Imprimir Resumo


SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 4157573

E-Pôster


4157573

A IMPORTÂNCIA DA REALIZAÇÃO DO EXAME FÍSICO PELO ENFERMEIRO NO RECÉM-NASCIDO

Autores:
Mayara Guimarães Titon ; Francine Dutra Mattei ; Juliana Ollé Mendes da Silva

Resumo:
INTRODUÇÃO: A partir do momento do nascimento, o recém-nascido passa por importantes transformações no sistema fisiológico que viabilizam sua adaptação à vida extrauterina. No Brasil, convive-se com uma taxa de mortalidade neonatal que representa de 60 a 70% do total de mortes pediátricas. Muitas das mortes envolvendo recém-nascidos poderiam ser evitadas com melhorias relacionadas à assistência prestada no período neonatal (1). O Processo de Enfermagem caracteriza-se por ser um instrumento metodológico que permite sistematizar a assistência de enfermagem, possibilitando a identificação e a resolução de diferentes situações, buscando o alcance de resultados positivos para um indivíduo, família ou comunidade (2). A primeira fase do Processo de Enfermagem, denominada coleta de dados, baseia-se em três atividades principais: recolhimento de dados objetivos e subjetivos, organização dos dados coletados e documentação (3). A obtenção de informações na fase da coleta de dados pode ser alcançada por meio de entrevista, observação, exame físico, resultados de provas diagnósticas, revisão de prontuário e também com a colaboração de outros profissionais (4). Dentre estes recursos, o exame físico tem um aspecto essencial no cuidado ao recém-nascido, e requer completa avaliação que englobe inclusive a estimativa da idade gestacional. Por tudo isso, diante das mudanças que ocorrem no período neonatal e das alterações que muitas vezes são sutis, o exame físico tem um papel fundamental na avaliação dos recém-nascidos. Quando o exame físico não é realizado de forma criteriosa, eventuais alterações não identificadas e não tratadas precocemente podem trazer graves consequências ao crescimento e desenvolvimento do RN. Assim, durante o período de adaptação do recém-nascido, o enfermeiro deve estar ciente das características fisiológicas normais e dos achados no exame físico, a fim de detectar possíveis problemas e iniciar as intervenções adequadas o mais rápido possível (5). OBJETIVOS: Diante deste contexto, esta pesquisa se propôs a identificar a produção científica existente sobre a importância da realização do exame físico em recém-nascidos por enfermeiros. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: Trata-se de uma revisão narrativa de literatura conduzida a partir da busca pelos termos “exame físico”, “recém-nascido” e “enfermagem” nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde. O levantamento de dados foi realizado entre maio e agosto de 2016. Inicialmente, foram selecionados os trabalhos redigidos em português, espanhol ou inglês, publicados entre 2006 e 2016, do que resultaram 83 referências. Em uma seleção preliminar, verificou- se que 28 destas referências não tinham o texto completo disponível, 13 trabalhos eram referenciados em mais de uma base de dados e 23 artigos não abordavam o tema em estudo. Dessa forma, o presente trabalho foi desenvolvido a partir de 19 artigos. RESULTADOS: Após a leitura e análise de cada artigo para a compreensão de seus resultados e conclusões, foi realizada a classificação dos trabalhos em três categorias, de acordo com o principal tema abordado: o exame físico para realização do processo de enfermagem; o uso de tecnologias para o ensino do exame físico; e detecção precoce de disfunções com a realização do exame físico em recém-nascidos. Na primeira categoria, os trabalhos selecionados abordam a importância do exame físico como uma tarefa integrante do processo de enfermagem que, dessa forma, dá embasamento às demais atividades da equipe de enfermagem. Fica evidente que o cuidado prestado de forma correta é consequência de um processo de enfermagem realizado na íntegra, com minucioso exame físico, que permite então ao enfermeiro aplicar o raciocínio clínico, planejar uma assistência dirigida a resultados efetivos e que, sem isso, fica inviável garantir a assistência de qualidade e a segurança do recém-nascido. Na segunda categoria, os trabalhos abordam o uso de recursos de tecnologia da informação no ensino e na prática do exame físico em recém-nascidos realizado pela enfermagem, e a análise evidencia que o ensino e o uso de novas tecnologias favorecem a realização dos exames físicos com mais qualidade e dirigidos a resultados. Percebe-se claramente a necessidade de que as escolas de enfermagem passem a aliar as técnicas tradicionais de ensino às metodologias ativas. Por fim, a terceira categoria traz a importância do exame físico no planejamento do cuidado à saúde do neonato, sobretudo no que se refere à detecção precoce de problemas. Nesta categoria, os autores dão enfoque a distúrbios patológicos que poderiam ser detectados por intermédio do exame físico detalhado e de qualidade, favorecendo assim um cuidado mais seguro, com menos riscos de danos ao recém- nascido. Nestes estudos são abordados distúrbios cardíacos, respiratórios, cuidados com a pele, síndrome de Down e anomalias na coluna vertebral. Fazendo uma análise geral desta categoria, percebe-se que no Brasil ainda existem poucos trabalhos que tratam do papel do enfermeiro na detecção precoce de distúrbios, especialmente quando comparamos com a publicação de artigos norte- americanos que, de forma bem incisiva, colocam a importância do papel do exame físico feito pelo enfermeiro na detecção de disfunções e no manejo adequado de recém-nascidos. CONCLUSÃO: Foi possível constatar que existe uma lacuna na elaboração e publicação de trabalhos que abordem a importância do exame físico realizado por enfermeiros em recém-nascidos. Embora haja uma pequena quantidade de trabalhos publicados, o tema é visto pelos enfermeiros como de grande importância. Verificou-se que os enfermeiros compreendem que o exame físico é parte fundamental do processo de enfermagem, pois permite realizar seu raciocínio clínico e, dessa forma, planejar uma assistência dirigida a resultados. A literatura traz a preocupação para que se aliem as técnicas tradicionais de ensino às metodologias ativas, mediante a utilização de novas tecnologias que permitam melhor compreensão por parte dos estudantes, não somente do exame físico, mas de todas as etapas do processo de enfermagem. Ficou evidente que o uso de sistemas computacionais pode facilitar o processo de ensino-aprendizagem, contribuindo para a formação de profissionais mais preparados para desempenhar de forma critica e ética seu papel como enfermeiro. CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: É fundamental para a prática profissional que os enfermeiros comecem a utilizar de forma mais ampla o processo de enfermagem, respeitando suas etapas e percebendo o indivíduo em sua totalidade, direcionando sua prática na busca de resultados positivos para o indivíduo, sua família e comunidade. Somente desta forma conseguiremos, enquanto enfermeiros, buscar de forma mais efetiva a valorização profissional e atuar promovendo uma saúde com mais qualidade e segurança, conseguindo melhorar indicadores de saúde que requerem nossa sensibilidade e, sobretudo, conhecimento.


Referências:
Andrade JP, Arnett DK, PiñeiroD, Smitj Jr, SC, Matto LAP, Machado CA, Oliveira GMMO, Dohmann HF, Gielen S. Sociedade Brasileira de Cardiologia - Carta do Rio de Janeiro - III BrasilPrevent / I America Latina Prevent. ArqBrasCardiol. 2013;100(1):3-5. BuzzatoLL, Sueko VZS. Ansiedade em pacientes no período pré-cateterismo cardíaco. Einstein. 2010;8(4 Pt 1):483-7. Horta VA. Processo de enfermagem. São Paulo: EPU; 1979. North American Nursing Diagnosis Association.Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação, 2015-2017. Porto Alegre: Artmed; 2015.