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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 4450990

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4450990

IDENTIFICAÇÃO DE DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM EM PACIENTES COM FERIDAS TUMORAIS.

Autores:
Ivone Kamada ; Aline Isabella Saraiva Costa ; Maria Luiza Rêgo Bezerra

Resumo:
**F**eridas tumorais, geralmente, ocorrem quando há proliferação de células malignas e ruptura da integridade do tecido, o que contribui para a perda da integridade da estrutura e função do tecido, agindo assim em detrimento da qualidade de vida do paciente acometido. Nesta ótica, sabe-se que o Enfermeiro, à luz da Sistematização de Enfermagem, contribui diretamente para melhoramentos deste paciente, a partir de estratégias específicas da enfermagem, como apresenta-se o Processo de Enfermagem com suas etapas inter-relacionadas: histórico de enfermagem, diagnósticos de enfermagem, planejamento, implementação e avaliação. Neste trabalho, a etapa enfática será a de identificação dos problemas reais ou potenciais dos pacientes com feridas tumorais, ou seja, tratar-se-á dos diagnósticos de enfermagem. Destarte objetivou-se listar diagnósticos de enfermagem para pacientes oncológicos acometidos por feridas tumorais. Para tanto, foi aplicado um estudo quantitativo, exploratório, prospectivo e transversal, realizado em três hospitais públicos de ensino em Brasília, DF, entre os meses de agosto e dezembro de 2013. Foram incluídos no estudo, pacientes com diagnóstico médico de neoplasia e feridas tumorais, selecionados por meio de amostra por conveniência, independentemente de raça, gênero, situação socioeconômica e grau de instrução. Dos 26 participantes, 65,4% foram homens, 69,3% nível de escolaridade de ensino fundamental, 46,2% pardos, média de idade de 57,92 ± 12,47 anos; localização do câncer: 23,1% na laringe, 23,1% na pele e 19,2% na língua, 11,5% na mama, seguidos de ouvido, Sistema Nervoso Central e leiomiossarcoma, cada um com 3,8%, mostrando que 84,7% da amostra possuíam câncer de cabeça e pescoço. A ferida tumoral encontrava-se exposta em 53,9% dos entrevistados e 16 participantes referiram dor relacionada à ferida tumoral, 65,4% estavam em tratamento concomitante de quimioterapia e radioterapia. Foram listados os diagnósticos de enfermagem com frequência igual ou maior que 50% conforme seguimento da taxonomia II da NANDA-I, o que resultou em seis diagnósticos de enfermagem identificados, sendo estes de tipologia foco no problema, apresentados com seus respectivos domínios e classes: (domínio 11: segurança e proteção, classe 2: lesão física) Integridade da pele prejudicada (26; 100%), (domínio 12: conforto, classe 1: conforto físico) Conforto prejudicado (19; 73%), (domínio 3: eliminação e troca, classe 2: função gastrintestinal) Motilidade gastrintestinal disfuncional (17; 65%) , (domínio 12: conforto, classe 1: conforto físico) Dor crônica (16; 61%), (domínio 4: atividade e repouso, classe 1: sono/repouso) Padrão de sono prejudicado (16; 61%) e (domínio 12: conforto, classe 1: conforto físico) Náusea (13; 50%). Definido como epiderme e/ou derme modificada o diagnóstico de enfermagem Integridade da pele prejudicada foi evidenciado a partir do fator relacionado alteração de metabolismo e a característica definidora alteração na integridade da pele identificada em todos os sujeitos da pesquisa. A ferida tumoral apresenta-se como um desafio para a assistência do enfermeiro no tocante à identificação e abordagem dos sinais e sintomas diretamente relacionados. O fator relacionado regime de tratamento evidenciou o diagnóstico de enfermagem, Conforto prejudicado, conjuntamente com as características definidoras, desconforto com a situação, alteração no padrão do sono e medo, sedo este diagnóstico de enfermagem conceituado como percepção de situações com ausência de conforto, alivio em detrimento das dimensões física psicoespiritual, cultural e/ou social. Tais fatores são influenciadores direto da adesão ao tratamento, bem como da aceitação da doença e das condições relacionadas às feridas tumorais que irão imperar na diminuição do conforto do indivíduo acometido. Ao se tratar da peristalse aumentada, diminuída, ineficaz ou ausente no sistema gastrintestinal discorre-se sobre o diagnóstico de enfermagem, Motilidade Gastrintestinal