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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 3886838

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3886838

DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM COMO FERRAMENTA PARA INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO: CONTRIBUIÇÃO PARA A PRÁTICA DO AUTOCUIDADO APOIADO EM PESSOAS COM DIABETES

Autores:
Jemima Cordeiro Messias Malcher Miranda ; Jéssica Monteiro Cunha ; Francineide Pereira da Silva Pena ; Danielle Cardoso Portilho ; Diego Quaresma Ferreira

Resumo:
### INTRODUÇÃO: O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica de alta prevalência mundial, que gera altos custos para os sistemas de saúde e causa um aumento na morbimortalidade, o que deprecia a qualidade de vida dos acometidos. Nesse panorama, a enfermagem deve trabalhar frente aos serviços e cuidados de saúde dessas pessoas enfatizando, dentre outras, novas estratégias de educação1. Dessa forma, o autocuidado apoiado vem para enfatizar o papel central do usuário no gerenciamento de sua própria saúde e o uso de estratégias de apoio para a auto avaliação do estado de saúde, definição de metas a serem alcançadas e o monitoramento das intervenções propostas2. Foi aprovada em 2009 a [Resolução COFEN-358/2009 Conselho Federal de Enfermagem](http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html), que trata da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), entendida como a realização de métodos e estratégias de trabalho para organizar a assistência do cuidado nas situações de saúde/doença, embasando assim a ciência enfermagem3. O Diagnóstico de Enfermagem (DE) é uma ferramenta que os enfermeiros têm competência e subsídio legal para elencar e se responsabilizar pela condução do cuidado. Compete ao enfermeiro, o papel de diagnosticar as respostas humanas relacionadas à saúde ou às atividades cotidianas. Sendo assim, a partir do conhecimento de tais respostas, o enfermeiro poderá prever complicações e agir na prevenção ou no controle4. Neste contexto, o uso da SAE direciona a mudança no atendimento das necessidades reais dos usuários dos serviços de saúde, e ainda contribui no que diz respeito ao atendimento dos princípios e diretrizes do SUS. Essas mudanças visam à formação de um profissional crítico, cidadão habilitado para aprender, criar, propor e construir um novo modelo de atenção à saúde, proporcionando um ambiente favorável para a integração ensino-serviço.5 OBJETIVO: Identificar os DE mais frequentes em pessoas com DM em seguimento em um Programa de Promoção à Saúde (PPS), no contexto do ensino-aprendizagem da metodologia SAE. DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: Estudo descritivo e documental, de abordagem quantitativa. Para coleta de dados foi investigado 40 prontuários de pessoas com DM em seguimento no referido programa, para a implementação do programa conta com oito professores dos quais três enfermeiros, um médico clínico, duas nutricionista, uma psicóloga, um fisioterapeuta, quinze acadêmicos de enfermagem, dois de nutrição, dois de psicologia, seis de medicina e dois técnicos administrativos sendo um enfermeiro e um biomédico da Universidade Federal do Amapá-UNIFAP. O presente estudo foi realizado no período de 2016/2017, com acadêmicos do estágio supervisionado do curso de enfermagem, objetivando ensino aprendizagem da metodologia SAE especialmente na identificação da frequência dos principais DE, de acordo com a _Taxonomia North American Nursing Diagnosis Association- NANDA_. Para tanto, a consulta de enfermagem foi a experiência didática para coleta dos dados e assim a identificação dos DE.  