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3771793 | GRUPO DE ADOLESCENTES EM UM CENÁRIO ESPECIALIZADO | Autores: Inez Silva de Almeida ; Maria Teresa Colão Gonçalves ; Magali Carla Cordeiro |
Resumo: GRUPO DE ADOLESCENTES EM UM CENÁRIO ESPECIALIZADO
_Inez Silva de Almeida_
Maria Teresa Colão Gonçalves
Magali Carla Cordeiro
Introdução: A adolescência é entendida como um período no qual o indivíduo
passa por transformações biopsicossocioculturais e que constitui um processo
fisiológico da maturação humana. A adolescência como a segunda década de vida,
período compreendido entre os 12 e 18 anos de idade. A adolescência é uma
etapa da vida importante e que exige um cuidado especial, pois nela acontecem
grandes transformações biológicas psíquicas e sociais1. Essa etapa não possui
uma delimitação bem definida quanto a faixa etária, pois possui limites
imprecisos. Trata-se de uma pessoa que já não é mais criança, e ainda não é
adulto. Por este motivo, muitas vezes, é tratado como rebelde. O que se pode
afirmar, é que a adolescência é uma etapa dinâmica que perpassa a infância e a
fase adulta. A Organização Mundial da Saúde delimita a adolescência como o
período que compreende dos 10 aos 19 anos. Essa delimitação na prática não é
concreta, pois falar de adolescência e juventude implicam em experiências
diferenciadas e com significados específicos e singulares; porém na teoria
essa delimitação é imprescindível para a elaboração de políticas de saúde.
Nesta fase ocorrem outras mudanças corporais de uma forma geral, como ganho de
peso, crescimento mais acentuado (estirão), entre outras.1 É considerado um
tempo de descobertas que se caracteriza por profundas e abrangentes mudanças
nos aspectos físicos e psicológicos, com repercussões individuais, familiares
e sociais, sendo também um momento de descoberta do próprio corpo e de novos
sentimentos. Assim, evidencia-se o importante papel do enfermeiro para o
desenvolvimento de ações direcionadas aos adolescentes. Esta afirmação é
visível ao se analisarem as bases que sustentam o cuidado deste profissional.
No cenário da atenção à saúde do adolescente, há que se transcender a
concepção técnica e assistencialista, e alargar os horizontes de atuação,
evocando habilidades educativas e relacionais, além de um corpo de
conhecimentos específicos sobre o processo de desenvolvimento global do ser
humano. O que torna fundamental para que os profissionais que venham a
desenvolvê-las estejam aptos a lidar com as questões que envolvem tal faixa
etária, a fim de garantir a qualidade do cuidado. Nesse período emergem muitas
dúvidas para o adolescente, que fica exposto a riscos de morbimortalidade,
devido a seu sentimento de imortalidade, comum à essa fase do desenvolvimento.
A sensação de imortalidade leva o adolescente a ficar mais vulnerável a
situações que favorecem comumente a aquisição de infecções sexualmente
transmissíveis, gravidez indesejada, abortos, violência, entre outros1. Nesse
sentido, o adolescente necessita de orientação, requerendo uma atenção
especial em relação à sua saúde, cuja efetividade dependerá da interação
estabelecida entre o profissional de saúde e o adolescente. Esse período
também se caracteriza pelo grupo de pares. Portanto, se justifica a
necessidade premente de dar ênfase às ações de práticas educativas de
prevenção e promoção da saúde, direcionadas à população adolescente para o
enfrentamento de suas vulnerabilidades. Em contrapartida, quanto mais o
adolescente participa de programas de educação, mais oportunidades terá para
socializar os saberes, amenizar dúvidas e anseios. Objetivo: Descrever as
atividades de Educação em Saúde desenvolvidas em ambulatório especializado no
atendimento a adolescentes. Descrição Metodológica: Este é um relato de
experiências pertencente às atividades desenvolvidas pelo projeto “Grupo
de adolescentes em saúde e sexualidade” coordenado por uma professora-
enfermeira em parceria com as acadêmicas de enfermagem da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro. Essa iniciativa foi submetida ao Comitê de Ética da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro através de parecer consubstanciado;
seguindo os critérios da Resolução 466/2012. Os pais foram informados sobre a
