E-Pôster
4006347 | RELATO DE EXPERIÊNCIA: EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS NA GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM | Autores: Maria Angela Reppetto ; Maria Lúcia Alves de Sousa Costa ; Lívia Keismanas de Ávila ; Maria Fernanda Terra ; Maria do Carmo Querido Avelar |
Resumo: **Introdução**: O curso de **Graduação em Enfermagem **da** **Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo**** iniciou suas atividades didático-pedagógicas em 26 de março de 2001. As bases do curso de Enfermagem estão fundamentadas no ser humano, tendo como foco a assistência, bem-estar, prevenção e promoção da saúde em diferentes âmbitos. O curso conta com uma estrutura pedagógica alinhada às atuais transformações científicas e sociais, visando à formação de profissionais competentes para atuar no mercado de trabalho atual e encarar os desafios relacionados à saúde pública. Desde o início, o aluno passa por uma intensa vivência prática no complexo hospitalar da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, o que proporciona plenas condições de atuação e desenvolvimento das habilidades necessárias para exercer de forma ética e humana a profissão(1).Em atenção aos Requisitos Legais e Normativos do MEC, apresentadas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico- Racionais e para o ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Indígena (Lei Nº 11.645 de 10/03/2008; Decreto Nº 4.281 25 /06/2012)(2,3) ; no Plano de Educação em Acessibilidade e Inclusão, relativos à mobilidade; comunicação pedagógica e atitudinal foram criados os Projetos de Integração Interdisciplinares (PII) nos quais cada disciplina da Matriz Curricular deverá destinar até 20% da sua carga horária ao desenvolvimento e integração de temáticas específicas, em consonância com os dispositivos legais e normativos descritos. O desenvolvimento dos PII tem como eixos orientadores as seguintes temáticas:Meio Ambiente; Violência; Acessibilidade/Inclusão; Direitos Humanos e Populações Vulneráveis: Indígena,Autismo e Afrodescendente.Cada disciplina, em sua ementa, inclui os conhecimentos específicos referentes à temática estabelecida para sua abordagem,integrando conceitos e ações relativas ao conteúdo do programa,de forma transversal e transdisciplinar. As temáticas são desenvolvidas nos 4 anos do curso, correspondendo aos projetos: Educação ambiental-1º ano. Violência-2º ano.Acessibilidade e Inclusão- 3º ano. Educação em Direitos Humanos-4º ano(1). Com o objetivo de atender aos requisitos Legais e Normativos do MEC, apresentados nas Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos (Resolução Nº 1, de 30 de maio de 2012)(4), o Curso de Graduação em Enfermagem da FCMSCSP vem no seu desenvolvimento, estimulando a reflexão sobre direitos humanos na formação dos estudantes através do Projeto de Integração Interdisciplinares , de modo a romper com a compartimentalização do saber (1). A cada dois semestres do Curso, um tema relevante é tratado de modo interdisciplinar. Nos dois últimos semestres do Curso, respectivamente 7º e 8º semestres, os estudantes selecionam uma experiência significativa advindo da prática dos estágios para refletir e apresentar aos demais estudantes. As disciplinas do semestre Administração Aplicada à Enfermagem, Estágio Curricular I, Ética e Exercício de Enfermagem II, Metodologia da Pesquisa III e Epidemiologia da Infecção Hospitalar incluem em suas ementas os conhecimentos específicos sobre Educação em Direitos Humanos (1). **Objetivo**: Relatar a experiência de desenvolvimento da temática interdisciplinar de Educação em Direitos Humanos no 7º e 8º semestres do Curso de Graduação em Enfermagem-FCMSCSP. **Descrição** **Metodológica**: Os alunos do 7º e 8º semestres do Curso escolheram a partir das experiências significativas que ocorreram nos campos de estágio, trabalhar o tema “opressão nas práticas de cuidado sobre os pacientes, por vezes não percebidas”. Para subsidiar a reflexão, os alunos participaram também de uma exposição externa à faculdade sobre as obras de Goya. Posteriormente, foi realizado estudo com base em um conteúdo sobre as relações de poder entre profissionais de saúde e usuários. Os estudantes e docentes encontraram-se para discutir e refletir sobre o tema. A partir dessas reflexões foram analisadas as práticas das enfermeiras junto de sua equipe de trabalhadores, como também das enfermeiras e pacientes e mesmo da equipe de enfermagem junto aos pacientes. **Resultados**- Como parte da proposta das temáticas no Curso de Graduação em Enfermagem, ao término do semestre os alunos produziram uma apresentação sobre as reflexões; apresentaram exemplos de práticas opressoras, problematizaram essas questões e fizeram propostas de como trabalhar as práticas do cuidado em enfermagem de modo dialogado e que considerem os pacientes como sujeitos na produção do cuidado sem opressão. É importante salientar a dificuldade dos alunos quanto à reflexão acerca dos direitos humanos, principalmente pela prática da enfermagem que é baseada, muitas vezes, somente em técnicas e dessa forma, o tecnicismo é colocado em primeiro lugar antes da responsabilidade com a garantia das boas práticas assistenciais e da garantia da saúde como direito. **Conclusão**- Essa experiência foi um momento de aprendizado e reflexão dos estudantes e docentes que participaram do processo, por integrar de modo interdisciplinar as discussões a cerca dos direitos humanos. **Contribuições para a enfermagem-** esse trabalho é importante por mostrar a importância da constante reflexão acerca das práticas para além das técnicas na produção do cuidado, principalmente na contemporaneidade, momento que as relações interpessoais podem perdem o sentido
Referências: 1- Ministério da Saúde (BR). Guia de vigilância epidemiológica. 6. ed. Brasília (DF); 2005 [cited 2016 Sep 15]. (Série A. Normas e Manuais Técnicos). Disponivel em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Guia_Vig_Epid_novo2.pdf [Links]
2- Barda NE. “Soluções para dengue e chikugunya está fora da saúde”. Radis. Rio de Janeiro. n. 152, p. 31-33, maio de 2015.
3- São Paulo (Estado), Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos, Departamento de Águas e Energia Elétrica. Hidrologia: banco de dados hidrológicos. São Paulo: DAEE; s.d. [cited 2016 Sep 15]. Available from: http://www.hidrologia.daee.sp.gov.br
4- FLAUZINO R. F.; SOUZA-SANTOS, R.; OLIVEIRA, R. M. Dengue, geoprocessamento e indicadores socioeconômicos e ambientais: um estudo de revisão. Rev Panam Salud Publica, v. 25, n. 5, p. 456-61, maio 2009.
5- PIMENTA-JÚNIOR, F. G. Desenvolvimento e validação de um instrumento para avaliar o Programa Nacional de Controle da Dengue no âmbito municipal 2005. 210 f. Dissertação (Mestrado em Saúde pública) - Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2005. |