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4429114 | CONHECIMENTO DOS ENFERMEIROS SOBRE CUIDADOS RELACIONADOS A LESÃO POR PRESSÃO | Autores: Isabel Cristina Alves Maliska ; Nádia Chiodelli Salum ; Giselle Borba da Rosa |
Resumo: **Introdução:** A Lesão por Pressão é descrita como dano localizado na pele e/ou tecidos moles subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivo médico ou a outro artefato, resultante da pressão ou da combinação entre pressão e cisalhamento, causado pela fricção. Outros fatores intrínsecos e extrínsecos estão associados à lesões por pressão, mas todas as suas causas ainda não foram completamente esclarecidas (NPUAP, 2016). Tais lesões são consideradas um problema de saúde pública, porque representam relevantes causas de morbimortalidade, resultando em prejuízo para qualidade de vida do paciente e seus familiares, além de onerar os cofres públicos (BRASIL, 2013). A prevalência destas lesões é de 15% e a incidência é de 7% em pacientes internados em hospitais dos Estados Unidos da América (NPUAP, 2009). Já no Brasil, um estudo constatou uma prevalência de LP em 57,89% dos pacientes internados no centro de terapia intensiva adulto. (COSTA, 2010). Frente a relevância deste problema de saúde pública no Brasil, optou-se desenvolver esta pesquisa, que teve como **objetivo** identificar o conhecimento e práticas dos enfermeiros sobre fatores de risco, avaliação e tratamento relacionados com lesões por pressão em pacientes internados em UTI. **Metodologia:** Trata-se de um recorte de uma pesquisa qualitativa, que utilizou como desenho a Pesquisa Convergente Assistencial desenvolvida na unidade de terapia intensiva de um hospital escola do sul do Brasil. Os participantes do estudo foram dezesseis enfermeiros atuantes na unidade estudada. A coleta de dados foi realizada através da aplicação de questionário com os enfermeiros no período de setembro e outubro de 2015. O questionário continha perguntas objetivas e subjetivas que versaram sobre o perfil dos participantes e tempo de atuação na UTI, além de perguntas relacionadas a fatores causais, cuidados de prevenção, avaliação e tratamento de LP em pacientes sob seus cuidados neste setor. A aplicação de questionário foi por meio de ferramenta eletrônica (_GOOGLE DOCS_), enviado por correio eletrônico (_e-mail_) aos enfermeiros, após leitura, concordância e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética da Universidade Federal de Santa Catarina. A análise temática dos dados objetivos e subjetivos obtidos no questionário envolveu o processo de síntese, com leitura exaustiva e análise subjetiva das informações, organizadas em forma de códigos por similaridade, dando origem a categorias (TRENTINI; PAIM, 2014)**. Resultados: **Os resultados se desdobraram em três categorias: Fatores de risco relacionados a Lesão por Pressão: Foram apresentados aos enfermeiros diversos fatores intrínsecos e extrínsecos envolvidos no desenvolvimento e evolução da lesão por pressão. Como intrínsecos, foram citados: idade avançada, sexo, limitação nas atividades de vida diária, incontinência urinária e ou anal, anemia, infecção/leucocitose, desnutrição, história prévia de lesão por pressão, uso de droga vasoativa, uso de sedação, uso de corticoides, uso anti-inflamatórios não-esteroides, estado mental depletado, imobilidade, prejuízo do sistema imune, perda da sensibilidade, tabagismo, hipertermia, hipotensão arterial, edema, agitação psicomotora, nível de consciência e percepção sensorial reduzidos e desidratação. De todos estes, os mais citados pelos enfermeiros foram idade avançada e desnutrição. Sobre os fatores extrínsecos os enfermeiros evidenciaram as condutas inadequadas, como o posicionamento em mesmo decúbito por mais de duas horas, força de cisalhamento/fricção, negligência nas questões de imobilidade, sobrecarga em áreas corporais de risco e a falha