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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 3888014

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3888014

UTILIZAÇÃO DAS METODOLOGIAS ATIVAS NO PROCESSO DE ENSINO- APRENDIZAGEM SOB A ÓTICA DE ESTUDANTES DE ENFERMAGEM

Autores:
Weslla Karla Albuquerque Silva de Paula ; Claudlayne Fernanda de Holanda ; Alana Emanuelly Oliveira

Resumo:
**INTRODUÇÃO:** Os métodos tradicionais de ensino foram, por muito tempo, utilizados como a principal forma de ensino-aprendizagem na formação de profissionais na área de saúde, havendo dissociação entre teoria e prática, valorização da técnica e transmissão do conhecimento, tendo a figura do professor como detentora do saber e o discente como personagem secundário em sala de aula. Com o passar dos anos, percebeu-se a necessidade de mudança no cenário educacional. Essa crítica ao modelo tradicional de ensino-aprendizagem foi impulsionada pelo educador Paulo Freire, cujos fundamentos subsidiaram inúmeras experiências pedagógicas, inclusive na formação profissional na área da saúde. Na perspectiva das práticas pedagógicas inovadoras, o estudante devia deixar o papel de espectador em sala de aula e assumir uma postura ativa na construção do seu saber, estando o professor como facilitador desse processo. No campo da Enfermagem, o debate sobre as mudanças no cenário de formação vem desde a década de 80, quando começaram as discussões e a construção de um projeto político para a profissão, conduzido pela Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), o qual teve como referência o Sistema Único de Saúde (SUS) e enfrentou políticas econômicas, de ensino e de saúde nem sempre favoráveis aos processos de transformação. As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do Curso de Enfermagem orientam a formação do enfermeiro generalista, capaz de intervir sobre as situações de saúde-doença do indivíduo, família e coletividade, respeitando princípios da integralidade, ética, qualidade e humanização do cuidar, em consonância com SUS. O projeto visa à centralidade no discente como sujeito da aprendizagem e o norteamento pelo professor como mediador da construção do saber, fundamentado na proposta das metodologias ativas (MA). Estas aproximam o estudante da prática profissional e destacam-no como agente ativo no processo de ensino aprendizagem, provocando a superação dos desafios apresentados e o desenvolvimento de habilidades técnicas, raciocínio lógico, coerente e rápido. Embora seja uma proposta realizada e estimulada há alguns anos, disposta em muitos projetos político-pedagógicos de cursos, muitos professores não adotam essa prática pedagógica em suas salas de aula. Ainda, destaca-se que aqueles que implantam metodologias ativas, por vezes não são bem vistos pelos discentes, os quais consideram a atitude do professor como sendo uma inversão de papéis. Diante deste cenário, do encaminhamento das DCN para os Cursos de Enfermagem utilizarem as MA na formação profissional, da vivência das pesquisadoras como discentes e docente de Enfermagem de um currículo que privilegia tais práticas inovadoras, justificou-se a realização deste estudo. **OBJETIVO:** Analisar a utilização das metodologias ativas no processo de ensino-aprendizagem sob a ótica dos estudantes de Enfermagem. **DESCRIÇÃO METODOLÓGICA:** Estudo transversal, descritivo, de natureza quantitativa, realizado com graduandos de um Curso de Enfermagem, no município de Caruaru-PE. Iniciado em 2006, o curso possui em seu projeto político pedagógico a proposta de currículo integrado, sendo um dos pioneiros nesta modalidade no interior do estado de Pernambuco. O cálculo amostral foi efetuado por meio da ferramenta _Statcalc_, do software Epi Info 7, considerando-se uma população de 318 estudantes (total de estudantes matriculados no curso ao final do primeiro semestre do ano de 2015), uma frequência de 50%, um erro estimado de 3% e um nível de confiança de 95%, o que correspondeu a uma amostra de 245 estudantes. A amostragem foi probabilística do tipo aleatória simples, considerando a proporção de estudantes matriculados em cada módulo. A coleta de dados ocorreu nos meses de abril e maio de 2016, por meio de um formulário estruturado auto-aplicável, contendo 18 questões. Foram incluídos na pesquisa estudantes com idade igual ou superior a 18 anos, devidamente matriculados no Curso de Enfermagem entre os segundo e décimo módulos. Foram excluídos os estudantes do módulo 1, por considerar que por ser o primeiro contato desses discentes com as metodologias ativas na graduação, poderiam não saber responder a alguns dos questionamentos. Foi realizada a análise descritiva dos dados com o auxílio do software Epi Info 7, sendo calculadas as frequências absolutas e relativas das variáveis estudadas. