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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 4129059

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4129059

DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM EM PORTADORES DE HIPERTENSÃO ARTERIAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA

Autores:
Cecília Rafaela Salles Ferreira ; Marlucilena Pinheiro da Silva ; Fabrízio do Amaral Mendes

Resumo:
Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é definida como uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA).  Associando-a frequentemente a alterações das funcionalidades e/ou estruturas de órgãos-alvo, como o coração, encéfalo, rins, vasos sanguíneos e também a alterações metabólicas, relacionando a um aumento do risco de alterações cardiovasculares que podem ser não-fatais ou levar até a morte1. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde realizada no Brasil em 2013, a prevalência de hipertensão arterial foi de 21,4% na população de pessoas com 18 anos ou mais de idade e uma estimativa de 31 milhões de indivíduos com esta condição2. Diante desse contexto os profissionais da Atenção Básica (AB) têm um papel primordial nas estratégias de prevenção, diagnóstico, monitorização e controle da hipertensão arterial. E devem pautar a sua práxis centrada na pessoa e, realizar o envolvimento de usuários e cuidadores, em nível individual e coletivo, na definição e implementação de estratégias de monitoramento da hipertensão2. O Enfermeiro sendo parte integrante de equipe multiprofissional deve prestar atendimento avaliando e aplicando as normatizações e direcionamentos que as instituições governamentais e profissionais propõem para benefício do seu serviço, possibilitando assim uma prática organizada que promova maior adesão ao tratamento, considerando também as demandas e contextos sociais que estes indivíduos estão inseridos. Objetivo: identificar os diagnósticos de enfermagem (DEs) em portadores de hipertensão arterial atendidos em uma Unidade Básica de  Saúde. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa. Os dados foram coletados no período de abril a maio de 2017, junto aos hipertensos usuários da UBS da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), aprovado pelo parecer nº 2.036.902, de 27/04/2017. A UBS possui uma população de 205 pessoas cadastradas em seu Programa de acompanhamento de doenças crônicas. Como critério de Inclusão, deveria ser participante assíduo do programa e não possuir outras comorbidades e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e como exclusão, faltar em consulta subsequente (40 excluídos) e possuir outras DCNTs (140 excluídos), restando assim 25 participantes, sendo a amostragem do tipo não probabilística por conveniência. Realizou-se a consulta de enfermagem com um instrumento de coleta de dados adaptado do Caderno de Atenção Básica nº 37 do Ministério da Saúde composto por variáveis sociodemográficas e clínicas que subsidiaram a elaboração dos diagnósticos de enfermagem. A análise dos dados foi feita com identificação de porcentagens. Resultados: foram identificados 18 diagnósticos prevalentes entre as pessoas com hipertensão atendidas, onde 56% da amostra era do sexo feminino, com média de idade de 60anos com faixa etária de 50 a 69 anos, com renda de 1 a 2 salários mínimos (100%), onde 40%informam ser não alfabetizados e 28% no máximo 8 anos de estudo. Quanto aos diagnósticos, destaca-se Risco de Função Cardiovascular Prejudicada (n=25), encontrado em 100% dos participantes tendo como principal característica definidora (CD) a presença da Hipertensão Arterial e fator relacionado (FR) estilo de vida sedentário, a HAS é um importante fator de risco (FR) cardiovascular e torna- se mais preocupante quando associada a outros FR como: obesidade, sedentarismo, tabagismo, dieta inadequada, raça negra, idade avançada e baixo nível socioeconômico3. A Obesidade (40%), sobrepeso (48%) e Estilo de Vida Sedentário (68%), foram diagnósticos que se fizeram presentes, com significativo percentual da população investigada, suas respectivas CD principais foram: adulto IMC>30 kg/m2; adulto IMC>25 kg/m2; adulto com IMC aproxima-se de 25 kg/m2 e AF diária inferior à recomendada para o gênero e a idade e seus Fatores Relacionados: comportamento alimentar inadequado, comportamentos alimentares inadequados desordenados, atividade física inferior à recomendada para sexo e idade, e interesse insuficiente de apoio pela atividade física respectivamente. Outros que se destacaram devido a sua importância para o correto seguimento do tratamento, foram a Falta de adesão (60%) e o Conhecimento deficiente (60%), em uma revisão integrativa que buscou identificar os fatores associados à não adesão ao tratamento da HAS, obteve-se o resultado que múltiplos fatores acabam predispondo os hipertensos não aderirem ao tratamento, incluindo desde o regime terapêutico, aspectos econômicos e sociodemográficos, o serviço prestado, os profissionais de saúde inseridos na prestação dos cuidados, além de aspetos pessoais e psicossociais4. Reitera que a não adesão do paciente acaba acontecendo pelo fato destas não definirem a sua doença como um problema de saúde que necessite de tratamento em detrimento da ausência de sintomas, enfatiza ainda, que o enfermeiro deve identificar vulnerabilidades sociais, empoderando estas pessoas, para que busquem seus direitos.  Os entrevistados apresentaram também, diagnósticos de enfermagem diretamente ligados ao emocional e a saúde mental, como ansiedade (12%), insônia (28%), medo (12%), sobrecarga de estresse (8%) e baixa autoestima situacional (4%), Percebe-se assim, que alterações emocionais, como, a baixa autoestima, ansiedade, medo e principalmente o estresse, podem ser fatores dificultantes no processo de adesão do hipertenso, e prejudiciais para aumento do risco cardiovascular, facilitando assim o surgimento de emergências hipertensivas e lesões em órgãos alvo. Conclusão: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) vem sendo considerada por diversos pesquisadores como um agravante a saúde da população, apresentando prevalência assustadora a nível nacional e mundial, além de ser causadora de índices elevados de morbidade e mortalidade. A atenção primária de saúde tem como uma de suas principais funções a identificação precoce de diagnóstico de HAS e estimulo a promoção e prevenção deste agravo. Identificou-se como principais necessidades de saúde através dos Diagnósticos de enfermagem , risco de função cardiovascular, falta de adesão no tratamento, conhecimento deficiente, obesidade e sobrepeso, e outras demandas relacionadas ao contexto psicossocial do indivíduo, como ansiedade, estresse e medo, que podem ser minimizadas e/ou solucionadas se o processo de enfermagem acontecer nesses ambientes de atenção primária. Implicações/Contribuições para enfermagem: O Enfermeiro neste contexto possui papel extremamente importante, pois seu atendimento na maioria dos casos é o inicial, e baseia-se na busca para identificar as problemáticas e anseios do paciente e direcionar os atendimentos de saúde. Além disso, o papel do enfermeiro através da consulta de enfermagem permite um atendimento mais particularizado, sistematizado e com um olhar integral, onde ao possuir uma identificação prévia dos principais diagnósticos de enfermagem que afetam as pessoas com hipertensão, haverá mais cientificidade, facilidades e direcionamento ao realizar a Sistematização da Assistência em Enfermagem a essa população.


Referências:
Referências: 1. Freire P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 2016. 2. Ferreira SR. Residência Integrada em Saúde: uma modalidade de ensino em Serviço. Dissertação de Mestrado em Enfermagem. Porto Alegre, 117f. 2008. 3. Miranda Neto MV, Leonello VM, Oliveira MAC. Multiprofessional residency in health: a document analysis. Rev Bras Enferm. 2015; 68(4): 586-93. 4. Freire P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 2016. 5. Lima MM, Reibnitz KS, Kloh D, Vendruscolo C, Correia AB. Dialogue: network that intertwines the pedagogical relationship into the practical-refl ective teaching. Rev Bras Enferm. 2016;69(4):654-61.