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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 3544013

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3544013

O PROCESSO DE TRABALHO EM ENFERMAGEM DURANTE O ESTAGIO CURRICULAR II: ESTUDO QUANTITATIVO

Autores:
Weverton Castro Coelho Silva ; Luciana Portes de Souza Lima ; Juarez Coimbra Ormonde Jr ; Mara Regina Rosa Ribeiro ; Leonara Raddai Gunther de Campos

Resumo:
**Introdução**: A formação em enfermagem consolida-se por meio da união entre os aspectos teóricos e práticos no processo de ensino-aprendizagem. Desde os primórdios da história da formação em enfermagem no Brasil, o ensino vem em constante evolução e perpassando por mudanças, sempre buscando formas de resguardar a união entre teoria-prática e integração ensino-serviço. Desde a promulgação das Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de enfermagem em 2001, os Estágios Curriculares Supervisionados (ECS) possuem papel fundamental nesta articulação, possibilitando que o aluno vivencie experiências profissionais em um cenário real de prática, desenvolvendo consigo, competências e diferentes graus de autonomia. A Prática Hospitalar tem se configurado como um importante campo de atuação nas práticas de ensino da Enfermagem, oportunizando aos alunos crescimento pessoal e profissional, que vai além de um importante instrumento de integração entre universidade, escola e comunidade, possibilita além disso, conhecimentos da prática de gerenciamento pautada na prestação de uma assistência de enfermagem qualificada e integral à saúde do indivíduo.1 A noção de Processo de Trabalho em Enfermagem2 compreendida neste estudo, revela que as atividades executadas no ambiente de estágio hospitalar, podem se constituir por diferentes atribuições que envolvem o ato de assistir; pesquisar; ensinar; administrar e participar politicamente. O processo de trabalho Assistir tem como objetivo o cuidado direto com aqueles o qual há demanda. A enfermagem como ciência que reconhece que o ser humano necessita de cuidados de natureza física, psicológica, social e espiritual. Os agentes legalmente capacitados são o enfermeiro, o técnico de enfermagem, o auxiliar de enfermagem e a parteira. O processo de trabalho Administrar em enfermagem tem como objeto a gestão dos recursos materiais utilizados e das pessoas responsáveis pela manutenção da assistência. Para que isso aconteça, devem ser empregados os métodos de trabalho unicamente dominados pelo enfermeiro, sendo eles planejamento, a tomada de decisão, a supervisão e auditoria. Alguns consideram este fazer com importância reduzida pelo antigo preceito de que a enfermagem deve priorizar a assistência, no entanto este conceito vem mudando com o tempo, é sabido que a coordenação deste processo de trabalho é essencial para se prover condições para o cuidado, as atividades administrativas constituem uma parcela importante da formação profissional. O processo de trabalho Ensinar tem como agentes o professor e o aluno de enfermagem. O objeto são aqueles que desejam tornar-se profissionais de enfermagem e aqueles que querem aprimorar os seus conhecimentos e se desenvolver profissionalmente. Os instrumentos são as teorias e recursos que contribuem para a finalidade de treinar, formar e aperfeiçoar a equipe de enfermagem. Os métodos são o ensino oferecido nos estabelecimentos aprovados pelos órgãos competentes e os produtos são os auxiliares de enfermagem, técnico de enfermagem, enfermeiros, especialistas, mestres e doutores em enfermagem. O processo de trabalho Pesquisar em Enfermagem também tem como agente exclusivo o enfermeiro, por este ser o único a ter formação em pesquisa e metodologia científica. Seu objeto são os conhecimentos existentes na enfermagem e as dúvidas sobres eles, tem como finalidade descobrir novas e melhores formas de assistir, gerenciar, ensinar e pesquisar em enfermagem. Os produtos desse processo são os novos conhecimentos e as novas lacunas que surgirão e sob os já aprendidos. Finalmente, Participar Politicamente, raramente presente na literatura, transita entre todos os outros processos de trabalho e muitas vezes se torna presente