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SENADEn - ISSN: 2316-3216 || SINADEn - ISSN: 2318-6518 • ISSN: 2318-6518
Resumo: 3515230

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3515230

PARTICIPAÇÃO DO ACOMPANHANTE NO PARTO HUMANIZADO

Autores:
Regina Gema Santini Costenaro ; Caroline Pacheco Araújo

Resumo:
**INTRODUÇÃO-**É inerente ao ser humano, viver em constante relação e interação com ele mesmo e com outros seres humanos. Esta interação, pode se manifestar de diferentes maneiras e também pode oscilar sua necessidade durante as horas do dia, ~~e~~ os dias da semana, dos meses do ano ou até mesmo nas fases do ciclo evolutivo. Além disso podem existir situações em que as condições de saúde ou de adoecimento despertem no ser humano uma carência de comunicação, de afeto, de cuidado ou de conforto. E uma dessas situações singulares podem acontecer no momento do parto em que a mulher desperta para sentimentos de medo, insegurança, ansiedade, desconforto, dor ou até apavoramento. Autores1 descrevem que o acompanhante pode ser considerado fundamental para proporcionar maior conforto, segurança e suporte emocional para a parturiente no parto humanizado. A presença dessa pessoa significante inspira segurança, ameniza a ansiedade e promove conforto. Logo, negar a participação do acompanhante, é impedir que a mulher exerça seus direitos de cidadania e de liberdade sobre a forma como deseja a condução de seu parto. Para que isso ocorra de maneira satisfatória e participativa, a equipe de enfermagem é responsável por fornecer orientações e suporte ao acompanhante e à parturiente. A importância do vínculo de confiança com a parturiente e acompanhante são fatores basilares para uma assistência de qualidade e humanizada. **O****bjetivos**: Conhecer as evidências científicas acerca da participação do acompanhante no momento do parto; Identificar as contribuições destas evidências científicas, para a prática de enfermagem. **METODOLOGIA: **Esta pesquisa aborda uma “revisão do estado da arte” referente à participação do acompanhante no parto humanizado. Para tal foi realizada, uma pesquisa descritiva integrativa, cujas estratégias de busca foram as bases de dados nacionais e internacionais:  BVS e PUBMED. Na BVS foram utilizadas as palavras-chave “Acompanhante” _and_ “Parto humanizado” _and_ “Enfermagem Obstétrica” _and_ “Processo de Enfermagem”. A busca foi realizada no período de outubro e novembro de 2017 e inseriu-se o espaço temporal das publicações nos últimos 10 anos. Foram encontradas 29 publicações, sendo que destas cinco eram duplicadas, cinco dissertações, uma pesquisa integrativa e um relato de experiência.  No PUBMED a pesquisa utilizou os seguintes descritores “_Companion” and “humanized Birth” and “Obstetric Nursing”._E na busca foram encontrados dois artigos. O espaço temporal para o estudo não foi delimitado, contudo, foram excluídos documentos duplicados nas bases de dados, assim como, dissertações, teses, revisões e relato de experiência. **RESULTADOS **Após leitura e reflexões realizadas acerca das publicações científicas elencadas, emergiram três categorias: “Acompanhante no parto: percepção dos profissionais de saúde”; “Acompanhante no parto: voz da parturiente”; “Desconstruindo a Hegemonia feminina do parto: ele está comigo”. Corroborando pesquisas2, ressaltam a importância de uma mudança planejada para que seja implantada na rotina do CO, a participação do acompanhante no parto. Acredita-se que o diálogo entre a gestão e os profissionais de saúde ainda é deficitário nas instituições que prestam atenção ao parto. Por isso a inserção do acompanhante, dentre outras práticas, determinadas vezes, confronta o modelo organizacional e assistencial vertical e descendente, ainda presente em muitas instituições. Para alguns autores3, deve ser estabelecido uma interação dinâmica, flexível e respeitosa entre gestores e profissionais, para que o processo de trabalho possa ser considerado um espaço que possibilite diálogos coletivos para re-orientação das práticas e neste caso as rotinas de participação do acompanhante no processo de parturição Em muitas situações, em que os direitos são negados, os profissionais de saúde e os gestores, justificam devido as dificuldades organizacionais e estruturais. Autores4 reforçam está ideia lembrando que o cuidado humanizado deve conduzir a atenção individualizada à mulher. Em uma assistência humanizada é precípuo escutar a voz das parturientes, reconhecendo suas necessidades, valorizando suas histórias de vida, incluídas nos contextos sociais, psicológicos e emocionais. Estas parturientes devem ser acolhidas e valorizadas transcendendo o campo biológico. Pesquisas afirmam5, afirmam que o acompanhante é fundamental para dar suporte emocional e proporcionar conforto e segurança para a parturiente, amenizando suas ansiedades e seus temores. Mediante a estas ideias, negar a presença de acompanhante infringe o direito que a mulher possui em escolher livremente se quer ou não ter alguém para acompanhá-la. Além disso, viola o seu direito como cidadã. CONCLUSÃO: Sabe-se que para o bem nascer, precisamos considerar crenças, sentimento das mulheres, respeitar sua dignidade e autonomia durante o parto. Dentre as boas práticas na atenção ao parto humanizado está incluída fortemente a presença do acompanhante ou de alguma pessoa que seja significante. É necessário transcender barreiras, sejam elas institucionais, pessoais, de modelos ultrapassados de assistência ao parto. Trazer valor e significado para o momento daquela mulher, recém-nascido e família só será possível se transformarmos a forma de assistência existente.  Portanto os processos de atenção ao parto requerem uma nova forma de gestão e de cuidado, viabilizando o diálogo e a participação ativa dos envolvidos no processo do nascimento.


Referências:
1. Brasil. Ministério da Saúde. Estatuto do Idoso. 3ed 2ª reimpressão. Brasília: Ministério da Saúde; 2013 [cited 2017 Out 21]. 2. Brasil. Ministério da Saúde. Acolhimento nas Práticas de Produção de Saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2010 [cited 2017 Out 21]. 3. Nuto SAS, Oliveira GC, Andrade JV, Maia MCG. O acolhimento em saúde bucal na estratégia de saúde da família, Fortaleza – CE: um relato de experiência. Rev. APS [Internet]. Juiz de Fora. 2010 out/dez [cited 2017 Nov 19];13(4): 505-509.