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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 4417965

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4417965

A DISCREPÂNCIA ENTRE PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, PLANO DE ENSINO E PLANO DE AULA

Autores:
Nubia Cristina de Goes ; Raíssa Ottes Vasconcelos ; Rosângela Marion da Silva ; Carmem Lúcia Colomé Beck ; Isabel Cristine Oliveira

Resumo:
**Introdução** Na prática docente podemos observar que no campo do planejamento em educação, por vezes usamos como sinônimos termos que, apesar de estarem diretamente articulados uns aos outros, não são exatamente a mesma coisa. É o caso de expressões como projeto político pedagógico (PPP), plano de ensino e plano de aula. A educação é um direito constitucional de todos os brasileiros e, é um dever do estado proporcioná-la. Assim, é por meio das escolas que é realizada a educação formal. Cabe à escola tornar-se um dos agentes de mudança social e constituir-se num espaço democrático, garantindo ao educando o direito de usufruir da construção do seu conhecimento.1 **Objetivo** Desenvolver uma reflexão teórica acerca das temáticas: projeto político pedagógico, plano de ensino e plano de aula. **Descrição metodológica** Este relato de experiência resulta das leituras e sínteses reflexivas realizadas para contemplar a disciplina Tópicos Especiais, referente ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Maria/RS. **Resultados** A fim de assegurar o sistema escolar brasileiro, foi instituído a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), principal lei brasileira relacionada á educação. A LDB busca aproximar a comunidade local escolar e tem como instrumento, a elaboração do PPP. Tal projeto configura-se como um documento fundamental, no qual cada escola elabora suas propostas pedagógicas de acordo com sua realidade. Deste modo, o PPP afirma-se como documento que fornece maior autonomia e identidade às escolas. Sendo juridicamente reconhecido, ele norteia e encaminha as atividades desenvolvidas no espaço escolar, e está voltado para o que a escola tem de mais importante -  o educando.1 O eixo central do PPP é constituir-se como um instrumento de luta contra a seletividade, a discriminação, a exclusão e o rebaixamento do ensino das camadas populares. Neste sentido, construir, executar e avaliar o PPP significa preocupar-se com a qualidade da escola. Portanto o PPP vai além da dimensão pedagógica, engloba a questão financeira e administrativa da escola. Esse instrumento expressa a cultura, valores, crenças, significados, assim como um modo de pensar e agir de todos os envolvidos. Com isso, percebe-se que são três instituições que influenciam na construção do PPP: escola, comunidade e governo.1 O PPP não deve ser confundido com o Planejamento Escolar ou Plano de Ensino. Embora os dois contenham características semelhantes, há diferença na duração: o Planejamento Escolar é um plano de ações a curto prazo (para o ano letivo), enquanto que o PPP estabelece metas para um período de 3 a 5 anos. O plano de Ensino consiste na sistematização do processo de organização da ação. Constitui-se num guia para a ação. Muitos professores, desde o ensino infantil até o ensino superior apresentam dificuldades e algumas dúvidas ao planejar suas aulas, selecionar conteúdos e metodologias, formas de avaliar os alunos perante a diversidade de estratégias, mas principalmente pela multiplicidade de caminhos a seguir em um contexto tão fluído da sociedade atual.2 Durante muito tempo as ações dos professores eram organizadas a partir dos planos de ensino que centralizavam no ato de ensinar; portanto, a ação docente era o foco do plano.  Atualmente as propostas ressaltam a importância da construção de um processo de parceria em sala de aula com o aluno, deslocando o foco da ação docente e do ensino para a aprendizagem, ou seja, o aluno passa a ser o protagonista.3 Não há um modelo fixo de plano de ensino a ser seguido. Devem apresentar uma sequência coerente e os elementos necessários para o processo de ensino e de aprendizagem. Porém destaca-se que é importante que contenha alguns dados de identificação da disciplina, ementa, objetivos, conteúdo programático, metodologia, avaliação e bibliografia básica e complementar da disciplina.4,5 O plano de ensino, é um planejamento no qual o professor interliga os objetivos, os conteúdos e as metas que quer alcançar com os alunos em determinada disciplina. Exige organização, sistematização, previsão e decisão, e para sua elaboração, devem ser considerados: o conhecimento do mundo, o perfil dos alunos e o PPP da instituição. O plano de ensino poderá ser alterado ao longo do período conforme transcorrer o processo de ensino e aprendizagem. O mesmo difere do plano de aula que será um roteiro para o professor ministrar cada uma das aulas elencadas no plano de ensino. O plano de aula é um instrumento que sistematiza todos os conhecimentos, atividades e procedimentos que se pretende realizar numa determinada aula, tendo em vista o que se espera alcançar como objetivos junto aos alunos.5 Trata-se de um detalhamento do plano de curso/ensino, devido à sistematização das unidades deste plano, criando uma situação didática concreta de aula. A diferença entre o plano de ensino e plano de aula é a especificidade, onde o plano de aula apresenta conteúdos mais objetivos e operacionais.4 Para elaborar o plano de aula, é necessário que seja construído o plano de ensino, levando em consideração as suas fases: preparação e apresentação de objetivos, conteúdos e tarefas, desenvolvimento da matéria nova, consolidação (fixação de exercícios, recapitulação, sistematização), aplicação e avaliação.5 **Considerações finais** As reflexões permitem compreender que o conhecimento acerca do PPP pelo docente se faz de suma importância para a elaboração do plano de ensino e o plano de aula, os quais exigem dedicação e observação em avaliar o aprendizado do aluno, reconsiderando sempre que necessário. Além disso, o planejamento deve fazer parte da vida do docente, sendo encarado como uma peça indispensável na prática diária, considerado um exercício em busca da excelência. **Contribuições/implicações para a Enfermagem** Considera-se que essas reflexões permitem ao aluno de pós-graduação aprofundar o conhecimento da prática docente, percorrendo o arcabouço teórico da sua prática profissional, implicando na formação de um profissional em enfermagem mais instrumentalizado de suas competências e habilidades no campo e núcleo de seus saberes.


Referências:
1. Menezes TMO. Dimensão espiritual do cuidado na saúde e enfermagem. Rev. Baiana Enferm. 2017; 31(2):e22522. 2. Nascimento LC, Oliveira FCS, Santos TFM, Pan R, Flória-Santos M, Alvarenga WA et al. Atenção às necessidades espirituais na prática clínica de enfermeiros. Aquichán. 2016 Apr; 16(2): 179-92. 3. Moreira-Almeida A, Lucchetti G. Panorama das pesquisas em ciência, saúde e espiritualidade. Cienc. Cult. 2016 Mar 8(1): 54-7. 4. Nascimento LC, Santos TFM, Oliveira FCS, Pan R, Flória-Santos M, Rocha SMM. Spirituality and religiosity in the perspectives of nurses. Texto contexto-enferm. 2013 Mar; 22(1): 52-60.