Disfuncional, que apresentou como fator relacionado, regime de tratamento e as características definidoras, cólica abdominal, diarreia e náusea, sinonímia comumente apresentada como efeito adverso, sobretudo, da quimioterapia. Desequilíbrio social e emocional desagradável associada à lesão tissular real ou potencial, ou descrita em termos de tal lesão; início súbito ou lento, de intensidade leve a intensa, constante ou recorrente, sem término antecipado ou previsível e com durabilidade acima de três meses, é o conceito taxonômico do diagnóstico de enfermagem Dor Crônica, evidenciado na maioria dos sujeitos do estudo. Agente lesivo foi o fator relacionado mais evidente e diretamente ligado à integridade da pele prejudicada. Expressão facial de dor, mudanças no padrão do sono e alteração na capacidade de continuar atividades prévias foram as características definidoras identificadas para esse diagnóstico de enfermagem que fundamenta a diminuição da qualidade de vida dos pacientes em tratamento para câncer e para as feridas tumorais, uma vez que estes ficam restritos à atividades especificas não-danosas à sua atual situação de saúde-doença e que conferem mudanças relevantes na rotina diária de atividades pessoais, ocupacionais e sociais. Padrão de sono não restaurador foi o fator relacionado para o diagnóstico de enfermagem Padrão de sono prejudicado, uma vez que, relaciona-se ao regime de tratamento, na maioria das vezes, exaustivo fisicamente e emocionalmente e que foram ainda mais fundamentados pelas características definidoras alteração no padrão do sono, insatisfação com sono e despertar não intencional. Diminuição na qualidade do sono, decorrentes de fatores externos, conceitua o diagnóstico de enfermagem ora discutido. O diagnóstico de enfermagem Náusea é definido como o fenômeno subjetivo de uma sensação desagradável na parte de trás da garganta e do estômago, que pode ou não resultar em vômito e que traz como fator relacionado, evidenciado na amostra do estudo, regime de tratamento e características definidoras aversão à comida, gosto amargo na boca e sensação de vontade de vomitar. Sabe-se que o tratamento quimioterápicos e radioterápicos propiciam acometimentos gastrintestinais que podem indicar a partir da ocorrência da náusea, efeitos adversos ou desejáveis relacionados à terapêutica. Nesta ótica, conclui-se que os diagnósticos de enfermagem encontrados são facilitadores da otimização da assistência de enfermagem ao indivíduo acometido por feridas tumorais, bem como do fortalecimento de compostos técnicos-científicos para a fidedignidade da assistência. Os diagnósticos de enfermagem minimizam o desafio relacionado à percepção clínica do enfermeiro em relação à caraterização das feridas tumorais nas esferas físicas e biopsicossocial. Enfatiza-se o incentivo a mais pesquisas no âmbito da Sistematização da Assistência de Enfermagem para indivíduos com feridas tumorais, bem como, sugere-se continuidade desta a partir da elaboração, implementação e avaliação do plano de cuidados de enfermagem ora norteado pelos diagnósticos de enfermagem evidenciados.


Referências:
1 – LOPES, G.T.; MOURA, C.F.S. O impacto da residência de enfermagem na reconfiguração do perfil do enfermeiro assistencial: 1975-2000. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem.2004; 8(1). Disponível em: http://www.redalyc.org/pdf/1277/127717 725006.pdf> Acesso em: 05 set. 2017. 2 – CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM - COFEN. Resolução COFEN 259/2001. Estabelece padrões mínimos para registro de enfermeiro especialista, na modalidade residência em enfermagem. Rio de Janeiro, 12 de julho de 2001. Disponível em: Acesso em: 05 set. 2017. 3 – CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM - COFEN. Resolução COFEN- 339/2008. Normatiza a atuação e a responsabilidade civil do Enfermeiro Obstetra nos centros de Parto Normal e /ou casa de Parto e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, 2008. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3392008_4364.html>. Acesso em: 05 set. 2017. 5 – BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 904, de 29 de maio de 2013. Estabelece diretrizes para implantação e habilitação de Centro de Parto Normal (CPN). Diário Oficial da União. Brasília, 2013b. Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0904_29_05_2013.html>. Acesso em: 05 set. 2017.