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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 4370379

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4370379

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UMA PACIENTE PSEUDO-HERMAFRODITA FEMININO SUBMETIDA A VULVOPLASTIA E GENITOPLASTIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores:
Francisco Jadson Silva Bandeira ; Katiara Laiane de Oliveira Gomes ; Fabricia de Sousa Franco ; Rithiely Lima de Jesus ; Gleidson Santos Coelho

Resumo:
**Introdução:** A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma metodologia de trabalho que possibilita a organização, planejamento e avaliação do cuidado prestado. É uma ferramenta importante para o enfermeiro alcançar qualidade da assistência, melhorar a comunicação entre a equipe, priorizar as necessidades de cada paciente e ainda desenvolver ações baseadas em conhecimento técnico científico.¹ No pseudo-hermafroditismo feminino a criança nasce geneticamente com o sexo feminino (cromossomos 46 XX). Em sua forma mais comum a vagina termina na uretra posterior, mais raramente, pode se abrir no períneo, com o orifício uretral terminando na parede vaginal anterior. O clitóris bem desenvolvido lembra um pênis hipospadíaco curvado, e a uretra está geralmente localizada na base do pênis entre dois grandes lábios proeminentes, lembrando um escroto bífido. A hiperplasia congênita adrenal é a causa mais comum da ambiguidade da genitália externa em fetos, devido principalmente à forma clássica de deficiência de 21-hidroxilase e a variação da genitália é classificada de acordo com excesso de produção de hormônios masculinos o que potencializa determinados sinais desconfortáveis, o que geralmente é um problema exclusivamente feminino visto que, os níveis elevados de androgênios no sangue têm poucas ou nenhumas repercussões no homem, havendo consequências mais graves nestes na forma Perdedora de Sal, pelo difícil diagnóstico da Hiperplasia Adrenal.² **Objetivo**: Descrever a experiência de graduandos de enfermagem sobre o planejamento da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) a uma paciente Pseudo Hermafrodita Feminino em fase adulta, submetida a Genitoplastia e Vulvoplastia. **Descrição metodológica**: Este relato de experiência trata-se de um trabalho de caso clínico elegido durante a vivência em aulas práticas hospitalares no município de Belém - Pará, em março de 2017, fazendo parte da atividade curricular do quarto período do curso de graduação em enfermagem do Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA). O prontuário foi o instrumento para coleta de informações, juntamente às informações repassadas pela docente enfermeira do hospital sobre as condutas que foram tomadas para dar assistência àquela paciente pela equipe multiprofissional no pós operatório. O contato com a paciente foi apenas de caráter visual, sob supervisão da docente responsável, posteriormente foi desenvolvido um quadro sistemático contendo diagnósticos de enfermagem baseados na taxonomia da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA 2015-2017), utilizada como subsidio para o planejamento das intervenções de enfermagem, baseadas em conhecimentos adquiridos durante a graduação. Segundo informações coletadas do prontuário, segue os dados: Paciente de 43 anos, feminino, relatou que aos 5 anos de idade fez amputação de micro pênis devido a genitália ambígua, alegando que a família não teve condições financeiras de continuar o tratamento de mudança de genitália. Foi admitida na instituição, já adulta, com quadro de dor intensa na região hipogástrica devido à hidrocolpo, posteriormente foi realizada cirurgia eletiva de Genitoplastia e Vulvoplastia para abertura de canal vaginal e reconstrução da genitália. Mencionou sofrer discriminação constante pela sua aparência física. A paciente encontrava-se consciente, orientada, aceitava dieta oferecida, eliminação preservada, sono reparador, com alopecia,  apresentando hirsutismo, MMSS eutróficos e simétricos, acesso venoso periférico em membro superior direito, tórax simétrico, ausência de mamas, ausculta cardíaca: bulhas cardíacas normofonéticas em 2t, ausculta pulmonar: presença de murmúrios broncovesiculares, abdome flácido globoso doloroso à palpação em hipogástrio, presença de ruídos hidroaéreos, com curativo oclusivo simples em região genital, MMII eutróficos simétricos, pesava 91,5kg. Sinais Vitais: normotérmica (36,0°C), normocárdica (71bpm), eupineica (19rpm), normotensa com PA 130x80mmHg. **Resultados: **Diante dos dados coletados da paciente descrita, identificou-se os seguintes diagnósticos de enfermagem: 1) Identidade pessoal perturbada, relacionada a discriminação, caracterizada por alteração na imagem corporal.