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3598910 | EFEITOS DO BRINCAR PARA A CRIANÇA HOSPITALIZADA E A INCLUSÃO DO CUIDADO INTEGRAL: UMA REVISÃO DA LITERATURA | Autores: Francisca Maria Maciel de Oliveira Côrtes ; Silvana da Silva Rodrigues ; Clodoaldo Tentes Côrtes |
Resumo: **Introdução:** o brincar é a linguagem universal da criança, através das brincadeiras elas exploram o ambiente onde estão inseridas, descobrem e aprende sobre o mundo a sua volta e, principalmente, perante a uma situação de hospitalização, consegue entender e cooperar com o trabalho da equipe que lhe assiste, ajudando em seu desenvolvimento emocional, social e psicomotor. No contexto hospitalar é um instrumento de intervenção utilizado como forma da criança construir estratégias de enfrentamento em relação à doença e à hospitalização [1,2], além de ser uma obrigatoriedade legal, a Lei n 11.104, de 21 de Março de 2005, obriga que todos os hospitais que ofereçam atendimento pediátrico implantem brinquedotecas em suas dependências [3]. Posteriormente a Portaria n. 140 de 27 de fevereiro de 2014, que dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de brinquedotecas nas unidades de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação, veio reforçar o disposto na Lei 11.104 [4]. **Objetivo:** apresentar as evidências disponíveis na literatura sobre os efeitos advindos com o processo de brincar para a criança hospitalizada. **Metodologia: **estudo descritivo onde realizou-se uma revisão da literatura, nas bases de dados BVSalud e Pubmed, utilizou-se os descritores: criança hospitalizada, jogos e brinquedos e saúde da criança, as palavras-chave foram brinquedo terapêutico e brinquedoteca hospitalar, para o refinamento dos artigos foi utilizado o ano de publicação entre 2005 e 2017 e o idioma português, obtendo-se 10 artigos considerados elegíveis para responder ao questionamento da pesquisa. **Resultados: **dentre os artigos considerados relevantes para o tema proposto, 9 foram publicados em periódicos nacionais e 1 em periódico internacional. Quanto ao ano de publicação, o mais antigo foi publicado em 2007 e o mais recente, publicado em 2017. Quatro artigos realizam coleta de dados entrevistando profissionais de enfermagem totalizando 98 profissionais, três entrevistaram acompanhantes de crianças hospitalizadas, totalizando 106 acompanhantes, dois artigos eram do tipo observacional, pois descreve a organização, funcionamento de uma brinquedoteca hospitalar e observaram o comportamento das crianças que são atendidas por profissionais que utilizam a técnica do brincar durante assistência e um artigo entrevistou profissionais do curso de graduação em enfermagem 17 acadêmicos. As brincadeiras mais apreciadas pelas crianças, citadas pelos autores foram os jogos (quebra cabeças, memória, dominó, xadrez), leitura, pinturas, brinquedos de faz-de-conta (casinha, carrinho e bonecos) e brinquedo de montar. **Discussão: **por meio da análise dos artigos elegíveis, foram separados quatro categorias que responde ao questionamento da pesquisa, são elas: reconhecimento da importância do brincar dentro do hospital; objetivos do brincar para a criança hospitalizada, efeitos do brincar para a criança hospitalizada e a recuperação da saúde e as dificuldades para a implementação do brincar no hospital, estas categorias possibilitou explicitar as particularidades presentes na intervenção da equipe multiprofissional que atende a criança dentro do contexto hospitalar. Quanto a importância do brincar, os artigos foram inânimes, afirmaram que o brincar dentro do hospital assume grande importância para a recuperação da criança, estabelecendo-se, não apenas como uma atividade prazerosa, mas como um mediador da relação entre as crianças e os profissionais de saúde. Por meio do brincar a criança pode se expressar verbal e simbolicamente, contribuindo, significativamente, para adesão ao