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4038817 | SAÚDE DO IDOSO NA MATRIZ CURRICULAR DA GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM: REGIÃO SUL DO BRASIL | Autores: Simony Fabíola Lopes Nunes ; Bianca Martins Dacoregio ; Danieley Cristini Lucca ; Darla Lusia Ropelato Fernandez ; Bruna Schiphorst Delgado |
Resumo: **Introdução:** O fato mais marcante para as sociedades atuais é o processo de envelhecimento populacional observado em todos os continentes. No Brasil, é definida como idosa aquela que tem 60 anos ou mais de idade. A população idosa brasileira tem crescido de forma rápida em termos proporcionais, atualmente representa pelo menos 10% da população brasileira, com aproximadamente 20 milhões de pessoas. Segundo projeções estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2025 o Brasil alcançará um contingente de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade. O envelhecimento da população no Brasil vem acompanhado de certa preocupação, pois apesar do envelhecimento ser processo natural, sabe-se que ele não ocorre de forma homogênea a todos os indivíduos e assim a longevidade faz-se acompanhar por demandas específicas que precisam ser reconhecidas, avaliadas e atendidas por profissionais devidamente capacitados. Neste contexto, o profissional enfermeiro pode se destacar por sua atuação no cuidado à pessoas idosas. Assim, vale refletir acerca da capacitação que este profissional vem recebendo sobre a saúde do idoso durante o processo de formação profissional. Conteúdos relativos ao ensino voltados para à saúde do idoso nos currículos de graduação em enfermagem vem sendo inseridos timidamente no decorrer dos últimos anos, embora a própria Política Nacional do Idoso proponha modificações curriculares que tenham como objetivos produzir conhecimento e discutir o processo de envelhecimento. Para se tornar profissional atuante na saúde do idoso no futuro, entende-se que seja necessário oportunizar ao discente de enfermagem conhecimento científico relativo a essa área. Assim, a forma como esse tema vem sendo abordado nos cursos de graduação em enfermagem no Brasil motivou a realização deste estudo. Os resultados aqui apresentados representam parcial do levantamento nacional, com recorte para os dados da região sul. **Objetivos:** Refletir sobre o ensino relacionado à saúde do idoso nos cursos de graduação em enfermagem na região sul do Brasil. **Descrição Metodológica: **Pesquisa documental, desenvolvida mediante levantamento de informações dos cursos de graduação em enfermagem da região sul do Brasil, cadastrados no site do Ministério da Educação, por meio de consulta ao portal e-MEC disponível na Internet. Após este levantamento, foi realizada análise das matrizes curriculares dos cursos de enfermagem identificados no portal e-MEC, por meio de consulta aos sites de cada Instituição de Ensino Superior. A coleta de dados na Internet foi realizada no período de 01 a 11 de junho de 2015. Foram identificados 111 cursos de enfermagem cadastrados no Ministério da Educação. Destes, 26 foram excluídos, pois não apresentaram matriz curricular na página da instituição na internet, totalizando como corpus de análise a matriz curricular de 85 cursos. Nestes cursos foi identificada a existência de disciplinas, que apresentem terminologia idoso no título. Destas foram consideradas: nomenclatura, semestre de inserção na estrutura curricular, carga horária (teórica e prática), foco das disciplinas. **Resultados:** Dos 85 cursos analisados, 74,1% (63) ofertam disciplinas que evidenciam no título a palavra idoso, destes 66,6% (42) oferecem tais disciplinas a partir do 5º semestre da graduação. A carga horária disponibilizada nas referidas disciplinas não está apresentada publicamente em algumas instituições e outras apresentam informações faltantes, desta forma não foi possível apresentar análise da média deste item. Em relação ao foco das disciplinas, a maioria dos cursos (50,8%) apresentam disciplinas com o tema saúde do idoso mesclado ou vinculado a outra temática do ciclo vital: “Saúde do adulto e idoso”, “Saúde do adulto, idoso e da família” e “Saúde do homem, da mulher e do idoso”, estes são alguns exemplos de disciplinas ofertadas encontradas nas matrizes curriculares analisadas. O foco múltiplo das disciplinas impossibilita a análise sobre o aprofundamento da temática: saúde do idoso nas disciplinas, pois não existem informações disponíveis sobre o quantitativo de carga horária interna relacionada diretamente a este assunto; tampouco, não há informação a respeito de quais conteúdos relacionados ao idoso são abordados nas disciplinas ofertadas. Em contrapartida, 49,2% dos cursos que ofertam disciplinas específicas do idoso e/ou com assuntos complementares à gerontologia, têm disciplinas intituladas: “Envelhecimento humano”, “Enfermagem gerontogeriátria”, “Enfermagem no envelhecimento saudável” e “Atenção ao cliente idoso”. O Paraná é o Estado que mais apresenta cursos de graduação em enfermagem com oferta de disciplinas voltadas à temática idoso (80,6%), seguido por Santa Catarina (83,3%) e Rio Grande do Sul (62,1%). Em compensação, o Rio Grande do Sul é o Estado onde foi encontrado maior número de disciplinas específicas para a saúde do idoso, (83,3%), seguido de Santa Catarina (75%), e Paraná (58,6%). **Conclusão:** Para atender à demanda do envelhecimento populacional em curso no Brasil, é fundamental que o enfermeiro seja instrumentalizado com conhecimentos específicos sobre a saúde do idoso. Assim, é fundamental que a enfermagem preconize em seus currículos de graduação a abordagem a esse tema. Desse modo, o ensino da enfermagem gerontogeriátrica durante a formação do enfermeiro poderá contribuir para a um aumento na qualidade do atendimento em saúde voltados a essa parcela da população. **Contribuições/Implicações para Enfermagem:** À medida que a demanda por serviços geriátricos aumenta, os estudantes de enfermagem precisam estar bem preparados com conhecimento e habilidades para o seu trabalho futuro para cuidar de idosos e pessoas com deficiência. Estudos sobre a reflexão do ensino relacionado à saúde do idoso encorajam os alunos a se envolverem no diálogo político para mudar o sistema existente e desenvolver modelos que melhor atendam futuras gerações de adultos mais velhos, uma vez que existe uma necessidade urgente de compromisso institucional para melhorar a educação geriátrica como componente dos currículos das profissões da saúde.
Referências: 1. SANTOS,V.T.; ANACLETO, C. Monitorias como ferramenta auxiliar para aprendizagem da disciplina bioquímica: uma análise no Unileste-MG. Rev Ens Bioquímica; 2007; 5(1): E-E8. 2. MORTIMER, E. Pressupostos teóricos para a elaboração de propostas de ensino da mudança conceitual à evolução de perfis conceituais. In Linguagem e formação de conceitos no ensino de ciências. 1ª ed. Belo Horizonte: Editora UFMG; 2006. 2. NELSON, D.L.; COX, M.M. Lehninger: princípios de bioquímica. 3ª Ed. São Paulo: Sarvier; 2002. 3. RODRIGUES, B.C.;GALEMBECK, E. Aminoácidos e proteínas: Proposta de atividade prática sob uma abordagem investigativa. Rev Bras de Ens de Bioquímica e Biologia Molecular; 2011. |