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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 3542848

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3542848

COMPETÊNCIA CLÍNICA DE DOCENTES DE ENFERMAGEM: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA

Autores:
Mara Regina Rosa Ribeiro ; Leonara Raddai Gunther de Campos ; Juarez Coimbra Ormonde Jr ; Adriana Freitas de Almeida Finger ; Nathane Chaves Fereira

Resumo:
**Introdução**: A educação em enfermagem envolve continuamente o processo dialógico permeado pela integração teoria-prática.1 O enfermeiro docente necessita assegurar durante a formação do aluno, condições para que essa integração se execute de forma satisfatória, para que sejam bons profissionais do cuidado.2 Assim sendo, é viável a premissa que o docente necessita saber, bem como saber-fazer para poder orientar a prática de seu aluno. É percebida na literatura uma lacuna que sugere pouco conhecimento sobre a atuação do docente de enfermagem em campos de prática, o que enaltece a proposta deste estudo. **Objetivo**: Analisar evidências científicas que tratam sobre o docente de enfermagem e sua atuação em campo clínico. **Descrição metodológica**: Estudo com base em uma revisão sistemática da literatura no formato integrativa, com abordagem qualitativa, utilizando estratégias de busca de artigos científicos no portal da Biblioteca Eletrônica Virtual em Saúde – BVS (Bireme), selecionados por descritores (DeCS) elegidos por meio da estratégia PICO, referenciada na literatura como a fase inicial para pesquisas bibliográficas, sendo suas siglas “P” referente a População; “I” Intervenção ou Área de Interesse; “C” Grupos Comparativos; “O” _Outcome_ ou Desfecho. Com auxílio de palavras-chave que poderiam compor nossa pergunta de pesquisa, partimos em consulta ao glossário de Descritores da Ciências da Saúde (DeCS) para verificar possíveis termos que definiriam nossa estratégia de pesquisa nas fontes de dados.3 Sendo assim, foram selecionados os descritores: Docentes de Enfermagem; Competência Clínica; Educação em Enfermagem; Prática do Docente de Enfermagem. Esta etapa se enquadra como o primeiro passo a ser realizado dentro da revisão sistemática integrativa, orientando a construção de pergunta norteadora da busca bibliográfica, que no caso deste estudo, definiu-se pelo questionamento: Quais são as evidências científicas disponíveis na literatura sobre a competência clínica de professores no ensino prático de enfermagem? Logo em seguida, partimos para o segundo passo no processo da revisão que foi estabelecer os critérios de inclusão e exclusão do material bibliográfico. Por tanto, tivemos formato de seleção de artigos por Aspectos Gerais que incluíam ser artigos completos e estar disponível em inglês, português ou espanhol, e por Título e Resumo que necessariamente deviam estar relacionados aos descritores e palavras-chave; Abranger o contexto da formação/ensino de enfermagem; Tratar sobre competência clínica; Tratar sobre o docente de enfermagem; Tratar sobre o trabalho do docente de enfermagem; Tratar sobre a prática do docente de enfermagem. Depois de definido esses aspectos, como terceiro passo foi concretizada a estratégia de busca, obtendo-se um total de 39 artigos. Foi desenvolvido pelas pesquisadoras, um instrumento de avaliação que foi utilizado para catalogação dos dados dos estudos selecionados na para leitura integral, referente ao quarto passo do processo metodológico, sendo nessa etapa ainda permitido a exclusão de material por incompatibilidade temática. Realizada a leitura integral e análise crítica dos artigos selecionados, obtivemos um total de artigos 18 artigos que serão apresentados a seguir, caracterizando o quinto passo no processo metodológico. **Resultados**: De forma geral percebemos que quanto à natureza metodológica utilizada nas 18 publicações, prevaleceu a pesquisa qualitativa com um total de 16 publicações, enquanto que a abordagem quantitativa foi utilizada em 1 e a abordagem quanti-qualitativa em 1 produção. No Brasil a maior parte dos artigos produzidos sobre o tema, utilizaram abordagem fenomenológica, evidenciando as vivências de docentes em campos clínicos. A maior parte dos artigos selecionados tratam-se de revisões integrativas da literatura. Os artigos se situaram