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4417965 | A DISCREPÂNCIA ENTRE PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, PLANO DE ENSINO E PLANO DE AULA | Autores: Nubia Cristina de Goes ; Raíssa Ottes Vasconcelos ; Rosângela Marion da Silva ; Carmem Lúcia Colomé Beck ; Isabel Cristine Oliveira |
Resumo: **Introdução**
Na prática docente podemos observar que no campo do planejamento em educação,
por vezes usamos como sinônimos termos que, apesar de estarem diretamente
articulados uns aos outros, não são exatamente a mesma coisa. É o caso de
expressões como projeto político pedagógico (PPP), plano de ensino e plano de
aula.
A educação é um direito constitucional de todos os brasileiros e, é um dever
do estado proporcioná-la. Assim, é por meio das escolas que é realizada a
educação formal. Cabe à escola tornar-se um dos agentes de mudança social e
constituir-se num espaço democrático, garantindo ao educando o direito de
usufruir da construção do seu conhecimento.1
**Objetivo**
Desenvolver uma reflexão teórica acerca das temáticas: projeto político
pedagógico, plano de ensino e plano de aula.
**Descrição metodológica**
Este relato de experiência resulta das leituras e sínteses reflexivas
realizadas para contemplar a disciplina Tópicos Especiais, referente ao
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa
Maria/RS.
**Resultados**
A fim de assegurar o sistema escolar brasileiro, foi instituído a Lei de
Diretrizes e Bases (LDB), principal lei brasileira relacionada á educação. A
LDB busca aproximar a comunidade local escolar e tem como instrumento, a
elaboração do PPP. Tal projeto configura-se como um documento fundamental, no
qual cada escola elabora suas propostas pedagógicas de acordo com sua
realidade. Deste modo, o PPP afirma-se como documento que fornece maior
autonomia e identidade às escolas. Sendo juridicamente reconhecido, ele
norteia e encaminha as atividades desenvolvidas no espaço escolar, e está
voltado para o que a escola tem de mais importante - o educando.1
O eixo central do PPP é constituir-se como um instrumento de luta contra a
seletividade, a discriminação, a exclusão e o rebaixamento do ensino das
camadas populares. Neste sentido, construir, executar e avaliar o PPP
significa preocupar-se com a qualidade da escola. Portanto o PPP vai além da
dimensão pedagógica, engloba a questão financeira e administrativa da escola.
Esse instrumento expressa a cultura, valores, crenças, significados, assim
como um modo de pensar e agir de todos os envolvidos. Com isso, percebe-se que
são três instituições que influenciam na construção do PPP: escola, comunidade
e governo.1
O PPP não deve ser confundido com o Planejamento Escolar ou Plano de Ensino.
Embora os dois contenham características semelhantes, há diferença na duração:
o Planejamento Escolar é um plano de ações a curto prazo (para o ano letivo),
enquanto que o PPP estabelece metas para um período de 3 a 5 anos.
O plano de Ensino consiste na sistematização do processo de organização da
ação. Constitui-se num guia para a ação. Muitos professores, desde o ensino
infantil até o ensino superior apresentam dificuldades e algumas dúvidas ao
planejar suas aulas, selecionar conteúdos e metodologias, formas de avaliar os
alunos perante a diversidade de estratégias, mas principalmente pela
multiplicidade de caminhos a seguir em um contexto tão fluído da sociedade
atual.2
Durante muito tempo as ações dos professores eram organizadas a partir dos
planos de ensino que centralizavam no ato de ensinar; portanto, a ação docente
era o foco do plano. Atualmente as propostas ressaltam a importância da
construção de um processo de parceria em sala de aula com o aluno, deslocando
o foco da ação docente e do ensino para a aprendizagem, ou seja, o aluno passa
a ser o protagonista.3
Não há um modelo fixo de plano de ensino a ser seguido. Devem apresentar uma
sequência coerente e os elementos necessários para o processo de ensino e de
aprendizagem. Porém destaca-se que é importante que contenha alguns dados de
identificação da disciplina, ementa, objetivos, conteúdo programático,
metodologia, avaliação e bibliografia básica e complementar da disciplina.4,5
O plano de ensino, é um planejamento no qual o professor interliga os
objetivos, os conteúdos e as metas que quer alcançar com os alunos em
determinada disciplina. Exige organização, sistematização, previsão e decisão,
e para sua elaboração, devem ser considerados: o conhecimento do mundo, o
perfil dos alunos e o PPP da instituição. O plano de ensino poderá ser
alterado ao longo do período conforme transcorrer o processo de ensino e
aprendizagem. O mesmo difere do plano de aula que será um roteiro para o
professor ministrar cada uma das aulas elencadas no plano de ensino.
O plano de aula é um instrumento que sistematiza todos os conhecimentos,
atividades e procedimentos que se pretende realizar numa determinada aula,
tendo em vista o que se espera alcançar como objetivos junto aos alunos.5
Trata-se de um detalhamento do plano de curso/ensino, devido à sistematização
das unidades deste plano, criando uma situação didática concreta de aula. A
diferença entre o plano de ensino e plano de aula é a especificidade, onde o
plano de aula apresenta conteúdos mais objetivos e operacionais.4
Para elaborar o plano de aula, é necessário que seja construído o plano de
ensino, levando em consideração as suas fases: preparação e apresentação de
objetivos, conteúdos e tarefas, desenvolvimento da matéria nova, consolidação
(fixação de exercícios, recapitulação, sistematização), aplicação e
avaliação.5
**Considerações finais**
As reflexões permitem compreender que o conhecimento acerca do PPP pelo
docente se faz de suma importância para a elaboração do plano de ensino e o
plano de aula, os quais exigem dedicação e observação em avaliar o aprendizado
do aluno, reconsiderando sempre que necessário. Além disso, o planejamento
deve fazer parte da vida do docente, sendo encarado como uma peça
indispensável na prática diária, considerado um exercício em busca da
excelência.
**Contribuições/implicações para a Enfermagem**
Considera-se que essas reflexões permitem ao aluno de pós-graduação aprofundar
o conhecimento da prática docente, percorrendo o arcabouço teórico da sua
prática profissional, implicando na formação de um profissional em enfermagem
mais instrumentalizado de suas competências e habilidades no campo e núcleo de
seus saberes.
Referências: 1. Menezes TMO. Dimensão espiritual do cuidado na saúde e enfermagem. Rev. Baiana Enferm. 2017; 31(2):e22522. 2. Nascimento LC, Oliveira FCS, Santos TFM, Pan R, Flória-Santos M, Alvarenga WA et al. Atenção às necessidades espirituais na prática clínica de enfermeiros. Aquichán. 2016 Apr; 16(2): 179-92. 3. Moreira-Almeida A, Lucchetti G. Panorama das pesquisas em ciência, saúde e espiritualidade. Cienc. Cult. 2016 Mar 8(1): 54-7. 4. Nascimento LC, Santos TFM, Oliveira FCS, Pan R, Flória-Santos M, Rocha SMM. Spirituality and religiosity in the perspectives of nurses. Texto contexto-enferm. 2013 Mar; 22(1): 52-60. |