E-Pôster
4157573 | A IMPORTÂNCIA DA REALIZAÇÃO DO EXAME FÍSICO PELO ENFERMEIRO NO RECÉM-NASCIDO | Autores: Mayara Guimarães Titon ; Francine Dutra Mattei ; Juliana Ollé Mendes da Silva |
Resumo: INTRODUÇÃO: A partir do momento do nascimento, o recém-nascido passa por
importantes transformações no sistema fisiológico que viabilizam sua adaptação
à vida extrauterina. No Brasil, convive-se com uma taxa de mortalidade
neonatal que representa de 60 a 70% do total de mortes pediátricas. Muitas das
mortes envolvendo recém-nascidos poderiam ser evitadas com melhorias
relacionadas à assistência prestada no período neonatal (1). O Processo de
Enfermagem caracteriza-se por ser um instrumento metodológico que permite
sistematizar a assistência de enfermagem, possibilitando a identificação e a
resolução de diferentes situações, buscando o alcance de resultados positivos
para um indivíduo, família ou comunidade (2). A primeira fase do Processo de
Enfermagem, denominada coleta de dados, baseia-se em três atividades
principais: recolhimento de dados objetivos e subjetivos, organização dos
dados coletados e documentação (3). A obtenção de informações na fase da
coleta de dados pode ser alcançada por meio de entrevista, observação, exame
físico, resultados de provas diagnósticas, revisão de prontuário e também com
a colaboração de outros profissionais (4). Dentre estes recursos, o exame
físico tem um aspecto essencial no cuidado ao recém-nascido, e requer completa
avaliação que englobe inclusive a estimativa da idade gestacional. Por tudo
isso, diante das mudanças que ocorrem no período neonatal e das alterações que
muitas vezes são sutis, o exame físico tem um papel fundamental na avaliação
dos recém-nascidos. Quando o exame físico não é realizado de forma criteriosa,
eventuais alterações não identificadas e não tratadas precocemente podem
trazer graves consequências ao crescimento e desenvolvimento do RN. Assim,
durante o período de adaptação do recém-nascido, o enfermeiro deve estar
ciente das características fisiológicas normais e dos achados no exame físico,
a fim de detectar possíveis problemas e iniciar as intervenções adequadas o
mais rápido possível (5). OBJETIVOS: Diante deste contexto, esta pesquisa se
propôs a identificar a produção científica existente sobre a importância da
realização do exame físico em recém-nascidos por enfermeiros. DESCRIÇÃO
METODOLÓGICA: Trata-se de uma revisão narrativa de literatura conduzida a
partir da busca pelos termos “exame físico”, “recém-nascido” e “enfermagem”
nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde. O levantamento de dados foi
realizado entre maio e agosto de 2016. Inicialmente, foram selecionados os
trabalhos redigidos em português, espanhol ou inglês, publicados entre 2006 e
2016, do que resultaram 83 referências. Em uma seleção preliminar, verificou-
se que 28 destas referências não tinham o texto completo disponível, 13
trabalhos eram referenciados em mais de uma base de dados e 23 artigos não
abordavam o tema em estudo. Dessa forma, o presente trabalho foi desenvolvido
a partir de 19 artigos. RESULTADOS: Após a leitura e análise de cada artigo
para a compreensão de seus resultados e conclusões, foi realizada a
classificação dos trabalhos em três categorias, de acordo com o principal tema
abordado: o exame físico para realização do processo de enfermagem; o uso de
tecnologias para o ensino do exame físico; e detecção precoce de disfunções
com a realização do exame físico em recém-nascidos. Na primeira categoria, os
trabalhos selecionados abordam a importância do exame físico como uma tarefa
integrante do processo de enfermagem que, dessa forma, dá embasamento às
demais atividades da equipe de enfermagem. Fica evidente que o cuidado
prestado de forma correta é consequência de um processo de enfermagem
realizado na íntegra, com minucioso exame físico, que permite então ao
enfermeiro aplicar o raciocínio clínico, planejar uma assistência dirigida a
resultados efetivos e que, sem isso, fica inviável garantir a assistência de
qualidade e a segurança do recém-nascido. Na segunda categoria, os trabalhos
abordam o uso de recursos de tecnologia da informação no ensino e na prática
do exame físico em recém-nascidos realizado pela enfermagem, e a análise
evidencia que o ensino e o uso de novas tecnologias favorecem a realização dos
exames físicos com mais qualidade e dirigidos a resultados. Percebe-se
claramente a necessidade de que as escolas de enfermagem passem a aliar as
técnicas tradicionais de ensino às metodologias ativas. Por fim, a terceira
categoria traz a importância do exame físico no planejamento do cuidado à
saúde do neonato, sobretudo no que se refere à detecção precoce de problemas.
