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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 3552856

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3552856

CONTRIBUIÇÕES DA SUPERVISÃO DE ENFERMAGEM NOTURNA PARA O DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM

Autores:
Jéssica de Fátima Gomes Pereira ; Maria Comparin Machado ; Bruna Morelli Bottega4

Resumo:
**CONTRIBUIÇÕES DA SUPERVISÃO DE ENFERMAGEM NOTURNA PARA O DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM** _Mariá Comparin Machado1_, Letícia Pontes2, Jéssica de Fátima Gomes Pereira3, Bruna Morelli Bottega4. **Introdução:** Historicamente a palavra supervisão adquiriu um significado de autoritarismo em todas as áreas de atuação, porém, com o passar do tempo e o advento de novas teorias esta palavra passou a ser compreendida de forma mais flexível. Na enfermagem, a supervisão exerce tanto a função de organização do serviço, como de manutenção do equilíbrio entre a área assistencial e administrativa¹. Nessa abordagem, acredita-se que o enfermeiro supervisor assume atividades gerenciais que o permite planejar e avaliar o cuidado, tendo uma visão de todas as partes envolvidas no processo assistencial, atuando de forma holística². Assim, o supervisor de enfermagem realiza seu trabalho com foco amplo, fazendo uso de habilidades que envolvem o controle, a educação e a articulação de informações. Desta forma, esse profissional realiza também ações de educação em serviço, o que configura uma valiosa atividade para a instituição, pois proporciona o aprimoramento profissional dos recursos humanos¹. Por isso, entende-se que a visão da figura autoritária do supervisor atualmente está enfraquecida e, o supervisor deixa de exercer ações punitivas e assume a função de educador.². Contudo, por assumir inúmeras funções gerenciais e assistências, acredita-se que a supervisão exerça uma função primordial para que haja o estabelecimento de uma assistência de qualidade dentro de uma instituição de saúde. Entretanto, ao falar de qualidade na assistência, deve-se atentar para sua organização a nível institucional. A sistematização da assistência de enfermagem (SAE), que de acordo com a resolução do COFEN n° 358/2009, organiza o trabalho profissional de forma a operacionalizar o processo de enfermagem (PE) ³, caracteriza-se como um dos instrumentos indispensáveis para que a supervisão exerça seu trabalho. Ressalta-se que na execução do processo de enfermagem o enfermeiro utiliza-se do raciocínio clínico, desde a coleta de dados até o julgamento das informações obtidas, para chegar à formulação de diagnósticos e intervenções mais precisas. **Objetivo: **Relatar o desenvolvimento do PE realizado pelas enfermeiras da supervisão de enfermagem noturna (SEN) de um Hospital de Ensino e sua contribuição para o estabelecimento da SAE.** Descrição Metodológica: **Trata-se de um relato de experiência que evidencia a realização do processo de enfermagem, pelas enfermeiras supervisoras da SEN e a utilização do raciocínio clínico para a obtenção de dados clínicos do paciente e a identificação de diagnósticos de enfermagem. A supervisão de enfermagem noturna (SEN) é o setor vinculado diretamente a Divisão de enfermagem. Esse setor é composto por seis enfermeiras que detém a função de realizar a visita em todas as unidades do hospital, exceto nas Unidades de Terapia Intensiva, onde enfermeiros assistenciais estão presentes 24h por dia. Essas profissionais desempenham um suporte assistencial e muitas vezes administrativo nas unidades que requerem sua ajuda. Como a referida instituição ainda não possui um número suficiente de enfermeiros para suprir todo o contingente de trabalho, a supervisão noturna exerce papel de grande valor para que o serviço de enfermagem seja realizado. Assim sendo, a enfermeira da SEN possui uma visão generalista de como é o funcionamento hospitalar e quais são os principais problemas que afetam a realização da assistência. No desenvolvimento da visita, estas profissionais dialogam com a equipe de enfermagem e extraem informações que são essenciais para manutenção do plantão, como: número de pacientes, quantidade de profissionais na equipe, gravidade dos pacientes e necessidades de insumos. Na ciência das referidas informações estas profissionais traçam suas atividades, que se expandem desde o fornecimento de insumos e admissão de novos pacientes, até a realização de procedimentos privativos do enfermeiro. Contudo é no momento da admissão que a enfermeira da SEN contribui para que o PE seja efetivamente realizado. Para o desenvolvimento de tal atividade a enfermeira utiliza-se do raciocínio clínico para realizar a coleta de dados e identificação dos diagnósticos de enfermagem. Vale ressaltar que nesta etapa essa profissional faz uso do Sistema de Informação do Hospital (SIH), onde existem diagnósticos estabelecidos conforme a Taxonomia II da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA – Internacional). Selecionado os diagnósticos o sistema já estabelece as intervenções que devem ser desenvolvidas para atender as necessidades do paciente. É importante ressaltar que ao desenvolver estas funções é possível verificar a flexibilidade e importância que estas profissionais exercem no ambiente institucional, principalmente quando se observa a continuidade da assistência de enfermagem.  **Resultados**: A realização do processo de enfermagem pelas enfermeiras da SEN serviu como um instrumento para o desenvolvimento da SAE dentro da instituição hospitalar, campo desta experiência. A participação e disponibilidade dessas enfermeiras para o continuo aperfeiçoamento de seus conhecimentos, lhes proporcionaram desenvolver o raciocínio clínico para traçar o melhor plano de cuidado para os pacientes das diversas especialidades que a instituição assiste. **Conclusão:** Ao utilizar o raciocínio clínico para o desenvolvimento do processo de enfermagem a supervisão torna-se capaz de avaliar o paciente de acordo com suas necessidades, resultando em um plano de cuidados mais efetivo, contribuindo para a melhora na qualidade da assistência e manutenção da segurança do paciente no ambiente hospitalar. Apesar da importância desses profissionais, vale ressaltar a existência da sobrecarga de trabalho, que acaba prejudicando o desenvolvimento de algumas atividades. Porém, apesar de serem um dos pilares na sustentação da SAE, essas profissionais ainda necessitam de maior reconhecimento e valorização.** Contribuições/implicações para a Enfermagem**: Como contribuintes da SAE a supervisão noturna, além de auxiliar no fluxo das atividades dos setores, também realiza o PE.  Destaca-se que é no primeiro contato com paciente que a supervisora noturna, ao realizar a admissão do paciente, observa as principais necessidades e elabora um plano de cuidado, que contribui para a qualidade da assistência realizada.


Referências:
1. Valente JA, Almeida MEB, Geraldini AFS. Metodologias ativas: das concepções às práticas em distintos níveis de ensino. Rev. Diálogo Educ. 2107[cited 2018 Mar13];17(52): 455-478. Available from:https://periodicos.pucpr.br/index.php/dialogoeducacional/article/view/9900/1236 2. Freire P. Pedagogia da Autonomia, saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra; 2011. 3. Sacristán JG, Pérez GAI. Compreender e Transformar o Ensino. Trad. Ernani F. da Fonseca Rosa. 4ª. ed. Porto Alegre; 2000.