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3746282 | DIAGNÓSTICOS, RESULTADOS E INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NAS CRIANÇAS HOSPITALIZADAS | Autores: Ana Márcia Nóbrega Dantas ; Kenya de Lima Silva |
Resumo: **Introdução**: O processo de hospitalização vem passando por constantes mudanças no intuito de aprimorar o cuidado e de melhor a qualidade assistencial e promover bem-estar a criança e sua família. O cuidado dispensado à criança era centrado na doença, porém, atualmente, seus conceitos teóricos são direcionados ao cuidado integral, ou seja, uma assistência direcionada as necessidades biopsicossociais e espirituais e o cuidado ao núcleo familiar. Contudo, para se atingir um cuidado integral faz-se necessária a estruturação da assistência. Nessa perspectiva, destaca-se a aplicação do processo de enfermagem de forma adequada e efetiva, o qual é considerado como um método para nortear e individualizar o cuidado a criança e sua família. **Objetivo**: Construir enunciados de diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem para as crianças de 0 a 5 anos hospitalizadas, utilizando a CIPE®. **Descrição metodológica**: Pesquisa exploratória e descritiva, desenvolvida com à aplicação das fases do processo de enfermagem: histórico, diagnóstico de enfermagem, planejamento, intervenção e avaliação, a crianças hospitalizadas de zero a cinco anos de idade, após autorização para participar da pesquisa, com a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Para a construção da fase de diagnóstico de enfermagem, foram utilizadas as etapas do julgamento clínico, ou seja, a identificação e a interpretação dos dados obtidos a partir do histórico de enfermagem e das observações da pesquisadora, para a denominação, foi utilizada a Nomenclatura da Clínica Pediátrica para crianças de zero a cinco anos de um Hospital Escola. Quando era identificada uma nova situação para a qual ainda não existia um diagnóstico/resultado construído, utilizou-se a CIPE® e suas diretrizes, ou seja, incluía-se, obrigatoriamente, um termo do eixo ‘Foco’ e um do eixo ‘Julgamento’. Conforme a necessidade também se poderia incluir termos adicionais dos eixos Foco, Julgamento, Cliente, Localização e Tempo. Depois de identificar os diagnósticos de enfermagem, foram determinados os resultados esperados e as intervenções de enfermagem. No caso de ser identificada uma nova situação para a qual ainda não existia um resultado de enfermagem, foram utilizadas as mesmas diretrizes apontadas pelo CIE para a elaboração de um diagnóstico de enfermagem, tendo em vista que se utilizam os mesmos eixos da CIPE® - Foco e Julgamento - e o que determina a diferença entre eles é a avaliação do enfermeiro sobre se é uma decisão a respeito do estado do cliente, problemas e/ou necessidades (diagnóstico) ou se é a resposta dada depois da implementação das intervenções (resultado). Para as intervenções, se constatada uma nova situação para a qual ainda não tivesse elaborado uma intervenção de enfermagem, utilizou-se a CIPE® e as diretrizes do CIE para construí-la, ou seja, incluía-se, obrigatoriamente, um termo do eixo Ação e um termo Alvo, considerados como termos de qualquer um dos eixos, com exceção do eixo Julgamento. De acordo com a necessidade, seriam incluídos termos adicionais, dos eixos Ação, Cliente, Foco, Localização, Meios e Tempo. **Resultado**: Após avaliação de seis estudos de caso, foram identificados dezessete diagnósticos de enfermagem, dos quais, quatorze são negativos (‘Diarreia, ‘Desidratação’, ‘Intolerância alimentar’, ‘Falta de conhecimento’ (especificar), ‘Mobilidade física prejudicada’, ‘Integridade da pele prejudicada’, ‘Apetite prejudicado’, ‘Respiração prejudicada’, ‘Sono prejudicado’, ‘Hipertermia’, ‘Higiene oral prejudicada’, ‘Atividades de recreação interrompida’, ‘Dor’, ‘Edema’), dois diagnósticos positivos (‘Higiene corporal preservada’, ‘Sono preservado’) e um diagnóstico de risco (‘Risco de infecção’). A partir dos diagnósticos, elaborou-se um planejamento dos cuidados de enfermagem para a realização das intervenções de enfermagem. Para cada diagnóstico, foi elencado um resultado esperado. Os resultados esperados foram: ‘Diarreia diminuída’, ‘Hidratação melhorada’, ‘Intolerância