em hidratar/proteger a pele seca. Avaliação de Lesão por Pressão: foram apresentados aos enfermeiros várias lesões para classificação, sendo que o índice de acertos de 64%. Observou-se maior dificuldade na diferenciação da lesão por pressão no estágio dois. O maior índice de classificações equivocadas se fez na classificação de Lesão por Pressão Tissular Profunda, sendo que apenas 5 enfermeiros classificaram corretamente a lesão. Tratamento de Lesão por Pressão: para o tratamento das Lesões por Pressão foram mostradas imagens para indicação das possíveis coberturas. Houve 66% de acertos nas indicações das coberturas e 33% de indicações controversas. Em relação à segurança na indicação e utilização das coberturas, 75% dos enfermeiros referiram que não se sentem seguros, tanto pela falta de conhecimento quanto capacitação sobre os produtos disponíveis na instituição. Quando questionados sobre a continuidade do processo de tratamento, 87% dos enfermeiros reconheceram dificuldades na continuidade do cuidado citando como possíveis causas: a falta de um guia, protocolo ou instrumento de padronização de condutas, citado por 60% dos enfermeiros, falta de conhecimento sobre o tema, apontado por 53% dos participantes, problemas na sistematização da assistência, citados por 40%, além da falta de capacitação, citado por 27%. **Considerações finais**: Pode-se verificar, com base nas repostas obtidas neste estudo, que os enfermeiros possuem conhecimento satisfatório acerca dos fatores de risco relacionados as lesões por pressão mas ainda não possuem conhecimento adequado sobre a avaliação e estadiamento das lesões por pressão. A prevenção é a melhor estratégia em se tratando de lesões por pressão e menos dispendiosa que o tratamento gasto com este agravo, mas mesmo recebendo cuidados específicos para este fim, um paciente em cuidados intensivos, por suas condições específicas de gravidade e instabilidade, pode desenvolver uma lesão por pressão e neste momento faz-se necessário que a avaliação seja realizada com segurança e embasamento em conhecimento científico. **Contribuições para enfermagem:** A educação permanente, a construção de um guia de cuidados ou protocolo e a sistematização da assistência surge neste contexto como possibilidades de melhora deste cenário, a fim de contribuir para a qualidade da assistência prestada neste ambiente.
**Descritores**: Cuidados de Enfermagem; Lesão por pressão; Unidade de terapia intensiva.
**REFERÊNCIAS:**
Brasil. Protocolo para prevenção de úlcera por pressão. Brasília: Ministério
da Saúde, ANVISA/ FIOCRUZ. Brasil, 2013.
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úlcera de pressão a lesão pressão e atualização dos estágios de lesão pressão
[on line]. 2016. Disponível em: .
Costa IG. Incidência de úlcera por pressão em hospitais regionais de Mato
Grosso, Brasil. Revista Gaúcha de Enfermagem, v. 31, n. 4, p. 693, 2010.
National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP). Pressure Ulcer stages revised
by NPUAP [on line]. 2009. Disponível em: .
Trentini M, Paim L. Pesquisa convergente – assistencial: delineamento
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2014.
Referências: Moura SG, Melo MMM, César ESR, et al. Assistência pré-natal realizada pelo enfermeiro (a): um olhar da mulher gestante. Rev pesqui cuid fundam. 2015 jul/set; 7(3):2930-8.
Santana FA, Lahm JV, Santos RP. Fatores que influenciam a gestante na escolha do tipo de parto. Rev Fac Cienc Med Sorocaba. 2015; 17(3):123-7.
Vargas PB, Vieira BDG, Alves VH. et al. A assistência humanizada no trabalho de parto: percepção das adolescentes.J. res.: fundam. care. online. 2013 jul/set; 6(3):1021-35.
Cunha, MS, Sá MC. A visita domiciliar na estratégia de saúde da família: os desafios de se mover no território. Interface. 2013; 17(44):61-73.
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco. 1. ed. rev. Brasília, 2013. |