tratamento e melhora da saúde. Quanto aos objetivos do brincar dentro do hospital, os autores citam que, além de ajudar no desenvolvimento da criança, pode ser usado com objetivo terapêutico pela equipe na realização dos procedimentos, facilitando a comunicação da criança com os profissionais e com seus pais/acompanhantes. Quanto aos efeitos do brincar para a criança hospitalizada, as análises dos artigos mostraram que esta técnica possibilita o aumento de vínculos, maior entendimento por parte da criança sobre o que está ocorrendo com ela, colaborando com a assistência e diminuindo o tempo de hospitalização, além de ajudar no seu desenvolvimento cognitivo, pois enquanto a criança brinca ela aprende e esquece por um momento da doença, da internação e dos procedimentos a que está sendo submetida. Dentre as dificuldades para implementação desta técnica observou-se nos artigos a falta de conhecimento e insegurança da equipe de enfermagem para implementa-lo, além da falta de interesse por parte da equipe gestora em apoiar e incentivar o urso desta tecnologia na prática, e ausência desta temática durante a graduação. **Conclusões:** os profissionais reconhecem o brincar como uma ferramenta essencial para o cuidado prestado ao paciente pediátrico, as evidências mostram os inúmeros efeitos que esta tecnologia proporciona à criança internada, aumentando o vínculo entre a criança e os profissionais que lhe assiste, entre elas e seus pais e acompanhantes, melhora a comunicação entre o paciente infantil e a equipe, possibilita a criança um melhor enfrentamento da doença e rápida recuperação. Proporciona diversão, relaxamento, diminuição da ansiedade da separação, alívio das tensões, um meio de expressar os seus sentimentos, recuperação mais efetiva, além de uma melhor aceitação ao tratamento e redução dos efeitos traumáticos da hospitalização possibilitando uma assistência integralizada centrada nas necessidades da criança. **Implicações para a enfermagem:** o brincar deve ser visto pelo enfermeiro como uma necessidade básica da criança. É através da brincadeira que a criança vive o mundo mágico e imaginário natural de sua fase, é uma tecnologia simples e deve ser usada pela equipe de enfermagem como um recurso terapêutico, uma estratégia que ajuda a criança a entender e aceitar os procedimentos a que está sendo submetida, enfrentando melhor o processo de hospitalização.
**Decs: C**riança hospitalizada. Jogos e brinquedos. Saúde da criança.
REFERÊNCIAS
[1] FRANCISCHINELLI, A.G.B; ALMEIDA, F.A; FERNANDES, M.S.O.F. Uso rotineiro
do brinquedo terapêutico na assistência a crianças hospitalizadas: percepção
de enfermeiros. **Acta Paul Enferm. **São Paulo, 2012; 25910,18-23.
[2] FONTES, C.M.B.; MONDINI, C.C.S.D; MORAES, M.C.A.F; BACHEGA, M.I.;
MAXIMINO, N.P. Utilização do brinquedo terapêutico na assistência à criança
hospitalizada. **Rev Bra Ed. Esp. **Marília, 2010; 16 (1), 95-106.
[3] BRASIL, Ministério da Saúde. **Lei nº 11.104 de 21 de março de 2005.
Dispõe sobre o regulamento e instalação de brinquedotecas em hospitais.**
Brasília, 2005.
[4] BRASIL, Ministério da Saúde. **Portaria nº 140 de 27 de fevereiro de
2014. Dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de brinquedotecas nas
unidades de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de
internação.** Brasília, 2014.
Referências: 1. Brasil, Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES 3, de 7 de novembro de 2001. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Enfermagem. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 9 nov. 2001. Seção 1, p. 37. Disponível em: . Acesso em: 2 mar. 2017.
2. Brasil, Ministério da Saúde. Portaria de Consolidação N 3, de 28 de setembro de 2017. Consolidação das normas sobre as redes do Sistema único de Saúde. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 3 out. 2017. Seção 1, suplemento, p. 192. Disponível em: . Acesso em: 3 mar. 2018 |