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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 4260077

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4260077

O USO E ACESSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE ENTRE IDOSOS COM INDICATIVO DE DEPRESSÃO RESIDENTES EM UM MUNICÍPIO MINEIRO.

Autores:
Leiner Resende Rodrigues ; Grazielle Riceto Dias Silva ; Darlene Mara dos Santos Tavares

Resumo:
**Introdução: **O envelhecimento populacional é uma realidade mundial, o Brasil vive uma transição demográfica acelerada e, consequentemente o perfil epidemiológico do país está em constante mudança. Com isso, há o aumento nas demandas por serviços de saúde devido a maior procura pelos indivíduos idosos. Grande parcela da população idosa são acometidas por doenças e agravos crônicos não transmissíveis (DANT) que necessitam de acompanhamento constante, pois, devido à sua natureza, não têm cura. Na idade mais avançada acontece a manifestação destas condições crônicas e, geralmente, estão associadas (comorbidades). Podem gerar um processo incapacitante, prejudicando a funcionalidade das pessoas idosas, ou seja, dificultando ou impedindo o desempenho de suas atividades cotidianas de forma independente. Ainda que não sejam fatais, essas condições geralmente tendem a comprometer de forma significativa a qualidade de vida dos idosos (BRASIL,2007). .s doenças mentais estão entre as DCNT que mais diretamente causam incapacidade e pioram a qualidade de vida, com grande impacto também para os familiares. A depressão é o transtorno de humor mais frequente entre os idosos. Nesta perspectiva, este estudo se justifica, visto a limitação de investigações que relacionem o acesso e à utilização de serviços de saúde entre idosos com indicativo de depressão, a fim de aprofundar as discussões sobre o tema, angariando informações pertinentes com o contexto citado. **Objetivos:** Esta pesquisa objetivou verificar a associação do indicativo de depressão com o uso e acesso dos serviços de saúde em idosos residentes em um município mineiro. **Metodologia**:Estudo com abordagem quantitativa, tipo inquérito domiciliar, analítico, transversal e observacional, desenvolvido com 580 idosos na área urbana do município de Uberaba, estado de Minas Gerais. Utilizaram-se os instrumentos: Mini Exame de Estado Mental (MEEM), caracterização dos dados sociodemográficos, acesso e utilização dos serviços de saúde aos serviços de saúde, indicativo de Depressão, uso de álcool, frequência, tipo de bebida ingerida e dependência, polifarmácia e morbidades autorreferidas. Formaram-se dois grupos: idosos com indicativo de depressão e idosos que não apresentaram o referido indicativo. Calculou-se a taxa de prevalência. Os dados foram analisados segundo estatística descritiva e foi realizada análise bivariada empregando-se medidas de associação em tabelas de contingência (qui-quadrado, razões de prevalências e razões de chances de prevalência) para as variáveis categóricas. A análise ajustada incluiu a regressão logística binomial múltipla, considerando o Intervalo de Confiança (IC) de 95% e nível de significância de 5%. Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos da UFTM, protocolo Nº 2.295.596. **Resultados:** Do total da amostra pesquisada, observou-se que a maioria dos idosos eram do sexo feminino, em ambos os grupos, com ID (70,9%) e sem ID (67,4%), no entanto, no grupo sem ID o percentual de idosas foi maior. A prevalência de indicativo de depressão correspondeu a 25,5%. observou-se que a maioria dos idosos eram do sexo feminino, em ambos os grupos, com ID (70,9%) e sem ID (67,4%), no entanto, no grupo sem ID o percentual de idosas foi maior. Houve baixo percentual de idosos com provável abuso de álcool (7,24%), destaque para 5 ou mais morbidades (62,24%) e uso de 1 até 4 medicamentos (55,86%). As variáveis da análise bivariada preliminar para o uso e acesso do serviço de saúde, consolidou-se como fator associado ao acesso dos serviços de saúde, o uso de álcool (p=0,04). Ao que se refere aos outros indicadores do uso e acesso aos serviços de saúde com indicativo de depressão, nenhuma variável apresentou estatisticamente significativa no modelo de regressão. **Conclusão**: Ainda há um vasto espaço entre as necessidades de saúde da população e a rede pública de ações e serviços de saúde. As pesquisas destacam que os processos organizativos do SUS, até o presente momento, permeiam entre a descentralização que fragmenta os serviços e a regionalização que deve uni- los em rede integrada e referenciada capaz de dar respostas objetivas aos problemas demandados pelos usuários. os resultados deste estudo estão condizentes com os dados encontrados referentes a população com sintomatologia depressiva, que apontam prevalências crescentes e significativas em idosos. No entanto, no que diz respeito a associação com o uso e acesso dos serviços de saúde, não encontramos associações estatisticamente significativas, fato que demonstra o quanto ainda é necessário investir em pesquisar para que haja um planejamento adequado das ações de saúde voltadas a esta população. Os resultados desta pesquisa poderão subsidiar a implementação de estratégias voltadas à saúde dos idosos com enfoque para a depressão.  **Implicações para a Enfermagem**: Identificar os fatores associados à depressão podem ajudar os profissionais de enfermagem, inseridos em qualquer nível de atenção (primária, secundária ou terciária), a compreender a realidade destes indivíduos, bem como, diagnosticar os cuidados e propor intervenções mais precoces e adequadas possíveis. Proporcionar uma rede de apoio àqueles que passam por dificuldades, grupos de discussão em que se permite os idosos trocarem experiências e vivências pode ajudá-los a superar essa fase, bem como, o manejo adequado trabalhando em conjunto com a equipe multidisciplinar, oferecendo suporte psicossocial. Os serviços de saúde mental, que desempenham um papel crucial no envelhecimento ativo, deveriam ser uma parte integral na assistência a longo prazo. Deve-se dar uma atenção especial aos subdiagnósticos de doença mental (especialmente depressão) e às taxas de suicídio entre os idosos o consumo abusivo de bebidas alcoólicas é considerado um fator de risco das principais Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), bem como dos acidentes e violências.  Deve se discutir mais temas de saúde mental nos cursos de enfermagem, para que os enfermeiros estejam preparados para aajudar toda população inclusive os idosos na questão da saúde mental. ** **


Referências:
1. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da República Federativa do Brasil. 2017 set [acesso em 2018 mar 05]. Disponível em: http://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=7262601&disposition=inline 2. Florianópolis. Protocolo de Enfermagem. Atenção à Demanda Espontânea de Cuidados no Adulto. Florianópolis: Secretaria Municipal de Saúde, 2016 [acesso em 2018 mar 05]. Disponível em: http://www.pmf.sc.gov.br/entidades/saude/index.php?cms=protocolos+de+enfermagem&menu=10&submenuid=1478 3. Conselho Federal de Enfermagem (Brasil). Resolução COFEN- nº.358, de 15 outubro de 2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências [acesso em 2018 fev 20]. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html 4. Florianópolis. Protocolo de Enfermagem: Hipertensão, diabetes e outros fatores associados a doenças cardiovasculares. Florianópolis: Secretaria Municipal de Saúde, 2015.