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3886838 | DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM COMO FERRAMENTA PARA INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO: CONTRIBUIÇÃO PARA A PRÁTICA DO AUTOCUIDADO APOIADO EM PESSOAS COM DIABETES | Autores: Jemima Cordeiro Messias Malcher Miranda ; Jéssica Monteiro Cunha ; Francineide Pereira da Silva Pena ; Danielle Cardoso Portilho ; Diego Quaresma Ferreira |
Resumo: ### INTRODUÇÃO: O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica de alta
prevalência mundial, que gera altos custos para os sistemas de saúde e causa
um aumento na morbimortalidade, o que deprecia a qualidade de vida dos
acometidos. Nesse panorama, a enfermagem deve trabalhar frente aos serviços e
cuidados de saúde dessas pessoas enfatizando, dentre outras, novas estratégias
de educação1. Dessa forma, o autocuidado apoiado vem para enfatizar o papel
central do usuário no gerenciamento de sua própria saúde e o uso de
estratégias de apoio para a auto avaliação do estado de saúde, definição de
metas a serem alcançadas e o monitoramento das intervenções propostas2. Foi
aprovada em 2009 a [Resolução COFEN-358/2009 Conselho Federal de
Enfermagem](http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-3582009_4384.html), que
trata da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), entendida como a
realização de métodos e estratégias de trabalho para organizar a assistência
do cuidado nas situações de saúde/doença, embasando assim a ciência
enfermagem3. O Diagnóstico de Enfermagem (DE) é uma ferramenta que os
enfermeiros têm competência e subsídio legal para elencar e se responsabilizar
pela condução do cuidado. Compete ao enfermeiro, o papel de diagnosticar as
respostas humanas relacionadas à saúde ou às atividades cotidianas. Sendo
assim, a partir do conhecimento de tais respostas, o enfermeiro poderá prever
complicações e agir na prevenção ou no controle4. Neste contexto, o uso da SAE
direciona a mudança no atendimento das necessidades reais dos usuários dos
serviços de saúde, e ainda contribui no que diz respeito ao atendimento dos
princípios e diretrizes do SUS. Essas mudanças visam à formação de um
profissional crítico, cidadão habilitado para aprender, criar, propor e
construir um novo modelo de atenção à saúde, proporcionando um ambiente
favorável para a integração ensino-serviço.5 OBJETIVO: Identificar os DE mais
frequentes em pessoas com DM em seguimento em um Programa de Promoção à Saúde
(PPS), no contexto do ensino-aprendizagem da metodologia SAE. DESCRIÇÃO
METODOLÓGICA: Estudo descritivo e documental, de abordagem quantitativa. Para
coleta de dados foi investigado 40 prontuários de pessoas com DM em seguimento
no referido programa, para a implementação do programa conta com oito
professores dos quais três enfermeiros, um médico clínico, duas nutricionista,
uma psicóloga, um fisioterapeuta, quinze acadêmicos de enfermagem, dois de
nutrição, dois de psicologia, seis de medicina e dois técnicos administrativos
sendo um enfermeiro e um biomédico da Universidade Federal do Amapá-UNIFAP. O
presente estudo foi realizado no período de 2016/2017, com acadêmicos do
estágio supervisionado do curso de enfermagem, objetivando ensino aprendizagem
da metodologia SAE especialmente na identificação da frequência dos principais
DE, de acordo com a _Taxonomia North American Nursing Diagnosis Association-
NANDA_. Para tanto, a consulta de enfermagem foi a experiência didática para
coleta dos dados e assim a identificação dos DE. RESULTADOS: Das pessoas
participantes do estudo (87,8%/n=36) foram mulheres, com idade média de 60,44
anos. Relacionado a estratificação de risco foram classificados em Alto e
Muito Alto (36,6%/n=15) respectivamente. Considerando os DE houve
identificação em vários participantes de mais de um DE sendo a frequência
