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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 4006238

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4006238

A CONTRIBUIÇÃO DOS PROTOCOLOS DE ENFERMAGEM E DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA NO CUIDADO AO DIABÉTICO INSULINO-DEPENDENTE DE UMA EQUIPE DE ESF DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores:
Jessica Rodolfo Campos ; Paola Finkler da Silva ; Tatiane Shimanko Bugs

Resumo:
Introdução: A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica não transmissível que se caracteriza pelo comprometimento do metabolismo da glicose, resultando em elevados níveis de glicose sanguínea (hiperglicemia) por um longo período de tempo.¹ Esta doença crônica repercute, com frequência, em consequências graves à saúde do usuário, sua família e comunidade. Diante disto, é fundamental que o profissional enfermeiro mantenha-se alerta e atue de maneira especial em unidades básicas de saúde (UBS) através de consultas de enfermagem. A UBS está inserida no contexto da atenção básica (AB) ou primária à saúde (APS) dentro do Sistema Único de Saúde - SUS, sistema de saúde brasileiro. Na APS se dá a principal porta de entrada da população ao SUS e é onde podemos observar a inserção da Estratégia de Saúde da Família (ESF).² A Consulta de Enfermagem, está  prevista na Lei 7.498/1986 e regulamentada pelo Decreto nº 94.406/87, é uma prática privativa do enfermeiro, e tem como objetivo propiciar condições para melhoria da qualidade de vida.3 A consulta organiza-se em cinco etapas: Coleta de dados; Diagnóstico de Enfermagem; Planejamento de Enfermagem; Implementação; Avaliação de Enfermagem e tem o objetivo de prestar assistência sistematizada de enfermagem (SAE), identificando os problemas de saúde-doença, executando e avaliando cuidados que contribuam para a promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde do usuário, incluindo sua família e comunidade.4 A utilização da SAE desenvolve o pensamento crítico na prática de enfermagem e gera autonomia técnica, gerenciamento, individualização, uniformização, continuidade e avaliação do cuidado prestado através da promoção do cuidado humanizado, despertando nos enfermeiros o interesse contínuo de reavaliar suas atividades e decidir qual a melhor maneira de desempenhá-las.5 Este relato é decorrente do projeto idealizado com o intuito de implementar a sistematização da assistência de enfermagem (SAE) a usuários diabéticos insulinodependentes, em nível da atenção primária à saúde (APS),  na contrapartida da observação da frequência de consultas realizadas a usuários diabéticos, em especial os insulino-dependentes, onde foi notado o pouco contato com a equipe de saúde da família. A consulta enfermagem não era realizada de forma rotineira, e sim uma consulta médica a cada 6 meses. A proposta de trabalho foi criada devido a observação de um modelo biomédico de acompanhamento destes usuários, diante da inquietude de aproximar o enfermeiro à assistência de enfermagem dentro da ESF. Objetivos: Compartilhamento das experiências vivenciadas por enfermeiras de uma equipe de ESF, após a inserção de consultas de enfermagem na rotina de cuidado aos usuários diabéticos insulino-dependentes. Metodologia: Este relato realizou-se em uma equipe de Estratégia de saúde da Família do Centro de Saúde da Tapera, localizado no Município de Florianópolis, no período de abril de 2017 a fevereiro de 2018. Foi utilizado os protocolos de enfermagem e a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE)  na execução da consulta. As consultas foram realizadas com usuários diabéticos insulino- dependentes desta área. Os usuários foram chamados em consulta agendada ou demanda espontânea e após a primeira consulta a seguinte era agendada para o mesmo profissional para manter a continuidade do processo de enfermagem. A execução da consulta de Enfermagem foi registrada formalmente utilizado a Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE), como instituído para o registro da prática dos profissionais da enfermagem da Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis. Os protocolos de enfermagem validados pelo Município são: V.1-Hipertensão, Diabetes e outros fatores associados a  Doenças Cardiovasculares, V.2-Doenças Sexualmente Transmissíveis e outras doenças transmissíveis de interesse em Saúde Coletiva (Dengue e Tuberculose), V.3-Saúde da Mulher na Atenção primária, V.4-Atendimento à Demanda Espontânea do Adulto. Resultados: Dos 50 usuários cadastrados na equipe, 32   realizaram consultas de enfermagem no período. Dos usuários que foram consultados, o enfermeiro teve a oportunidade de utilizar o protocolo de enfermagem do volume 1, realizar a solicitação e avaliar exames laboratoriais, realizar a consulta de enfermagem utilizando diagnósticos/intervenções relacionadas às demandas mais comuns deste grupo de usuários, melhorando assim o acesso e o vínculo da equipe com os usuários. Os enfermeiros realizaram promoção à saúde, identificando problemas e se envolvendo no processo saúde- doença da população adscrita. As intervenções foram reavaliadas em consultas de retorno, o que proporcionou a prestação de um atendimento longitudinal a estes usuários. Através da inserção do enfermeiro nas consultas dos diabéticos insulino-dependentes observou-se que, este profissional , por meio de sua formação e qualificação, contribui para a melhoria do acesso e atendimento aos usuários diabéticos insulino-dependentes. O enfermeiro teve a oportunidade de realizar pelo menos uma consulta para cada diabético que acompanha na unidade, melhorando assim o vínculo da equipe com os usuários, no sentimento de promover a saúde, identificando problemas e se envolvendo no processo-saúde doença da população adscrita. Conclusão: A sistematização da assistência de enfermagem, enquanto processo organizacional foi capaz de oferecer meios uma maior autonomia para o enfermeiro, um respaldo seguro através do registro, que garante a aproximação do enfermeiro com a usuário. Em especial os protocolos de enfermagem representam uma das mais importantes conquistas no campo assistencial da enfermagem. Vimos, ao longo deste trabalho que o enfermeiro necessita estar mais próximo ao usuário, construir rotinas dentro do serviço que proporcionem maior vínculo, garantindo a qualidade nas consultas através dos protocolos disponibilizados pelo município. A sistematização da assistência e os protocolos de enfermagem contribuem para a estruturação dos serviços de saúde e são  oportunizadores de mudança do modelo biomédico.  A implantação deste processo empodera o enfermeiro a por em prática a sua competência profissional além de exigir conhecimento científico, responsabilidade e compromisso com o exercício profissão.


Referências:
1-RIBEIRO, Jairo Antonio; FRANCO, Ana Paula ; MORAES, Lucélia Prereira . A importância da sistematização da assistência de enfermagem na visão do enfermeiro. [S.l.: s.n.], 2009. Disponível em: < https://uspdigital.usp.br>. Acesso em: 03 mar. 2018. 2- KLIEGMAN, Robert et al. Nelson tratado de pediatria. 19. ed. Rio de Janeiro: Elservier Editora, 2009. 1928 p. v. 1. 3- NANDA. Diagnósticos de enfermagem da Nanda: Definição e Classificação 2015-2017. Porto Alegre: Artmed, 2015.