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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 4153364

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4153364

INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO EM CONTEXTO INTERNACIONAL: CONTRIBUTOS DO INTERCÂMBIO ESTUDANTIL PARA O ENSINO EM ENFERMAGEM

Autores:
Luciara Fabiane Sebold ; Maria de Fátima da Silva Vieira Martins ; Emanuele Pozzebon Caurio ; Vanessa Schorr ; Luis Filipe Castro Matos

Resumo:
**INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO EM CONTEXTO INTERNACIONAL: CONTRIBUTOS DO INTERCÂMBIO ESTUDANTIL PARA O ENSINO EM ENFERMAGEM** **INTRODUÇÃO**             As instituições de ensino procuram potencializar os programas de intercâmbio acadêmico internacional com o objetivo de ampliar horizontes e novas fronteiras. Este fato é perceptível ao se observar o aumento de convênios entre instituições internacionais de ensino superior que proporcionam aos estudantes oportunidades de conhecer diferentes realidades e vivenciar novas experiências de modo a promover o seu desenvolvimento profissional e pessoal1.             Além do mais, são inúmeras as contribuições da mobilidade acadêmica internacional para a ampliação de conhecimentos científicos e visões de mundo. A oportunidade de vivenciar um intercâmbio permite ao aluno o desenvolvimento de pensamentos reflexivos e críticos das questões sociais, políticas, econômicas, pessoais e profissionais, e também possibilita aperfeiçoar as habilidades técnico-científicas e interpessoais, além da construção de personalidade, maturidade e independência2. **OBJETIVO**             Elaborou-se o presente texto com o objetivo de relatar as contribuições advindas de um intercâmbio estudantil internacional realizado por uma aluna de um curso de enfermagem do Brasil que se realizou numa Universidade Portuguesa, abordando aspectos dos cuidados de enfermagem realizados nesse contexto cultural. **DESCRIÇÃO METODOLÓGICA**             Trata-se de um relato de experiência vivenciada por uma aluna do último ano do curso de enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), da cidade de Chapecó no Brasil, que realizou um período de Mobilidade Estudantil numa Universidade no Norte de Portugal, ao abrigo do Programa de Mobilidade Estudantil (PROME). Nesta oportunidade, a aluna realizou um Estágio Hospitalar decorrendo no período compreendido entre fevereiro a junho de 2016.             Os objetivos deste estágio foram a promoção da integração da aluna à vida profissional em instituições de saúde, além de desenvolver competências técnicas, científicas e relacionais no âmbito dos cuidados de enfermagem nos contextos de saúde diferenciados, caracterizados pelo serviço de saúde hospitalar. Para, além disso, objetivou-se reconhecer diferenças na prestação de cuidados comparando as realidades entre o Brasil e Portugal.             Para a elaboração deste texto, baseou-se numa metodologia descritiva e crítico-reflexiva da experiência vivenciada, retratando o percurso para o desenvolvimento de competências do enfermeiro de cuidados gerais no que tange a responsabilidade profissional, ética e legal, prestação e gestão de cuidados. Além do mais, descreve-se também o avanço pessoal em relação ao aperfeiçoamento da capacidade de desenvolver o Processo de Enfermagem por meio da avaliação, reflexão e organização dos cuidados de enfermagem, desenvolvimento profissional e a aquisição de conhecimentos sobre as características do trabalho de enfermagem realizadas em Portugal. **RESULTADOS**                    Tendo em vista que a orientação pedagógica contribui para o processo de crescimento e desenvolvimento individual de cada estudante, este estágio se desenvolveu com as orientações constantes de uma professora e um tutor de estágio, considerando estes sujeitos como o elo fundamental de ligação entre a aluna e os demais elementos da equipe de saúde. Estes foram os responsáveis pela orientação, seleção de estratégias e avaliação/reformulação do processo ensino/aprendizagem, com vistas ao alcance dos resultados de aprendizagem.             O projeto de estágio, elaborado pela estudante, consistiu de uma descrição dos objetivos de aprendizagem. O relatório crítico, entregue no final, constou da descrição e reflexão crítica das atividades desenvolvidas no decorrer do estágio para o alcance dos objetivos preconizados e análise das competências do enfermeiro de cuidados gerais adquiridos ao longo do mesmo.             