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3656549 | DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM RECUPERAÇÃO CIRÚRGICA RETARDADA EM CIRURGIA CARDÍACA: COORTE PROSPECTIVA | Autores: Rosimere Ferreira Santana ; Thalita Gomes do Carmo ; Ana Carla Dantas Cavalcanti ; Tereza Crsitina Fellipe Guimarães ; Uyara Garcia Melo |
Resumo: **Introdução:** O presente estudo trata do Diagnóstico de Enfermagem Recuperação Cirúrgica Retardada (RCR) em adultos e idosos no Perioperatório de cirurgia cardíaca e das suas respostas as condições de saúde enfrentados nessa experiência de vida. O Diagnóstico de Enfermagem Recuperação Cirúrgica Retardada está categorizado pela taxonomia II da North American Nursing Diagnosis Association International I (NANDA-I) no Domínio 11, Segurança e Proteção, e na Classe 2, Lesão Física, sendo definido como “_extensão do número de dias de pós-operatório necessários para iniciar e desempenhar atividades que mantêm a vida, a saúde e o bem-estar_” (1). **Objetivos: **Estimar o “Diagnóstico de Enfermagem recuperação cirúrgica retardada”, a rehospitalização e o óbito em até 30 dias após a alta hospitalar em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca. **Descrição Metodológica: **Trata-se de uma coorte prospectiva, realizada no Instituto Nacional de Cardiologia (INC), no Rio de Janeiro/Brasil, com adultos e idosos submetidos a cirurgia cardíaca, com aprovação do CEP em 04 de outubro de 2016, sob o parecer nº 1.759.757 e CAAE: 36683714.9.3001.5272. A coleta dos dados iniciasse após a assinatura do termo de consentimento dos participantes durante a visita pré-operatória de enfermagem, onde é feito a detecção dos dados sociodemográficos e dos indicadores clínicos do diagnóstico de enfermagem. O segundo momento acontece após realizarem a cirurgia, onde são acompanhados diariamente durante a internação hospitalar e o terceiro momento é realizado por meio de contato telefônico no sétimo, no décimo quinto e no trigésimo dia após a alta hospitalar. Esses dois últimos momentos são realizados para detectar a incidência dos indicadores clínicos do diagnóstico RCR, a rehospitalização e o óbito. **Resultados: **Trata-se de uma análise parcial dos dados da tese que tem sido desenvolvida no Programa de Ciências da Saúde da Universidade Federal Fluminense, em julho a setembro de 2017. A amostra constituiu-se em 31 pacientes, sendo 21 homens e 10 mulheres. Faixa etária entre 41 e 80 anos. A média de dias de internação hospitalar pré-operatória foi de 282 dias, o motivo: 25 pacientes estavam aguardando sua vez para operar e 6 estavam tratando outras comorbidades. Apenas 1 paciente diz ser tabagistas atual, porém 45% afirmam ser tabagistas anteriores. Com relação ao diagnóstico RCR, 16 pacientes apresentaram o desfecho, sendo detectado em média no quinto dia após a cirurgia. Dentre esses, os indicadores clínicos presentes, foram: tempo excessivo necessário à recuperação (62%), evidência da interrupção na cicatrização da área cirúrgica (50%), precisa de ajuda para o autocuidado (50%), desconforto (43%), infecção de sítio cirúrgico (31%), mobilidade prejudicada (31%), procedimento cirúrgico prolongado (18,7%) e perda do apetite (12,5%). Os indicadores clínicos observados em estudos e que guardam relação com o Diagnóstico de Enfermagem Recuperação Cirúrgica Retardada foram, apenas, dor, diabetes e obesidade, o que expõe a relevância e a necessidade de mais estudos deste diagnóstico com os pacientes submetidos à cirurgia cardíaca (2;3;4). Outros indicadores clínicos presentes, não associados ao diagnóstico de RCR, foram: transfusão de hemocomponentes (43,7%), arritmias benignas (37,5%) e nível glicêmico >180mg/dl (18,75%). Corroborando com estudos que apontaram como principais fatores de risco para a extensão dos dias na unidade de terapia intensiva após cirurgia cardíaca e possível prolongamento da recuperação cirúrgica, foram: fibrilação atrial (arritmias benignas), idade avançada (acima dos 80 anos), Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), disfunção renal e cirurgias não eletivas (5). Dos 31 participantes do estudo, 22 tiveram alta hospitalar, 5 foram a óbito, 1 foi transferido para outra unidade hospitalar e 2 rehospitalizaram após 15 dias e 1 após 5 dias da alta. **Conclusão: **O indicador clínico mais incidente nos pacientes foi tempo excessivo necessário à recuperação, evidência da interrupção na cicatrização da área cirúrgica e precisa de ajuda para o autocuidado e o mais incidente sem relação com o diagnóstico foi a necessidade de transfusão de hemocomponentes. Com este estudo, é possível recomendar os indicadores clínicos que podem ser avaliados pela enfermeira no perioperatório cardíaco como forma de prever complicações pós-cirúrgicas graves. No entanto, a detecção do Diagnóstico de Enfermagem Recuperação Cirúrgica Retardada acurada aos pacientes que se submetem à cirurgia cardíaca permite o planejamento das intervenções de enfermagem, com foco em ações de promoção da segurança do paciente. A instituição é beneficiada, ao reduzir os custos hospitalares ocasionados pelo prolongamento da permanência hospitalar e das rehospitalizações evitáveis. **Contribuições/implicações para a enfermagem:** Em todos os períodos da experiência cirúrgica, há sempre uma demanda global e uma necessidade atual do enfermeiro para uma atualização e perícia clínica constantes, a fim de avaliar os indicadores clínicos potenciais de complicações; bem como gerenciar com excelência os cuidados de enfermagem que contemplem aspectos integrais minimizando a ocorrência de complicações e contribuindo para a restauração da saúde do indivíduo em menor tempo possível.