alimentar controlada’, ‘Sono preservado’, ‘Higiene corporal preservada’, ‘Conhecimento da mãe sobre a doença e o tratamento do lactente melhorado’, ‘Mobilidade física da criança melhorada’, ‘Integridade da pele melhorada’, ‘Temperatura normal’, ‘Respiração melhorada’, ‘Apetite melhorado’, ‘Ausência de infecção’, ‘Atividades de recreação eficaz’, ‘Desidratação melhorada’, ‘Dor diminuída’, ‘Edema melhorado’, ‘Higiene oral melhorada’. Para os diagnósticos, prescreveram-se 164 intervenções de enfermagem, com uma média de 6,6 intervenções por conceito diagnóstico, as mais prevalentes foram: Administrar compressas frias, se a temperatura corporal não ceder; Administrar nebulização com soro fisiológico nos intervalos da nebulização com medicamento; Ajudar a criança a ficar em posições confortáveis; Arejar o ambiente; Avaliar a capacidade de aprendizagem da mãe; Avaliar a capacidade de participação da criança nas atividades disponíveis; Avaliar a dor, quanto à localização, à frequência e à duração; Avaliar a higiene oral diariamente; Avaliar a realização de higiene pessoal da criança; Avaliar as limitações atuais e a gravidade do déficit, considerando as atividades diárias da criança; Avaliar a frequência e as características das fezes; Avaliar o volume de diurese(pesar fraldas); Avaliar a ausculta respiratória diariamente; Avaliar sinais e sintomas de desidratação (fontanela deprimida, pele ressecada); Detectar os fatores que contribuem para prejudicar a mobilidade; Elevar a cabeceira do leito; Elogiar a criança ou a mãe em relação à continuidade do cuidado com a higiene oral; Ensinar à mãe medidas protetoras para minimizar o risco de infecção; Estimular a participação nas atividades recreativas oferecidas, pelo menos, duas vezes ao dia; Esclarecer as dúvidas da mãe durante o tratamento da criança; Esclarecer as dúvidas identificadas após técnica realizada; Explicar os procedimentos a serem realizados; Instruir sobre os cuidados necessários com o local da punção para evitar infecção; Manter a higiene íntima do lactente; Manter acesso venoso periférico; Manter um ambiente calmo e seguro durante o repouso e do sono;Monitorar a pele perianal para detectar irritações e úlceras, diariamente; Observar quadro clínico (desconforto e obstrução das vias aéreas); Orientar sobre a higienização das mãos; Orientar a mãe quanto aos cuidados com os mamilos; Orientar a mãe para que as refeições não ocorram logo depois de um procedimento desagradável (punção venosa ou seções de fisioterapia); Orientar a mãe a utilizar estratégias que facilitem a alimentação (contar histórias); Orientar a equipe a deixar a criança brincar nos intervalos das fases do soro;Realizar lavagem nasal com soro fisiológico a 0,9%, antes da nebulização;Realizar procedimentos utilizando técnica asséptica; Realizar técnica de feedback quanto às orientações sobre o diagnóstico e o tratamento; Registrar o volume urinário das últimas 24h ; Supervisionar o cuidado com a pele. **Conclusão:** A construção de diagnósticos e intervenções de enfermagem é importante para uma assistência individualizada e integral ao binômio mãe/responsável-filho durante o processo de hospitalização, em especial, para as crianças de zero a cinco anos, na perspectiva de melhorar a qualidade de vida das mesmas. **Contribuições para Enfermagem: **O estudo traz contribuições significativas na Enfermagem, pois, proporciona uma assistência qualificada ao binômio mãe/responsável-filho, com a construção dos diagnósticos de enfermagem, possibilitando uma linguagem padronizada, facilitando o entendimento e a compreensão dos enfermeiros, contribuindo para a documentação da prática profissional.
Referências: 1. ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Brasília, 2ª edição, 2017.
2. PARREIRA, F. C.; PERDIZ, L. B. Prevenção e Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde: 156 Perguntas e Respostas. 1ª edição. São Paulo: Sarvier, 2012.
3. “Carta de Transdisciplinaridade”. (Primeiro congresso mundial de transdisciplinaridade, Convento de Arrábida, Portugal: 2 a 6 de novembro de 1994). In: Educação e Transdisciplinaridade. São Paulo (SP): Triom, 2002. V.II.
4. FONSECA, A. S.; PETERLINI, F. S.; COSTA, D. A. Segurança do Paciente. São Paulo: Martinari, 2014. |