Nesta categoria, os autores dão enfoque a distúrbios patológicos que poderiam
ser detectados por intermédio do exame físico detalhado e de qualidade,
favorecendo assim um cuidado mais seguro, com menos riscos de danos ao recém-
nascido. Nestes estudos são abordados distúrbios cardíacos, respiratórios,
cuidados com a pele, síndrome de Down e anomalias na coluna vertebral. Fazendo
uma análise geral desta categoria, percebe-se que no Brasil ainda existem
poucos trabalhos que tratam do papel do enfermeiro na detecção precoce de
distúrbios, especialmente quando comparamos com a publicação de artigos norte-
americanos que, de forma bem incisiva, colocam a importância do papel do exame
físico feito pelo enfermeiro na detecção de disfunções e no manejo adequado de
recém-nascidos. CONCLUSÃO: Foi possível constatar que existe uma lacuna na
elaboração e publicação de trabalhos que abordem a importância do exame físico
realizado por enfermeiros em recém-nascidos. Embora haja uma pequena
quantidade de trabalhos publicados, o tema é visto pelos enfermeiros como de
grande importância. Verificou-se que os enfermeiros compreendem que o exame
físico é parte fundamental do processo de enfermagem, pois permite realizar
seu raciocínio clínico e, dessa forma, planejar uma assistência dirigida a
resultados. A literatura traz a preocupação para que se aliem as técnicas
tradicionais de ensino às metodologias ativas, mediante a utilização de novas
tecnologias que permitam melhor compreensão por parte dos estudantes, não
somente do exame físico, mas de todas as etapas do processo de enfermagem.
Ficou evidente que o uso de sistemas computacionais pode facilitar o processo
de ensino-aprendizagem, contribuindo para a formação de profissionais mais
preparados para desempenhar de forma critica e ética seu papel como
enfermeiro. CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: É fundamental para a
prática profissional que os enfermeiros comecem a utilizar de forma mais ampla
o processo de enfermagem, respeitando suas etapas e percebendo o indivíduo em
sua totalidade, direcionando sua prática na busca de resultados positivos para
o indivíduo, sua família e comunidade. Somente desta forma conseguiremos,
enquanto enfermeiros, buscar de forma mais efetiva a valorização profissional
e atuar promovendo uma saúde com mais qualidade e segurança, conseguindo
melhorar indicadores de saúde que requerem nossa sensibilidade e, sobretudo,
conhecimento.
Referências: Andrade JP, Arnett DK, PiñeiroD, Smitj Jr, SC, Matto LAP, Machado CA, Oliveira GMMO, Dohmann HF, Gielen S. Sociedade Brasileira de Cardiologia - Carta do Rio de Janeiro - III BrasilPrevent / I America Latina Prevent. ArqBrasCardiol. 2013;100(1):3-5.
BuzzatoLL, Sueko VZS. Ansiedade em pacientes no período pré-cateterismo cardíaco. Einstein. 2010;8(4 Pt 1):483-7.
Horta VA. Processo de enfermagem. São Paulo: EPU; 1979.
North American Nursing Diagnosis Association.Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação, 2015-2017. Porto Alegre: Artmed; 2015. |