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3886559 | RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE AS AÇÕES 360°: O ENVOLVIMENTO DO GRUPO DE REFERÊNCIA EM ESTOMATERAPIA DE UMA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR | Autores: Daniela Tenroller de Oliveira ; Elisandra Leites Pinheiro ; Patrícia Pedroso da Silva ; Silvania Martins Almeida ; Bruna Correa Lopes |
Resumo: **Introdução:** As lesões por pressão estão inseridas nas metas internacionais de segurança do paciente, que representam um dos maiores desafios para a excelência da qualidade no serviço de saúde, sendo assim se torna responsabilidade da equipe multidisciplinar. O tratamento das lesões de pele tem grande importância entre os profissionais da saúde, em especial a equipe assistencial, devido a demanda de novos casos de lesões por pressão1, estando associado a uma série de fatores, tais como, estado nutricional, grau de dependência do paciente, doença de base, comorbidades e a gravidade dos casos. A pele é o maior órgão do corpo humano, que reveste o corpo e serve como barreira de proteção física para danos externos, mantém a temperatura corporal, excreta resíduos do metabolismo corporal, capta as sensações além de realizar a síntese da vitamina D no organismo. Lesão na pele pode ser definida como uma quebra da continuidade da pele, que pode acarretar não só danos físicos como também problemas psicossociais2. Através de métodos de prevenção, proteção, recuperação da saúde e educação continuada, o enfermeiro mostra visibilidade da sua atuação dentro dos grupos de referência, proporcionando melhores desfechos clínicos, garantindo um cuidado centrado no paciente2. Para garantir um cuidado efetivo frente a complexidade do cuidado com lesões de pele, o papel do profissional de saúde não se delimita a avaliação e orientação do tratamento proposto. É necessário a educação da equipe, para melhor monitorização da evolução da ferida e cicatrização, avaliar a efetividade do tratamento indicado, e também incentivar e envolver o paciente no auto cuidado3. **Objetivos: **Descrever a importância do Grupo referência em estomaterapia (GREST), que tem como propósito desenvolver e aprimorar o conhecimento de seus integrantes e equipe assistencial, desenvolvendo o pensamento crítico e promovendo melhores práticas na assistência prestada ao paciente. Promovendo educação continuada, revisando rotinas de prevenção e tratamento de lesões de pele, bem como cuidados com ostomias, qualificando as equipes e assim diminuindo e prevenindo as lesões de pele, consequentemente melhorando nossos indicadores institucionais e proporcionando melhor qualidade de vida aos pacientes. **Metodologia: **Realizados reuniões mensais com os integrantes do Grupo referência em estomaterapia (GREST), sendo eles enfermeiros e técnicos de enfermagem II, onde se definem os temas que serão abordados naquele mês. Posteriormente realizado as ações 360º, que são atividades educativas e lúdicas, que ocorrem em todos os turnos, durante as 36 horas consecutivas. Após a realização das atividades é realizado o dia D de pele. **Resultados: **Percebe-se maior conscientização e envolvimento da equipe em questões relacionada a prevenção e tratamento das lesões de pele. Sua efetividade tem seus valores baseados em desfechos clínicos positivos sendo que nos últimos meses, evidenciou-se a eficácia das ações na melhora nos indicadores de lesão por pressão. Nos meses de janeiro e fevereiro de 2016 a densidade de lesão por pressão adquirida na unidade de internação C1 foi de 1,62%, em 2017 os resultados foram de 1,02% e no ano de 2018 neste mesmo período não obtivemos lesão por pressão na unidade. **Conclusão: **Diante deste contexto, se mostra necessários investimentos em estudos científicos, a fim de destacar e incentivar a participação da equipe de enfermagem, em ações que visem a melhoria da assistência prestada. O enfermeiro como parte integrante da equipe de saúde, precisa estar habilitado para lidar com questões relacionadas a lesões de pele. É indispensável a existência de grupos de profissionais capacitados, visando normatizar e orientar as equipes, dando um norte para as ações, melhorando a assistência ao paciente e ampliando as informações no que se refere ao cuidado seguro. Em suma as ações realizadas pelo Grupo referência em estomaterapia (GREST), são de grande importância na instituição, pois promove a educação continuada da equipe assistencial, pacientes, familiares e cuidadores, orientando o uso adequado de novas tecnologias disponíveis de prevenção e tratamento, sempre em busca dos melhores desfechos clínicos, desenvolvimento da equipe e assim conquistando credibilidade na instituição. Pode-se notar a importância do envolvimento de todos os membros da equipe multidisciplinar como nutricionistas, médicos, psicólogos entre outros, a fim de tornar as condutas mais resolutivas, tratando o paciente como um todo, visando à redução da prevalência e incidência de novos casos de lesões de pele. **Contribuições: **Inúmeros são os desafios da equipe assistencial para sistematizar e qualificar os cuidados com a prevenção e tratamento de lesões de pele. Nesse contexto, cada vez mais o trabalho em equipe passa a ser uma exigência, bem como a relação de confiança e a parceria entre profissionais e pacientes, contribuindo também para redução de densidades de lesão por pressão. Os cuidados com a pele são atividades prioritárias da equipe de Enfermagem; entretanto, para que seja concretizado, é necessário investir na sistematização da assistência de Enfermagem, na implementação e na divulgação dos protocolos de prevenção e tratamento das lesões, na qualificação profissional e na educação em saúde para pacientes, familiares e acompanhantes. Os resultados apontam quais são as fragilidades e dificuldades que a equipe de Enfermagem enfrenta no manejo das lesões de pele. O desconhecimento sobre a existência de padronização, a subnotificação das lesões e a falta de produtos ou coberturas foram os fatores mais relatados e que necessitam de intervenção por parte da estrutura organizacional. Conhecer a realidade local e das práticas de Enfermagem que são implementadas na práxis é essencial. No entanto, não se pode estagnar, é fundamental planejar ações que descartem ou minimizem as dificuldades encontradas.
Referências: 1 BRASIL. Resolução CNE/CES nº 3, de 7 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. Disponível em: Acessado em: 05 Mar. 2018.
2 BRASIL. Parecer CNE/CES nº 33/2007, aprovado em 1º de fevereiro de 2007
Consulta sobre a carga horária do curso de graduação em Enfermagem e sobre a inclusão do percentual destinado ao Estágio Supervisionado na mesma carga horária. Disponível em: Acessado em: 05 Mar. 2018.
3 Secretaria da Atenção à Saúde- SAS, Ministério da Saúde- MI. PORTARIA nO 756 27 de Dezembro de 2017. Disponível em: Acessado em: 05 Mar. 2018. |