RESULTADOS: Das pessoas participantes do estudo (87,8%/n=36) foram mulheres, com idade média de 60,44 anos. Relacionado a estratificação de risco foram classificados em Alto e Muito Alto (36,6%/n=15) respectivamente. Considerando os DE houve identificação em vários participantes de mais de um DE sendo a frequência apresentada e categorizada pelos domínios em que o DE está localizado: domínio 2: Nutrição - (25,0%/n=10) Nutrição desequilibrada; (5,0%/n=2) Risco de nutrição desequilibrada; (2,5%/n=1) Obesidade; (2,5%/n=1) Volume de líquidos deficientes; (2,5%/n=1) Risco de desequilíbrio de eletrólitos; (2,5%/n=1) Risco de volume de líquido deficiente; (2,5%/n=1) Risco de glicemia instável; domínio 1: Promoção da Saúde - (17,5%/n=7) Controle ineficaz da saúde; (10,0%/n=4) Disposição para Autocontrole da Saúde Melhorado; (5,0%/n=2) Risco de glicemia instável; (5,0%/n=2) Estilo de vida sedentário; (2,5%/n=1) Disposição para controle da saúde melhorada; (2,5%/n=1) Manutenção ineficaz da saúde; domínio 4: Atividade e Repouso - (5,0%/n=2) Padrão de sono prejudicado; domínio 9: Enfretamento/Tolerância ao Estresse - (12,5%/n=4) Ansiedade; (5,0%/n=2) Perfusão tissular periférica ineficaz; (2,5%/n=1) Auto negligência; domínio 7: Papéis e Relacionamentos - (2,5%/n=1) Processos familiares disfuncionais; domínio 10: Princípios da Vida - (2,5%/n=1) Disposição para enfrentamento aumentado; (2,5%/n=1) Disposição para religiosidade melhorada. CONCLUSÃO: Com o ensino da consulta de enfermagem criou-se a possibilidade de identificar os DE, viabilizando a aprendizagem de forma dinâmica e em tempo real, constatando a viabilidade de trabalhar com a metodologia SAE genuína da enfermagem, o que cria subsídios éticos e legais na formação do enfermeiro criativo, propositivo e construtivo no modelo de atenção integral à saúde, princípio idealizado na política do SUS. Tais resultados habilita clientes quando orientados para a implementação de um plano de autocuidado apoiado, no qual, o profissional empodera o cliente para o autocuidado necessário para promoção da qualidade de vida, de forma que o enfermeiro não se distancia do cliente, mas cria vínculo, e se faz promotor social de saúde. IMPLICAÇÕES PARA ENFERMAGEM: A enfermagem enquanto ciência da saúde, inserida no contexto multidisciplinar na atenção primária a saúde, no âmbito da docência possibilita um vínculo com a academia, que proporciona a vivência entre estudantes, professores e técnicos da Instituição de Ensino Superior (IES) estabelecendo assim, um ambiente positivo para a integração ensino-serviço, que ultrapassa barreiras entre o ensino tradicional e a realidade individual e coletiva. REFERÊNCIAS: 1. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2015-2016) / Adolfo Milech...[et. al.]; organização José Egidio Paulo de Oliveira, Sérgio Vencio - São Paulo: A.C. Farmacêutica, 2016. 2. Moraes, EN. Atenção à saúde do Idoso: Aspectos Conceituais. / Edgar Nunes de Moraes. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2012. 3. Conselho Federal de Enfermagem (BR). Resolução nº 358, de 23 de outubro de 2009. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras providências. Brasília: Conselho Federal de Enfermagem; 2009. 4. Barros LM, Moreira RA, Frota NM, Caetano JA. Identificação dos diagnósticos de enfermagem da classe de respostas cardiovasculares/pulmonares em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. Aquichan. 2015; 15 (2): 200-209. 5. Kuabara CTM, Sales PRS, Marin MJS, Tonhom SFR. Integração ensino e serviços de saúde: uma revisão integrativa da literatura. Revista Mineira de Enfermagem. 2014 jan/mar; 18(1): 195-201.


Referências:
1) Bousso RS, Poles K, Cruz DALM. Conceitos e Teorias na Enfermagem. Rev Esc Enferm USP. 2014; 48(1):144-8 Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v48n1/pt_0080-6234-reeusp-48-01-141.pdf 2) Taka O. Trajetória histórica e legal da enfermagem. 2ª ed. Barueri: Manole; 2007. 3) George, Julia B. Teorias de Enfermagem: os fundamentos à prática profissional. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2000.