atividade e permitiram a participação dos filhos assinando o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido para os menores de 18 anos e os adolescentes
desta faixa etária assinaram conjuntamente o Termo de Assentimento. Já os
adolescentes com idade de 18 anos assinaram apenas o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido. Trabalhou-se com grupos de adolescentes de, no máximo,
dez elementos, entendendo-se grupo como um conjunto de pessoas com
necessidades similares que se reúnem em torno de uma atividade específica. O
projeto foi desenvolvido utilizando a metodologia participativa, que pode ser
definida como uma forma de trabalho didática e pedagógica baseado na vivência
e na participação em situações reais e imaginárias, na qual as dinâmicas
grupais permitem aos participantes a reflexão sobre situações concretas de
suas vidas, valorizam seus conhecimentos e experiências. Nesse sentido, as
dinâmicas grupais podem ser utilizadas como técnicas motivadoras que
contribuem para o desenvolvimento de cidadania, através de compartilhamento de
saberes em atividades de educação em saúde. Esta é uma possibilidade de busca
de soluções para seus problemas cotidianos, em um ambiente lúdico. As dúvidas,
curiosidades, questionamentos e reflexões discutidos nas atividades grupais
descritas nesse relato abrangem os conteúdos relacionados à
adolescência/puberdade. Foi criado um espaço de interlocução, discussão e
reflexão acerca do período da adolescência com os sujeitos adolescentes acerca
da sua saúde e sexualidade Foram desenvolvidas atividades educativas para
adolescentes através de dinâmicas de grupo. e atendimentos individuais aos
adolescentes para esclarecimentos e retiradas de dúvidas. Assim, pode-se
proporcionar ao adolescente conhecimento sobre aspectos relevantes a respeito
da saúde e sexualidade e favorecer um melhor desempenho do seu papel social.
Conclusão: O trabalho desenvolvido foi de grande valor didático-pedagógico, de
construção e aquisição coletiva de saberes através do desenvolvimento de
atividades educativas para os adolescentes e de dinâmicas de grupo
proporcionando aos adolescentes a troca de conhecimentos acerca de aspectos
relevantes a respeito da sua saúde, atuando como espaço de interlocução entre
instituição e comunidade, o que possibilitou oferecer um outro referencial de
saúde para a população. Implicações para a enfermagem: A educação em saúde
junto os adolescentes é um instrumento efetivo na assimilação das
transformações vividas, porém sua efetivação só aconteceu por meio de uma
metodologia que permite o diálogo, a reflexão, a conscientização do ser, e
oportunizou trocas de ideias, conhecimentos, experiências e a expressão de
sentimentos e inquietações. Ao mesmo tempo, fortalece o elo entre os
adolescentes e a equipe de enfermagem, bem como suscita a criatividade e a
sensibilidade entre os membros do grupo. A medida que as práticas educativas
são realizadas os adolescentes percebem a importância de discutir assuntos
relacionados à sua etapa do desenvolvimento para a formação de hábitos
saudáveis, atitudes positivas e a necessidade de autonomia com relação a
saúde. Referências: Ministério da saúde (Br). Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de ações programáticas estratégicas. Orientações básicas de
atenção integral à saúde de adolescentes nas escolas e unidades básicas de
saúde_._ Brasília (DF); 2013. Descritores: Adolescente; Educação em Saúde;
Enfermagem**.** TEMA 2: Integração ensino-serviço-comunidade como estratégia
para a formação profissional e consolidação da Sistematização da Assistência
de Enfermagem.
Referências: 1. Inglis SC, Clark RA, Dierckx R, Prieto-Merino D, Cleland JG. Structured telephone support or non-invasive telemonitoring for patients with heart failure. BMJ Publishing Group Ltd and British Cardiovascular Society; 2017.
2. MW M, RA A, Réa-Neto A. II Diretriz brasileira de insuficiência cardíaca aguda. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. 2009;93(3):2-65.
3. Herdman TH, Kamitsuru S. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2015-2017. Diagnósticos de enfermagem da Nanda: definições e classificação 2015-20172015. |