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4129059 | DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM EM PORTADORES DE HIPERTENSÃO ARTERIAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA | Autores: Cecília Rafaela Salles Ferreira ; Marlucilena Pinheiro da Silva ; Fabrízio do Amaral Mendes |
Resumo: Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é definida como uma
condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados
de pressão arterial (PA). Associando-a frequentemente a alterações das
funcionalidades e/ou estruturas de órgãos-alvo, como o coração, encéfalo,
rins, vasos sanguíneos e também a alterações metabólicas, relacionando a um
aumento do risco de alterações cardiovasculares que podem ser não-fatais ou
levar até a morte1. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde realizada no
Brasil em 2013, a prevalência de hipertensão arterial foi de 21,4% na
população de pessoas com 18 anos ou mais de idade e uma estimativa de 31
milhões de indivíduos com esta condição2. Diante desse contexto os
profissionais da Atenção Básica (AB) têm um papel primordial nas estratégias
de prevenção, diagnóstico, monitorização e controle da hipertensão arterial. E
devem pautar a sua práxis centrada na pessoa e, realizar o envolvimento de
usuários e cuidadores, em nível individual e coletivo, na definição e
implementação de estratégias de monitoramento da hipertensão2. O Enfermeiro
sendo parte integrante de equipe multiprofissional deve prestar atendimento
avaliando e aplicando as normatizações e direcionamentos que as instituições
governamentais e profissionais propõem para benefício do seu serviço,
possibilitando assim uma prática organizada que promova maior adesão ao
tratamento, considerando também as demandas e contextos sociais que estes
indivíduos estão inseridos. Objetivo: identificar os diagnósticos de
enfermagem (DEs) em portadores de hipertensão arterial atendidos em uma
Unidade Básica de Saúde. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, com
abordagem quantitativa. Os dados foram coletados no período de abril a maio de
2017, junto aos hipertensos usuários da UBS da Universidade Federal do Amapá
(UNIFAP), aprovado pelo parecer nº 2.036.902, de 27/04/2017. A UBS possui uma
população de 205 pessoas cadastradas em seu Programa de acompanhamento de
doenças crônicas. Como critério de Inclusão, deveria ser participante assíduo
do programa e não possuir outras comorbidades e assinar o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido e como exclusão, faltar em consulta
subsequente (40 excluídos) e possuir outras DCNTs (140 excluídos), restando
assim 25 participantes, sendo a amostragem do tipo não probabilística por
conveniência. Realizou-se a consulta de enfermagem com um instrumento de
coleta de dados adaptado do Caderno de Atenção Básica nº 37 do Ministério da
Saúde composto por variáveis sociodemográficas e clínicas que subsidiaram a
elaboração dos diagnósticos de enfermagem. A análise dos dados foi feita com
identificação de porcentagens. Resultados: foram identificados 18 diagnósticos
prevalentes entre as pessoas com hipertensão atendidas, onde 56% da amostra
era do sexo feminino, com média de idade de 60anos com faixa etária de 50 a 69
anos, com renda de 1 a 2 salários mínimos (100%), onde 40%informam ser não
alfabetizados e 28% no máximo 8 anos de estudo. Quanto aos diagnósticos,
destaca-se Risco de Função Cardiovascular Prejudicada (n=25), encontrado em
100% dos participantes tendo como principal característica definidora (CD) a
presença da Hipertensão Arterial e fator relacionado (FR) estilo de vida
sedentário, a HAS é um importante fator de risco (FR) cardiovascular e torna-
se mais preocupante quando associada a outros FR como: obesidade,
sedentarismo, tabagismo, dieta inadequada, raça negra, idade avançada e baixo
nível socioeconômico3. A Obesidade (40%), sobrepeso (48%) e Estilo de Vida
Sedentário (68%), foram diagnósticos que se fizeram presentes, com
significativo percentual da população investigada, suas respectivas CD
principais foram: adulto IMC>30 kg/m2; adulto IMC>25 kg/m2; adulto com IMC
