E-Pôster
4378114 | O FENÔMENO DA PROMOÇÃO DE SAÚDE MENTAL: REFLETINDO À LUZ DAS TEORIAS DE ENFERMAGEM | Autores: Tereza Maria Mendes Diniz de Andrade Barroso ; Marina Nolli Bittencourt ; Maria Isabel Dias Marques |
Resumo: **INTRODUÇÃO: **A colocação dos enfermeiros como os líderes nos esforços de promoção da saúde em todo o mundo vem sendo reforçada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde 1980 aponta a importância do fortalecimento da enfermagem para que se consiga conquistar a saúde e o bem estar da população mundial, por meio de estratégias de promoção da saúde física e mental e do bem estar, coordenadas por enfermeiras que tenham em sua formação um aporte capaz de permiti-las realizar essas estratégias1. Portanto, para que os enfermeiros possam realizar essa liderança, é essencial o reconhecimento de que os fundamentos da promoção da saúde têm sido baseados na percepção de determinantes de saúde, que incluem os comportamentos de saúde, fatores sociais, fatores biológicos e cuidados em saúde. Dessa forma, observa-se que a promoção da saúde mental é parte integral das práticas que envolvem a promoção da saúde. Por isso, a Organização Mundial de Saúde, para seguir a abordagem baseada em um olhar positivo da saúde mental, define a promoção de saúde mental como a construção de políticas públicas de saúde, criação de ambientes solidários, fortalecimento das ações comunitárias desenvolvimento de habilidades pessoais, e reorientação de serviços de saúde1. Percebe-se que a promoção da saúde mental é um fenômeno que tem diversas abordagens, mas abordagens essas que se entrelaçam e que, juntas, são direcionadas para o desenvolvimento de ambientes, relações, sentimentos e atitudes saudáveis. Dessa forma, e considerando que essas estratégias que envolvem a promoção da saúde mental estão inclusas dentro da abordagem da promoção da saúde, a promoção da saúde mental pode ser considerada como um fenômeno de enfermagem, que apesar de não ter uma Teoria definida, perpassa por Teorias propostas por enfermeiras. Observa-se que estudos vêm sendo feitos por enfermeiros com intuito de promover a saúde mental em escolas e em outros contextos, porém apesar de serem desenvolvidas com base em evidências que apontam de forma segura a eficácia dessas estratégias, pouco se vê as teorias de enfermagem como base para essas práticas do enfermeiro frente a promoção da saúde mental. **OBJETIVOS: **O presente artigo terá como objetivo explorar o fenômeno da promoção da saúde mental nas ciências da enfermagem por meio de uma perspectiva filosófica do paradigma do pós-modernismo, tendo como suporte a Teoria das relações interpessoais de Peplau2; a Teoria Modelo de Promoção da Saúde de Pender3; a Teoria das Transições de Meleis4; e a Teoria Modelo de Adaptação de Roy5. **DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: **Trata-se de um estudo de reflexão que foi fundamentado em uma base teórica filosófica do paradigma do pós-modernismo, tendo como suporte a Teoria das relações interpessoais, Teoria de promoção de Saúde, Teoria das Transições, e a Teoria das adaptações, a partir da reflexão e exploração do fenômeno “promoção da saúde mental”. A pesquisa ocorreu por meio da exploração das Teorias de enfermagem em suas fontes primárias, e os conceitos de promoção da saúde mental e o papel do enfermeiro foram buscados nas bases de dados PUBMED, CINAHL E BVS, por meio das palavras chave “mental health promotion” AND “nursing”, e nos documentos da Organização Mundial de Saúde que envolviam esses conceitos. **RESULTADOS:** Observa-se que apesar de a Teoria de Peplau não trabalhar diretamente com o conceito de promoção de saúde, ela propõe a construção progressiva de uma relação interpessoal entre enfermeiro e paciente, em que será possível, durante as fases desse relacionamento, o enfermeiro auxiliar o paciente a identificar necessidades que porventura precisem ser trabalhadas, de forma que esse alcance sua independência e autonomia, e obtenha ferramentas que promovam sua saúde física e