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4006238 | A CONTRIBUIÇÃO DOS PROTOCOLOS DE ENFERMAGEM E DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA NO CUIDADO AO DIABÉTICO INSULINO-DEPENDENTE DE UMA EQUIPE DE ESF DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS: RELATO DE EXPERIÊNCIA | Autores: Jessica Rodolfo Campos ; Paola Finkler da Silva ; Tatiane Shimanko Bugs |
Resumo: Introdução: A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica não transmissível
que se caracteriza pelo comprometimento do metabolismo da glicose, resultando
em elevados níveis de glicose sanguínea (hiperglicemia) por um longo período
de tempo.¹ Esta doença crônica repercute, com frequência, em consequências
graves à saúde do usuário, sua família e comunidade. Diante disto, é
fundamental que o profissional enfermeiro mantenha-se alerta e atue de maneira
especial em unidades básicas de saúde (UBS) através de consultas de
enfermagem. A UBS está inserida no contexto da atenção básica (AB) ou primária
à saúde (APS) dentro do Sistema Único de Saúde - SUS, sistema de saúde
brasileiro. Na APS se dá a principal porta de entrada da população ao SUS e é
onde podemos observar a inserção da Estratégia de Saúde da Família (ESF).² A
Consulta de Enfermagem, está prevista na Lei 7.498/1986 e regulamentada pelo
Decreto nº 94.406/87, é uma prática privativa do enfermeiro, e tem como
objetivo propiciar condições para melhoria da qualidade de vida.3 A consulta
organiza-se em cinco etapas: Coleta de dados; Diagnóstico de Enfermagem;
Planejamento de Enfermagem; Implementação; Avaliação de Enfermagem e tem o
objetivo de prestar assistência sistematizada de enfermagem (SAE),
identificando os problemas de saúde-doença, executando e avaliando cuidados
que contribuam para a promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde
do usuário, incluindo sua família e comunidade.4 A utilização da SAE
desenvolve o pensamento crítico na prática de enfermagem e gera autonomia
técnica, gerenciamento, individualização, uniformização, continuidade e
avaliação do cuidado prestado através da promoção do cuidado humanizado,
despertando nos enfermeiros o interesse contínuo de reavaliar suas atividades
e decidir qual a melhor maneira de desempenhá-las.5 Este relato é decorrente
do projeto idealizado com o intuito de implementar a sistematização da
assistência de enfermagem (SAE) a usuários diabéticos insulinodependentes, em
nível da atenção primária à saúde (APS), na contrapartida da observação da
frequência de consultas realizadas a usuários diabéticos, em especial os
insulino-dependentes, onde foi notado o pouco contato com a equipe de saúde da
família. A consulta enfermagem não era realizada de forma rotineira, e sim uma
consulta médica a cada 6 meses. A proposta de trabalho foi criada devido a
observação de um modelo biomédico de acompanhamento destes usuários, diante da
inquietude de aproximar o enfermeiro à assistência de enfermagem dentro da
ESF. Objetivos: Compartilhamento das experiências vivenciadas por enfermeiras
de uma equipe de ESF, após a inserção de consultas de enfermagem na rotina de
cuidado aos usuários diabéticos insulino-dependentes. Metodologia: Este relato
realizou-se em uma equipe de Estratégia de saúde da Família do Centro de Saúde
da Tapera, localizado no Município de Florianópolis, no período de abril de
2017 a fevereiro de 2018. Foi utilizado os protocolos de enfermagem e a
Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE) na execução
da consulta. As consultas foram realizadas com usuários diabéticos insulino-
dependentes desta área. Os usuários foram chamados em consulta agendada ou
demanda espontânea e após a primeira consulta a seguinte era agendada para o
mesmo profissional para manter a continuidade do processo de enfermagem. A
execução da consulta de Enfermagem foi registrada formalmente utilizado a
Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE), como
instituído para o registro da prática dos profissionais da enfermagem da
Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis. Os protocolos de enfermagem
validados pelo Município são: V.1-Hipertensão, Diabetes e outros fatores
associados a Doenças Cardiovasculares, V.2-Doenças Sexualmente Transmissíveis
e outras doenças transmissíveis de interesse em Saúde Coletiva (Dengue e
Tuberculose), V.3-Saúde da Mulher na Atenção primária, V.4-Atendimento à
Demanda Espontânea do Adulto. Resultados: Dos 50 usuários cadastrados na
equipe, 32 realizaram consultas de enfermagem no período. Dos usuários que
foram consultados, o enfermeiro teve a oportunidade de utilizar o protocolo de
enfermagem do volume 1, realizar a solicitação e avaliar exames laboratoriais,
realizar a consulta de enfermagem utilizando diagnósticos/intervenções
relacionadas às demandas mais comuns deste grupo de usuários, melhorando assim
o acesso e o vínculo da equipe com os usuários. Os enfermeiros realizaram
promoção à saúde, identificando problemas e se envolvendo no processo saúde-
doença da população adscrita. As intervenções foram reavaliadas em consultas
de retorno, o que proporcionou a prestação de um atendimento longitudinal a
estes usuários. Através da inserção do enfermeiro nas consultas dos diabéticos
insulino-dependentes observou-se que, este profissional , por meio de sua
formação e qualificação, contribui para a melhoria do acesso e atendimento aos
usuários diabéticos insulino-dependentes. O enfermeiro teve a oportunidade de
realizar pelo menos uma consulta para cada diabético que acompanha na unidade,
melhorando assim o vínculo da equipe com os usuários, no sentimento de
promover a saúde, identificando problemas e se envolvendo no processo-saúde
doença da população adscrita. Conclusão: A sistematização da assistência de
enfermagem, enquanto processo organizacional foi capaz de oferecer meios uma
maior autonomia para o enfermeiro, um respaldo seguro através do registro, que
garante a aproximação do enfermeiro com a usuário. Em especial os protocolos
de enfermagem representam uma das mais importantes conquistas no campo
assistencial da enfermagem. Vimos, ao longo deste trabalho que o enfermeiro
necessita estar mais próximo ao usuário, construir rotinas dentro do serviço
que proporcionem maior vínculo, garantindo a qualidade nas consultas através
dos protocolos disponibilizados pelo município. A sistematização da
assistência e os protocolos de enfermagem contribuem para a estruturação dos
serviços de saúde e são oportunizadores de mudança do modelo biomédico. A
implantação deste processo empodera o enfermeiro a por em prática a sua
competência profissional além de exigir conhecimento científico,
responsabilidade e compromisso com o exercício profissão.
Referências: 1-RIBEIRO, Jairo Antonio; FRANCO, Ana Paula ; MORAES, Lucélia Prereira . A importância da sistematização da assistência de enfermagem na visão do enfermeiro. [S.l.: s.n.], 2009. Disponível em: < https://uspdigital.usp.br>. Acesso em: 03 mar. 2018.
2- KLIEGMAN, Robert et al. Nelson tratado de pediatria. 19. ed. Rio de Janeiro: Elservier Editora, 2009. 1928 p. v. 1.
3- NANDA. Diagnósticos de enfermagem da Nanda: Definição e Classificação 2015-2017. Porto Alegre: Artmed, 2015. |