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4169553 | PET-SAÚDE/GRADUA SUS: AÇÃO EDUCATIVA COM PACIENTES NEUROLÓGICOS SOBRE ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO | Autores: Paula Regina de Melo Rocha ; Ruth Carolina Leão Costa ; Ingrid Magali de Souza Pimentel ; Ludimila Magalhães Rodrigues da Cunha ; Tassio Ricardo Martins da Costa |
Resumo: **Introdução:** O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é um distúrbio que ocorre quando há interrupção da irrigação sanguínea no Sistema Nervoso Central (SNC). O AVE pode ser classificado como isquêmico (87% dos casos), onde ocorrem oclusão vascular e hipoperfusão significativa e hemorrágico (13% dos casos), em que ocorre extravasamento de sangue no encéfalo ou no espaço subaracnóideo1. No Brasil são registradas cerca de 68 mil mortes por AVE anualmente2. As consequências provocadas pelo AVE produzem sequelas incapacitantes que prejudicam as atividades de vida diária e consequentemente a qualidade de vida dos indivíduos acometidos, além disso desenvolvem complicações como depressão, incontinência urinária, infecções do trato urinário, infecções na pele, problemas respiratórios, lesão por pressão, entre outras3. A hipertensão arterial e o tabagismo são fatores de risco independentes para um acidente vascular encefálico, além de outros fatores relacionados ao mal hábito alimentar, sedentarismo e estresse. O manejo dos fatores de risco relacionados a mudança do mesmo reduz em 71% os casos de mortalidade por AVE em homens e 54% nas mulheres4. **Objetivos:** O presente estudo teve como objetivo realizar uma ação educativa através do grupo de pesquisa e extensão do curso de Enfermagem do Programa de Educação pelo Trabalho (PET-Saúde/GraduaSUS), da Universidade do Estado do Pará (UEPA), sobre o acidente vascular encefálico com pacientes neurológicos em uma sala de espera do Centro de Especialidades Médico-Odontológica (CEMO) de Belém/PA. **Descrição metodológica:** Foi realizada uma ação educativa com 31 usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), do sexo masculino e feminino, na faixa etária entre 43 a 76 anos, que aguardavam na sala de espera para serem atendidos pelo médico neurologista do CEMO. A ação foi realizada em quatro momentos pelos acadêmicos de Enfermagem. No primeiro momento, foi explicado o passo a passo da ação e em seguida foi realizada uma entrevista não estruturada abordando o tema AVE. Na entrevista foram abordados assuntos como fatores de risco e prevenção relacionados a alimentação, prática de atividade física, hipertensão arterial e a importância do hábito de vida saudável. No momento seguinte, foi realizada uma palestra educativa com o auxílio de um aparelho multimídia para apresentação de um _slide _e um cartaz com imagens ilustrativas explicando os conceitos básicos do AVE, os fatores de risco e a prevenção com enfoque nas perguntas da entrevista realizada anteriormente. No terceiro momento, repetiu-se a primeira entrevista e foi analisado o grau de evolução nas respostas a respeito do assunto, além de que ao término da palestra os acadêmicos realizaram uma dinâmica com o grupo, focando nos mitos e verdades sobre o tema, reforçando o que já havia sido apresentado anteriormente. Por fim, o grupo do PET-Saúde enfermagem dividiu-se e realizou atendimento individualizado com cada cliente para tirar dúvidas, verificar glicemia capilar, aferir pressão arterial (PA) e medir o Índice de Massa Corporal (IMC). Além disso, todos os pacientes participantes da ação receberam um _folder _informativo/ orientativo acerca do tema em questão. **Resultados**: Percebeu-se que antes da palestra a maioria dos usuários, pacientes da neurologia, estavam com várias dúvidas acerca do assunto, o que foi evidenciado pela grande participação das pessoas fazendo perguntas. Durante a atividade, as principais dúvidas foram sobre o tipo de alimentação correta (o que comer e o que evitar na alimentação? quantas refeições poderiam ser feitas?), sobre a prática de atividades físicas (se a atividade física era recomendada e quais exercícios seriam aconselhados?) e sobre os sinais e sintomas e fatores de risco para o desencadeamento de um AVE. Após a palestra, foi possível observar uma grande evolução a respeito do conhecimento sobre a patologia e a capacidade desses usuários de reconhecer fatores de risco e sinais e sintomas, pois durante a dinâmica sobre os mitos e verdades do AVE, mais da metade dos usuários (58%) responderam corretamente. Em relação ao atendimento individualizado, percebeu-se que 80% dos usuários reconheciam que não levavam uma vida saudável, 90% acreditavam que a diminuição de alimentos ricos em gordura e açúcar prevenia o AVE, 51% não realizavam nenhum tipo de atividade física, 39% estavam com a pressão arterial alterada, 24% estavam com a glicemia capilar acima dos padrões recomendados e 48% estavam acima do peso ideal, de acordo com o IMC. **Conclusão:** ao finalizar as atividades, foi possível perceber que por mais simples que fossem as ações, estas surtiam efeito na vida dos usuários. Logo, é importante destacar, que é fundamental e satisfatório trabalhar com educação em saúde em qualquer nível da atenção, pois essas atividades promovem influências e modificações no conhecimento e comportamento, o que reflete na melhoria da qualidade de vida e saúde dos indivíduos. O grupo PET-Saúde, através dessa atividade adquiriu experiências que serão importantes na sua jornada durante formação enquanto acadêmicos e futuros profissionais, pois nesse processo de educação os profissionais da saúde têm um papel primordial, uma vez que são eles que disseminam o conhecimento, proporcionando melhoria na qualidade de vida de uma pessoa ou de um determinado grupo. **Contribuições/implicações para a Enfermagem: **Realizar ações educativas em todos os níveis de atenção é imprescindível para formação do enfermeiro, a experiência adquirida através desse tipo de atividade é fundamental para formar um profissional capacitado. Além disso, é aconselhável o incentivo dos usuários em saúde através da indagação à participar das ações educativas, dessa fora, busca-se garantir o pensamento crítico e a busca por novos conhecimentos a respeito de um tema que o cerca.
Referências: 1- Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. Brasília. 2010.
2- Gordon M. Nursing diagnosis: process and aplication. St. Louis. 1994.
3- NANDA International. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2015-2017. |