Diferente do Brasil, onde existem, ainda, as categorias de técnicos e auxiliares de enfermagem, em Portugal essas categorias não existem, havendo somente enfermeiros, tendo ainda o auxílio do trabalho de assistentes operacionais. Neste contexto, os enfermeiros são os responsáveis pela prestação dos cuidados direcionados aos usuários, desde o momento do internamento até a alta, atuando de forma a executar as etapas do processo de enfermagem, sendo que a base do trabalho dos enfermeiros se fundamenta na filosofia de cuidados e na teoria de enfermagem de Jean Watson3, a Teoria do Cuidar. Neste sentido, o centro dos cuidados é o usuário e cada enfermeiro é responsável pelos cuidados inerentes à sua condição de saúde e à sua individualidade.             Além disso, outro aspecto levado em consideração pelos enfermeiros é a elaboração da carta de alta de enfermagem. Neste documento o enfermeiro insere orientações para usuários e seus familiares, além de constar a referência necessária para outros serviços de saúde, para que assim se dê a continuidade nos cuidados de saúde primários ao atendimento das necessidades dos usuários advindos dos serviços hospitalares.             O momento das passagens de plantão é realizado em um ambiente reservado especificamente para isso, ocorrendo em uma sala onde constam também os Mapas Globais. Este instrumento é visível a toda a equipe e constam de dados fundamentais dos usuários internados no serviço, como nome, idade, data de internação, diagnósticos, padrão nutricional, presença de dispositivos invasivos e data de validade, grau de dependência atual dos cuidados de enfermagem, padrão de eliminação vesical e intestinal, padrão ventilatório, risco de queda, risco de lesão por pressão, situação social antes e durante o internamento, além da data prevista de alta. **CONCLUSÃO**             A realidade do serviço hospitalar vivenciado proporciona a visibilidade de experiências diferenciadoras em relação à melhoria contínua da qualidade dos cuidados prestados, constatado nas certificações já adquiridas e renovadas ao longo dos anos. Neste aspecto, pode-se citar a segurança do paciente, gestão do risco, controle de infecção e realização de auditorias constantes à lavagem das mãos, isolamento dos usuários, entre outros projetos, gestão adequada de camas, gabinete de gestão de altas, assim como a rede de cuidados continuados. **CONTRIBUIÇÕES PARA A ENFERMAGEM**             A realização desta experiência de mobilidade internacional numa Universidade Portuguesa, sempre foram aspetos motivadores para a estudante. A oportunidade de vivenciar uma cultura diferente permite aperfeiçoar os cuidados multiculturais em enfermagem, considerando-se que estes cuidados devem se adequar à população de abrangência atendida nos serviços de saúde. Vivenciar outras realidades culturais proporciona a aquisição de inúmeros conhecimentos e ganhos tanto a nível pessoal quanto profissional, bem como para o desenvolvimento de competências em relação à atuação profissional.             Além do mais, vivências como esta permitem maior preparo profissional para a futura atuação no mercado de trabalho, mediante aperfeiçoamento prático, técnico-científico-cultural, desenvolvimento de autonomia e independência, relacionamento profissional e aprimoramento do juízo crítico que permeiam uma intervenção refletida.             Contribuir para o aperfeiçoamento da assistência à saúde realizada no país de origem por meio da implantação de metodologias de trabalho que são utilizados em outros países, promovendo a melhoria da qualidade dos cuidados de enfermagem e repercutindo diretamente na segurança do paciente foi sem dúvida uma mais-valia. Assim, destaca-se a importância de promover cada vez mais estímulos e programas que permitam estas experiências por um quantitativo cada vez maior da população acadêmica para a realização destes intercâmbios internacionais.


Referências:
Referências: 1. Bahia. Escola de Enfermagem. Universidade Federal da Bahia. Resolução 02/15. Dispõe sobre as atividades de ensino e pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. Salvador, 2015. 2. Santos LPS. Estágio docência na formação do mestre em saúde coletiva: relato de experiência. Saúde.com. 2015; 11 (4): 418-24; 3. Pimentel V, Mota DDCF, Kimura M. Reflexões sobre o preparo para a docência na pós-graduação em enfermagem. Rev. Esc. Enf. USP, 2007; 41(1), 161-4.