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4153364 | INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO EM CONTEXTO INTERNACIONAL: CONTRIBUTOS DO INTERCÂMBIO ESTUDANTIL PARA O ENSINO EM ENFERMAGEM | Autores: Luciara Fabiane Sebold ; Maria de Fátima da Silva Vieira Martins ; Emanuele Pozzebon Caurio ; Vanessa Schorr ; Luis Filipe Castro Matos |
Resumo: **INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO EM CONTEXTO INTERNACIONAL: CONTRIBUTOS DO INTERCÂMBIO ESTUDANTIL PARA O ENSINO EM ENFERMAGEM**
**INTRODUÇÃO**
As instituições de ensino procuram potencializar os programas de
intercâmbio acadêmico internacional com o objetivo de ampliar horizontes e
novas fronteiras. Este fato é perceptível ao se observar o aumento de
convênios entre instituições internacionais de ensino superior que
proporcionam aos estudantes oportunidades de conhecer diferentes realidades e
vivenciar novas experiências de modo a promover o seu desenvolvimento
profissional e pessoal1.
Além do mais, são inúmeras as contribuições da mobilidade
acadêmica internacional para a ampliação de conhecimentos científicos e visões
de mundo. A oportunidade de vivenciar um intercâmbio permite ao aluno o
desenvolvimento de pensamentos reflexivos e críticos das questões sociais,
políticas, econômicas, pessoais e profissionais, e também possibilita
aperfeiçoar as habilidades técnico-científicas e interpessoais, além da
construção de personalidade, maturidade e independência2.
**OBJETIVO**
Elaborou-se o presente texto com o objetivo de relatar as
contribuições advindas de um intercâmbio estudantil internacional realizado
por uma aluna de um curso de enfermagem do Brasil que se realizou numa
Universidade Portuguesa, abordando aspectos dos cuidados de enfermagem
realizados nesse contexto cultural.
**DESCRIÇÃO METODOLÓGICA**
Trata-se de um relato de experiência vivenciada por uma aluna do
último ano do curso de enfermagem da Universidade do Estado de Santa Catarina
(UDESC), da cidade de Chapecó no Brasil, que realizou um período de Mobilidade
Estudantil numa Universidade no Norte de Portugal, ao abrigo do Programa de
Mobilidade Estudantil (PROME). Nesta oportunidade, a aluna realizou um Estágio
Hospitalar decorrendo no período compreendido entre fevereiro a junho de 2016.
Os objetivos deste estágio foram a promoção da integração da aluna
à vida profissional em instituições de saúde, além de desenvolver competências
técnicas, científicas e relacionais no âmbito dos cuidados de enfermagem nos
contextos de saúde diferenciados, caracterizados pelo serviço de saúde
hospitalar. Para, além disso, objetivou-se reconhecer diferenças na prestação
de cuidados comparando as realidades entre o Brasil e Portugal.
Para a elaboração deste texto, baseou-se numa metodologia
descritiva e crítico-reflexiva da experiência vivenciada, retratando o
percurso para o desenvolvimento de competências do enfermeiro de cuidados
gerais no que tange a responsabilidade profissional, ética e legal, prestação
e gestão de cuidados. Além do mais, descreve-se também o avanço pessoal em
relação ao aperfeiçoamento da capacidade de desenvolver o Processo de
Enfermagem por meio da avaliação, reflexão e organização dos cuidados de
enfermagem, desenvolvimento profissional e a aquisição de conhecimentos sobre
as características do trabalho de enfermagem realizadas em Portugal.
**RESULTADOS**
Tendo em vista que a orientação pedagógica contribui para o
processo de crescimento e desenvolvimento individual de cada estudante, este
estágio se desenvolveu com as orientações constantes de uma professora e um
tutor de estágio, considerando estes sujeitos como o elo fundamental de
ligação entre a aluna e os demais elementos da equipe de saúde. Estes foram os
responsáveis pela orientação, seleção de estratégias e avaliação/reformulação
do processo ensino/aprendizagem, com vistas ao alcance dos resultados de
aprendizagem.
O projeto de estágio, elaborado pela estudante, consistiu de uma
descrição dos objetivos de aprendizagem. O relatório crítico, entregue no
final, constou da descrição e reflexão crítica das atividades desenvolvidas no
decorrer do estágio para o alcance dos objetivos preconizados e análise das
competências do enfermeiro de cuidados gerais adquiridos ao longo do mesmo.
