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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 4364326

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4364326

O USO DE TECNOLOGIAS NA MONITORIA DE SEMIOLOGIA PARA ENFERMAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores:
Marcio Coutinho Farias Leite ; Evandro Bernardino Mendes de Melo ; Viviany Abreu de Souza Zerbinato ; Lorena Barros Furieri ; Mirian Fioresi

Resumo:
**Introdução:** O cuidado como prática do profissional de enfermagem ocorre orientado pela Sistematização da Assistência de Enfermagem e pelo Processo de Enfermagem1. Um ponto chave do processo de enfermagem é a etapa de coleta de dados, na qual são reunidos dados subjetivos e objetivos acerca do cliente e a partir desse momento pode-se formular a evolução de enfermagem e planejar as condutas a serem realizadas com cada paciente de forma sistematizada1-4. Dessa forma, para que se tenha qualidade na assistência é necessário que o profissional domine a semiologia, definida como o estudo do exame clínico que investiga os sinais e sintomas de uma doença4. No contexto dessa disciplina uma das formas de ensino/aprendizagem utilizadas são as monitorias que por sua vez utilizam tecnologias para mediar o aprendizado, processo valioso na graduação5. As tecnologias são saberes e ferramentas que por meio de teorias, métodos e processos científicos geram produtos, sejam mercadoria, equipamentos ou metodologias, que atuam na solução de problemas ou necessidades das pessoas5. Uma das formas de categorizá-las, na área da saúde, é agrupando-as: tecnologia dura se refere a equipamentos, materiais e outros dispositivos; tecnologia leve-dura que é o conhecimento sustentado nas ciências da saúde; e tecnologia leve a qual envolve a construção da comunicação, do vínculo, dos relacionamentos interpessoais. Assim, fica claro que as tecnologias não podem ser vistas apenas como algo concreto ou palpável, mas também são processos de relacionamento como acontece no cuidado em saúde3. **Objetivo:** Consiste em descrever a experiência da monitoria com o uso de diferentes tecnologias para o ensino prático de semiologia.** Descrição metodológica:** Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado através da participação e observação das atividades realizadas durante as monitorias e aulas de semiologia, além do uso de registros feitos pelo monitor como as atividades realizadas, listas de freqüência e participação nos processos de avaliações. O relato foi realizado nos períodos de março de 2015 a dezembro de 2017. A disciplina de semiologia é obrigatória com carga horária total de 120 horas, com horários flexíveis divididas em atividades teóricas e práticas.  A disciplina busca preparar o aluno para a compreensão da semiologia de enfermagem como parte da Sistematização da Assistência de enfermagem direcionando suas atividades numa visão integral do ser humano. E as habilidades que se espera dos estudantes ao concluírem a disciplina é que saibam caracterizar os desvios de normalidade baseando-se nas funções dos sistemas e estruturas do corpo humano, interpretando dados objetivos e subjetivos para realização do diagnóstico de enfermagem da NANDA (North American Nursing Diagnosis Association,  2015-2017)2 e aplicar as etapas do processo de enfermagem. **Resultados: **A utilização das tecnologias esteve presente em todos os processos da monitoria, desde o contato inicial com o estudante até o fim do período letivo, sendo elas: acolhimento (apresentação da disciplina), práticas em duplas (simulação dos exames em pares), construção de estudo de caso e roteiros de exame físico (desenvolvido no hospital escola com o uso das taxonomias da enfermagem), manequins (ausculta dos sons cardíacos e pulmonares), cartaz e pôster (ilustração dos pares cranianos), materiais clínicos (utilizados durante o exame físico) e aplicativo para dispositivo móvel (Software com a temática de semiologia). A tecnologia leve vivenciada foi o acolhimento, na qual os alunos das turmas anteriores e monitor compartilharam suas experiências com a turma atual, possibilitando o diálogo e o compartilhamento de dúvidas, medos e expectativas. Dentre as tecnologias leve-duras as práticas em dupla foram observados a construção de roteiros de exame físico e estudos de casos, baseados na taxonomia NANDA2. Essas foram desenvolvidas no laboratório, no hospital e na biblioteca. Assim, também foram utilizadas tecnologias duras materializadas em manequins para ausculta cardíaca e pulmonar; cartaz/pôster para ilustração da avaliação dos pares de nervos cranianos e materiais clínicos, tais como martelo clínico, lanterna, oftalmoscópio, entre outros, alem do uso de aplicativos sobre a temática exame físico para dispositivo móvel.  Com o uso do manequim os estudantes conseguem diferenciar os sons fisiológicos e suas alterações, sendo o monitor um facilitador nessa atividade, os alunos tem oportunidade de retirar dúvidas, e conseguem perceber o que esperar dos pacientes de acordo com seu estado de saúde. Além dessa tecnologia dura foi utilizado um cartaz com os pares de nervos cranianos e as formas de testar a funcionalidade desses nervos. Também foi realizado, com muita freqüência o manuseio e aplicação dos materiais clínicos, oftalmoscópio, otoscópio dentre outros, bem como os cuidados ao manusear esses materiais, aprendem ainda a calibrar as balanças para aferir o peso dos pacientes e também os cuidados para não danificar os equipamentos. Utilizou-se ainda, aplicativos para dispositivo móvel sobre a temática de semiologia e exame físico, alguns destes aplicativos tem a vantagem do uso off-line possibilitando que seja acessado no hospital, laboratório ou qualquer outro ambiente, em momentos de dúvidas os estudantes recorrem também a estes recursos, alguns destes aplicativos fornecem roteiros, os sons para ausculta cardíaca e pulmonar, outros possuem roteiros e vídeos. **Conclusão:** Esse relato possibilitou expor as tecnologias em uso na monitoria de semiologia, assim como suas características mostrando os benefícios desses recursos. É interessante ressaltar que o aluno monitor adquire habilidades para desenvolver e/ou participar no processo de construção de novas tecnologias, sendo assim esse relato serve de referência aos monitores que através dele podem vislumbrar novas possibilidades dentro das monitorias. **Contribuições para enfermagem:** Dessa forma a monitoria proporcionou aprendizagem para o monitor e acredita-se que houve contribuição para o aprendizado de outros estudantes, mostrando-se uma atividade de grande relevância para o ensino, contribuindo para alcançar os objetivos do projeto pedagógico da disciplina. Além disso este relato poderá servir como metodologia para outras disciplinas e cenários de ensino.


Referências:
Bezerra, C. M.; Assis, S. G.; Constantino, P. Sofrimento psíquico e estresse no trabalho de agentes penitenciários: uma revisão da literatura. Ciência & Saúde Coletiva, vol. 21, núm. 7, julio, 2016, pp. 2135-2146. Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva Rio de Janeiro, Brasil. Carvalho, Ênio. Curiosidades sobre o cargo de Agente Penitenciário. 2013. Disponível em: .Acesso em 30 nov. 2017. Oliveira, J. S., et al. Qualidade de vida no trabalho: um estudo sobre a avaliação por agentes de segurança. RAUnP - ISSN 1984-4204. v.5, n.2, abr./set. 2013. Silva, et al. Custo Humano no Trabalho de Agentes Penitenciários. Revista Brasileira de Iniciação Científica, Itapetininga, Edição Especial UFSM. v. 3, n. 6, 2016. Stradiotti, J. M. N. et al. Qualidade de vida e saúde geral dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso do Sul. Psicólogo inFormação, ano 18, n. 18, jan./dez. 2014 Jaskowia, C. R., Fontana, R. T. The work in prison: reflections on the health of prison officers. Rev Bras Enferm. 2015; 68(2):235-43. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167.2015680208i