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3881218 | VIVÊNCIA DA SEXUALIDADE FEMININA NA FASE DO CLIMATÉRIO: AÇÕES DA EQUIPE MULTIPROFISSIONAL DE SAÚDE | Autores: Dirlei Domingues dos Santos ; Lívia Fenizola dos Santos. ; Adriana da Silva Santiago ; Cosme Sueli de Faria Pereira |
Resumo: **Introdução**: A sexualidade feminina ainda é considerada na atualidade um assunto tabu atrelando a mulher apenas a seu papel social de mãe. Com a chegada ao climatério, vinculada aos sintomas biológicos e mudanças de socialidade, a sexualidade e o climatério são colocados ainda em nossa sociedade de forma estigmatizados1. As mulheres compreendem dentro da sociedade brasileira uma grande parcela populacional e são as que mais utilizam os serviços de saúde. Por ser um segmento expressivo e devido às suas lutas alcançaram como direito a atenção à sua saúde no modelo de integralidade como preconizado no SUS. As desigualdades nas relações entre homens e mulheres e a padronização dos papeis sociais, sendo a mulher relacionada ao cuidado e o homem tido como provedor do lar, levantam estereótipos sobre as funções sociais das mulheres e o mais importante destes papeis seria a maternidade. Para mulheres, o período reprodutivo tem início e fim e a relação da sua sexualidade está vinculada a essa sua “grande” função” social. A chegada do climatério, vinculada aos sintomas biológicos e mudanças físicas e psíquicas, também acarreta mudanças de sociabilidade. A sexualidade e o climatério são colocados ainda em nossa sociedade de forma estigmatizados. Diante da percepção integral da saúde das mulheres, analisando-se a intercessão entre sexualidade e climatério, verifica-se um rebaixamento na qualidade de vida das mulheres, o que ressalta a relevância deste tema para discussão dentro da área da saúde, como base para reflexão do modelo ampliado de saúde, com integralidade e equidade. **Objetivos:** o presente estudo busca descrever as ações previstas nas políticas públicas de saúde de atenção à mulher, frente à sexualidade feminina, analisar as ações dos profissionais de saúde do Hospital Universitário no cotidiano do serviço para a sexualidade da mulher no climatério e compreender as ações que os profissionais de saúde desenvolvem no cotidiano do serviço voltadas para a sexualidade da mulher no climatério. **Descrição metodológica:** O estudo realizou abordagem qualitativa, descritiva e exploratória, através de entrevistas com profissionais de saúde de um hospital universitário do rio de janeiro, no município do rio de janeiro e a análise dos dados realizada utilizou o referencial teórico da fenomenologia sociológica de Alfred Schutz2. A fenomenologia social de Alfred Schutz apresenta a compreensão sobre os conceitos como: mundo da vida, bagagem de conhecimento, intersubjetividades, relação face a face, e outras. O mundo da vida compreende-se pela estrutura social que antecede o indivíduo, que o possibilita ter sua bagagem de conhecimento, um acervo particular de experiências e vivências3. As relações face a face propiciam que a intersubjetividade, que seria a unidade desta relação entre os indivíduos, permita que os seres humanos executem ações dotadas de motivações. Como método, a fenomenologia social de Schutz possibilita para o pesquisador o olhar sob a dimensão social das experiências vivenciadas pelos sujeitos no cotidiano das suas relações sociais tendo por referência as relações intersubjetivas, possibilitando como alternativa investigativa importante para desvelar as ações dos profissionais de saúde em seus serviços e atendimento às usuárias. O projeto de pesquisa foi submetido para apreciação do Comitê de Ética e Pesquisa da Escola de Enfermagem Anna Nery/Instituto de Atenção à Saúde São Francisco de Assis/ Universidade Federal do Rio de Janeiro, pois se trata de estudo envolvendo Seres Humanos. A aprovação está registrada sob o número 2.053.167. **Resultados**: Os resultados do estudo apontam que as ações dos profissionais entrevistados estão vinculadas às demandas trazidas de forma explícita pelas mulheres e demostram a compreensão da importância da temática que muitas vezes não são abordadas nos atendimentos e sinalizam estratégias para abordagem deste assunto, valorizando os saberes populares e estimulando a vivência desta fase da vida de forma plena voltada para a qualidade de vida e promoção da saúde destas mulheres. A sexualidade é colocada muitas vezes pelo senso comum apenas como o ato sexual, demonstrando um reducionismo sobre a temática. O climatério é uma fase vivenciada por todas as mulheres, com muitas mudanças e dúvidas, porém muitas vezes confundida apenas com a menopausa, termo mais popularizado, demonstrando assim um desconhecimento das mulheres sobre o seu próprio corpo e sobre seu próprio ciclo de vida. As demandas das mulheres levadas aos atendimentos ficam restritas apenas ao que elas compreendem enquanto questões relevantes e estão de acordo com as realidades vividas por elas, sendo importante observar que o tabu das temáticas dificulta o despertar para estes assuntos que as próprias profissionais identificam como muito importantes. **Implicações para a Enfermagem: **Esta temática deve ser amplamente discutida nos diversos ciclos de vida e cenários do ensino. Para tal, se faz necessário treinamento dos professores de ensino básico e profissionais de outras áreas do saber, no intuito de estimular as possíveis quebra de paradigmas no papel da mulher na sociedade bem como dos homens e o reconhecimento de que os serviços de saúde são espaços potenciais para que a temática do Climatério e da sexualidade feminina seja o foco de novas discussões utilizando espaços educativos e tornando reconhecido o papel de educador do Enfermeiro e equipe multiprofissional . **Conclusão:** Assim sendo, como o enfermeiro desenvolve a atividade assistencial, Consulta de Enfermagem, nos diversos cenários da prática poderão contribuir no atendimento das mulheres na fase de climatério identificando as suas necessidades e direcionando à resolutividade quando necessário, junto a equipe multiprofissional de saúde neste sentido, a pesquisa possibilitou uma outra percepção sobre integralidade na promoção em saúde e cidadania e a pesquisa colaborou com uma reflexão sobre a prática enquanto profissional de saúde com a capacidade de propor às mulheres um novo olhar sobre o seu papel social e assim promover um emancipação social e qualidade de vida a elas. O processo da pesquisa estimulou a capacidade investigativa, argumentativa de correntes teórico-metodológicas e com isto uma aproximação com outros profissionais de saúde. Diante do exposto foi possível chegar a uma definição sobre as ações realizadas no cenário de prática dos profissionais de saúde e sua relevância na busca da qualidade de vida dos usuários e membros da equipe de saúde para um aprendizado constante baseado na construção dos diversos saberes de acordo com a cultura, a singularidade de cada ser e a intersubjetividade dos grupos humanos.
Referências: 1 LAMÃO, Luana Corrêa Lima; QUINTÃO, Vanilda Araújo; NUNES, Clara Reis. CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO. 2016. Disponívelem:. Acessado em: 11 set de 2017
2 Sheila Cristiane Grana Rocha, Gleidson Brandão Oselame, Marcia Gomide da Silva Mello, Eduardo Borba NevesComparação das escalas de avaliação de risco de lesão por pressão. 2016. Disponível em: . Acessado em: 11 sets de 2017 |