sem que o profissional tenha conhecimento. Não significa necessariamente filiar-se a alguma organização ou partido mas representar seu posicionamento e julgamento. Os agentes são os profissionais de enfermagem e qualquer outro que se relacione a ele. O objeto por sua vez pode ser entendido como a força de trabalho em enfermagem e a representatividade dos profissionais socialmente. Portanto quando o enfermeiro tem uma postura de discutir para conquistar melhores condições de exercer o seu trabalho pode ser entendido como um instrumento de mudança, através da argumentação, diálogo, pressão política e até mesmo manifestações públicas. Os métodos então podem ser entendidos como a negociação e o conflito que acontecem para que a categoria profissional de posicione. Os produtos e resultado de toda essa participação são o poder político, reconhecimento social e condições favoráveis para executar os demais processos de trabalho em enfermagem. Desta forma, acreditamos que o campo de competências requeridas ao enfermeiro durante sua atuação profissional é amplo e complexo, pois envolve atividades que são independentes, porém, interdependentes. **Objetivo**: Identificar e quantificar as atividades realizadas por acadêmicos de enfermagem durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado II. **Metodologia**: Estudo quantitativo, descritivo-exploratório realizado no curso de enfermagem da UFMT no Campus Universitário do Araguaia. Os dados foram coletados por meio dos registros de dezessete (17) relatórios de atividades diárias realizadas pelos alunos em campos de estágio hospitalar e assinadas pelo preceptor. Tais relatórios são padronizados pela instituição de ensino e possui como intuito principal registrar as atividades desenvolvidas pelos alunos, bem como sua frequência durante o transcorrer da disciplina. No processo de análise, os dados foram identificados, contabilizados, tabulados em planilhas do Microsoft Excel® com cálculos de frequência absoluta (n) e relativa (%) e representados por meio de gráficos. Essa pesquisa seguiu os preceitos éticos e possui Protocolo de aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa nº 975.402. **Resultados**: As descrições das atividades realizadas e relatadas nos documentos analisados foram agrupadas nas cinco categorias que compõem o processo de trabalho na enfermagem, como citado anteriormente, tendo prevalecido durante o transcorrer da disciplina de estágio supervisionado a categoria Assistir 53,2% (n=905), seguidos de Administrar 44,1% (n=751), Ensinar 1,2% (n=20), Pesquisar 0,9% (n=16) e Participar Politicamente 0,6%(n=10). O estudo evidenciou que grande parte dos Processos de trabalho foi pautado em assistência de enfermagem, direta ou indiretamente, embora o ECS II tenha o propósito de proporcionar ao aluno uma imersão dentro da Gestão Hospitalar, os estagiários não deixaram de realizar atividades de assistência e ensino/pesquisa. **Conclusões**: Diante disso, através da vivência profissional, o aluno é capaz de desenvolver conhecimentos, habilidades técnicas e cognitivas e atitudes importantes para o desenvolvimento da atividade gerencial do enfermeiro, porém notamos a prevalência da característica procedimental no processo de trabalho em enfermagem. Enfatizar todos as categorias em iguais proporções se faz necessário para a formação de um profissional de enfermagem competente. **Contribuições/implicações para Enfermagem**: Pode auxiliar na formulação de objetivos mais precisos relacionados aos Estágios Supervisionados nos currículos e Projetos Pedagógicos de Cursos de Enfermagem pelo Brasil.


Referências:
DELGADO, L.A.N. História Oral- memória, tempo, identidade. Belo Horizonte: autêntica. 2006. BITTENCURT, I. Evidências para o cuidado de enfermagem ao paciente potencial doador de órgãos. Dissertação (mestrado profissional). Universidade Federal de Santa Catarina. Centro de Ciências da Saúde. Programa de pós-graduação em Enfermagem. Florianópolis, SC. 2014. BOM MEIHY, José Carlos Sebe. Manual de história oral. São Paulo: Edições Loyola, 1996. FILHO.FARIAS, M.C; FILHO.ARRUDA, E.J.M. Planejamento da Pesquisa científica.São Paulo. Ed. Atlas. 2013.