³ Intervenções: Escutar a paciente para compreensão dos problemas enfrentados; Diálogo e orientação ao grupo familiar sobre a condição da paciente; orientar respeito por parte da equipe de enfermagem. Resultados: Estabelecer relação de confiança com o paciente; Compreensão e aceitação dos familiares para com a paciente. 2) Distúrbio da imagem corporal, relacionado a alteração em função do corpo por anomalia, caracterizada por alteração na estrutura corporal.³ Intervenções: Esclarecer os motivos que a levaram ter ausência de mama (patologia); ouvir sua opinião sobre a própria visão física; orientar uso de prótese. Resultados: Melhora no processo de aceitação pessoal e proporcionar o bem-estar. 3) Dor aguda, relacionada a agente lesivo físico, caracterizada por expressão facial de dor.³ Intervenções: Avaliar intensidade da dor; observar indicadores não verbais de desconforto; oferecer alivio com os medicamentos prescritos. Resultados: Alívio da dor e do desconforto. 4) Integridade da pele prejudicada, relacionada a fator mecânico, caracterizada por matéria estranha perfurando a pele.³ Intervenções: Avaliar o aspecto da pele para presença de flebites; utilizar técnica correta de procedimento; realizar troca de AVP conforme protocolo institucional. Resultados: Integridade da pele melhorada. 5) Integridade tissular prejudicada, relacionada a procedimento cirúrgico, definida por tecido lesado.³ Intervenções: Avaliar presença de sinais flogísticos; realizar troca de curativo após o banho; orientar quanto a higiene intima.  Resultados: Melhora no processo de cicatrização da ferida operatória e capacidade de realizar as atividades de autocuidado e a ausência de complicações. **Conclusão: **A partir do estudo foi possível compreender a importância da aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem em uma paciente com tal patologia, adotando-se medidas que possibilitem um maior conforto físico e psicológico. A equipe de enfermagem executa ações importantes no trajeto de recuperação e reabilitação da saúde, diante disso, é de suma importância treinar e desenvolver habilidades e competências da equipe de saúde para um melhor atendimento a pacientes que apresentem o quadro clínico em questão. **Contribuições/implicações para a enfermagem:** O estudo destaca a importância da enfermagem quanto a orientação e cuidados específicos com o paciente de Pseudo Hermafroditismo. Contribuindo para interação de maneira satisfatoria entre a equipe multiprofissional, que tem participado do processo assistência, tendo em vista os transtornos que a patologia ocasiona, é de suma importância que a enfermagem esteja orientando o paciente para que ele possa conviver de facilmente com as complicações desencadeadas pela doença, assim, estimulando o enfrentamento e observando suas dificuldades. Além disso, o enfermeiro atua na monitorização da prescrição medicamentosa, atentando-se aos cuidados que devem ser tomados e à melhora do paciente, assim como preparar a equipe para que possa prestar uma assistência de qualidade e eficiência.


Referências:
1. Castilho NC, Ribeiro, PC, Chirelli MQ. A implementação da sistematização da assistência de enfermagem no serviço de saúde hospitalar do brasil. Texto Contexto Enferm.[online]. 2009 Abr-Jun [acesso 2018 Mar 10]; 18(2): 280-9. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tce/v18n2/11 2. Rocha HHP. Educação escolar e higienização da infância. Cad. Cedes[online]. 2003 Abr[acesso 2018 Mar 10]; 23(59): 39-56, abril 2003. Disponível em:http://www.scielo.br/pdf/%0D/ccedes/v23n59/a04v23n59.pdf 3. Salum GB, Monteiro LAS. Educação em saúde para adolescentes na escola: um relato de experiência. Rev Min Enferm.[online]. 2015 Abr-Jun[acesso 2018 Mar 10]; 19(2): 246-251. Disponível em: http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/1019