionar incapacidades físicas e psicológicas graves3. A identificação do risco de quedas torna-se ainda mais relevante no ambiente hospitalar, onde existem idosos fragilizados por processos patológicos, apresentando características peculiares, como hábitos sedentários, diminuição da autonomia e abandono familiar. Além disso, a permanência nesse ambiente pode originar outros fatores de risco como: a pouca familiaridade com o quarto, inadequação das grades da cama, condições desfavoráveis da superfície do solo, iluminação deficiente e dispositivos de apoio inadequados4.Desse modo, é primordial que o enfermeiro esteja apto a identificar a população idosa sob risco de risco de cair, especialmente no ambiente hospitalar. Para tal, este profissional possui como ferramenta de trabalho a classificação de diagnósticos de enfermagem _North American Nursing Diagnosis Association_ (NANDA-I)5, que apresenta em sua composição o diagnóstico de enfermagem Risco de quedas. O referido diagnóstico é composto por uma lista de fatores de riscos para quedas possíveis de serem identificados em diferentes públicos e em distintos locais, inclusive em instituições de saúde que atendem o público idoso. **Objetivo:** Identificar os fatores de risco para ocorrência de quedas em idosos hospitalizados em Redenção-Ceará, que apresentam o diagnóstico de enfermagem Risco de quedas. **Metodologia: **Estudo descritivo, transversal, realizado junto a idosos que se encontravam em situação de internamento em um hospital secundário, localizado no município de Redenção-Ceará. Os critérios de inclusão previamente estabelecidos foram: possuir idade mínima de 60 anos, estar em situação de internamento e no leito no momento da coleta de dados, apresentar-se em condições de responder as questões presentes no formulário de pesquisa e aceitar submeter-se ao exame físico. Já os critérios de exclusão foram: mostrar-se inconsciente, fornecer informações incompletas sobre o estado de saúde e, após avaliação física, não apresentar o diagnóstico de enfermagem Risco de quedas. A coleta de dados ocorreu no período de Novembro de 2015 a Julho de 2016. A população (n=39), foi composta por todos os pacientes que atenderam os critérios de inclusão e que, após convite e explicação dos objetivos da pesquisa, aceitaram participar de forma voluntária, mediante assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Já a amostra (N=36), foi constituída pelos idosos que, após avaliação inicial, apresentaram o diagnóstico de enfermagem Risco de quedas. Incialmente, foram explicados os objetivos e importância do estudo aos idosos e a seus cuidadores, quando presentes. Os idosos que expressaram interesse em participar voluntariamente, foram convidados a assinar o termo de consentimento livre e esclarecido. Em seguida, aplicou-se um formulário adaptado da pesquisa de Lojudice (2005), contendo questões referentes à identificação do paciente, informações demográficas, condições de saúde e ocorrência de quedas. Além disso, o referido formulário apresentou em sua composição itens correspondentes aos fatores de risco para o diagnóstico de enfermagem Risco de quedas, presente na NANDA-I. Ao final, os idosos foram submetidos a uma avaliação direcionada ao aparelho locomotor. ** **A pesquisa foi encaminhada ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), obtendo aprovação com parecer número 1.437.444. O estudo incorporou em todas as suas fases, os princípios da resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, referentes às pesquisas envolvendo seres humanos, assegurando-se aos sujeitos participantes o sigilo de suas identidades e garantia de participação voluntária, sendo possibilitado se retirar do estudo a qualquer momento, conforme seu desejo, sem qualquer ônus financeiro, material ou assistencial. Os dados foram agrupados em planilhas do programa Microsoft Excel 2010 e analisados pelo programa Epi Info, versão 3.5.2. **Resultados: **Observou-se que 80,6% da amostra foi composta por idosos residentes no município de Redenção. Em relação ao gênero, 61,1% pertenciam ao sexo feminino. A média de idade obtida foi de 75,3 anos e a de escolaridade correspondeu a 1,86, sendo a atividade profissional de maior referência a agricultura (83,3%). Em relação as patologias referidas pelos idosos, notou-se predomínio das doenças de origem cardiovascular, como: hipertensão arterial sistêmica (72,2%), cardiopatias (38,9%), dislipidemias (36,1%) e diabetes mellitus (33,3%). Os fatores de risco para o diagnóstico de enfermagem Risco de quedas mais presentes nos idosos hospitalizados em Redenção foram, respectivamente: Dificuldade na marcha (86,1%), idade acima de 65 anos (80,6%), mobilidade física prejudicada (77,%), história de quedas (72,2%), equilíbrio prejudicado (61,1%), problema nos pés (66,7%), força diminuída nas extremidades inferiores (63,9%), falta de sono (41,7%), doença vascular (38,9%), dificuldade visual (36,1%), uso de dispositivos auxiliares (33,3%) e incontinência (30,6%). **Conclusão: **Os idosos de Redenção em situação de internamento apresentam fatores de risco que os predispõem ao evento queda. Diante disso, é primordial que o enfermeiro esteja apto a identificar essa população e implementar intervenções efetivas com o intuito de evitar a ocorrência desse evento. Nesse sentido, é fundamental a continuidade no desenvolvimento de pesquisas que visam a identificação de diagnósticos de enfermagem e a implementação de intervenções, especialmente voltadas a queda, que pode ser fatal para o idoso. **Contribuições/implicações para a Enfermagem: **Como contribuições para enfermagem destaca-se o direcionamento da assistência às reais necessidades da população geriátrica em situação de internamento, bem como a implementação de um processo de trabalho sistematizado, baseado em linguagem, julgamentos e condutas científicas.
Referências: ¹ MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. . diretrizes curriculares- curso de graduação. Acesso em: 16 fevereiro 2018. ¹ INCA- Instituto Nacional de Câncer. Ações de enfermagem para o controle do câncer: uma proposta de integração ensino-serviço/Instituto Nacional de Câncer 3ª Ed. Ver. Atual Ampl. Rio de Janeiro: INCA, 2018. |