**Descritores: **Enfermagem Perioperatória; Enfermagem em Cardiologia; Diagnóstico de Enfermagem; Enfermagem Geriátrica; Cuidados de Enfermagem.
**Referências Bibliográficas:**
1. Herdman TH, Kamitsuru S. NANDA International Nursing Diagnoses: definitions and classification 2015-2017. **Oxford: Wiley-Blackwell**; 2014.
2. [Nyquist SK](https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Nyquist%20SK%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=22475707), [Anderson JL](https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Anderson%20JL%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=22475707), [Donahue RH](https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Donahue%20RH%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=22475707), [Caruso E](https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Caruso%20E%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=22475707), [Alore ML](https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Alore%20ML%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=22475707), [Larson JS](https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Larson%20JS%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=22475707). Nurse-driven titration of continuous insulin infusion in post-cardiac surgery patients**. [Dimens Crit Care Nurs.](https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Nurse-Driven+Titration+of+Continuous+Insulin+Infusion+in+Post%E2%80%93Cardiac+Surgery+Patients.+Dimensions+Of+Critical+Care+Nursing#)** 2012;31(3):188-92.
3. [Bates OL](https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Bates%20OL%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=24720698), [O´Connor N](https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=O%27Connor%20N%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=24720698), [Dunn D](https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Dunn%20D%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=24720698), [Hasenau SM](https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Hasenau%20SM%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=24720698). Applying STAAR interventions in incremental bundles: improving post-CABG surgical patient care. **[Worldviews Evid Based Nurs.](https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Applying+STAAR+Interventions+in+Incremental+Bundles%3A+Improving+Post-CABG+Surgical+Patient+Care.+Worldviews+On+Evidence-based+Nursing%2C#)** 2014;11(2):89-97.
4. [Van Valen R](https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=van%20Valen%20R%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=22357783), [van Vuuren H](https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=van%20Vuuren%20H%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=22357783), [van Domburg RT](https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=van%20Domburg%20RT%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=22357783), [van der Woerd D](https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=van%20der%20Woerd%20D%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=22357783), [Hofland J](https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Hofland%20J%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=22357783), [Bogers AJ](https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Bogers%20AJ%5BAuthor%5D&cauthor=true&cauthor_uid=22357783). Pain management after cardiac surgery: experience with a nurse-driven pain protocol**. [Eur J Cardiovasc Nurs.](https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Pain+management+after+cardiac+surgery%3A+experience+with+a+nurse-driven+pain+protocol#)** 2012;11(1):62-9.
5. ALMASHRAFI, Ahmed; ELMONTSRI, Mustafa; AYLIN, Paul. Systematic review of factors influencing length of stay in ICU after adult cardiac surgery. **BMC Health Services Research**. [s.l.], v. 16, n. 1, p.1-12, Jul 2016.
**TEMA 2: **Integração ensino-serviço-comunidade como estratégia para a formação profissional e consolidação da Sistematização da Assistência de Enfermagem
Referências: Referencias: Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Resolução COFEN n. 272, de 27 de agosto de 2002. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE - nas instituições de saúde brasileiras [legislação na Internet]. Rio de Janeiro; 2002 [citado 3 jan. 2003]. Disponível em: .2) Pivotto F, Lunardi Filho WD, Lunardi VL. Prescrição de enfermagem: dos motivos da não realização às possíveis estratégias de sua implementação. Cogitare Enferm. 2004;9(2):32-42. 3. Maziero VG, Bernardes A, Spiri WC, Gabriel CS. Construindo significados sobre gerência da assistência: um estudo fenomenológico. Cienc Cuid Saude. 2014;13(3):563-70. 4. Santos JLG, Pestena AL, Guerrero P, Meirelles BSH, Erdmann AL. Práticas de enfermeiros na gerência do cuidado em enfermagem e saúde: revisão integrativa. Rev Bras Enferm. 2013;66(2):257-63. 5. Rosin J, Tres DP, Santos RP, Peres RR, Oliveira JLC. Desenvolvimento de competências gerenciais na enfermagem: experiência entre residentes. Rev Eletr Gestão & Saúde. 2016;7(1):231-46. |