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3910005 | O RELAXAMENTO COMO INTERVENÇÃO DE GERENCIAMENTO DE ESTRESSE PARA A PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO EM ENFERMEIROS | Autores: Isabelly Rampinelli Denadai ; Amanda Viana de Souza ; Lavínia Moreira Borges ; Eliseu de Ávila Silveira ; Karla de Melo Batista |
Resumo: **Introdução:** A teoria do autocuidado, proposto por Dorothea Orem, engloba execuções de atividades por si próprio no intuito de melhorar a saúde, o bem-estar e preservar a vida. Contribui para o desenvolvimento humano, manter suas funções e sua integridade estrutural. Para tanto, é preciso desenvolver habilidades que proporcione o autocuido1. Orem, apresenta três requisitos para o autocuidado: os universais, desenvolvimento e desvio de saúde. Os requisitos de desvio de saúde ocorrem quando o indivíduo precisa adaptar-se a uma situação demandada por um estado patológico1. Entre os estados patológicos relacionados ao enfermeiro, tem-se o estresse. Os efeitos da sua cronicidade correlacionam-se com doenças em nível biopsicossocial, aumento do absenteísmo, presenteísmo, turnover, riscos a segurança do paciente, além do desejo de abandonar a profissão2. Nesta direção, incentiva-se o desenvolvimento de intervenções de enfrentamento dos estressores inerentes ao trabalho do enfermeiro que promovam seu autocuidado. Entre essas medidas, tem-se o Relaxamento, que pode ser de diferentes maneiras, como: relaxamento de Benson, musicoterapia, relaxamento muscular progressivo, biofeedback, entre outros. Em geral, o relaxamento constitui-se numa técnica de baixo custo, fácil aplicação e aprendizado, podendo ser aplicado em diversos locais. O ambiente de trabalho do enfermeiro constitui-se num importante espaço para promoção do autocuidado entre estes profissionais. Esta prática possibilita melhorias na execução das ações de enfermagem, uma vez que, cuidar de si próprio favorece o cuidar do outro melhor2,3. Desta forma, as organizações devem encorajá-los a adotarem tais atitudes. Entende-se que uma das formas de promoção do autocuidado do enfermeiro é o enfrentamento do estresse através do “relaxamento”. **Objetivo: **Descrever as evidências científicas sobre o uso de Relaxamento como forma de enfrentamento do estresse entre enfermeiros. **Descrição metodológica:** Trata-se de uma revisão integrativa4, utilizando-se as palavras-chaves: relaxamento/ relaxation; enfermeiro/ nurse; estresse/ stress e enfrentamento/ coping, junto as bases de dados LILACS, DBENF, MEDLINE via BVS, SCIELO, CINAHAL e portal PUBMED, utilizando os termos em português nas quatro primeiras e em inglês nas demais. Os dados foram coletados em dezembro 2017. Incluíram-se os artigos nos idiomas português, espanhol ou inglês, sem recorte temporal, excluíndo-se os estudos duplicados, não disponíveis gratuitamente na íntegra, artigo de revisão e/ou reflexão e não relacionados ao tema. Com 157 artigos, distribuídos em Lilacs (3), Medline (22), Pubmed (85), Dbenf (2), Scielo (2), Cinahal (43), aplicaram-se os critérios de exclusão, sendo excluídos: por duplicidade (28), indisponibilidade na íntegra (15), não abordar a temática do estudo após leitura de título/resumo (103) e após a leitura na íntegra (8). Desta forma, a amostra final constituiu-se de 3 artigos: Medline (1) e Pubmed (2).**Resultados: **Compuseram esta revisão 3 estudos, de origens: Brasil (1), Estados Unidos da América (1) e Arábia Saudita (1), publicados em 1998, 2015 e 2017. Resumem-se os mesmos em ordem cronológica a seguir: Artigo 1, estudo reflexivo, objetivou levantar a aplicação do relaxamento como estratégia de assistência de enfermagem e sua utilização pelo enfermeiro para enfrentamento do estresse inerente à sua prática profissional. Concluiu que o mesmo é um recurso terapêutico importante a ser utilizado na prática do enfermeiro, bem como utilizá-lo para si próprio para o alívio de tensões provocadas pelos estressores pertinentes a profissão5. Artigo 2, pesquisa correlacional, descritiva e prospectiva com abordagem quantitativa, com 93 participantes. Objetivou determinar o tipo e o nível de estresse, burnout, seu impacto no trabalho e as habilidades de enfrentamento aos estressores. Concluiu que a maioria dos participantes apresentou nível baixo de estresse e moderado de burnout, utilizavam o relaxamento para enfrentamento dos estressores e que o estresse prejudica o trabalho em equipe, afeta a qualidade da assistência e aumento absenteísmo2. Artigo 3, clínico randomizado com 46 participantes: grupo intervenção (24) e grupo controle (22). Utilizou o Relaxamento de Benson. Os participantes do grupo intervenção receberam uma sessão sob supervisão e orientação para o praticarem 2vezes/dia, durante 10-20 minutos, por 8 semanas. Objetivou medir os efeitos do relaxamento nos níveis de ansiedade, depressão, bem-estar e estresse relacionado ao trabalho e explorar a confiança dos enfermeiros na adoção desta técnica em sua prática clínica. Concluiu que os mesmos foram receptivos para utilização da técnica como estratégia de promoção de autocuidado em local de trabalho, sentiram-se menos ansiosos, menos estressado no trabalho e adquiram mais confiança na adoção desta técnica em sua prática assistencial3. O Relaxamento de Benson constitui-se numa técnica que combina a respiração com a imaginação guiada, com possibilidade de efeito antagônico a resposta do estresse. **Conclusão:** O relaxamento tem potencialidade para o enfrentamento do estresse entre enfermeiros e constitui-se numa relevante ferramenta de promoção de autocuidado. Salienta-se que, estimular o autocuidado do enfermeiro possibilita inferências positivas nas organizações, na assistência à saúde, contribuiu para segurança do paciente, favorece o empoderamento e visibilidade profissional. Contatou-se uma escassez de estudos sobre a temática, Portanto, incentiva-se o desenvolvimento de pesquisas, com utilização de outras técnicas de relaxamento e metodologias, principalmente, voltadas as intervenções exequíveis em local de trabalho. **C****ontribuições para a Enfermagem:** O Relaxamento constitui-se em boa prática para o enfrentamento de estresse e promoção do autocuidado no ambiente laboral do enfermeiro.
Referências: 1. Portaria nº 849/GM/MS de 27 de março de 2017.
2. Ministério da Saúde, BR. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS: Atitude de Ampliação de Acesso. 2. ed. Brasília, 2015.
3. Leboyer F. Shantala: massagem para bebês: uma arte tradicional/Frederick Leboyer; tradução de Luiz Roberto Benati e Maria Silvia Cintra Martins. – 5. Ed. – São Paulo: Ground, 1993. |