apresentada e categorizada pelos domínios em que o DE está localizado: domínio
2: Nutrição - (25,0%/n=10) Nutrição desequilibrada; (5,0%/n=2) Risco de
nutrição desequilibrada; (2,5%/n=1) Obesidade; (2,5%/n=1) Volume de líquidos
deficientes; (2,5%/n=1) Risco de desequilíbrio de eletrólitos; (2,5%/n=1)
Risco de volume de líquido deficiente; (2,5%/n=1) Risco de glicemia instável;
domínio 1: Promoção da Saúde - (17,5%/n=7) Controle ineficaz da saúde;
(10,0%/n=4) Disposição para Autocontrole da Saúde Melhorado; (5,0%/n=2) Risco
de glicemia instável; (5,0%/n=2) Estilo de vida sedentário; (2,5%/n=1)
Disposição para controle da saúde melhorada; (2,5%/n=1) Manutenção ineficaz da
saúde; domínio 4: Atividade e Repouso - (5,0%/n=2) Padrão de sono prejudicado;
domínio 9: Enfretamento/Tolerância ao Estresse - (12,5%/n=4) Ansiedade;
(5,0%/n=2) Perfusão tissular periférica ineficaz; (2,5%/n=1) Auto negligência;
domínio 7: Papéis e Relacionamentos - (2,5%/n=1) Processos familiares
disfuncionais; domínio 10: Princípios da Vida - (2,5%/n=1) Disposição para
enfrentamento aumentado; (2,5%/n=1) Disposição para religiosidade melhorada.
CONCLUSÃO: Com o ensino da consulta de enfermagem criou-se a possibilidade de
identificar os DE, viabilizando a aprendizagem de forma dinâmica e em tempo
real, constatando a viabilidade de trabalhar com a metodologia SAE genuína da
enfermagem, o que cria subsídios éticos e legais na formação do enfermeiro
criativo, propositivo e construtivo no modelo de atenção integral à saúde,
princípio idealizado na política do SUS. Tais resultados habilita clientes
quando orientados para a implementação de um plano de autocuidado apoiado, no
qual, o profissional empodera o cliente para o autocuidado necessário para
promoção da qualidade de vida, de forma que o enfermeiro não se distancia do
cliente, mas cria vínculo, e se faz promotor social de saúde. IMPLICAÇÕES PARA
ENFERMAGEM: A enfermagem enquanto ciência da saúde, inserida no contexto
multidisciplinar na atenção primária a saúde, no âmbito da docência
possibilita um vínculo com a academia, que proporciona a vivência entre
estudantes, professores e técnicos da Instituição de Ensino Superior (IES)
estabelecendo assim, um ambiente positivo para a integração ensino-serviço,
que ultrapassa barreiras entre o ensino tradicional e a realidade individual e
coletiva. REFERÊNCIAS: 1. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes
(2015-2016) / Adolfo Milech...[et. al.]; organização José Egidio Paulo de
Oliveira, Sérgio Vencio - São Paulo: A.C. Farmacêutica, 2016. 2. Moraes, EN.
Atenção à saúde do Idoso: Aspectos Conceituais. / Edgar Nunes de Moraes.
Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2012. 3. Conselho Federal de
Enfermagem (BR). Resolução nº 358, de 23 de outubro de 2009. Dispõe sobre a
Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de
Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o cuidado
profissional de Enfermagem, e dá outras providências. Brasília: Conselho
Federal de Enfermagem; 2009. 4. Barros LM, Moreira RA, Frota NM, Caetano JA.
Identificação dos diagnósticos de enfermagem da classe de respostas
cardiovasculares/pulmonares em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica.
Aquichan. 2015; 15 (2): 200-209. 5. Kuabara CTM, Sales PRS, Marin MJS, Tonhom
SFR. Integração ensino e serviços de saúde: uma revisão integrativa da
literatura. Revista Mineira de Enfermagem. 2014 jan/mar; 18(1): 195-201.
Referências: 1) Bousso RS, Poles K, Cruz DALM. Conceitos e Teorias na Enfermagem. Rev Esc Enferm USP. 2014; 48(1):144-8 Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v48n1/pt_0080-6234-reeusp-48-01-141.pdf
2) Taka O. Trajetória histórica e legal da enfermagem. 2ª ed. Barueri: Manole; 2007.
3) George, Julia B. Teorias de Enfermagem: os fundamentos à prática profissional. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2000. |