mental. A Teoria Modelo de Promoção da Saúde de Nola Pender se soma à Teoria de Peplau no que concerne ao fenômeno da Promoção da saúde mental, pois ela auxilia a enfermeira a compreender os fatores que influenciam no comportamento do sujeito a ter um estilo de vida saudável, para que se possam propor ferramentas necessárias para mudança nesse comportamento. A Teoria das Transições de Meleis4 também complementa a discussão das duas teorias apresentadas anteriormente, pois ela coloca que para o sujeito passar para uma nova forma de viver, é essencial que ele incorpore novas questões em sua vida, e isso envolve a introdução de novos conhecimentos, a mudança de comportamentos, e que ele mude a forma como define a si mesmo4 , ou seja, ela então aponta ferramentas importantes para que as transições que ocorrem em vários aspectos da vida, sejam mais saudáveis. Roy5 aponta que a enfermeira tem um papel fundamental na promoção da saúde por meio da promoção das adaptações, por isso, conforme a sua teoria a enfermagem significaria a ciência e prática capaz de levar a melhora nas habilidades de adaptação, e ir em busca de transformações no meio em que a pessoa vive, na pessoa em si, e no grupo no qual ela faz parte. Sua teoria permite um encontro positivo com as teorias já apresentadas, e reforça o significado de promoção da saúde mental, a partir do momento que conhecendo os modos de adaptação do sujeito, podemos propor estratégias pessoais de dissolução e enfrentamento de problemas, desenvolvimento do bem estar e da auto-estima.** CONCLUSÃO: **Ao explorar o fenômeno da promoção da saúde mental nas ciências da enfermagem por meio de uma perspectiva filosófica do paradigma do pós-modernismo, tendo como suporte a Teoria das relações interpessoais de Peplau , a Teoria Modelo de Promoção da Saúde de Pender, a Teoria das Transições de Meleis e a Toeria Modelo de Adaptações de Roy, foi possível perceber que a promoção da saúde mental trata-se de um fenômeno complexo, com a qual não seria possível refletir sem ter como base teorias também complexas. Ao perceber que com relações interpessoais bem construídas entre o enfermeiro e o indivíduo a ser cuidado, capaz de identificá-lo como um ser biopsicossocial que passa por transições que precisam de apoio para que ele possa se adaptar de modo a adotar comportamentos mais saudáveis, estamos promovendo a saúde mental, e que o enfermeiro, enquanto líder da prática da promoção da saúde, perceba que o seu olhar vai além dos desequilíbrios biológicos, mas também dos desequilíbrios espirituais, desenvolvimentais, sociais, políticos, mentais. **CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM**: É de relevância que as teorias de enfermagem não se percam, e que possamos reforçá-las não só na formação de enfermeiros, mas também, na nossa prática diária, com o foco na melhora do paciente, na promoção de sua saúde, e não apenas na melhora dos indicadores e de produtividade. Assim, discutir a promoção da saúde mental à luz filosófica do pós-modernismo e tendo base algumas teorias propostas por enfermeiras, nos permitirá refletir sobre uma estratégia de cuidado que deve ser liderada por enfermeiros1, porém ainda pouco trabalhada nas ciências da enfermagem.
Referências: REFERÊNCIAS
1 Girondi JBR; Nothaft SCS; Mallmann FMB. A metodologia problematizadora utilizada pelo enfermeiro na Educação sexual de adolescentes. Rev. Cogitare Enferm. 11(2):161-5. Mai/ago, 2006.
2 Cano MAT; Ferriani MGC. Sexualidade na adolescência: um estudo bibliográfico. Rev.latinoam. enfermagem, Ribeirão Preto, v. 8, n. 2, p. 18-24, abril 2000.
3 Costenaro RGS; Smeha LN; Santini AM. Adolescente como membro do Sistema familiar e suas necessidades no âmbito da saúde. In. Souza FGM; Costenaro RGS. Cuidados de Enfermagem à criança e ao adolescente na Atenção Básica de Saúde. Porto Alegre: Moriá editora, 2016.
4 Schmitt ACAN; Costenaro RGS; Mudanças no comportamento e desenvolvimento do escolar a partir do cuidado à família. Rev. Bras. Enferm. Vol. 66, n.º 5, Brasília, Set/Out. 2013. |