aproxima-se de 25 kg/m2 e AF diária inferior à recomendada para o gênero e a
idade e seus Fatores Relacionados: comportamento alimentar inadequado,
comportamentos alimentares inadequados desordenados, atividade física inferior
à recomendada para sexo e idade, e interesse insuficiente de apoio pela
atividade física respectivamente. Outros que se destacaram devido a sua
importância para o correto seguimento do tratamento, foram a Falta de adesão
(60%) e o Conhecimento deficiente (60%), em uma revisão integrativa que buscou
identificar os fatores associados à não adesão ao tratamento da HAS, obteve-se
o resultado que múltiplos fatores acabam predispondo os hipertensos não
aderirem ao tratamento, incluindo desde o regime terapêutico, aspectos
econômicos e sociodemográficos, o serviço prestado, os profissionais de saúde
inseridos na prestação dos cuidados, além de aspetos pessoais e
psicossociais4. Reitera que a não adesão do paciente acaba acontecendo pelo
fato destas não definirem a sua doença como um problema de saúde que necessite
de tratamento em detrimento da ausência de sintomas, enfatiza ainda, que o
enfermeiro deve identificar vulnerabilidades sociais, empoderando estas
pessoas, para que busquem seus direitos. Os entrevistados apresentaram
também, diagnósticos de enfermagem diretamente ligados ao emocional e a saúde
mental, como ansiedade (12%), insônia (28%), medo (12%), sobrecarga de
estresse (8%) e baixa autoestima situacional (4%), Percebe-se assim, que
alterações emocionais, como, a baixa autoestima, ansiedade, medo e
principalmente o estresse, podem ser fatores dificultantes no processo de
adesão do hipertenso, e prejudiciais para aumento do risco cardiovascular,
facilitando assim o surgimento de emergências hipertensivas e lesões em órgãos
alvo. Conclusão: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) vem sendo considerada
por diversos pesquisadores como um agravante a saúde da população,
apresentando prevalência assustadora a nível nacional e mundial, além de ser
causadora de índices elevados de morbidade e mortalidade. A atenção primária
de saúde tem como uma de suas principais funções a identificação precoce de
diagnóstico de HAS e estimulo a promoção e prevenção deste agravo.
Identificou-se como principais necessidades de saúde através dos Diagnósticos
de enfermagem , risco de função cardiovascular, falta de adesão no tratamento,
conhecimento deficiente, obesidade e sobrepeso, e outras demandas relacionadas
ao contexto psicossocial do indivíduo, como ansiedade, estresse e medo, que
podem ser minimizadas e/ou solucionadas se o processo de enfermagem acontecer
nesses ambientes de atenção primária. Implicações/Contribuições para
enfermagem: O Enfermeiro neste contexto possui papel extremamente importante,
pois seu atendimento na maioria dos casos é o inicial, e baseia-se na busca
para identificar as problemáticas e anseios do paciente e direcionar os
atendimentos de saúde. Além disso, o papel do enfermeiro através da consulta
de enfermagem permite um atendimento mais particularizado, sistematizado e com
um olhar integral, onde ao possuir uma identificação prévia dos principais
diagnósticos de enfermagem que afetam as pessoas com hipertensão, haverá mais
cientificidade, facilidades e direcionamento ao realizar a Sistematização da
Assistência em Enfermagem a essa população.
Referências: Referências: 1. Freire P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 2016. 2. Ferreira SR. Residência Integrada em Saúde: uma modalidade de ensino em Serviço. Dissertação de Mestrado em Enfermagem. Porto Alegre, 117f. 2008. 3. Miranda Neto MV, Leonello VM, Oliveira MAC. Multiprofessional residency in health: a document analysis. Rev Bras Enferm. 2015; 68(4): 586-93. 4. Freire P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários a prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 2016. 5. Lima MM, Reibnitz KS, Kloh D, Vendruscolo C, Correia AB. Dialogue: network that intertwines the pedagogical relationship into the practical-refl ective teaching. Rev Bras Enferm. 2016;69(4):654-61. |