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3474544 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM IDOSOS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA ACADÊMICA | Autores: Karina Martins Filomeno ; Francisco Reis Tristão ; Juliana Balbinot Reis Girondi ; Amanda de Souza Vieira ; Margareth Linhares Martins |
Resumo: **INTRODUÇÃO: **O envelhecimento humano trata-se de um processo dinâmico e progressivo que traz consigo a possibilidade de modificações biopsicossociais aos indivíduos, acendendo a possibilidade do surgimento de agravos, de origens distintas, tais como, as alterações na pele capazes de predispor o idoso à ocorrência de lesões cutâneas e consequentemente comprometendo sua qualidade de vida¹. O envelhecimento da pele ocorre devido a fatores intrínsecos e extrínsecos. O primeiro compõe um processo natural, o qual tem relação com fatores genéticos e ação de radicais livres. O segundo ocorre, principalmente, pela ação da radiação solar. Assim, gradativamente, este processo acaba em alterações cutâneas como pigmentação irregular, afinamento das camadas da pele, perda da elasticidade, dentre outros2. Deste modo, essas enfermidades podem comprometer a qualidade de vida do idoso, sendo importante conhecer seu impacto, a fim de descobrir maneiras de evitar seus agravos. As atividades de educação em saúde, são ferramentas capazes de promover a construção do saber no âmbito da saúde, oportunizando agregar o saber cientifico ao popular, através de discussões coletivas3. **OBJETIVOS:** Promover um processo crítico reflexivo, junto à idosos, para a adoção e difusão de práticas para manutenção da integridade da pele visando posterior elaboração de material didático instrucional com orientações a respeito de cuidados com a pele. **DESCRIÇÃO METODOLÓGICA: **A atividade trata-se de uma intervenção educativa, desenvolvida por meio de oficina realizada no dia 04 de outubro de 2017, às 14 horas, nas dependências do Centro de Eventos da Universidade Federal de Santa Catarina. Esta ocorreu como uma das dimensões do XV Fórum Nacional de Coordenadores de Projetos da 3ª Idade de Instituições de Ensino Superior e XIV Encontro Nacional dos Estudantes da Terceira Idade de Instituições de Ensino Superior, sediado pelo Núcleo de Estudos da Terceira Idade (Florianóplis /SC) - NETI. Ao realizarem a inscrição no evento os idosos de ambos os sexos com idade igual ou superior a 60 anos foram convidados a participar da oficina Cuidados com a Pele. A oficina foi conduzida através de dois mediadores (enfermeiros, sendo uma Estomaterapeuta) e dois bolsistas de apoio (acadêmicos do curso de graduação em Enfermagem). O desenvolvimento da oficina deu-se de forma expositiva-dialogada com auxílio de data show, onde foram expostos os objetivos do encontro e os aspectos teóricos acerca da oficina. Os mediadores discutiram bases conceituais a respeito da estrutura e função da pele, bem como envelhecimento cutâneo. Neste momento, foi proposta a analogia da pele humana com um muro. Para tanto, no salão foi apresentado um cavalete, no qual estava fixado o muro representado por tijolos feitos em papel pardo, dispostos na direção horizontal, entre os mesmos, cimento, representado em papel adesivo e no verso, balões amarelos representando os tecidos subjacentes. Assim, de forma lúdica, composta por tijolo e cimento, o muro representou a pele enquanto barreira protetiva que carece de cuidados para a manutenção de suas funções e integridade. Para coleta de dados utilizou-se grupo de discussão, onde os idosos foram divididos em oito grupos dispostos em círculos e encorajados a realizarem auto percepção da pele, observando sinais que conferem risco para manutenção de sua integridade, e, por conseguinte propor cuidados, com base em seus conhecimentos. Após serem levantados os cuidados, cada grupo expos, por meio de representante eleito no momento, os cuidados que acreditavam ser importantes para manter a integridade da pele idosa. Para análise de dados utilizou-se a análise de conteúdo proposta por Minayo. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Santa Catarina com Número do CAEE: 5628116.0000.0121. **RESULTADOS: **A atividade contou com a presença de 80 idosos, mas aceitaram fazer parte da pesquisa 46, cuja idade variou entre 60 e 89 anos, sendo predominante o sexo feminino 43 (93,5%) e considerando que o evento era de âmbito nacional estiveram presentes idosos de diversas localidades com prevalência da região sul do Brasil 30 (65,2%). Dos cuidados com a pele elencados pelos idosos, emergiram seis eixos, sendo estes: uso de hidrantes diariamente, ingestão de líquidos para evitar ressecamento da pele, evitar uso de produtos agressivos sobre a pele, utilizar protetor solar diariamente, evitar água quente durante o banho e utilizar sabonete suave. Posteriormente, no intuito de facilitar a integração dos participantes, foi realizado pelo mediador, articulação de cada eixo, aos cuidados propostos pela literatura. Embora definidos através de consenso popular pode-se observar que tais eixos são apontados também pela literatura científica enquanto práticas para o cuidado com a manutenção da integridade da pele. A participação efetiva dos idosos durante o desenvolvimento da atividade educativa, permitiu a estes, refletir criticamente sobre suas necessidades, possibilidades de cuidado para si e para o outro. **CONCLUSÃO: **Os resultados obtidos demonstram a importância da discussão sobre o cuidado com a pele do idoso, já que com o passar da idade essa pele se torna mais frágil, fazendo necessário cuidados específicos para não gerar lesões nessa pele. A proposta de projeção do idoso frente autoavaliação da pele, bem como a discussão acerca dos cuidados para manutenção de sua integridade, enquanto proposta de intervenção em Educação em Saúde, seguramente, aponta para a quebra do modelo tradicional de educação bancária, vislumbrando o envolvimento do coletivo, e consequentemente, refletindo na melhoria da qualidade de vida do idoso, através de práticas de saúde que valorizem sua autonomia. Consoante, os saberes são construídos juntos dando valor ao conhecimento de vivência que o idoso já possui. Desta forma, espaços para discussão conjunta dos cuidados para garantir a integridade da pele, configuram novas possibilidades para o cuidado de enfermagem, não somente no âmbito da Atenção Primária à Saúde e no contexto hospitalar, mas também nas Instituições/Ambientes de Ensino voltados à terceira Idade. **CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM:** É conhecido o aumento do número de idosos no Brasil e com isso a necessidade de maiores estudos na área de Gerontogeriatria. Nesse processo, o enfermeiro assume a figura de mediador dos processos de educação em saúde, avistando o envelhecimento com saúde, através do empoderamento da pessoa idosa aproximando-se da realidade e necessidades de saúde vivenciadas pelos idosos atualmente.
Referências: 1. Brandão CFS, Collares CF, Fernandes DF. Simuladores, pacientes padronizados e híbridos. In: Scalabrini Neto A, Fonseca AS, Brandão CFS. Simulação realística e habilidades na saúde. Rio de Janeiro: Editora Atheneu, 2017. p. 11-21.
2. Costa RRO, Medeiros SM, Martins JCA, Cossi MS, Araújo MS. Percepção de estudantes da graduação em enfermagem sobre a simulação realística. Rev Cuid. 2017; 8(3): 1799-808.
3. Barreto DG, Silva KGN, Moreira SSCR, Silva TS, Magro MCS. Simulação realística como estratégia de Ensino para o curso de graduação em Enfermagem: revisão integrativa. Revista Baiana de Enfermagem, Salvador. 2014; 28(2): 208-214.
4. Costa RRO, Medeiros SM, Martins JCA, Menezes RMP, Araújo MS. O uso da simulação no contexto da educação e formação em saúde e enfermagem: uma reflexão acadêmica. Revista espaço para a saúde, Londrina. 2015; 16(1): 59-65.
5. Coutinho V, Martins JCA, Pereira MF, Mazzo A. Feedback e debriefing. In: Scalabrini Neto A, Fonseca AS, Brandão CFS. Simulação realística e habilidades na saúde. Rio de Janeiro: Editora Atheneu, 2017. p. 115-125. |