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3736971 | RELATO DE EXPERIÊNCIA ACERCA DA CRIAÇÃO DE IMPRESSO PARA PROCESSO DE ENFERMAGEM (PE) EM UNIDADE DE CLÍNICA CIRÚRGICA. | Autores: Fabio L Montanari ; Denise Cristina Pereira dos Santos ; Ráisa Camilo Ferreira ; Elaine Ribeiro |
Resumo: **Introdução:** O processo de enfermagem trata-se de uma atividade privativa do Enfermeiro, que se caracteriza pela prescrição do cuidado individualizado ao paciente, elaborado em cinco etapas: histórico do paciente; diagnóstico de enfermagem; planejamento das intervenções e resultados esperados; implementação da assistência de enfermagem e avaliação da assistência de enfermagem. Esse processo representa um valioso instrumento que permite ao enfermeiro assistir o paciente de modo individualizado, sistematizado e contínuo. No que se refere à assistência direta, a enfermagem enriquece e estabelece seu corpo de conhecimento próprio em suas diversas áreas a partir de uma metodologia, que se denomina processo de enfermagem (PE). Assim, o processo de enfermagem subsidiado por teorias e embasado no conhecimento prático e científico pode ser entendido como uma metodologia que favorece a implementação de saberes e fazeres de enfermagem no cuidado às pessoas e sua operacionalização ocorre quando se implementa a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), que torna mais eficiente o processo de trabalho e é a estrutura que norteia o cuidar na enfermagem. **Objetivo:** relatar a experiência de estudantes de enfermagem durante estágio supervisionado em enfermagem sobre a criação e implementação de impresso para facilitar a aplicação do Processo de Enfermagem (PE) numa unidade de clínica cirúrgica. O impresso foi idealizado a partir das dificuldades encontradas pelos estudantes do 4º ano do curso de Enfermagem, a fim de qualificar a assistência de enfermagem prestada nos setores de clínica cirúrgica de um hospital do interior do estado de São Paulo, sendo organizado de forma a contribuir com uma assistência individualizada e segura. **Descrição Metodológica:** Trata-se de um relato de experiência sobre a vivência de acadêmicos do 4º ano do curso de Enfermagem do Instituto de Ensino Superior de Itapira (IESI) realizado em instituição conveniada situada no interior do estado de São Paulo. Durante o período de estágio foi elaborado um impresso contendo dados para implementação das cinco etapas do processo de enfermagem. Vale ressaltar que antes de serem aplicados, os instrumentos passaram pela análise e apreciação de três enfermeiros que analisaram o instrumento levando em consideração as questões de clareza, abrangência e pertinência. Após análise os estudantes ajustaram o impresso, revendo questões ortográficas e também de interpretação. De posse do instrumento revisado, os estudantes iniciaram sua aplicação na prática da clínica cirúrgica. **Resultados:** Foram realizadas 18 avaliações com a aplicação do impresso no setor de clínica cirúrgica, sendo que as três primeiras serviram de base para a identificação de erros de português e de interpretação que na sequencia foram revisados e novamente implementados. A elaboração e implementação desse impresso na prática hospitalar propiciou conhecer a prática gerencial, tendo em vista que se faz necessário compreender que a assistência e a administração em enfermagem são sinérgicas, e coexistem no campo teórico e na prática hospitalar, uma vez que o desenvolvimento da intervenção junto aos pacientes só é possível pela articulação dos conhecimentos adquiridos durante o curso como um todo. Dentre os benefícios da implementação do PE percebida pelos estudantes nessa unidade de internação destacaram-se: - facilidade na compilação dos dados obtidos a partir da identificação do fenômeno da enfermagem proporcionando assim uma assistência qualificada, individualizada e segura, possibilitando o planejamento dos cuidados prestados a esta clientela; - segurança dos pacientes por conhecer o enfermeiro da unidade; - assistência otimizada e organizada; - cuidado de enfermagem prestado de forma holística, individualizada e