entre os anos de 2006 a 2016, sendo o intervalo entre 2009-2010 a época de maior produção sobre temática. A base de dados mais comum foi o _Medline_, demonstrando a importância da literatura internacional para maior compreensão do tema. Em análise dos dados extraídos da leitura em profundidade obtivemos quatro temas que satisfazem a pergunta de pesquisa. **O ensino clínico e o papel do docente na formação em enfermagem** que basicamente afirma o docente como sendo o eixo principal na articulação dos atores envolvidos no campo clínico, possuindo um importante papel de apoio e estímulo no desenvolvimento do futuro profissional de enfermagem, proporcionando base não somente para habilidades técnicas e psicomotoras, mas também atitudes políticas envolvidas de criticidade. **As situações e sentimentos derivados do campo clínico de ensino **enfatizam as vivências de docentes de enfermagem ao atuar em campo clínico, ressaltando sentimentos como a insegurança, medo, opressão, prazeres e sofrimentos, bem como situações que envolvem a responsabilização pela manutenção dos campos de práticas, a falta de autonomia para intervenções no serviço, e a pressão pela constante atualização na prática de cuidados. **A Integração Docente-Assistencial no cenário da educação em enfermagem **trata do assunto enfatizando as dificuldades vividas pelos docentes no desenvolvimento de atividades assistenciais e na orientação de cuidados de enfermagem de forma exequível na realidade dos serviços de saúde, atribuindo ao docente o status de “enfermeiro teórico” ou “especialista” – aquele que possui muitos conhecimentos em uma(s) área(s) e não sabe aplicá-lo na prática, atribuindo a esse fato como uma reação em cadeia do movimento dicotômico entre teoria e prática. **Estratégias de superação perante as dificuldades encontradas **aborda o tema apresentando formas que os sistemas educacionais de diferentes países estão buscando para superar essas questões dicotômicas entre preparo pedagógico e clínico; docência e assistência; teoria e prática; ensino e serviço. **Conclusões**: Utilizar a estratégia PICO para a construção da pergunta norteadora e busca de evidências para maior abrangência do tema foi de grande importância. Nos artigos sobre o tema, houve dificuldade em encontrar estudos sobre a competência clínica (importância do saber fazer) - o exercer a clínica, e sim sobre os fatores ambientais e de relacionamento que favorecem ou não o desenvolvimento do docente. Pouco tem se falado sobre propostas para que o enfermeiro docente acadêmico se capacite/atualize sobre a clínica para que amenize essa dicotomia que existe. O ensino clínico como componente curricular pode ser compreendido de forma deturpada se concebido em dissociação teórico-prática, ou uma prevalecendo sobre a outra. Ambas são componente que necessitam ser entendidos com valorização igualitária, tanto na prática do aluno, quanto na do professor de enfermagem. Sugerimos aprofundamento no estudo do tema, incluindo outras bases de dados que possam enriquecer os achados na literatura. **Contribuições/implicações para a Enfermagem:** Podem ocorrer benefícios à comunidade universitária e ao avanço do conhecimento científico. Pode auxiliar no desenvolvimento de incentivos institucionais à qualificação docente, melhorando assim a qualidade do ensino.


Referências:
1 - ITO, Elaine Emi; PERES, Aida Maris; TAKAHASHI, Regina Toshie, LEITE, Maria Madalena Januário. O ensino de enfermagem e as diretrizes curriculares nacionais: utopia x realidade. Rev. esc. enferm. USP. 2006, vol.40, n.4, pp.570-575. 2 - Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior. Resolução CNE/CES N. 1.133, de 07 de agosto de 2001. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em enfermagem, medicina e nutrição. Diário Oficial da República Federativa da União. Brasília, 07 ago. 2001, p.04. 3 - Marques CMS, Egry EY. As competências profissionais em saúde e as políticas ministeriais. Rev Esc Enferm USP, 2011;45(1):187-93. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v45n1/en_26.pdf. 4 - Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Referências conceituais para a organização do sistema de certificação de competências/PROFAE. Brasília; 2000, p.08 e 09. Disponível em: http://pesquisa.bvsalud.org/bvsms/resource/pt/mis-15793.