Diferente do Brasil, onde existem, ainda, as categorias de
técnicos e auxiliares de enfermagem, em Portugal essas categorias não existem,
havendo somente enfermeiros, tendo ainda o auxílio do trabalho de assistentes
operacionais. Neste contexto, os enfermeiros são os responsáveis pela
prestação dos cuidados direcionados aos usuários, desde o momento do
internamento até a alta, atuando de forma a executar as etapas do processo de
enfermagem, sendo que a base do trabalho dos enfermeiros se fundamenta na
filosofia de cuidados e na teoria de enfermagem de Jean Watson3, a Teoria do
Cuidar. Neste sentido, o centro dos cuidados é o usuário e cada enfermeiro é
responsável pelos cuidados inerentes à sua condição de saúde e à sua
individualidade.
Além disso, outro aspecto levado em consideração pelos enfermeiros
é a elaboração da carta de alta de enfermagem. Neste documento o enfermeiro
insere orientações para usuários e seus familiares, além de constar a
referência necessária para outros serviços de saúde, para que assim se dê a
continuidade nos cuidados de saúde primários ao atendimento das necessidades
dos usuários advindos dos serviços hospitalares.
O momento das passagens de plantão é realizado em um ambiente
reservado especificamente para isso, ocorrendo em uma sala onde constam também
os Mapas Globais. Este instrumento é visível a toda a equipe e constam de
dados fundamentais dos usuários internados no serviço, como nome, idade, data
de internação, diagnósticos, padrão nutricional, presença de dispositivos
invasivos e data de validade, grau de dependência atual dos cuidados de
enfermagem, padrão de eliminação vesical e intestinal, padrão ventilatório,
risco de queda, risco de lesão por pressão, situação social antes e durante o
internamento, além da data prevista de alta.
**CONCLUSÃO**
A realidade do serviço hospitalar vivenciado proporciona a
visibilidade de experiências diferenciadoras em relação à melhoria contínua da
qualidade dos cuidados prestados, constatado nas certificações já adquiridas e
renovadas ao longo dos anos. Neste aspecto, pode-se citar a segurança do
paciente, gestão do risco, controle de infecção e realização de auditorias
constantes à lavagem das mãos, isolamento dos usuários, entre outros projetos,
gestão adequada de camas, gabinete de gestão de altas, assim como a rede de
cuidados continuados.
**CONTRIBUIÇÕES PARA A ENFERMAGEM**
A realização desta experiência de mobilidade internacional numa
Universidade Portuguesa, sempre foram aspetos motivadores para a estudante. A
oportunidade de vivenciar uma cultura diferente permite aperfeiçoar os
cuidados multiculturais em enfermagem, considerando-se que estes cuidados
devem se adequar à população de abrangência atendida nos serviços de saúde.
Vivenciar outras realidades culturais proporciona a aquisição de inúmeros
conhecimentos e ganhos tanto a nível pessoal quanto profissional, bem como
para o desenvolvimento de competências em relação à atuação profissional.
Além do mais, vivências como esta permitem maior preparo
profissional para a futura atuação no mercado de trabalho, mediante
aperfeiçoamento prático, técnico-científico-cultural, desenvolvimento de
autonomia e independência, relacionamento profissional e aprimoramento do
juízo crítico que permeiam uma intervenção refletida.
Contribuir para o aperfeiçoamento da assistência à saúde realizada
no país de origem por meio da implantação de metodologias de trabalho que são
utilizados em outros países, promovendo a melhoria da qualidade dos cuidados
de enfermagem e repercutindo diretamente na segurança do paciente foi sem
dúvida uma mais-valia. Assim, destaca-se a importância de promover cada vez
mais estímulos e programas que permitam estas experiências por um quantitativo
cada vez maior da população acadêmica para a realização destes intercâmbios
internacionais.
Referências: Referências: 1. Bahia. Escola de Enfermagem. Universidade Federal da Bahia. Resolução 02/15. Dispõe sobre as atividades de ensino e pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. Salvador, 2015. 2. Santos LPS. Estágio docência na formação do mestre em saúde coletiva: relato de experiência. Saúde.com. 2015; 11 (4): 418-24; 3. Pimentel V, Mota DDCF, Kimura M. Reflexões sobre o preparo para a docência na pós-graduação em enfermagem. Rev. Esc. Enf. USP, 2007; 41(1), 161-4. |