participativa; - administração do tempo do enfermeiro na execução das tarefas, prestando assistência de forma planejada e assistindo o paciente de forma integral. Além disso, a aplicação do PE traz visibilidade da assistência de enfermagem, à medida que confere maior autonomia à prática profissional, permitindo organizar o processo de trabalho, com vistas a uma assistência de qualidade**. **No entanto, a limitação percebida pelos autores nesse estudo foi o número pequeno de avaliações com a aplicação do impresso no setor de clínica cirúrgica, talvez se esse número fosse maior os resultados pudessem ser mais expressivos para extrapolar na prática. **Conclusão:** A literatura atual pontua diversos fatores como elementos que dificultam a implementação do PE, destacando a falta de conhecimento sobre a realização do exame físico, a falta de treinamento sobre o tema, a falta de registro adequado da assistência de enfermagem, o conflito de papéis, as dificuldade de aceitação de mudanças, a falta de credibilidade nas prescrições, a carência de pessoal, a falta de estabelecimento de prioridades organizacionais, a necessidade do envolvimento das equipes e da vontade política, o ensino acadêmico, a complexidade da prescrição, a falta de uniformidade nas etapas e a falta de conhecimento e educação permanente para a equipe. No entanto, sua utilização na pratica do enfermeiro quando bem realizada extrapola seus resultados para uma assistência qualificada ao paciente além de contribuir para a melhor elaboração do histórico de enfermagem, diagnóstico de enfermagem e planejamento das intervenções junto a essa clientela de forma individualizada e acurada, conferindo a solidez necessária à prática do cuidar em enfermagem. A realização do PE permite ainda a obtenção de subsídios para a avaliação da qualidade da assistência prestada ao paciente, onde possíveis falhas podem ser corrigidas no momento da avaliação, fase final do PE, garantindo uma documentação legal robusta da assistência oferecida. Por fim, sua realização ajudará o paciente e família a compreenderem e se prepararem para o tratamento proposto, além de propor a equipe melhores condições para prever, prover e controlar os recursos materiais e humanos, diminuindo assim ao máximo os riscos inerentes ao ambiente. **Contribuições/implicações para a Enfermagem: **A implementação do PE na pratica diária ainda é um desafio para o enfermeiro e apesar das dificuldades encontradas para sua implementação, sendo a mais citada pela literatura a falta de conhecimento do processo e seu método como um fator contribuinte, essa atividade é de sua responsabilidade, sendo necessário que haja iniciativa e pró-atividade. Nesse contexto, é perceptível a necessidade de revisar e modificar a prática e o papel do profissional enfermeiro no sentido de sua atuação, garantindo respeito e reconhecimento profissional. A utilização do PE na prática profissional do enfermeiro contribuirá, portanto, para a segurança do paciente e dos profissionais, possibilitando um conhecimento integral das condições clínicas e psicológicas do paciente garantindo assim uma assistência otimizada e organizada, demonstrando a importância do papel do enfermeiro na assistência, delineando um cuidado mais qualificado e especializado, além do que o paciente conhece o profissional que o acompanha.
**Palavras Chaves:** Enfermagem; diagnóstico de enfermagem; processos de enfermagem.
Referências: 1. Chien-Ning T, Chia-Ju H, Kee-Hsin C, Meei-Fang L. Comparative study of an externship program versus a corporate-academic cooperation program for enhancing nursing competence of graduating students. BMC Med Educ 2013; 13:108
2. Tesser CD, Luz MT. Racionalidades médicas e integralidade. Ciên Saude Colet. 2008; 13 (1): 195-206. (3) Salles LF, Silva MJP. Efeito das essências florais em indivíduos ansiosos. Acta Paul Enferm. 2012; 25 (2): 238-42.
4 Barros ALBL. Classificações de diagnóstico e intervenção de enfermagem: NANDA-NIC. Acta Paul Enferm 2009; 22(Esp): 864-7. (5) Nanda Internacional. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2015-2017. Porto Alegre: Artmed; 2015. |