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Centro Universitário ASCES-UNITA (CAAE: 49292615.3.0000.5203). **RESULTADOS:** Participaram da pesquisa 217 estudantes, tendo como perdas aproximadamente 11% da amostra. A idade dos estudantes pesquisados oscilou entre 18 e 40 anos, com a média de idade de 22 anos. Verificou-se que 87,2 % dos estudantes classificaram o uso das metodologias ativas como ótimo e bom, sendo que 79,6% relataram que optariam pelo uso destas durante sua formação acadêmica, caso pudessem escolher. Em relação aos tipos de metodologias ativas utilizadas no curso de enfermagem, 79,2% dos estudantes reconheceram dois ou mais, entretanto 6% dos estudantes desconheciam tais métodos. Verificou-se que os estudantes dos módulos mais adiantados tiveram maior facilidade para reconhecer os tipos de métodos ativos utilizados por seus professores em sala de aula. Pouco mais da metade da amostra referiu demonstrar interesse (53,5%) e sentir-se desafiado quando as metodologias ativas eram utilizadas (27,9%). Aproximadamente 64% mencionaram que a postura do professor influencia na aceitação do método, sendo que 69,3% consideraram as metodologias ativas como facilitadoras da aprendizagem. 90,3% dos estudantes referiram que esse tipo de metodologia traz benefícios para sua formação profissional, dentre as contribuições foram destacadas aproximação da realidade, autonomia e criticidade. Contudo, desvantagens também foram relatadas, a exemplo de poucas aulas expositivas (17,4%), pouca assimilação do conteúdo (13%) e conteúdo pouco explorado (10,9%). **CONCLUSÃO:** De modo geral, observou-se que a utilização das metodologias ativas no Curso de Enfermagem foi bem aceita pelos discentes e entendida como necessária para melhor formação profissional. O apontamento quanto a postura do professor influenciar na aceitação do método denota a necessidade de cada docente refletir sobre sua prática e apropriar-se de conhecimentos e técnicas que o permitam a utilização das metodologias ativas e a facilitação do processo de aprendizagem. Não obstante as desvantagens citadas, benefícios como aproximação da realidade, autonomia e criticidade foram reconhecidos pelos discentes como princípios advindos da adoção das metodologias ativas no currículo. **CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM:** É imperativo que as práticas pedagógicas adotadas na graduação em Enfermagem colaborem para a formação das competências necessárias para o exercício da profissão, de maneira que o egresso de enfermagem desempenhe seu papel profissional com mais habilidade e segurança diante de situações reais futuras, que exijam dele a articulação dos saberes construídos para a tomada de decisão. Assim, o uso das metodologias ativas deve ser compreendido como um recurso didático inovador e dinâmico para a formação crítica e reflexiva do estudante de Enfermagem, de modo a possibilitar uma participação coletiva e democrática como requisito essencial para construção de um saber significativo.


Referências:
1BENTO, B. Nome social para pessoas trans: cidadania precária e gambiarra legal. Revista Contemporânea. v. 4, n. 1, p. 165-182, 2014. 2BRASIL. Constituição (1988) Constituição da República do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. São Paulo: Saraiva, 1988. 3BRASIL. Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Brasília: 1. ed., 1. reimp. Ministério da Saúde, 2013. 32 p. : il.. 4SANTOS, A. S. Problematizando o acesso e acolhimento de travestis e mulheres transexuais nos serviços de saúde. In: III Seminário Internacional Enlaçando Sexualidades. Anais. Bahia, 2013. 5SILVA, A. J.; et al. Os serviços de saúde e as experiências de travestis e transexuais. In: IV Seminário Enlaçando Sexualidades, 2015, Salvador. Anais. Salvador: UNEB, 2015. v. 4.